É triste ter que assistir mais um caso de pedofilia entre os padres. Fico triste e envergonhado, quem não fica?! É claro que pedofilia não é um crime exclusivo de padres. A maior parte das denúncias que circulam nos meios de comunicação se refere a parentes das vítimas, padrastos, vizinhos.
Mas, há uma ênfase especial quando o caso implica um religioso, por razões que com certeza vão além da simples indignação ética. Em todo caso, denúncias que envolvem padres são dolorosas para todos os que amam e respeitam a Igreja Católica, porque implicam pessoas que representam a instituição eclesiástica e porque delas não se poderia esperar esse tipo de comportamento criminoso.
Mas, há uma ênfase especial quando o caso implica um religioso, por razões que com certeza vão além da simples indignação ética. Em todo caso, denúncias que envolvem padres são dolorosas para todos os que amam e respeitam a Igreja Católica, porque implicam pessoas que representam a instituição eclesiástica e porque delas não se poderia esperar esse tipo de comportamento criminoso.
Mas não há só razões para constrangimento. Por um lado, nos alegra o fato de vivermos em uma sociedade mais atenta aos delitos contra a dignidade humana, mais vigilante em relação à defesa dos sagrados direitos de crianças e adolescentes, entre outros. Mesmo que notemos uma tendência permissa no tocante a muitas matérias, nos orgulhamos como cidadãos de viver em uma sociedade pautada nos direitos individuais e sociais e aparelhada para fiscalizar e fazer cumprir a legislação de proteção a esses direitos.
Por outro lado, também nos alegra o fato de perceber que a Igreja Católica tem lidado adequadamente com essa problemática. Há normas claras que orientam a seleção de candidatos e a formação dos futuros padres. Nas dioceses e congregações, o assunto está regido por estritas normas de conduta, prevenção e punição em situações que se mostrem irregulares. Também estão legislados os procedimentos de atenção prioritária às vítimas e os encaminhamentos de apuração e punição civil e canônica dos envolvidos. Neste caso recente, de um padre acusado em São Paulo, trata-se de um sacerdote de quem lhe foi retirada a paróquia há dois anos e está suspenso de ordens, isto é, proibido de exercer funções sacerdotais. A comunidade por ele fundada, uma espécie de casa de assistência social, foi igualmente desautorizada pela autoridade eclesiástica, há dois anos.
A pedofilia é um crime repugnante seja ele praticado por quem quer que seja, mais ainda por um ministro sagrado, crime que precisa ser punido. É claro que não podemos condenar uma pessoa sem o devido julgamento, onde poderá exercer adequadamente o seu direito de defesa. Digo isso porque há o risco de haver denúncia vazia, difamação em muitos casos. Já pensou se alguém, por maldade, inventar que o padre de sua paróquia é pedófilo? Vai ficar todo mundo contra ele, embora ele seja inocente. Não é só fazer uma acusação, tem que haver apuração, julgamento. Nesse caso do padre do Morumbi, em São Paulo, parece que a denúncia é consistente. Mas não é sempre assim. Denúncia precisa ser apurada.
Não é difícil pensar que esses casos de abuso sexual de crianças e adolescentes ligados a religiosos acabem por minar o amor e a confiança das pessoas na Igreja de Cristo. Esse seria um desastre deplorável para a sociedade, pondo em crise suas referências éticas e morais alicerçadas no Evangelho, objeto da pregação bimilenar da Igreja. A isso poderiam nos levar esses crimes contra os menores, a exploração tendenciosa desses fatos pela imprensa e a ingenuidade de quem não souber distinguir o joio do trigo.
Pe. João Carlos Ribeiro - 05.07.2012
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