
O povo da Bíblia, quando começava a colheita, apresentava uma oferenda em agradeci-mento a Deus pela safra que começava a colher ou por seus rebanhos em tempo de corte. Isso se chamava dízimo. Dizimar era oferecer a Deus os seus primeiros frutos e suas primeiras criações de corte, representando o fruto do seu trabalho. Por esse gesto, a pessoa expressava um forte sentimento de reconhecimento e de gratidão. Reconhecia que Deus é quem lhe providenciava o necessário para a sobrevivência. E agradecia a Deus por todos os benefícios recebidos.
Era
assim que pastores e agricultores separavam uma cota representativa do seu
rebanho e de suas colheitas para apresentarem no Templo, como reconhecimento e
gratidão a Deus. Isso era o dízimo. E havia também, em Israel, uma outra
preocupação em relação ao dízimo, o cuidado com os pobres. Como a pessoa devia
levar ao Templo sua oferta, igualmente devia socorrer os pobres, as viúvas, os
migrantes sem terra e os órfãos de sua vizinhança. Separava algo para Deus e
algo para os pobres. Dizimar era o verbo que indicava reservar uma parte da
colheita ou do rebanho para Deus e para os pobres. Nesse sentido, não era
décimo. Era dízimo, isto é a dedicação de uma parte para Deus e para os mais
humildes.
E
como é o dízimo na Igreja Católica? É uma norma muito simples: “cada fiel deve
participar, na medida de sua capacidade, na manutenção material da Igreja”. É o
que diz o Catecismo da Igreja Católica sobre o tema. E só isso. “Cada fiel deve
participar, na medida de sua capacidade, na manutenção material da Igreja”.
Nesse sentido, o dízimo (ou a oferta que o realiza) tem a seguinte destinação:
sustentar o trabalho missionário da Igreja, manter o culto, o templo e os
ministros; e financiar o serviço da caridade em relação aos mais pobres.
Na
verdade, a oferta do dízimo é um sinal de maturidade na fé por parte de um
cristão. A oferta só tem valor se for dada em espírito de fé, como um louvor a
Deus e como expressão de corresponsabilidade com a comunidade eclesial. O
contrário também é verdadeiro. A não participação no dízimo significa, pelo
menos, falta de sentido de pertença e de responsabilidade com a própria Igreja.
É
claro que a Igreja não é um clube a que eu pertenço e preciso pagar uma
mensalidade para ter direito aos seus serviços. Na verdade, a Igreja é o
mistério de nossa comunhão com o Pai, por meio do seu Filho, no Espírito Santo.
É a grande congregação dos filhos, cuja cabeça é o próprio Jesus. Mas essa
Igreja peregrina tem suas necessidades: precisa bancar seu apostolado, seu
serviço missionário, pagar contas de água e luz, manter e construir novas
edificações, formar seus ministros... só para lembrar alguns itens da longa
lista de suas necessidades. E quem mantém tudo isso? A contribuição financeira
dos seus filhos adultos, contribuição oferecida como louvor a Deus e como
expressão de corresponsabilidade na Casa de Deus. Coisa de gente iluminada pela
fé, gente-aprendiz do Deus providente e bom que não se deixa vencer em
generosidade.
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