PADRE JOÃO CARLOS - MEDITAÇÃO DA PALAVRA

HORA DA MISSÃO



25 de abril de 2022

Dia do Evangelista São Marcos

EVANGELHO


Mc 16,15-20

Naquele tempo, Jesus se manifestou aos onze discípulos, 15e disse-lhes: “Ide pelo mundo inteiro e anunciai o Evangelho a toda criatura! 16Quem crer e for batizado será salvo. Quem não crer será condenado. 17Os sinais que acompanharão aqueles que crerem serão estes: expulsarão demônios em meu nome, falarão novas línguas; 18se pegarem em serpentes ou beberem algum veneno mortal não lhes fará mal algum; quando impuserem as mãos sobre os doentes, eles ficarão curados”.
19Depois de falar com os discípulos, o Senhor Jesus foi levado ao céu, e sentou-se à direita de Deus. 20Os discípulos então saíram e pregaram por toda parte. O Senhor os ajudava e confirmava sua palavra por meio dos sinais que a acompanhavam.


MEDITAÇÃO


Os discípulos então saíram e pregaram por toda parte (Mc 16, 20)

Bem no final do seu evangelho, o evangelista Marcos relata que Jesus deixou uma orientação muito clara para os seus discípulos. É quase um coroamento da narração do seu evangelho.

Na despedida de Jesus, uma orientação, um mandato, um envio. Ele volta ao Pai e deixa a sua missão com os seus discípulos. Até aquele momento, durante três anos, aquele pequeno grupo o tinha seguido, ouvido suas pregações, presenciado curas e milagres. E não só. Tinha acompanhado a perseguição à sua pessoa e à boa notícia que ele trazia. Testemunhas de sua morte, mas também testemunhas de sua ressurreição. Agora, o Senhor partia. E lhes deixava uma tarefa: continuar a sua missão.

Eles tinham uma boa notícia para anunciar ao mundo, um evangelho. A boa notícia era a de que o Pai enviou o Filho, Jesus, para a salvação de todos. E que o Filho, cheio do Espírito Santo, comunicou ao mundo, com palavras e ações, o amor libertador do Pai. O anúncio era também uma convocação: Cada um, reconhecendo o amor de Deus, acolha Jesus Cristo como caminho, para encontrar a vida.

Crer é a resposta certa a esta boa notícia, a este evangelho. Crer é acolher a pessoa de Jesus, como o Messias enviado, e acolher sua obra redentora na cruz pela qual nos chega o perdão dos nossos pecados. Crer é a condição para celebrar a graça da restauração no Batismo. Não acolher essa boa notícia, não crer, é negar-se a acolher a salvação. Assim, quem não crer permanece na sua condenação. Mas, quem crer e for batizado, será salvo.

Essa boa notícia, esse evangelho, destina-se a todos, ao mundo inteiro. Por isso, os missionários precisam levar essa notícia boa a todas as pessoas e lugares. Todos precisam tomar conhecimento disso, o evangelho precisa chegar a toda criatura.

Esse mandato missionário foi entregue aos onze, aos líderes da comunidade de Jesus. Eles são os primeiros responsáveis. Mas, não são os únicos responsáveis. A missão é de todos os discípulos do Senhor, de todos os batizados. Os onze representam a comunidade. São onze porque um traiu o Senhor e deixou este mundo. Logo depois, eles elegeram o 12º, Matias. Os doze são representantes do novo Israel, a Igreja, o povo das 12 tribos. A missão é de todos.


Guardando a mensagem

O dia de hoje dedicado a São Marcos, o evangelista, é uma boa oportunidade pra você se perguntar em que medida está realizando o mandato do Senhor, de levar o evangelho a toda criatura. Se em algum momento, você deixou-se ficar de braços cruzados, apenas observando outros realizarem o trabalho missionário, deixe isso no passado. A hora é de mutirão. Todo mundo pode ajudar. Temos que levar ao mundo o conhecimento de Jesus Cristo e do seu Evangelho. Arregace as mangas e encontre o seu espaço nesse grande mutirão.

Os discípulos então saíram e pregaram por toda parte (Mc 16, 20)

Rezando a Palavra

Senhor Jesus,
Obrigado por nos confiares a tua missão, apesar de nossas debilidades. Que ninguém de nós venha com a desculpa de não ter tempo, porque estamos em missão sempre, a toda hora, em qualquer lugar. Que ninguém de nós ache que não tem qualidades especiais para pregar a Palavra, porque a melhor pregação é o exemplo de vida. Que, na missão, ninguém queria ser maior do que os outros, porque o maior mesmo é o que serve com humildade e amor. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.


Vivendo a Palavra

Eu disse, há pouco, arregace as mangas e encontre o seu espaço nesse grande mutirão. Estou falando do mutirão da evangelização, na qual todos podemos colaborar. Atrevo-me a apresentar-lhe a AMA, a Associação Missionária Amanhecer. Nós que formamos esse grupo católico estamos empenhados na evangelização nos meios de comunicação. E se você estiver conosco, vamos poder fazer muito mais. Vou lhe deixar um link para você se inscrever na AMA. Seja bem-vindo, seja bem-vinda!

Comunicando

No próximo sábado, dia 30, em São Paulo, vou celebrar a Missa de Páscoa com associados da AMA e ouvintes do nosso programa na Rádio 9 de julho. A Missa será na Catedral da Sé, ao meio dia. Para mais informações, faça contato pelo nosso fone/whatsapp 81 3224-9284.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

SOMOS MISSIONÁRIOS DA PALAVRA E DO PERDÃO




24 de abril de 2022

2º Domingo da Páscoa

Domingo da Divina Misericórdia

EVANGELHO


Jo 20,19-31

19Ao anoitecer daquele dia, o primeiro da semana, estando fechadas, por medo dos judeus, as portas do lugar onde os discípulos se encontravam, Jesus entrou e, pondo-se no meio deles, disse: “A paz esteja convosco”.
20Depois dessas palavras, mostrou-lhes as mãos e o lado. Então os discípulos se alegraram por verem o Senhor. 21Novamente, Jesus disse: “A paz esteja convosco. Como o Pai me enviou, também eu vos envio”.
22E, depois de ter dito isso, soprou sobre eles e disse: “Recebei o Espírito Santo. 23A quem perdoardes os pecados, eles lhes serão perdoados; a quem os não perdoardes, eles lhes serão retidos”.
24Tomé, chamado Dídimo, que era um dos doze, não estava com eles quando Jesus veio. 25Os outros discípulos contaram-lhe depois: “Vimos o Senhor!” Mas Tomé disse-lhes: “Se eu não vir a marca dos pregos em suas mãos, se eu não puser o dedo nas marcas dos pregos e não puser a mão no seu lado, não acreditarei”.
26Oito dias depois, encontravam-se os discípulos novamente reunidos em casa, e Tomé estava com eles. Estando fechadas as portas, Jesus entrou, pôs-se no meio deles e disse: “A paz esteja convosco”.
27Depois disse a Tomé: “Põe o teu dedo aqui e olha as minhas mãos. Estende a tua mão e coloca-a no meu lado. E não sejas incrédulo, mas fiel”. 28Tomé respondeu: “Meu Senhor e meu Deus!” 29Jesus lhe disse: “Acreditaste, porque me viste? Bem-aventurados os que creram sem terem visto!”
30Jesus realizou muitos outros sinais diante dos discípulos, que não estão escritos neste livro. 31Mas estes foram escritos para que acrediteis que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e, para que, crendo, tenhais a vida em seu nome.

MEDITAÇÃO


Estando fechadas as portas do lugar onde os discípulos se encontravam, Jesus entrou e, pondo-se no meio deles, disse: “A paz esteja convosco” (Jo 20, 19)

O evangelho deste segundo domingo de Páscoa nos conta a história de Tomé que só creu porque tocou nas chagas de Jesus. Assim, assegurou-se que o ressuscitado era mesmo o crucificado. Esta cena nos fala da fé que precisamos ter no Senhor ressuscitado, mesmo sem nunca tê-lo visto. Jesus esteve presente em duas reuniões dos discípulos, em dois domingos seguidos, mostrando-se vivo e enviando-os em missão.

As portas estavam fechadas. E os discípulos estavam trancados em casa. Olha que interessante! Nas duas aparições, Jesus encontra os discípulos reunidos dentro de casa, com as portas trancadas. E por que? Porque estavam com muito medo, medo da perseguição que tinham movido contra Jesus e que, com certeza, os poderia atingir. Com o seu Mestre preso, condenado e executado, eles ficaram malvistos e poderiam sofrer mais do que suspeitas, grosserias e agressões. Assim, para não se exporem, estavam a portas fechadas. E o que eles estavam fazendo? O texto diz que eles estavam reunidos. Com certeza, conversavam e rezavam. Mas, com medo.

Muito interessante que os discípulos estivessem reunidos em casa. Nos primeiros tempos da Igreja, não havia templos. Nem estavam autorizados a construí-los. No livro dos Atos dos Apóstolos, está a informação de que os discípulos e convertidos, em Jerusalém, frequentavam o Templo e partiam o pão pelas casas e unidos, tomavam a refeição com alegria e simplicidade de coração (At 2). ‘Partiam o pão pelas casas’. Partir o pão é um gesto que lembra a última ceia, é um modo de se referir à celebração da Eucaristia nos primeiros tempos. E partiam o pão, em refeição, com alegria e simplicidade. Jesus também tinha valorizado muito a casa das pessoas, visitando os doentes, fazendo refeição ou reunindo as pessoas em casa. Nos primeiros séculos, a casa era o lugar de reunião dos cristãos.

Mesmo com as portas fechadas, Jesus ressuscitado entrou e se apresentou ao grupo reunido. Fez-lhe a saudação de paz. “A paz esteja com vocês!”. A paz é nova situação inaugurada na cruz: perdão para os pecadores, reconciliação com Deus. A paz é remédio para o medo e para a divisão.

Este encontro de Jesus com os discípulos nos deixa três lições maravilhosas. A primeira: Ele está presente. Por sua ressurreição, agora ele está conosco sempre. Ele lhes mostrou as mãos e o lado rasgado pela lança. Eles ficaram muito felizes por vê-lo. Na missa, sempre fazemos a saudação da paz, como ele fez, e o povo de Deus responde: “Ele está no meio de nós”. A segunda lição: Ele nos envia em missão. A morte e ressurreição de Jesus nos reconciliaram com Deus. Jesus soprou comunicando o Espírito Santo e os mandou reconciliar o povo com Deus, perdoar os seus pecados. A terceira lição é esta: Crendo, temos a vida em seu nome. Jesus reclamou com Tomé: “não seja incrédulo, mas fiel”. A fé é a nossa resposta. Trata-se de acolher a verdade que ele está vivo, presente na comunidade, reconciliando os pecadores por meio do ministério dos seus discípulos.



Guardando a mensagem.

A casa sempre foi a igreja dos cristãos, desde o tempo que não tínhamos templos. E mesmo com as igrejas, os cristãos nascem, crescem e vivem em suas igrejas domésticas. Foi assim que Jesus, no domingo da ressurreição e no domingo seguinte, se apresentou aos discípulos que estavam reunidos, numa casa, a portas trancadas. Três lições podemos guardar dessa visita de Jesus ressuscitado. Primeira: Ele está no meio de nós. Sua paz nos faz vencer o medo. Sua presença viva, permanente, entre nós é fruto da ressurreição. Segunda: Ele nos envia em missão, nos comunicando o dom do seu Espírito e dando autoridade à sua Igreja para administrar o perdão aos pecadores. A Reconciliação e o Santo Espírito são dons preciosos que nos chegam pela ressurreição. E a terceira lição: Crendo, temos a vida em seu nome. A fé nos faz reconhecer que ele está presente entre nós e nos faz povo portador da reconciliação para todos. 

Estando fechadas as portas do lugar onde os discípulos se encontravam, Jesus entrou e, pondo-se no meio deles, disse: “A paz esteja convosco” (Jo 20, 19)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
Nós te agradecemos porque estás conosco. Pela tua ressurreição, és de fato o Emanuel, o Deus conosco. O teu Santo Espírito, Senhor, atualiza a tua presença em nossa convivência, na meditação de tua Palavra, na solidariedade com os mais sofridos, em nossas celebrações. Na tua ressurreição, tu nos fazes um povo missionário portador da Palavra e do Perdão de Deus a todos os filhos pródigos. Na tua paz, vencemos o medo. Somos, agora, agentes da vida nova que começou na manhã da ressurreição. Abençoa, Senhor, nossas casas, nossas famílias, a tua Igreja. Jesus, eu confio em vós. Amém.


Vivendo a palavra

Na sua Bíblia, leia João 20,19-31, o evangelho de hoje. Participando da Missa de hoje, ouça com muita atenção e respeito as leituras da Palavra de Deus e a homilia. É Jesus mesmo nos instruindo e nos confortando.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

VÃO EVANGELIZAR O MUNDO!!!





23 de abril de 2022

Sábado da Oitava da Páscoa


EVANGELHO


Mc 16,9-15

9Depois de ressuscitar, na madrugada do primeiro dia após o sábado, Jesus apareceu primeiro a Maria Madalena, da qual havia expulsado sete demônios. 10Ela foi anunciar isso aos seguidores de Jesus, que estavam de luto e chorando.11Quando ouviram que ele estava vivo e fora visto por ela, não quiseram acreditar. 12Em seguida, Jesus apareceu a dois deles, com outra aparência, enquanto estavam indo para o campo. 13Eles também voltaram e anunciaram isso aos outros. Também a estes não deram crédito. 14Por fim, Jesus apareceu aos onze discípulos enquanto estavam comendo, repreendeu-os por causa da falta de fé e pela dureza de coração, porque não tinham acreditado naqueles que o tinham visto ressuscitado. 15E disse-lhes: “Ide pelo mundo inteiro e anunciai o Evangelho a toda criatura!”


MEDITAÇÃO


Vão pelo mundo inteiro e anunciem o Evangelho a toda criatura! (Mc 16,15)

O evangelho de Marcos, que é um pouco menor do que os outros, termina propriamente com a narrativa do túmulo vazio, no capítulo 16. Mas, depois, numa espécie de acréscimo, faz um resumo das aparições de Jesus. É esse o texto de hoje.

Jesus apareceu primeiro a Madalena e ela contou tudo aos discípulos. Mas eles não quiseram acreditar. Apareceu depois a dois deles enquanto estavam indo para o campo, um episódio parecido com o dos discípulos de Emaús ou talvez o mesmo. Eles também narraram tudo ao grupo. Mas, os discípulos também não acreditaram. Por fim, Jesus apareceu a todos eles, os onze, numa refeição. E os repreendeu por sua falta de fé e pela dureza de coração. Ainda assim, os confirmou na missão de anunciar o Evangelho a todo mundo.

A primeira coisa a considerar é como foi difícil para os discípulos acreditarem, assimilarem a ressurreição de Jesus. Certamente, por preconceito, não deram crédito ao testemunho de Madalena e das outras mulheres. Além disso, Jesus parece que estava com outra aparência quando apareceu aos dois no caminho. É que a ressurreição não é a volta de um morto, é uma nova condição de vida. Jesus venceu a morte, com a sua humanidade está agora em Deus, na esfera divina. Seu corpo é um corpo glorioso.

A segunda coisa é admirar como Jesus entrega a missão a um grupo assim de gente incrédula, de coração tão duro. Ele confiou a missão de levar o evangelho até os confins da terra a esse grupo incompleto e descrente. Incompleto, porque já não são mais 12, são 11. O traidor tinha tirado a própria vida. E tão descrente, que o próprio Jesus os repreendeu por sua falta de fé.

E que evangelho é esse a ser levado aos quatro cantos? É a boa notícia que o Pai enviou o Filho e ele entregou-se em sacrifício por todos. A boa notícia é que, por sua ressurreição, as portas do Reino foram abertas para que os que nele crerem, nele encontrem a vida eterna.


Guardando a mensagem

Ao final dessa oitava da páscoa, nos examinemos. Será que ainda não há em nós uma pontinha de incredulidade?! Mesmo diante de tantos testemunhos, cremos vagamente na ressurreição... às vezes, não percebemos que Jesus realmente está vivo e é ele que nos fala, nos guia, nos alimenta. Fala-nos pelas Escrituras. Guia-nos pelos pastores da Igreja. Alimenta-nos com a santa Eucaristia. É por meio dele que rezamos e o Pai fala conosco. É em nome dele que nos reunimos em assembleia de louvor. E é ele mesmo, por meio dos seus ministros, que preside a Santa Missa. Ele mesmo que nos perdoa os pecados, no sacramento da Confissão. Jesus está vivo. Jesus está conosco.

Vão pelo mundo inteiro e anunciem o Evangelho a toda criatura! (Mc 16,15)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
a missão que entregaste aos onze, eles a receberam em nome de todos os teus seguidores, em nome de toda a Igreja. Por tua misericórdia, a tua missão é agora de todos nós. Cada um, cada uma que renasceu em ti, pelo batismo, agora é testemunha do amor misericordioso do Pai que te enviou para nossa salvação. Sabemos, Senhor, que só poderemos ser verdadeiros anunciadores deste evangelho, se essa verdade estiver bem presente em nosso coração: Tu, Senhor Jesus, estás vivo, tu estás conosco. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.


Vivendo a palavra

Quantos discípulos estavam na pesca abundante de ontem? Resposta: Sete. Sete é o número das nações pagãs quando os hebreus chegaram em Canaã. Quando Jesus multiplicou os pães em terras pagãs, sobraram sete cestos. Sete é o número do mundo pagão que precisa ser evangelizado. A pesca milagrosa trata da evangelização no mundo.

Comunicando

Amanhã, vamos celebrar o Domingo da Divina Misericórdia. Prepare o seu domingo com a leitura do evangelho de amanhã: João 20,19-31.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

SEGUINDO AS SUAS ORIENTAÇÕES, NÃO TEM COMO DAR ERRADO



22 de abril de 2022

Sexta-feira da Oitava da Páscoa

EVANGELHO


Jo 21,1-14

Naquele tempo, 1Jesus apareceu de novo aos discípulos, à beira do mar de Tiberíades. A aparição foi assim: 2Estavam juntos Simão Pedro, Tomé, chamado Dídimo, Natanael de Caná da Galileia, os filhos de Zebedeu e outros dois discípulos de Jesus.
3Simão Pedro disse a eles: “Eu vou pescar”. Eles disseram: “Também vamos contigo”. Saíram e entraram na barca, mas não pescaram nada naquela noite. 4Já tinha amanhecido, e Jesus estava de pé na margem. Mas os discípulos não sabiam que era Jesus. 5Então Jesus disse: “Moços, tendes alguma coisa para comer?” Responderam: “Não”.
6Jesus disse-lhes: “Lançai a rede à direita da barca, e achareis”. Lançaram pois a rede e não conseguiam puxá-la para fora, por causa da quantidade de peixes. 7Então, o discípulo a quem Jesus amava disse a Pedro: “É o Senhor!” Simão Pedro, ouvindo dizer que era o Senhor, vestiu sua roupa, pois estava nu, e atirou-se ao mar.
8Os outros discípulos vieram com a barca, arrastando a rede com os peixes. Na verdade, não estavam longe da terra, mas somente a cerca de cem metros. 9Logo que pisaram a terra, viram brasas acesas, com peixe em cima, e pão. 10Jesus disse-lhes: “Trazei alguns dos peixes que apanhastes”.
11Então Simão Pedro subiu ao barco e arrastou a rede para a terra. Estava cheia de cento e cinquenta e três grandes peixes; e, apesar de tantos peixes, a rede não se rompeu. 12Jesus disse-lhes: “Vinde comer”. Nenhum dos discípulos se atrevia a perguntar quem era ele, pois sabiam que era o Senhor.
13Jesus aproximou-se, tomou o pão e distribuiu-o por eles. E fez a mesma coisa com o peixe. 14Esta foi a terceira vez que Jesus, ressuscitado dos mortos, apareceu aos discípulos.

MEDITAÇÃO


Lancem a rede à direita da barca e acharão (Jo 21,6)

A cena acontece dias após a ressurreição de Jesus. Os discípulos vão pescar e não conseguem nada naquela noite. Já de manhã, Jesus na praia deu a orientação certa: lancem a rede à direita da barca e acharão. Quase não conseguiram puxar a rede de tanto peixe, cento e cinquenta e três grandes peixes.

Os discípulos elencados no texto eram, seguramente, pescadores experientes. Tinham sido chamados a ser pescadores de pessoas, no início da atividade missionária de Jesus. Trata-se, então, não apenas de uma simples pescaria de peixes, mas da atividade missionária da Igreja, o trabalho de pescar gente que os discípulos deviam realizar após sua convivência com Jesus; trabalho que se mostraria infrutífero, sem a presença e a direção de Jesus ressuscitado. Naquela experiência no lago, sem a orientação de Jesus, não conseguiram pescar nada.

É claro, além da referência à atividade missionária que se seguiria após a ressurreição de Jesus, o texto também nos ajuda a pensar em nossa relação com o ressuscitado em outras áreas de nossa vida. Sem a presença e a orientação de Jesus, nossa pescaria pode também ser infrutífera, mesmo que sejamos experientes pescadores. Entendeu? A pescaria pode ser o seu trabalho, a sua ocupação profissional, as responsabilidades que você tem na vida. Só a presença e a orientação de Jesus ressuscitado garantem o sucesso do nosso trabalho, o êxito de nossas lutas. Muita gente já experimentou isso, talvez você também já o tenha experimentado. Longe de Deus, nossa luta é infrutífera. Há um salmo na Bíblia que deixa isso bem clarinho: “Se o Senhor não constrói a casa, em vão trabalham os construtores” (Salmo 126).

Os discípulos, com certeza, já tinham lançado a rede naquele mesmo lugar. Mas o fato de agir em obediência à vontade de Deus, à sua Palavra, é que fez a diferença. Eles deram a direção do seu empenho pastoral ao próprio Jesus. E como seria darmos a Deus a direção do nosso trabalho, de nossa família ou de nossa atividade apostólica? O evangelho já dá uma pista.

No texto de hoje, depois de uma noite de trabalho em vão, ao amanhecer, lá está ele na praia, de pé, perguntando se pescaram alguma coisa. O amanhecer é uma referência à ressurreição. Também o fato de ele estar de pé reforça a ideia da ressurreição. É nessa condição de ressuscitado, que ele nos indica a direção que devemos tomar, o que precisamos realmente fazer. Nós o vemos e o ouvimos particularmente pela oração, pela meditação da Palavra de Deus, pelos ensinamentos da sua Igreja. Precisamos, então, dar ouvidos às suas indicações, obedecer docilmente às suas orientações. Nisto, contamos com a ajuda do Santo Espírito. Ele nos ensina a ouvir e seguir Jesus.


Guardando a mensagem

A barca de Pedro é a Igreja. Os pescadores são os missionários. A pescaria é a atividade apostólica. Sem a presença do ressuscitado e sua orientação, o fracasso é certo. Isso vale também para nossa vida cristã. O trabalho sem Deus é estéril. Eles passaram a noite toda pescando e não conseguiram nada. Bastou Jesus ali na praia indicar: “lancem a rede à direita do barco e acharão”. Que bela orientação para o nosso trabalho: não deixar Jesus de fora. Trabalhar, pastorear, empreender, lutar, casar, formar-se, mas contando sempre com sua presença e em obediência à vontade de Deus. Aí não tem como dar errado.

Lancem a rede à direita da barca e acharão (Jo 21,6)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
Quando os discípulos chegaram à praia encontraram o fogo já aceso, pão e peixe assado. E aquela refeição renovou as suas forças, depois de uma noite de trabalho sem fruto e de um alvorecer tão promissor com aquela pescaria abundante. Tu, Senhor Jesus, os alimentaste com pão e peixe. Tomaste o pão e o distribuíste com eles. Essa fração do pão é o sinal da Eucaristia. Fizeste o mesmo com o peixe. Na Eucaristia, nos sentamos à tua mesa e tu nos alimentas com a tua própria vida, vida entregue na cruz e transbordante na ressurreição. Na Eucaristia, tu nos fortaleces, nos renovas as forças. Obrigado, Senhor. Dá-nos a graça de viver em comunhão contigo, dóceis aos teus ensinamentos, obedientes à vontade do Pai. Só assim, sabemos, teremos sucesso em nossos empreendimentos. Longe dos teus caminhos, nossa pescaria é um fracasso. Seja bendito teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Só para estimular a leitura do texto de hoje (João 21, 1-14), eu tenho uma pergunta pra você: Quantos discípulos estavam nessa pescaria?

Comunicando

Na Missa das 11 horas, de ontem, refletindo sobre o evangelho dos discípulos de Emaús (Lc 24), identifiquei sete experiências da ressurreição, isto é, onde e como encontramos Jesus Ressuscitado. O texto da homilia está no Blog da Meditação (www.padrejoaocarlos.com). 

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

O SENHOR JESUS VIVE E É SENHOR!


AS SETE EXPERIÊNCIAS DA RESSURREIÇÃO

Onde e como encontramos Jesus Ressuscitado


Os evangelistas e suas comunidades se esforçaram para nos comunicar a sua experiência de encontro com o Senhor Jesus ressuscitado. Lucas, no seu evangelho e nos Atos dos Apóstolos, nos deixou um belo relato desta experiência, nos contando, particularmente, a história dos discípulos de Emaús. Neste episódio, passado com cristãos comuns, discípulos que não eram apóstolos, possivelmente um casal, Cléofas e sua esposa, dá para identificar sete expressões do encontro com o Senhor Ressuscitado. São sete experiências da ressurreição de Cristo.

A primeira experiência é esta: Jesus ressuscitado está vivo e caminha conosco, escutando nossas dores e nossos dramas. Os dois estão voltando, a pé, para Emaús, no domingo da páscoa. Andam cerca de 11 km. Desencantados e tristes: é assim que Jesus os encontra no caminho. E entra na conversa, escutando com atenção toda a sua história. Eles não se dão conta ainda de que o peregrino é o próprio Jesus. Mas, estão fazendo experiência da ressurreição. A Escuta é lugar de encontro com o Senhor Ressuscitado.

A segunda experiência é esta: Jesus ressuscitado caminha conosco, nos ajudando a ler os acontecimentos com a luz das Escrituras. Ele comenta o que a Lei de Moisés, os Profetas e os Salmos falavam sobre o caminho do Messias, servo de Deus, provado no sofrimento. O coração dos dois discípulos como que ‘ardem’ com o vigor que a palavra lhes comunica. A Palavra é lugar de encontro com o Senhor Ressuscitado.


E esta é a terceira experiência da ressurreição: Jesus ressuscitado é acolhido por nós, nos pobres, nos peregrinos. Está entardecendo e eles insistem para que ele fique e se hospede em sua casa. Estão assim exercitando a caridade, a hospitalidade tão recomendada pela tradição do seu povo. “Quando você acolhe o peregrino, está me acolhendo. Quando você dá pão a quem tem fome, está me alimentando”, tinha ensinado o Mestre. A Caridade é lugar de encontro com o Senhor Ressuscitado.

A quarta experiência da ressurreição: Jesus ressuscitado continua oferecendo-se em sacrifício em nosso favor, pela nossa salvação. Sentado à mesa, ele repete os gestos da multiplicação dos pães no deserto e, especialmente, da última ceia. Toma o pão, dá graças, parte o pão e o entrega aos discípulos. É o sinal da Eucaristia. Na Missa, a ceia eucarística, renova-se o sacrifício redentor de Cristo em favor da humanidade. Nesta hora, os discípulos, sentados à mesa da ceia, com os olhos da fé, reconhecem a presença do ressuscitado. A Eucaristia é lugar privilegiado de encontro com o Senhor Ressuscitado.

Mas há uma quinta experiência, onde os discípulos encontram o Senhor: Jesus ressuscitado nos acolhe em nossa volta à comunidade. Os dois discípulos retornaram, às presas, à comunidade com a boa notícia. A comunidade dá testemunho de que o Senhor se apresentou a Pedro e aos apóstolos, confirmando-os na fé e na missão. O próprio Senhor se apresenta na reunião. A Comunidade, a Igreja, é lugar do encontro com o Senhor Ressuscitado.

E há ainda uma sexta experiência: Jesus ressuscitado é anunciado por nós a todas as nações. Ele nos deixa a tarefa de anunciar a todos, em seu nome, a conversão e o perdão dos pecados. No livro dos Atos, vemos Pedro realizando isto, em nome da comunidade: “Deus enviou Jesus ressuscitado para abençoar vocês, na medida em que cada um se converta de suas maldades.” A Evangelização é lugar do encontro com o Senhor Ressuscitado.

E, finalmente, há uma sétima experiência de Jesus ressuscitado: Nós somos as testemunhas de Cristo Jesus ressuscitado. Testemunhamos que Jesus, enviado pelo pai, foi rejeitado e morto, mas, pelo poder de Deus, está vivo e ressuscitado, comunicando-nos a vida de Deus. Na força de sua ressurreição, vidas são restauradas, os paralíticos pulam de alegria, os pobres são evangelizados. Pedro, ao entrar no templo, diz ao coxo: “Ouro e prata não tenho, mas o que tenho te dou: em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, levanta-te e anda”. O Testemunho é lugar de encontro com o Senhor Ressuscitado. Somos testemunhas de que a força da ressurreição está fazendo novas todas as coisas.

Recife, 21.04.2022

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

SOMOS TESTEMUNHAS DA RESSURREIÇÃO



21 de abril de 2022

Quinta-feira da Oitava da Páscoa

EVANGELHO


Lc 24,35-48

Naquele tempo, 35os discípulos contaram o que tinha acontecido no caminho, e como tinham reconhecido Jesus ao partir o pão. 36Ainda estavam falando, quando o próprio Jesus apareceu no meio deles e lhes disse: “A paz esteja convosco!”
37Eles ficaram assustados e cheios de medo, pensando que estavam vendo um fantasma. 38Mas Jesus disse: “Por que estais preocupados, e por que tendes dúvidas no coração? 39Vede minhas mãos e meus pés: sou eu mesmo! Tocai em mim e vede! Um fantasma não tem carne, nem ossos, como estais vendo que eu tenho”.
40E dizendo isso, Jesus mostrou-lhes as mãos e os pés. 41Mas eles ainda não podiam acreditar, porque estavam muito alegres e surpresos. Então Jesus disse: “Tendes aqui alguma coisa para comer?” 42Deram-lhe um pedaço de peixe assado. 43Ele o tomou e comeu diante deles. 44Depois disse-lhes: “São estas as coisas que vos falei quando ainda estava convosco: era preciso que se cumprisse tudo o que está escrito sobre mim na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos”.
45Então Jesus abriu a inteligência dos discípulos para entenderem as Escrituras, 46e lhes disse: “Assim está escrito: o Cristo sofrerá e ressuscitará dos mortos ao terceiro dia 47e no seu nome, serão anunciados a conversão e o perdão dos pecados a todas as nações, começando por Jerusalém. 48Vós sereis testemunhas de tudo isso”.

MEDITAÇÃO


Vejam minhas mãos e meus pés: sou eu mesmo! (Lc 24, 39)

Não foi fácil para os discípulos assimilarem o fato histórico da ressurreição de Jesus. Nem de longe, estavam esperando que isso acontecesse. Mesmo que Jesus tenha falado disto com os doze, explicado várias vezes que ele seria vítima de uma morte dolorosa e ressuscitaria ao terceiro dia, não estava no horizonte deles tudo o que aconteceu. Consideremos também que a ressurreição de Jesus não foi como a de Lázaro, em que o morto ficou vivo de novo e continuou sua vida normal, morrendo no tempo certo. A ressurreição de Jesus foi algo completamente novo e diferente.

O fato de os discípulos estranharem tanto, por um lado, foi bom para alguém não acusar que a ressurreição tenha sido uma saída honrosa que eles arrumaram para o aparente fracasso do seu Mestre. No evangelho lido hoje, vemos Jesus tentando convencê-los de que é ele mesmo. E isso, é claro, está valendo pra nós. Nós também não temos ideia do que seja mesmo a ressurreição de Jesus e a nossa ressurreição com ele.

Quando a comunidade dos discípulos estava reunida, e os discípulos de Emaús estavam contando como eles tinham se encontrado com o Senhor Ressuscitado, ele mesmo apareceu no meio deles e lhes fez a saudação de paz. Eles ficaram assustados, com medo, cheios de dúvida, pensando que era um fantasma. Jesus mostrou-lhes as mãos e os pés. Neles, estavam os sinais da crucificação. “Vejam minhas mãos e meus pés. Eu não sou um fantasma. Toquem em mim. Um fantasma não tem carne, nem osso”. Mesmo assim, eles ainda continuavam duvidando. Então, Jesus pediu algo para comer. Deram-lhe um pedaço de peixe assado e ele comeu à vista de todos.

Essa é a primeira lição da ressurreição. Jesus não é um fantasma. Não é alguém que voltou do mundo dos mortos e está perambulando por aí. É ele mesmo, vivo, saudável, com um corpo glorioso, mas numa nova situação, situação difícil de se entender e de se explicar. E é bom a gente tentar captar alguma coisa porque essa é a nova condição que alcançaremos, se estivermos em comunhão com Cristo. Ele foi o primeiro, é o primogênito de muitos irmãos, como diz São Paulo. Nós vamos atrás dele.

Jesus venceu definitivamente a morte. Não levantou-se da morte para continuar vivendo biologicamente a mesma vida. Foi elevado a um novo patamar de existência. É a vida plena em Deus. É a existência em Deus. Não é um espírito vagando por aí, como alguém poderia pensar. Ele tem um corpo. Seu corpo está marcado pelas chagas da crucificação, ele pode ser visto, ouvido, tocado e, nessa passagem, mostrou que também pode se alimentar. Tem um corpo, um corpo glorioso com que ele entrou na sala com as portas fechadas. Agora, sim, ele pode estar conosco até à consumação dos séculos, como nos prometeu. A primeira lição é essa: ele não é um fantasma, nem uma aparição de alguém que voltou do mundo dos mortos.

A segunda lição a ser assimilada está na explicação do próprio Jesus nessa cena. Tudo isso é cumprimento do que está escrito nos livros de Moisés, nos Profetas e nos Salmos, isto é, nas Escrituras Sagradas. Sua morte e sua ressurreição são a realização das promessas de Deus, como se pode ler nas Escrituras. O que Deus prometeu? Vida plena, a vitória completa do seu servo. Seu servo não conheceria a corrupção da carne, como diz o salmo 16.

A terceira lição a ser assimilada por nós, como o foi para a primeira geração dos discípulos, é que a força da ressurreição nos faz testemunhas e anunciadores de sua obra. A conversão e o perdão dos pecados serão anunciados a todos os povos, em seu nome, por nós.


Guardando a mensagem

Falamos de ressurreição, mas não entendemos ainda bem o que seja. Ela já aconteceu em Jesus. É uma mudança radical no nosso ser biológico e espiritual. Pela ressurreição, entraremos na esfera divina, ultrapassando os limites de espaço e tempo. A nossa alma já foi criada imortal, mas faltava essa plenificação em Deus. Pela ressurreição, teremos também um corpo transformado. Jesus é o primogênito da grande família dos filhos de Deus que vai à nossa frente. Ele não é um fantasma, uma aparição. Ele levou para a esfera de Deus a nossa própria humanidade. Essa novidade que irrompeu na história pela ressurreição ao terceiro dia era já uma promessa na história e nos livros santos do povo de Deus. Nós agora somos testemunhas de tudo isso, levando ao mundo o anúncio da salvação em Cristo, pelo perdão dos pecados que ele alcançou por sua morte e ressurreição.

Vejam minhas mãos e meus pés: sou eu mesmo! (Lc 24, 39)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
queremos compreender um pouco mais da tua ressurreição e da nossa ressurreição contigo. Não se trata de um jogo de palavras, mas de uma realidade que nos ultrapassa, que só pode ser acolhida na fé. Não nascemos para a morte, nascemos para a vida, para a plenitude. É a nossa vocação de seres criados à imagem e semelhança de Deus. Em ti, Senhor Jesus, já vemos a realização plena do ser humano. Sendo Deus, tu te fizeste humano. Estavas já na glória com o Pai e o Santo Espírito. Mas, agora, estás também como humano. Em ti, contemplamos nossa condição humana glorificada, em Deus. Aspiramos a isso. Sonhamos com isso. Estamos vocacionados para a completa realização, como filhos de Deus. Continua, Senhor, a ser para nós, caminho, verdade e vida. Que em nossos sofrimentos, em nossas pelejas humanas nos sustente a certeza da completa vitória que a tua ressurreição nos assegura. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Recomende, em oração, a Jesus ressuscitado as pessoas suas conhecidas que estejam em situação de aflição e sofrimento, pedindo que a luz da Ressurreição ilumine suas vidas..

Comunicando

Hoje, quinta-feira da oitava pascal, temos a nossa Missa de Páscoa, às 11 horas, com ouvintes e associados. E você nos acompanha pelo rádio e pelas nossas redes sociais.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

ELES RECONHECERAM JESUS AO PARTIR O PÃO



20 de abril de 2022

Quarta-feira da Oitava da Páscoa

EVANGELHO


Lc 24,13-35

13Naquele mesmo dia, o primeiro da semana, dois dos discípulos de Jesus iam para um povoado chamado Emaús, distante onze quilômetros de Jerusalém. 14Conversavam sobre todas as coisas que tinham acontecido.
15Enquanto conversavam e discutiam, o próprio Jesus se aproximou e começou a caminhar com eles. 16Os discípulos, porém, estavam como que cegos, e não o reconheceram. 17Então Jesus perguntou: “Que ides conversando pelo caminho?” Eles pararam, com o rosto triste, 18e um deles chamado Cléofas, lhe disse: “Tu és o único peregrino em Jerusalém que não sabe o que lá aconteceu nestes últimos dias?”
19Ele perguntou: “Que foi?” Os discípulos responderam: “O que aconteceu com Jesus, o Nazareno, que foi um profeta poderoso em obras e palavras, diante de Deus e diante de todo o povo. 20Nossos sumos sacerdotes e nossos chefes o entregaram para ser condenado à morte e o crucificaram. 21Nós esperávamos que ele fosse libertar Israel, mas, apesar de tudo isso, já faz três dias que todas essas coisas aconteceram! 22É verdade que algumas mulheres do nosso grupo nos deram um susto. Elas foram de madrugada ao túmulo 23e não encontraram o corpo dele. Então voltaram, dizendo que tinham visto anjos e que estes afirmaram que Jesus está vivo. 24Alguns dos nossos foram ao túmulo e encontraram as coisas como as mulheres tinham dito. A ele, porém, ninguém o viu”.
25Então Jesus lhes disse: “Como sois sem inteligência e lentos para crer em tudo o que os profetas falaram! 26Será que o Cristo não devia sofrer tudo isso para entrar na sua glória?” 27E, começando por Moisés e passando pelos Profetas, explicava aos discípulos todas as passagens da Escritura que falavam a respeito dele.
28Quando chegaram perto do povoado para onde iam, Jesus fez de conta que ia mais adiante. 29Eles, porém, insistiram com Jesus, dizendo: “Fica conosco, pois já é tarde e a noite vem chegando!” Jesus entrou para ficar com eles. 30Quando se sentou à mesa com eles, tomou o pão, abençoou-o, partiu-o e lhes distribuía.
31Nisso os olhos dos discípulos se abriram e eles reconheceram Jesus. Jesus, porém, desapareceu da frente deles. 32Então um disse ao outro: “Não estava ardendo o nosso coração quando ele nos falava pelo caminho, e nos explicava as Escrituras?” 33Naquela mesma hora, eles se levantaram e voltaram para Jerusalém onde encontraram os Onze reunidos com os outros. 34E estes confirmaram: “Realmente, o Senhor ressuscitou e apareceu a Simão!” 35Então os dois contaram o que tinha acontecido no caminho, e como tinham reconhecido Jesus ao partir o pão.

MEDITAÇÃO


Não estava ardendo o nosso coração quando ele nos falava pelo caminho e nos explicava as Escrituras? (Lc 24, 32)

Lucas, capítulo 24. Dois discípulos, passados os três dias do sepultamento, estão voltando pra casa. Os dois vão conversando pelo caminho, na maior tristeza. Eles estão tão cegos que não reconhecem Jesus ressuscitado que caminha e conversa com eles. Esse peregrino pergunta o que estava acontecendo. Eles contam o que tinha acontecido com Jesus de Nazaré em Jerusalém, sua prisão, morte de cruz e sepultamento. E o peregrino vai explicando como, nas Escrituras, estava claro que o Messias iria sofrer muito. Chegam ao seu povoado de Emaús e eles oferecem hospedagem ao peregrino. Como estava ficando tarde, eles acharam mais seguro que ele dormisse por ali mesmo. Na hora do jantar, o hóspede toma o pão e faz os mesmos gestos da multiplicação dos pães e da última ceia. É aí que seus olhos se abrem. Eles o reconhecem. O peregrino é Jesus e ele está ali, vivo, ressuscitado. Aí eles retornam à Jerusalém, de onde tinham vindo. Reencontram a comunidade dos discípulos e discípulas. Contam o que tinha acontecido e ficam sabendo que Jesus tinha aparecido também a Pedro. Estava todo mundo contente, muito feliz mesmo.

Você viu? Os dois estavam como cegos. Eles ficaram desencantados com a morte e o sepultamento de Jesus. Naquele domingo (o mesmo da ressurreição), eles largaram a comunidade e voltaram pra casa. E nem reconheceram Jesus, o peregrino que andara com eles pelo caminho. Mas, chegou uma hora em que eles o viram claramente. E voltaram para a comunidade, com o maravilhoso testemunho de que Jesus está vivo, ressuscitado. Eles o encontraram no caminho.

Podemos perceber cinco passos ou etapas nesse caminho de superação da cegueira. Jesus perguntou o que estava acontecendo. Eles contaram tudo o que aconteceu com Jesus, tim-tim por tim-tim. É o passo da ATENÇÃO À REALIDADE, o primeiro passo. Partir do que lhe está acontecendo. É a sua história, os acontecimentos, o que está lhe causando apreensão neste momento.

Jesus saiu explicando como nas Escrituras aparecia o projeto de Deus de um messias-servo. O coração deles ardia, nesse momento. É o passo da ILUMINAÇÃO DA PALAVRA DE DEUS, o segundo passo. Não basta saber o que está acontecendo, é preciso acolher o que Deus nos revela, como o projeto de Deus vai se realizando em nossa história.

Quando chegaram ao povoado, estava já tarde, eles o acolheram em casa. Puseram em prática o ensinamento de Jesus: “Eu era peregrino e vocês me acolheram”. Este é o terceiro passo do caminho: a VIVÊNCIA DA CARIDADE, amar como Jesus amou. Não dá pra chorar na crucificação de Jesus e não sentir a dor do irmão que caminha ao seu lado. A caridade tem nome nessa pandemia: solidariedade, responsabilidade com a saúde e a fome dos outros.

Em casa, chegou a hora de se sentarem ao redor da mesa para o jantar. Jesus fez igualzinho como na ceia de páscoa (a última ceia): tomou o pão, deu graças, partiu e o entregou a eles. É a CELEBRAÇÃO DA EUCARISTIA, o quarto passo. Na Santa Missa, como chamamos a Eucaristia, fazemos memória da morte e ressurreição do Senhor Jesus. Nós experimentamos a sua presença na comunidade, na palavra e no pão, fortalecendo nossa comunhão com ele e com os irmãos. De maneira especial, sua presença é real no sacramento do pão e do vinho. Foi nesse momento que seus olhos se abriram. Experimentaram claramente que o crucificado está vivo e vitorioso.

Naquela mesma noite, eles voltaram para Jerusalém, para a comunidade. Lá receberam o testemunho de que o Senhor tinha aparecido a Simão e deram o testemunho de que o encontraram no caminho. É o passo da PARTICIPAÇÃO NA COMUNIDADE, o quinto passo. Conhecer, crer, amar, celebrar e integrar-se à comunidade cristã.

Não estava ardendo o nosso coração quando ele nos falava pelo caminho e nos explicava as Escrituras? (Lc 24, 32)


Rezando a palavra

Senhor Jesus,
sabemos, Senhor, na tua ressurreição, Deus está fazendo novas todas as coisas. Senhor, cura as nossas cegueiras. Caminha conosco, por meio de teus catequistas e evangelizadores, nos ajudando a compreender as Escrituras e crer em ti. Que eles nos ajudem a amar e servir os sofredores, com quem foste solidário até à morte de cruz. Que pela participação na Santa Missa, renovemos a nossa comunhão contigo e com os irmãos de nossas comunidades. Com eles, queremos carregar nossa cruz como teus discípulos e discípulas, na esperança e na fé. Seja o teu santo nome bendito, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Seria muito proveitoso você ler o texto da Meditação de hoje, assim poderá rever melhor os cinco passos da superação da cegueira. Para chegar ao texto, é só clicar no link que estou lhe enviando.

Comunicando

Num certo ano, eu estive em Varginha, MG, ajudando numa Semana Santa. O pároco tinha me encarregado, entre outros, do Sermão do Descimento (cerimônia de descimento da cruz, antes da procissão do Senhor Morto) e da pregação da Missa da Páscoa. No domingo, o evangelho seria a história dos discípulos de Emaús. Eu estava preparando a homilia, quando me veio a inspiração desta canção que você alguma vez já cantou na Missa: FICA CONOSCO, SENHOR. Vou deixar a letra e o áudio no blog da Meditação. É só você seguir o link.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb


FICA CONOSCO, SENHOR




Andavam pensando tão tristes
De Jerusalém a Emaús
Os dois seguidores de Cristo
Logo após o episódio da cruz
Enquanto assim vão conversando
Jesus se chegou devagar
De que vocês estão palestrando?
E ao Senhor não puderam enxergar

Fica conosco, Senhor!
É tarde e a noite já vem!
Fica conosco Senhor
Somos teus seguidores também

Não sabes então forasteiro
Aquilo que aconteceu?
Foi preso Jesus Nazareno
Redentor que esperou Israel
Os chefes a morte tramaram
Do santo profeta de Deus
O justo foi crucificado
A esperança do povo morreu

Três dias enfim se passaram
Foi tudo uma doce ilusão
Um susto as mulheres pregaram
Não encontraram seu corpo mais não
Disseram que Ele está vivo
Que disso souberam em visão
Estava o sepulcro vazio
Mas do Mestre ninguém sabe não

Jesus foi então relembrando
Pro Cristo na glória entrar
Profetas já tinham falado
Sofrimentos devia enfrentar
E pelo caminho afora
Ardia-lhes o coração
Falava-lhes das Escrituras
Explicando a sua missão

Chegando afinal ao destino
Jesus fez que ia passar
Mas eles demais insistiram
Vem, Senhor, vem conosco ficar
Sentado com eles à mesa
Deu graças e o pão repartiu
Dos dois foi tão grande a surpreso
Jesus Cristo, o Senhor, ressurgiu

UMA COMUNIDADE CHAMADA MADALENA


19 de abril de 2022

Terça-feira da Oitava da Páscoa

EVANGELHO


Jo 20,11-18

Naquele tempo, 11Maria estava do lado de fora do túmulo, chorando. Enquanto chorava, inclinou-se e olhou para dentro do túmulo. 12Viu, então, dois anjos vestidos de branco, sentados onde tinha sido posto o corpo de Jesus, um à cabeceira e outro aos pés. 13Os anjos perguntaram: “Mulher, por que choras?” Ela respondeu: “Levaram o meu Senhor e não sei onde o colocaram”. 14Tendo dito isto, Maria voltou-se para trás e viu Jesus, de pé. Mas não sabia que era Jesus. 15Jesus perguntou-lhe: “Mulher, por que choras? A quem procuras?” Pensando que era o jardineiro, Maria disse: “Senhor, se foste tu que o levaste dize-me onde o colocaste, e eu o irei buscar”.
16Então Jesus disse: “Maria!” Ela voltou-se e exclamou, em hebraico: “Rabuni” (que quer dizer: Mestre). 17Jesus disse: “Não me segures. Ainda não subi para junto do Pai. Mas vai dizer aos meus irmãos: subo para junto do meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus”. 18Então Maria Madalena foi anunciar aos discípulos: “Eu vi o Senhor!”, e contou o que Jesus lhe tinha dito.

MEDITAÇÃO


Então Maria Madalena foi anunciar aos discípulos: “Eu vi o Senhor!” (Jo 20, 18)

Madalena não é só uma personagem da história de Jesus. Ela, com certeza, é uma representante da primeira comunidade cristã. Nesse texto, ela pode estar representando a própria comunidade dos seguidores de Jesus, nos seus inícios. Quem é Madalena? Uma discípula. Uma pessoa resgatada por Jesus. Marcos e Lucas relatam que Jesus a libertou de sete demônios. Lucas relata que um grupo de mulheres andava com Jesus, várias delas libertadas de enfermidades ou de espíritos maus. Afinal, o que era a comunidade cristã, senão um grupo de pessoas resgatadas por Jesus da doença, da opressão da Lei, da exclusão social, do pecado? É isso que é a Igreja, o povo redimido, lavado do pecado no Batismo. Um povo de pecadores restaurados na graça de Deus, uma comunidade chamada Madalena.

A cena mostra sete passos da caminhada que a comunidade fez até descobrir que Jesus havia ressuscitado e anunciá-lo abertamente. Madalena representa a comunidade. Olha os passos... 1º. Ela vai ao túmulo, ainda escuro. 2º. Ela vê que a pedra foi retirada do túmulo. 3º. Ela sai correndo para avisar que tiraram o corpo de Jesus. 4º. Ela vê dois anjos vestidos de branco sentados no lugar do corpo. 5º. Ela vê Jesus de pé, achando que ele era o jardineiro. 6º. Ela reconhece Jesus ao ouvi-lo chamar seu nome. 7º. Ela vai anunciar aos discípulos: Eu vi o Senhor. Sete passos de Madalena, sete passos da comunidade cristã na descoberta de Jesus ressuscitado.

Veja que, no começo, tudo está meio em trevas. São os primeiros passos. Foi ao túmulo, quando ainda estava escuro, diz o texto. Esse é começo de nossa caminhada de fé, não é verdade? Muita gente hoje só vê a morte de Jesus. Não é à toa que a sexta-feira da paixão reúne mais gente que o sábado de aleluia. Nesse texto, as palavras ‘túmulo’ e ‘choro’ se repetem várias vezes. O começo é ainda a escuridão da noite da dor, do sofrimento. A primeira descoberta é que o túmulo está aberto. Um pouco mais adiante, percebe que o túmulo está vazio. É o segundo passo. Pressente alguma coisa, mas sem entender a sua profundidade. No terceiro passo, ela vai, aflita, comunicar aos discípulos que roubaram o corpo de Jesus. Ainda não tem a visão da fé. Depois, no quarto passo, vem o encontro com a tradição da fé que pode iluminar a compreensão da comunidade. Qual é, no fundo, o drama? Pelo pecado, fomos expulsos do paraíso. Conta o livro do Gênesis, que ficaram dois anjos na porta do Éden para não deixar ninguém entrar. Mas, Jesus veio para reabrir as portas do paraíso, da graça de Deus. Com ele, chegou o Reino de Deus. Os dois anjos estão ali, perguntando se ainda há razões para chorar. Da escuridão para a luz ... é este o caminho de Madalena, o caminho da comunidade. Bom, até aqui foram quatro passos.

Prosseguindo um pouco mais - é o quinto passo - ela encontra Jesus. Ela o encontra, mas pensa que é o jardineiro e quer saber onde ele colocou o morto. Está perto de Jesus, mas não o encontrou de verdade. Olha que tem muita gente nesse ponto! Mas, olha o sexto passo: ela voltou-se ao ouvir o seu nome, pronunciado por Jesus. É aqui que o laço se desata: em sentir-se conhecida e amada por Jesus. Aí o coração finalmente encontra o Mestre. E é aí que o discípulo se torna missionário. ‘Vai dizer aos meus irmãos que eu vou subir para o meu Pai e vosso Pai’... disse Jesus, é a missão. E o sétimo passo é esse mesmo: anunciar aos outros “Eu vi o Senhor!”


Guardando a mensagem

Madalena é uma discípula de Jesus. É uma mulher resgatada pelo amor de Cristo, como nós que fomos restaurados como novas criaturas, no batismo. Podemos pensar que, nesse texto, ela esteja representando a comunidade cristã, a de ontem e as de hoje. Podemos ver neste evangelho, os sete passos ou melhor o caminho da comunidade que aos poucos vai assimilando a obra redentora de Jesus, realizada por sua morte e ressurreição. Da escuridão inicial (a não compreensão, a falta de fé), cada discípulo vai progredindo passo a passo, passando pela luz da Palavra de Deus, até chegar a um encontro pessoal com o Senhor e se tornar seu missionário, anunciador de sua vitória sobre o mundo.

Então Maria Madalena foi anunciar aos discípulos: “Eu vi o Senhor!” (Jo 20, 18)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
no evangelho de hoje, contemplamos, em Madalena, a caminhada que cada um de nós vai fazendo para te encontrar e te anunciar aos irmãos. No começo, ela viu que a pedra foi retirada do túmulo. Foi uma primeira descoberta. Depois, ela viu que o túmulo estava vazio. Foi aí que ela viu os anjos de branco, a Palavra de Deus ajudando a enxergar melhor e ver que as portas do paraíso foram reabertas. Finalmente, tendo te encontrado, ela pode ser tua testemunha: Eu vi o Senhor! Ajuda-nos, Jesus, a não ficar marcando o passo, mas progredir no conhecimento da verdade, para que ela nos ilumine e com ela possamos iluminar os outros. Tu és o caminho, a verdade, a vida. Amém.

Vivendo a palavra

No seu caderno espiritual, anote os sete passos de Madalena. Eles são os sete passos do seu próprio crescimento em Cristo.

Comunicando

Hoje, terça-feira, é dia do programa ENCONTROS no meu canal do Youtube. O programa começa às 20 horas e eu já estou lhe enviando o link pra você participar do nosso programa de Páscoa. 

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

AS MARCAS DO TEMPO DA RESSURREIÇÃO





18 de abril de 2022

Segunda-feira da Oitava da Páscoa

EVANGELHO


Mt 28,8-15

Naquele tempo, 8as mulheres partiram depressa do sepulcro. Estavam com medo, mas correram com grande alegria, para dar a notícia aos discípulos. 9De repente, Jesus foi ao encontro delas, e disse: “Alegrai-vos!” As mulheres aproximaram-se, e prostraram-se diante de Jesus, abraçando seus pés.
10Então Jesus disse a elas: “Não tenhais medo. Ide anunciar a meus irmãos que se dirijam para a Galileia. Lá eles me verão”. 11Quando as mulheres partiram, alguns guardas do túmulo foram à cidade, e comunicaram aos sumos sacerdotes tudo o que havia acontecido. 12Os sumos sacerdotes reuniram-se com os anciãos, e deram uma grande soma de dinheiro aos soldados, 13dizendo-lhes: “Dizei que os discípulos dele foram durante a noite e roubaram o corpo, enquanto vós dormíeis. 14Se o governador ficar sabendo disso, nós o convenceremos. Não vos preocupeis”.
15Os soldados pegaram o dinheiro, e agiram de acordo com as instruções recebidas. E assim, o boato espalhou-se entre os judeus, até o dia de hoje.

MEDITAÇÃO


As mulheres correram, com grande alegria, para dar a notícia aos discípulos (Mt 28,8).

Segunda-feira da oitava da páscoa. Acabamos de celebrar o domingo da ressurreição e a grande alegria dessa solenidade se estende por oito dias, a oitava de Páscoa.

E você, passou bem a semana santa? Está conseguindo sintonizar com a alegria que está no nosso coração: a alegria de quem crê, o júbilo de quem encontrou Jesus ressuscitado?

No evangelho de hoje, Maria Madalena e outra Maria vão ao sepulcro, no domingo, cedinho. E elas têm uma grande surpresa. O anjo do Senhor remove a pedra do túmulo e lhes diz que Jesus não está mais ali. E que elas avisem aos discípulos que ele ressuscitou. As duas Marias partem depressa do sepulcro para avisar a Pedro e seus companheiros. Aí, elas têm uma segunda surpresa: o próprio Jesus vem ao encontro delas. “Alegrem-se”, disse ele. E elas se prostram e se abraçam com Jesus. Ele lhes diz que não tenham medo e que vão avisar aos discípulos para eles irem para a Galileia. Lá eles o encontrarão.

Os soldados que montavam guarda no túmulo de Jesus também vêem o anjo que removeu a pedra e ficam com muito medo. Alguns vão logo contar o acontecido às autoridades de Jerusalém. Os chefes do Templo combinam de dar uma grande quantia em dinheiro aos soldados para eles darem outra versão ao ocorrido. Os soldados então espalham que os discípulos de Jesus roubaram o seu corpo.

A ressurreição de Jesus foi uma boa notícia para os discípulos, para as mulheres que o seguiam, para o povo que o amava. A ressurreição de Jesus foi uma má notícia para os sumo-sacerdotes e anciãos do Templo de Jerusalém, para os seus opositores e para as forças que o executaram.

No caso das mulheres, a ressurreição foi motivo de encorajamento, alegria e disponibilidade para a Missão. Tanto o anjo como Jesus lhes disseram que não tivessem medo. Vencer o medo foi a primeira reação das mulheres. A segunda reação foi a alegria que tomou conta do coração delas. O próprio Jesus as convidou a alegrarem-se. E, diante da missão recebida, de comunicar aos discípulos a boa nova, elas moveram-se com presteza, com disponibilidade. Partiram depressa.


Guardando a mensagem

Estas são as três atitudes que precisamos cultivar nestes dias da Páscoa do Senhor: a coragem, a alegria e a disponibilidade para a missão. Vencer o temor, pela certeza de que Deus está ao lado dos sofredores e lhes dá vitória. Encher o coração de alegria pela nossa participação na vitória de Cristo. E colocarmo-nos à disposição para levar essa boa notícia a outros.

Por outro lado, tomemos distância das três atitudes dos  que guardavam o túmulo: o medo, o suborno e a mentira. Ao ver o anjo removendo a pedra, os guardas ficaram morrendo de medo. Os chefes resolveram dar-lhes um bom dinheiro em troca do seu silêncio. E eles aceitaram ser subornados. E deviam espalhar uma mentira, fake news, notícias falsas, tão em moda: dizer que os discípulos roubaram o corpo, enquanto eles dormiam.

As mulheres correram, com grande alegria, para dar a notícia aos discípulos (Mt 28,8).

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
infelizmente, vemos, todo dia, muita gente, longe da vida nova que trouxeste, movendo-se nas sombras para fazer valer seus interesses, semeando medo, promovendo suborno e espalhando mentiras. Que o mal não prevaleça sobre nós, Senhor. Livra-nos do mal. Dá-nos, sim, imitar, as atitudes das mulheres que te encontraram naquela manhã de domingo: a coragem, a alegria e a disponibilidade para a missão. Assim, poderemos ser testemunhas de tua vitória e de nossa vitória contigo. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

É importante que, meditando a Palavra do Senhor, você esteja em condições de ajudar outras pessoas a sintonizarem com a esperança e a alegria que nascem da Páscoa do Senhor.

Comunicando

Mesmo no meio das dificuldades e dos problemas que você enfrenta a cada dia, deixe-se renovar interiormente pela graça da ressurreição de Cristo da qual você já participa desde o batismo. Levante a cabeça! Viva essa oitava de páscoa com o coração cheio de esperança e de   santa alegria. Feliz Páscoa!

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

A PÁSCOA É A FESTA DA NOSSA SALVAÇÃO!


17 de abril de 2022

Domingo da Páscoa da Ressurreição do Senhor

EVANGELHO


Jo 20,1-9

1No primeiro dia da semana, Maria Madalena foi ao túmulo de Jesus, bem de madrugada, quando ainda estava escuro, e viu que a pedra tinha sido retirada do túmulo.
2Então ela saiu correndo e foi encontrar Simão Pedro e o outro discípulo, aquele que Jesus amava, e lhes disse: “Tiraram o Senhor do túmulo, e não sabemos onde o colocaram”.
3Saíram, então, Pedro e o outro discípulo e foram ao túmulo. 4Os dois corriam juntos, mas o outro discípulo correu mais depressa que Pedro e chegou primeiro ao túmulo. 5Olhando para dentro, viu as faixas de linho no chão, mas não entrou.
6Chegou também Simão Pedro, que vinha correndo atrás, e entrou no túmulo. Viu as faixas de linho deitadas no chão 7e o pano que tinha estado sobre a cabeça de Jesus, não posto com as faixas, mas enrolado num lugar à parte.
8Então entrou também o outro discípulo, que tinha chegado primeiro ao túmulo. Ele viu, e acreditou.
9De fato, eles ainda não tinham compreendido a Escritura, segundo a qual ele devia ressuscitar dos mortos.

MEDITAÇÃO


No primeiro dia da semana, Maria Madalena foi ao túmulo de Jesus, bem de madrugada, quando ainda estava escuro, e viu que a pedra tinha sido retirada do túmulo (Jo 20,1)

Eu quero lhe desejar, de todo o coração: Feliz Páscoa! Jesus ressuscitado cubra de bênçãos a sua vida e esteja ao seu lado em todas as suas lutas e dificuldades.

Por que a Páscoa é tão importante? A Páscoa é a ressurreição de Jesus. Então, por que a ressurreição de Jesus é tão importante? Para responder a esta pergunta, vamos tentar identificar o que aconteceu, o que Jesus conseguiu e qual é a novidade da páscoa.

O que aconteceu? O apóstolo Pedro, na sua pregação (Atos 10), disse direitinho. Jesus, ungido por Deus, andou pela terra dos judeus pregando o Reino de Deus e libertando as pessoas do domínio do mal. As lideranças de sua gente o crucificaram, como malfeitor. Parecia que a sua morte sepultava todos os nossos sonhos, mas Deus, o Pai, o ressuscitou dos mortos, enchendo-nos de esperança. E o colocou à nossa frente como líder, como guia e juiz de todos. Com a ressurreição, começou um novo tempo para a humanidade. Foi isso que aconteceu.

O que Jesus conseguiu? Jesus desatou um nó que estava atrapalhando tudo. Jesus nos reaproximou de Deus, nos reconciliou com ele. A humanidade, desde o começo, afastou-se de Deus, pela desobediência. Esse pecado da humanidade finalmente teve conserto. Jesus, o filho de Deus, em nome dos pecadores, ofereceu sua vida em sacrifício. Foi obediente ao Pai até o fim. O seu sacrifício foi aceito por Deus que a todos ofereceu o seu perdão. Por causa de Jesus, agora podemos retornar à casa do nosso pai, como o filho pródigo. Pela ressurreição do seu filho, o Pai agora nos reconhece como seus filhos, nos dando o seu Espírito. Somos filhos e irmãos. Como disse o apóstolo Paulo, em sua carta aos Colossenses (Cl 3): “Se vocês ressuscitaram com Cristo, esforcem-se para alcançar as coisas do alto”. O nó do pecado foi desmanchado por Jesus.

Então, qual é a novidade da Páscoa? É que agora os nossos sonhos estão alicerçados em bases sólidas. É segura a nossa vitória sobre o pecado, o mal e a morte.

Pela ressurreição, agora estamos em comunhão com o nosso Deus. Ele é o nosso pai. Somos todos irmãos. A fraternidade é possível.

Na ressurreição, Deus ficou do lado dos humilhados, dos marginalizados, dos perseguidos. Ficou do lado de Jesus. O nosso sonho de justiça e de paz saiu reforçado. Nossas lutas serão vitoriosas. Um mundo novo é possível.

Pela ressurreição, a morte foi vencida. Já não é mais o nosso maior trauma. Fomos criados para a vida eterna, Jesus nos comunica a vida abundante que já começa aqui. A vitória de Jesus sobre o mal, o pecado e a morte enchem nossa vida e nossa morte de sentido.

O pecado embruteceu o homem e a mulher, tornando-nos predadores da natureza. Com a vitória de Jesus sobre o pecado, restabeleceu-se o princípio de harmonia na criação. Já podemos sonhar com um novo modo de cuidar da casa comum.

A ressurreição de Jesus, obra de Deus em favor do seu Filho e de todos os seus filhos e filhas adotivos, nos assegura a vitória do seu projeto chamado “Família” e do êxito de sua comunidade missionária chamada “Igreja”.

A Páscoa é a festa da nossa salvação!

E o que fazer para participar da Ressurreição de Cristo? Boa pergunta. Não estamos só contemplando a ressurreição do Senhor. Ressuscitamos com ele. Participamos dessa grande obra renovadora de Deus, unindo-nos a Jesus pela fé, acolhendo a vida nova pelo batismo e pondo-nos a caminho como povo de Deus, na Igreja.

Com a ressurreição, está começando a nova semana da criação, um tempo novo para a humanidade.

No primeiro dia da semana, Maria Madalena foi ao túmulo de Jesus, bem de madrugada, quando ainda estava escuro, e viu que a pedra tinha sido retirada do túmulo (Jo 20,1)

Rezando a Palavra

Senhor Jesus,
hoje, celebramos o grande mistério de tua ressurreição da morte. Depois de uma dolorosa provação, na tua paixão e morte, a última palavra foi a do amor fiel do nosso Deus: perdão para os pecadores; um novo começo para a humanidade. E este mistério de restauração e vida nova, nós o contemplamos agindo entre nós, fazendo novas todas as coisas. Estás vivo e vitorioso entre nós. A tua ressurreição está em processo nesse mundo, renovando nossas atitudes e compromissos com a vida, a justiça e a fraternidade, Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a Palavra

Hoje, claro, você vai desejar ‘feliz páscoa’ a muita gente. Ótimo. Agora, você poderia dar mais conteúdo a essa saudação de “feliz páscoa”. Diga alguma coisa a mais, acrescente alguma palavrinha para as pessoas entenderem mais sobre a páscoa. Com uma frase, você está evangelizando.

No tempo da Páscoa, no lugar do Ângelus (O anjo do Senhor anunciou a Maria) rezamos o Regina Coeli (Rainha do Céu). Estou lhe enviando essa preciosa saudação mariana, aqui, depois do texto da Meditação.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb




"Regina Coeli" (oração do meio dia no Tempo Pascal)


V. Rainha do Céu, alegrai-vos, Aleluia!
R. Porque Aquele que merecestes trazer em Vosso ventre, Aleluia!

V. Ressuscitou como disse, Aleluia!
R. Rogai por nós a Deus, Aleluia!

V. Alegrai-vos e exultai, ó Virgem Maria, Aleluia!
R. Porque o Senhor ressuscitou verdadeiramente, Aleluia!

Oremos:

Ó Deus, que Vos dignastes alegrar o mundo com a Ressurreição do vosso Filho, Nosso Senhor Jesus Cristo, concedei-nos, Vos suplicamos, a graça de alcançarmos pela protecção da Virgem Maria, Sua Mãe, a glória da vida eterna. Pelo mesmo Cristo Nosso Senhor. Amém.

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