PADRE JOÃO CARLOS - MEDITAÇÃO DA PALAVRA

FINAL DE ANO, TEMPO DE GRATIDÃO


31 de janeiro de 2020

EVANGELHO 


Jo 1,1-18

1No princípio era a Palavra, e a Palavra estava com Deus; e a Palavra era Deus. 2No princípio, estava ela com Deus. 3Tudo foi feito por ela e sem ela nada se fez de tudo que foi feito. 4Nela estava a vida, e a vida era a luz dos homens. 5E a luz brilha nas trevas, e as trevas não conseguiram dominá-la.

6Surgiu um homem enviado por Deus; seu nome era João. 7Ele veio como testemunha, para dar testemunho da luz, para que todos chegassem à fé por meio dele. 8Ele não era a luz, mas veio para dar testemunho da luz: 9daquele que era a luz de verdade, que, vindo ao mundo, ilumina todo ser humano.

10A Palavra estava no mundo – e o mundo foi feito por meio dela – mas o mundo não quis conhecê-la. 11Veio para o que era seu, e os seus não a acolheram. 12Mas, a todos que a receberam, deu-lhes capacidade de se tornar filhos de Deus, isto é, aos que acreditam em seu nome, 13pois estes não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do varão, mas de Deus mesmo.

14E a Palavra se fez carne e habitou entre nós. E nós contemplamos a sua glória, glória que recebe do Pai como Filho unigênito, cheio de graça e de verdade. 15Dele, João dá testemunho, clamando: “Este é aquele de quem eu disse: O que vem depois de mim passou à minha frente, porque ele existia antes de mim”. 16De sua plenitude todos nós recebemos graça por graça. 17Pois por meio de Moisés foi dada a Lei, mas a graça e a verdade nos chegaram através de Jesus Cristo. 18A Deus, ninguém jamais viu. Mas o Unigênito de Deus, que está na intimidade do Pai, ele no-lo deu a conhecer.


MEDITAÇÃO

E nós contemplamos a sua glória, glória que recebe do Pai como filho unigênito, cheio de graça e de verdade (Jo 1, 14)


Véspera de ano novo. Um dia de muitas tarefas e contatos. Uma noite longa, de muitas expectativas, a noite da virada de ano.
E eu vou aproveitar para lhe agradecer a acolhida diária da Meditação da Palavra, pedindo ao Senhor que, no novo ano, você continue a caminhar sob a luz de Cristo e sua Palavra. Quero também louvar a Deus pelo zelo com que você recebe e compartilha com outras pessoas a sua preciosa palavra de Salvação.
Vamos meditar a palavra de hoje na abertura do evangelho de São João. O prólogo, essa abertura solene do seu evangelho, começa com as mesmas palavras do início da Bíblia: “No princípio, era a Palavra”. A Bíblia, no livro do Gênesis, começa assim: “No princípio, Deus criou o céu e a terra”. Ao escrever assim, o evangelista está nos dizendo que, com Jesus, está começando um novo tempo. A criação, obra perfeita de Deus, teve seu ponto alto na criação do homem e da mulher. Mas, veio o pecado que desfigurou essa obra divina. Agora, chegou Jesus para levar à perfeição a obra do Criador. Ele veio nos reconciliar. A obra da redenção será a coroação da obra criadora do Pai.
Então, essa é a boa notícia, por excelência, na história da humanidade. Com Jesus, a história se acerta, é um novo começo. Essa boa notícia, que enche nossa história de esperança, já ressoou no natal. Deus mesmo veio morar com a gente. E em que isso faz a diferença? É que se há um ideal a ser seguido, ele não está mais nas nuvens, no além, nos livros, nas promessas. O ideal de humanidade ética, solidária, espiritualizada não é apenas um projeto. É uma pessoa. Os ideais de bondade, comunhão, fraternidade, justiça, verdade podem ser vistos, tocados na vida e na experiência de uma pessoa humana: Jesus de Nazaré, Deus e Homem a um só tempo. O verbo eterno que estava desde sempre ao lado do Pai entrou na história humana, solidário com todo ser humano, particularmente com o mais sofrido e desprezado.
Foi o que São João escreveu na abertura do seu evangelho: “E a Palavra se fez carne e habitou entre nós. E nós contemplamos a sua glória, glória que recebe do Pai como Filho unigênito, cheio de graça e de verdade”. Jesus é essa verdade maravilhosa de Deus ao nosso alcance, Deus que veio a nós. O inefável que se deixou tocar. Essa é a boa notícia do natal jorrando luz para iluminar essa passagem de ano, o ano novo e toda a nossa história.
Guardando a mensagem
A novidade que revolucionou a história é a presença de Jesus entre nós. Deus se fez humano, entrou em nossa história. Agora, temos um modelo, um guia, um caminho para seguir. A certa altura de sua vida humana, Jesus disse: "Eu sou o caminho, a verdade e a vida". Agora, podemos saber como é que um filho de Deus nessa terra pode manter-se em comunhão com o Pai e com os seus irmãos, ser-lhes fiel, encontrar realização e felicidade em sintonia com a vontade divina. “Vem e segue-me”. É assim que ele continua nos convidando a viver como ele, a tê-lo como regra de vida, a imitá-lo em sua vida humana de filho de Deus. Por sua obra redentora, ele nos reconcilia com Deus  e nos põe em comunhão uns com os outros. Nele, realmente tudo pode ser novo, até esse ano velho.
E nós contemplamos a sua glória, glória que recebe do Pai como filho unigênito, cheio de graça e de verdade (Jo 1, 14)

Rezando a palavra

ORAÇÃO PARA A PASSAGEM DO ANO:

Deus e Senhor nosso, 
Senhor do tempo e da eternidade, a ti, toda honra e toda glória,
Agora e para sempre.

Nós te consagramos, Senhor, todos os dias deste novo ano,
colocando sob tua proteção todos os nossos passos, propósitos, projetos e sonhos. 

Derrama agora, Pai Santo, tuas bênçãos de saúde, paz e sabedoria sobre nós, nossas famílias e todos os que amamos.

Que 2021, com a tua graça, seja de paz, de crescimento na fé e  de prosperidade para todos nós, teus filhos e filhas. 

Que em nossa vida, nos 365 dias deste novo ano,
brilhe a luz do teu filho Jesus, nosso Salvador.

A Virgem Maria, nossa mãe, diga conosco: Amém.

Vivendo a palavra
Durante este último dia do ano, reserve um tempinho para sua oração pessoal. Agradeça por todas as realizações deste ano, reconhecendo a mão de Deus em tudo na sua vida.
Outra sugestão é a oração da passagem de ano, que acabamos de rezar. Eu a estou enviando, junto com a Meditação, para você voltar a rezá-la depois da meia noite ou no dia de ano. E compartilhá-la com os seus contatos. Se não a tiver recebido, você a encontra facilmente em www.padrejoaocarlos.com.
Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

O TESTEMUNHO DE ANA


30 de dezembro de 2020

EVANGELHO



Lc 2,36-40

Naquele tempo, 36havia também uma profetisa, chamada Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser. Era de idade muito avançada; quando jovem, tinha sido casada e vivera sete anos com o marido.
37Depois ficara viúva, e agora já estava com oitenta e quatro anos. Não saía do Templo, dia e noite servindo a Deus com jejuns e orações. 38Ana chegou nesse momento e pôs-se a louvar a Deus e a falar do menino a todos os que esperavam a libertação de Jerusalém. 39Depois de cumprirem tudo, conforme a Lei do Senhor, voltaram à Galileia, para Nazaré, sua cidade. 40O menino crescia e tornava-se forte, cheio de sabedoria; e a graça de Deus estava com ele.

MEDITAÇÃO


Ana chegou nesse momento e pôs-se a louvar a Deus e a falar do menino a todos os que esperavam a libertação de Jerusalém (Lc 2, 38) 


A passagem do evangelho de São Lucas em que aparecem dois profetas idosos – Simeão e Ana – é uma verdadeira surpresa. Há, no início da história de Jesus, uma valorização clara dos idosos, das gerações mais velhas. A passagem de hoje concentra-se, particularmente, em Ana. 

Primeiro, apresenta essa idosa. E depois, diz o que ela fez de tão especial, no dia em que José e Maria levaram seu bebê para apresentá-lo no Templo. Vamos à apresentação de quem era Ana: “Havia também uma profetisa, chamada Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser. Era de idade muito avançada. Quando jovem, tinha sido casada e vivera sete anos com o marido. Depois, ficara viúva e agora já estava com oitenta e quatro anos. Não saía do Templo, dia e noite servindo a Deus com jejuns e orações”. 

Esta breve biografia de Ana está construída com sete informações. Como numa moldura, estão duas informações sobre seu papel religioso: uma profetisa judia que não saía do Templo, dia e noite servindo a Deus, com jejuns e orações. Coisa rara se encontrar na Bíblia a figura de uma mulher profetisa. Bom, tem muitas outras, tudo bem. Mas, convenhamos, são raras. E essa - maravilhemo-nos - vivia no Templo, servindo a Deus.

Outras duas informações são sobre sua idade: idosa de oitenta e quatro anos. Um número altamente simbólico. Dividindo oitenta e quatro por dois, resulta 42. 40 anos é o tempo da peregrinação no deserto que precedeu a entrada na terra prometida. Ao se referir ao número 40 ou aproximado, todo membro do povo de Deus estremecia numa só sintonia: a caminhada não fora em vão, já se estava avistando a terra da promessa. É como se dissesse: chegamos ao final de nossa viagem tão sofrida; agora, é a hora da posse dos bens que Deus nos prometeu. Ao dizer que ela estava com oitenta e quatro anos, o leitor da Bíblia fica avisado: depois de ter atravessado o deserto de tantas incertezas e sofrimentos, agora ela vai conhecer a realização das promessas de Deus. 

Duas outras informações são sobre seu estado de vida: quando jovem tinha sido casada e depois ficara viúva. Casamento é um tema frequente também no Novo Testamento. O evangelho de São João começa com o casamento de Caná. A imagem do casamento remete ao tema da Aliança. Deus fez uma aliança com Israel, do jeito de um casamento. A informação foi que quando jovem, tinha sido casada – claro, Israel celebrou seu casamento com Deus, bem nos inícios. Mas, depois ficara viúva. Verdade, a aliança foi enfraquecida e esquecida pela infidelidade de Israel. É bom lembrar que a missão de Jesus seria restaurar esses laços, reconstruir o casamento, celebrar uma nova e eterna aliança de Deus com o seu povo. 

A sétima informação é como a cereja no bolo: ela vivera sete anos com o marido. O que é que o leitor da Bíblia entende com essa informação? Vamos testar: que viveu bem ou viveu mal?... Claro, viveu bem. Sete é número perfeito. Ela foi muito feliz com seu esposo, viveu intensamente feliz aquele tempo. E o que houve? Ficou viúva, ficou sem marido. A infidelidade à aliança afastou Israel do seu Deus, do seu marido. Foi assim que Jesus encontrou o seu povo: ovelhas sem pastor, bodas sem vinho, convidados ausentes da festa do casamento. 

Guardando a mensagem

Ana, a idosa profetisa viúva pode estar representando o próprio povo de Deus. A aliança com Deus, o seu casamento feliz, se perdeu por causa de sua infidelidade. Mas, a idade de Ana, 84 anos, sugere que depois de uma longa peregrinação no deserto, chegara a hora de ingressar na terra prometida; chegara a hora da realização das promessas de Deus. E Deus tinha prometido um Salvador, alguém que restauraria definitivamente a aliança. O próprio texto nos ajuda a entender essa novidade: “Ana chegou nesse momento e põe-se a louvar a Deus e a falar do menino a todos os que esperavam a libertação de Jerusalém”. Como Simeão, ela também reconheceu, naquela criança, a realização das promessas de Deus, a chegada do prometido. E assim, louvou muito a Deus e saiu evangelizando seu povo, comunicando-lhe essa boa notícia.

Ana chegou nesse momento e pôs-se a louvar a Deus e a falar do menino a todos os que esperavam a libertação de Jerusalém (Lc 2, 38) 


Vivendo a palavra

Senhor Jesus, 
Ficamos felizes de compreender, em tua palavra de hoje, o sentido de tua vinda ao mundo. Em Simeão e Ana, vemos o teu povo abrindo os braços para te acolher. Ele, reconhecendo que Deus tinha te enviado como Luz para as Nações. Ela, reconhecendo que Deus te enviou para restaurar a aliança. És o salvador prometido a Israel, teu povo. És o salvador deste mundo que se afastou de Deus e nem mais o conhece e ama. Vieste para nos reconciliar com o nosso Criador e Pai, para nos reintegrar em nosso lugar de filhos amados, exilados daí pelo pecado. Obrigado, Senhor. Que este tempo de natal nos ajude a compreender o sentido de tua vinda. E a te acolher de todo coração. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém. 

Vivendo a palavra

Para você entender melhor a explicação de hoje, peço que você, além de ouvir, l-e-i-a esta Meditação, atentamente. Quando lhe envio a meditação, sempre faço uma pequena apresentação indicando o link para o texto. É só você clicar no link e já estará em meu blog www.padrejoaocarlos.com. É lá que está o texto. Bom proveito. 

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

A LUZ QUE DEUS MANDOU PARA ILUMINAR O MUNDO


29 de dezembro de 2020

EVANGELHO


Lc 2,22-35


22Quando se completaram os dias para a purificação da mãe e do filho, conforme a Lei de Moisés, Maria e José levaram Jesus a Jerusalém, a fim de apresentá-lo ao Senhor. 23Conforme está escrito na Lei do Senhor: “Todo primogênito do sexo masculino deve ser consagrado ao Senhor”. 24Foram também oferecer o sacrifício – um par de rolas ou dois pombinhos – como está ordenado na Lei do Senhor. 25Em Jerusalém, havia um homem chamado Simeão, o qual era justo e piedoso, e esperava a consolação do povo de Israel. O Espírito Santo estava com ele 26e lhe havia anunciado que não morreria antes de ver o Messias que vem do Senhor.
27Movido pelo Espírito, Simeão veio ao Templo. Quando os pais trouxeram o menino Jesus para cumprir o que a Lei ordenava, 28Simeão tomou o menino nos braços e bendisse a Deus: 29“Agora, Senhor, conforme a tua promessa, podes deixar teu servo partir em paz; 30porque meus olhos viram a tua salvação, 31que preparaste diante de todos os povos: 32luz para iluminar as nações e glória do teu povo Israel”.
33O pai e a mãe de Jesus estavam admirados com o que diziam a respeito dele. 34Simeão os abençoou e disse a Maria, a mãe de Jesus: “Este menino vai ser causa tanto de queda como de reerguimento para muitos em Israel. Ele será um sinal de contradição. 35Assim serão revelados os pensamentos de muitos corações. Quanto a ti, uma espada te traspassará a alma”.

MEDITAÇÃO


Senhor, meus olhos viram a tua salvação (Lc 2, 30)


Vamos acompanhar, hoje, a família de Jesus em Jerusalém. Está tudo no evangelho de Lucas. Maria e José, com o filho nos braços, estão chegando ao Templo. O que será que eles vieram fazer?

O livro do Levítico (capítulo 12) prescrevia tudo com detalhes. Dando à luz uma criança de sexo masculino, a mulher devia passar um resguardo de 40 dias. Depois desta quarentena, devia ir à Tenda de reunião da comunidade para purificar-se. A lei do AT era muito rigorosa em relação a tudo que envolvesse sangue: menstruação, parto, morte violenta, etc. Tudo isso tornava a pessoa impura e levava a rituais de purificação com holocaustos e oferendas no Templo. Então, uma das razões da vinda da família de Nazaré ao Templo de Jerusalém é a purificação de Maria.

A vinda ao Templo se explica ainda por uma segunda tradição. São normas codificadas no Livro do Êxodo, capítulo 13. Era um costume que visava manter viva a memória da libertação do Egito, onde Deus puniu os egípcios com a morte dos primogênitos. Assim, todo primogênito era consagrado a Deus. Primogênito é o primeiro filho, de gente ou de animal. Fosse animal – um carneiro, um bezerro, um jumentinho – seria sacrificado a Deus, como oferenda. Fosse gente, o primogênito seria resgatado, isso é, em lugar dele os pais ofereciam um carneirinho ou pássaros. E é isso que vieram fazer em Jerusalém: a purificação da mãe e o resgate do filho primogênito.

Observando esse jovem casal que está chegando ao Templo, com a criança nos braços, ficamos admirados como eles estão profundamente integrados na cultura religiosa do seu povo, como são cumpridores das regras da lei judaica. Por esses ritos, a sua gente reconhecia a vinda de uma criança ao mundo como uma coisa sagrada. Uma coisa que tinha a ver com Deus. E ainda reforçava a sua pertença ao povo da aliança, lembrando o compromisso da consagração do primogênito, como memória da libertação do Egito. Essa peregrinação deles à cidade santa de Jerusalém é uma forma concreta de reconhecer Deus como senhor da história e fonte da vida.

O certo é que em Jerusalém, José e Maria reconhecem sinais de Deus que os confirma na missão que assumiram, desde a anunciação do anjo. Um homem idoso muito santo, de nome Simeão, veio também ao Templo e toma o menino Jesus nos braços. E reza com todo o coração e cheio do Espírito Santo: "Agora, Soberano Senhor, podes despedir em paz o teu servo, segundo a tua palavra, porque os meus olhos viram tua salvação, que preparastes em face de todos os povos, luz para iluminar as nações e glória de teu povo, Israel".

Guardando a palavra

Maria e José estão no Templo de Jerusalém. E eles vieram fazer duas coisas muito importantes: a purificação da mãe e o resgate do filho primogênito. Como judeus piedosos, eles estão cumprindo a Lei de Moisés, com muito zelo. No Templo, têm uma surpresa. Um ancião venerável, Simeão, pede para segurar um pouco o menino e faz um impressionante louvor a Deus. Ele reconhece Jesus, como a luz que Deus mandou para iluminar o povo do mundo. E diz a Maria que uma espada irá transpassar o seu coração de mãe. De verdade, o Senhor Jesus, com a sua graça e com sua Palavra, enche nossa vida de luz. E, nós iluminados por ele, somos chamados a difundir a sua luz ao nosso redor: em casa, na vizinhança, no nosso local de trabalho, na sociedade toda.

Senhor, meus olhos viram a tua salvação (Lc 2, 30)


Rezando a palavra

Senhor Jesus,
Quando eras uma criancinha e foste levado ao Templo para a consagração dos primogênitos, o profeta Simeão te tomou nos braços e disse que tu eras a luz para iluminar as nações do mundo. Tu mesmo admitiste na presença dos teus discípulos: ‘Eu sou a luz do mundo, quem me segue não anda nas trevas’. Uma vez iluminados com a tua luz, chamaste a nossa atenção para sermos também iluminadores dos outros. Hoje, te pedimos, Senhor, que a tua luz não se apague em nossos corações e em nossa vida. E que essa luz que vem de tua Palavra, de tua presença através da Igreja e na Eucaristia seja a luz que nós refletimos para os que conosco convivem ou conosco se encontram. Seja o bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Quando nos batizamos, fomos iluminados por Cristo. A Igreja nos deu uma vela acesa para nos lembrarmos: ‘Jesus te iluminou. Com ele, serás uma luz para os outros’. O que você poderia fazer, hoje, para mergulhar mais ainda nessa verdade: ‘Jesus me iluminou. Com ele, ilumino os outros’? Posso lhe oferecer algumas sugestões. Escolha uma. Acenda uma vela (pode ser uma vela virtual). Poste uma foto do seu batizado ou do batizado do seu afilhado ou afilhada. Ilumine o seu presépio de maneira especial. Leia o evangelho de hoje. Compartilhe esta meditação. Ou invente outra coisa. Tudo para reforçar sua adesão a Cristo, a luz que Deus mandou para iluminar o mundo.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

DIA DOS SANTOS INOCENTES


28 de dezembro de 2020

EVANGELHO


Mt 2,13-18

13Depois que os magos partiram, o Anjo do Senhor apareceu em sonho a José e lhe disse: “Levanta-te, pega o menino e sua mãe e foge para o Egito! Fica lá até que eu te avise! Porque Herodes vai procurar o menino para matá-lo”. 14José levantou-se de noite, pegou o menino e sua mãe, e partiu para o Egito. 15Ali ficou até a morte de Herodes, para se cumprir o que o Senhor havia dito pelo profeta: “Do Egito chamei o meu Filho”. 16Quando Herodes percebeu que os magos o haviam enganado, ficou muito furioso. Mandou matar todos os meninos de Belém e de todo o território vizinho, de dois anos para baixo, exatamente conforme o tempo indicado pelos magos. 17Então se cumpriu o que foi dito pelo profeta Jeremias: 18“Ouviu-se um grito em Ramá, choro e grande lamento: é Raquel que chora seus filhos, e não quer ser consolada, porque eles não existem mais”.

MEDITAÇÃO


Levanta-te, pega o menino e sua mãe e foge para o Egito! (Mt 2, 13)

Era pra toda essa oitava do natal ser de festa e de alegria. Afinal, é o natal do Senhor. Só que o nascimento de Jesus, em Belém, foi num ambiente de muitos problemas e conflitos. Parece que, nesta nossa vida, não há, assim, uma alegria pura, isenta de dificuldades. E isso se deve ao nosso contexto social, à maldade, à violência, à opressão que ameaçam nossa vida. O próprio nascimento do Salvador se deu numa estrebaria de animais, porque, como diz o livro santo “não havia lugar para eles”. E logo logo a pobre família teve de migrar para outras terras, fugindo da ameaça de morte decretada por Herodes.

A criança recém-nascida é um ser inteiramente dependente e indefeso. Ela precisa dos pais para tudo: o alimento, o agasalho, as necessidades fisiológicas, a proteção... Por causa dessa condição tão frágil da criança, Deus colocou no pai e na mãe um forte instinto de proteção dos seus filhos. A mesma sociedade, quando se trata de uma sociedade sadia, guiada por princípios de justiça social, ao legislar em relação à criança, toma-a como prioridade. Quando a sociedade se afasta de Deus, ela deixa de proteger, na prática, a vida dos cidadãos mais frágeis, as crianças, os doentes, os idosos, os que têm alguma deficiência. Em vez de proteger, penaliza, pune, explora, decreta a morte. É o aborto, o desemprego, a fome, o abandono, a exclusão, ...

Na história do nascimento de Jesus, houve esse fato triste: Herodes mandou matar as criancinhas de Belém e arredores de até dois anos de vida. Muitos pais se sentem como José e Maria, nos dias de hoje, porque parece pesar uma ameaça de morte contra sua criança. São muitas as ameaças contra a vida da criança e o seu crescimento sadio: o alcoolismo, o desemprego, o ambiente insalubre de moradia, as brigas dentro de casa, a falta de atendimento médico adequado,...

Mas, os pais não estão sozinhos. No evangelho de hoje, o anjo do Senhor orienta José a fugir com a família. Avisa do mal que está para acontecer. E dirá a hora certa de voltar. É uma grande lição. Os pais não estão sozinhos na luta pelo bem dos seus filhos. Deus está com eles. Deus é o nosso protetor. Com a orientação de Deus, é preciso “fugir”, isto é, não se acomodar à situação, mas buscar uma saída, ir para o Egito. Para o Egito, migraram Jacó e seus filhos, no início do povo de Deus, durante uma grande fome em Canaã. ... “Fugir” pode ser mudar de profissão, mudar de endereço, buscar melhorias em outra região. O certo é não se acomodar... e fugir do mal, sob a orientação de Deus.

Guardando a mensagem

Quando Herodes viu que os magos foram embora, sem lhe entregar o endereço do menino Jesus, como ele lhes havia solicitado, ficou furioso e mandou matar as criancinhas de Belém e arredores. A essa altura, José, Maria e a criança já estavam longe, rumando para as bandas do Egito. Herodes continua condenando as crianças na fome, na desnutrição, no desemprego dos pais, no abuso sexual de menores, no desvio da merenda escolar... José foi instruído a fugir para o Egito com a família. Fugir pode ser uma boa estratégia. Cair fora enquanto é tempo: das más companhias, do trabalho escravo, da rede de prostituição infanto-juvenil, do tráfico de drogas, das novelas que pregam ideologia de gênero... fugir do Herodes. Fugir do mal, sob a proteção de Deus.

Levanta-te, pega o menino e sua mãe e foge para o Egito! (Mt 2, 13)


Rezando a palavra

Senhor Jesus,
Pedimos hoje tua bênção para os recém-nascidos e suas famílias. Protege, Senhor, com tua santa bênção suas vidas, concedendo aos seus pais a assistência dos teus anjos para conduzi-los na luta diária pela sobrevivência e, quando preciso, buscarem refúgio no Egito contra os Herodes de hoje e suas políticas de morte. Abençoa, também, os profissionais da saúde e da educação que são uma bênção na vida de nossas crianças. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

No seu diário espiritual, o caderno onde você está anotando algum ponto das meditações, responda a esta pergunta: Quem são os Herodes de hoje?

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

FAMÍLIA, SANTUÁRIO DA VIDA E DA FÉ



27 de dezembro de 2020, 
Domingo da Sagrada Família de Jesus, Maria e José 

EVANGELHO


Lc 2,22-40

22Quando se completaram os dias para a purificação da mãe e do filho, conforme a Lei de Moisés, Maria e José levaram Jesus a Jerusalém, a fim de apresentá-lo ao Senhor. 23Conforme está escrito na Lei do Senhor: “Todo primogênito do sexo masculino deve ser consagrado ao Senhor”. 24Foram também oferecer o sacrifício — um par de rolas ou dois pombinhos — como está ordenado na Lei do Senhor. 25Em Jerusalém, havia um homem chamado Simeão, o qual era justo e piedoso, e esperava a consolação do povo de Israel. O Espírito Santo estava com ele 26e lhe havia anunciado que não morreria antes de ver o Messias que vem do Senhor.
27Movido pelo Espírito, Simeão foi ao Templo. Quando os pais trouxeram o menino Jesus para cumprir o que a Lei ordenava, 28Simeão tomou o menino nos braços e bendisse a Deus: 29“Agora, Senhor, conforme a tua promessa, podes deixar teu servo partir em paz; 30porque meu olhos viram a tua salvação, 31que preparaste diante de todos os povos: 32luz para iluminar as nações e glória do teu povo Israel”.
33O pai e a mãe de Jesus estavam admirados com o que diziam a respeito dele. 34Simeão os abençoou e disse a Maria, a mãe de Jesus: “Este menino vai ser causa tanto de queda como de reerguimento para muitos em Israel. Ele será um sinal de contradição. 35Assim serão revelados os pensamentos de muitos corações. Quanto a ti, uma espada te traspassará a alma”.
36Havia também uma profetisa, chamada Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser. Era de idade muito avançada; quando jovem, tinha sido casada e vivera sete anos com o marido. 37Depois ficara viúva, e agora já estava com oitenta e quatro anos. Não saía do Templo, dia e noite servindo a Deus com jejuns e orações. 38Ana chegou nesse momento e pôs-se a louvar a Deus e a falar do menino a todos os que esperavam a libertação de Jerusalém.
39Depois de cumprirem tudo, conforme a Lei do Senhor, voltaram à Galileia, para Nazaré, sua cidade. 40O menino crescia e tornava-se forte, cheio de sabedoria; e a graça de Deus estava com ele.

MEDITAÇÃO

O pai e a mãe de Jesus estavam admirados com o que diziam a respeito dele (Lc 2, 33).



Chegamos ao último domingo deste ano. Dentro da oitava do natal, este é o domingo da Sagrada Família. Abramos o coração para acolher as lições da Palavra de Deus para nossa vida em família e para iniciarmos bem o ano novo de 2021. Ao menos três lições, podemos recolher da Palavra de Deus neste domingo.

Vamos à primeira. Ela vem do Evangelho, hoje lido em Lucas, capítulo 2. A cena é a ida da família de José ao Templo de Jerusalém. José e Maria, com seu filhinho de colo, cumprem ali os ritos previstos no pós-parto: a purificação da mãe e o resgate do primogênito. Eles são judeus piedosos, cumpridores da Lei. Pela consagração do filho, eles o estão inserindo na história da salvação do seu povo. Os dois idosos, Simeão e Ana, podem representar o Antigo Testamento que encontra seu sentido e sua luz na pessoa daquela criança, o salvador prometido. Eles podem também representar nossos avós e todos os idosos de nossas comunidades que criam um ambiente de fé em torno da família. O menino cresce forte e sábio nesse ambiente de fé e amizade com Deus. Essa é a contribuição da família e da comunidade no crescimento de uma criança batizada: sustentar um ambiente de fé e de prática religiosa no qual ela cresça sadiamente. Os pais são somente geram um filho, mas o inserem na sociedade humana e no caminho de fé do povo de Deus. Que lição, podemos guardar? Os pais e a comunidade se esforcem para criar um ambiente religioso positivo para o crescimento sadio dos filhos.

Vamos à segunda lição. Ela vem do Livro do Eclesiástico e fala da atenção dos filhos aos seus pais. Os filhos devem amor, respeito, obediência aos seus pais. Honrar pai e mãe é o quarto mandamento da Lei de Deus. Particularmente, essa santa obrigação continua quando os pais envelhecem. É preciso cuidar deles, com todo o carinho e paciência. Vivemos numa sociedade que valoriza quem é jovem e produtivo, descartando os idosos. Olha a palavra de hoje, no livro do Eclesiástico (Eclo 3): “Meu filho, ampara o teu pai na velhice e não lhe causes desgosto enquanto ele vive. Mesmo que ele esteja perdendo a lucidez, procura ser compreensivo para com ele. Não o humilhes em nenhum dos seus dias. A caridade feita a teu pai não será esquecida”. Que lição, podemos guardar? Os filhos amem e respeitem os seus pais, sempre, e, com todo carinho, cuidem deles, quando eles envelhecerem.

Vamos à terceira lição. Ela vem da Carta aos Colossenses e diz respeito à nossa convivência em família. Diz o apóstolo (Cl 3) “Revistam-se de sincera misericórdia, bondade, humildade, mansidão e paciência, suportando-se uns aos outros e perdoando-se mutuamente se um tiver queixa contra o outro”. Olha que belo programa de convivência em família! Somos responsáveis uns pelos outros. São sete atitudes que o apóstolo está recomendando: misericórdia, bondade, humildade, mansidão, paciência, tolerância e perdão. Que lição, podemos guardar? A caridade cristã começa em casa. 

Guardando a mensagem

O Senhor hoje nos brinda com muitos conselhos e recomendações sobre a nossa vida em família. Com a família de Nazaré, aprendemos que os pais e a comunidade são responsáveis pelo ambiente religioso positivo para o crescimento sadio dos filhos. Com a tradição da fé, recordamos que os filhos devem amar e respeitar os seus pais, sempre, e, com todo carinho, cuidar deles, quando eles envelhecerem. E o apóstolo nos recomendou que a caridade cristã comece em casa: misericórdia, humildade, paciência, perdão. Nesse finalzinho de ano, em família e no encontro com os parentes, temos muito a exercitar.

O pai e a mãe de Jesus estavam admirados com o que diziam a respeito dele (Lc 2, 33).


Rezando a palavra

Senhor Jesus, 
nasceste e cresceste numa família humana tão especial! Nossas famílias também são especiais, porque nasceram do amor e são sustentadas pela tua graça. Elas são comunidades de fé, berço da vida, igrejas domésticas. Abençoa, Senhor, os pais, as mães, filhos e filhas, os avós, os tios e primos. Que a teu exemplo, os filhos vivam o mandamento de honrar e obedecer a seus pais. Que a exemplo de Maria, tua mãe, as mães guardem tudo no seu coração, em profunda comunhão contigo. Que a exemplo de José, teu pai adotivo, os pais nunca se afastem de Deus e honrem suas esposas com um amor fiel. Abençoa, hoje, de maneira especial, os idosos de nossas famílias. Que eles se sintam amados e valorizados. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Muita coisa você pode fazer, hoje, por sua família, especialmente rezar por todos de sua casa. Mas, posso lhe dar mais uma sugestão. Procure, hoje, sem pressa, tomar ao menos uma refeição na companhia de seus familiares.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

SANTO ESTÊVÃO, SEGUINDO JESUS



26 de dezembro de 2020

EVANGELHO


Mt 10,17-22


Naquele tempo, disse Jesus aos seus apóstolos: 17“Cuidado com os homens, porque eles vos entregarão aos tribunais e vos açoitarão nas suas sinagogas. 18Vós sereis levados diante de governadores e reis, por minha causa, para dar testemunho diante deles e das nações. 19Quando vos entregarem, não fiqueis preocupados como falar ou o que dizer. Então naquele momento vos será indicado o que deveis dizer. 20Com efeito, não sereis vós que havereis de falar, mas sim o Espírito do vosso Pai é que falará através de vós. 21O irmão entregará à morte o próprio irmão; o pai entregará o filho; os filhos se levantarão contra seus pais, e os matarão. 22Vós sereis odiados por todos, por causa do meu nome. Mas quem perseverar até o fim, esse será salvo.

MEDITAÇÃO


Quem perseverar até o fim, esse será salvo (Mt 10, 22).


Estamos na oitava do natal. E já celebrando o primeiro mártir cristão: Estêvão, o diácono Estêvão que pregou o nome de Jesus. Ele denunciou aqueles que levaram Jesus à cruz por conivência com o poder e em rejeição à manifestação de Deus no seu filho amado. Mas, o que essa comemoração do mártir Estêvão tem com o Natal do Senhor que estamos celebrando nesta oitava?

A cena do presépio nos parece doce e poética. Na verdade, ali está representada a forma como a humanidade, a começar pelo seu próprio povo, tratou Jesus. E o tratamento que ele recebeu no seu nascimento foi de exclusão. Nasceu na estrebaria dos animais porque não havia lugar para ele nas casas de família e na hospedaria. Não acolheram o casal em dificuldade, chegando de uma longa viagem, a mulher em dores de parto, uma criancinha por nascer... Na falta de espaço em suas casas, ou melhor, de prioridade dos humildes em suas vidas, alguém lhes indicou a gruta dos animais. Está certo que a criança e seus pais tiveram a atenção dos pastores naquela noite. Mas, os pastores encontraram a criança e seus pais na maior pobreza. E não foi só isso... com a visita dos Magos do Oriente, José foi avisado que o rei Herodes procurava a criança para eliminá-la. E lá se vai a sagrada família, frente à iminente perseguição dos soldados do rei, migrando penosamente para as bandas do Egito. Exclusão e perseguição são as marcas da vida de Jesus, desde o início.

Jesus tinha avisado aos seus discípulos que eles seriam perseguidos. No evangelho de hoje, estão muitas de suas palavras sobre isso: “Levarão vocês presos para comparecerem diante de autoridades. Serão denunciados aos tribunais, açoitados nas sinagogas. Mas, não se intimidem, nem se desesperem. O Espírito Santo vai fazer a defesa de vocês. Ele falará em nome de vocês. Vejam que a perseguição pode sair até de dentro de sua própria casa. Vocês serão odiados. Mas, quem ficar perseverante até o fim, esse vencerá”. Foi o que Jesus falou.

As primeiras gerações de cristãos logo conheceram o sentido dessas palavras de Jesus. Estêvão era um dos sete diáconos escolhidos pelos apóstolos. A primeira proposta era organizar a distribuição de alimentos para as viúvas e para os pobres. Mas, os diáconos foram especialmente pregadores da Palavra de Deus. Continuaram a pregação de Jesus. Enquanto Estêvão estava só organizando a distribuição das feiras e outras ajudas às famílias pobres, todo mundo gostava. Quando começou a anunciar Jesus e denunciar os motivos de sua morte na cruz, aí começaram a persegui-lo. Estêvão é só um exemplo dos cristãos que continuam hoje a ser perseguidos por causa de sua fé, aliás, um bom exemplo, pois, enquanto estava sendo apedrejado, perdoou os seus algozes e entregou o seu espírito a Deus, imitando o próprio Jesus.

Guardando a mensagem

Estamos na oitava do Natal. No natal de Jesus, apesar do clima de poesia com que hoje o revestimos, vemos nele os sinais da exclusão e da violência. Foi assim desde o começo até à sua morte. Hoje, festejamos o primeiro mártir seguidor de Cristo, Estêvão. Ele foi perseguido e apedrejado por causa de sua fé e de sua pregação sobre o Senhor Jesus. Como seguidor de Jesus (ou sua seguidora), você também pode sofrer incompreensão, discriminação e até perseguição. Nessas condições, muita gente desiste, se acovarda, dissimula ou adoça o seu discurso. O que aprendemos no presépio e, hoje com Estêvão, é a fidelidade até o fim.

Quem perseverar até o fim, esse será salvo (Mt 10, 22).

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
Nós te agradecemos por tua encarnação. Tu, o salvador enviado pelo Pai, nos surpreendeste nascendo entre os pobres, em completa solidariedade com os excluídos e sofredores deste mundo. Assim, nos indicaste o caminho que devemos percorrer nesta vida e o caminho que tu és como nosso mestre e Senhor. Nós te bendizemos pelos irmãos e irmãs que enfrentam com fidelidade e destemor os sofrimentos e perseguições por causa de sua fé. Nós te bendizemos por Estêvão, o mártir celebrado hoje. E, por sua intercessão, pedimos a bênção para todos os diáconos da Igreja e suas famílias. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Reze, hoje, pelas pessoas que estão passando dificuldades e sofrendo por causa de sua fé em Cristo.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

NATAL - ESTÁ COMEÇANDO UM NOVO TEMPO!



25 de dezembro de 2020

EVANGELHO


Jo 1,1-5.9-14 

1No princípio era a Palavra, e a Palavra estava com Deus; e a Palavra era Deus.
2No princípio estava ela com Deus. 3Tudo foi feito por ela, e sem ela nada se fez de tudo que foi feito.
4Nela estava a vida, e a vida era a luz dos homens. 5E a luz brilha nas trevas, e as trevas não conseguiram dominá-la.
9daquele que era a luz de verdade, que, vindo ao mundo, ilumina todo ser humano.
10A Palavra estava no mundo — e o mundo foi feito por meio dela — mas o mundo não quis conhecê-la. 11Veio para o que era seu, e os seus não a acolheram.
12Mas, a todos que a receberam, deu-lhes capacidade de se tornarem filhos de Deus, isto é, aos que acreditam em seu nome, 13pois estes não nasceram do sangue nem da vontade da carne nem da vontade do varão, mas de Deus mesmo.
14E a Palavra se fez carne e habitou entre nós. E nós contemplamos a sua glória, glória que recebe do Pai como Filho unigênito, cheio de graça e de verdade. 

MEDITAÇÃO

E a Palavra se fez carne e habitou entre nós (Jo 1, 14)

Neste ano, por razões conhecidas, estamos tomando todo cuidado para que o Natal do Senhor seja de respeito à vida, a nossa e a dos outros, sobretudo a de pessoas mais vulneráveis pela idade ou por situação de saúde debilitada. Assim, mesmo com sofrimento, estamos nos privando da presença física na casa dos parentes, de comemorações que congreguem mais dos que os já vivem se cuidando sob o mesmo teto. Natal é compromisso com a vida. E no Ano Novo não vai poder ser diferente.

Mas tudo isso não tira o brilho do natal. Há pouco mais de dois mil anos, a história da humanidade foi marcada por um evento absolutamente revolucionário. Deus mesmo veio morar com a gente. É esta a boa notícia que impactou a aventura humana na terra. Deus mesmo veio morar com a gente.

E em que isso faz a diferença? É que se há um ideal a ser seguido, ele não está mais nas nuvens, no além, nos livros, nas promessas. O ideal de humanidade ética, solidária, espiritualizada não é apenas um projeto. É uma pessoa. Os ideais de bondade, comunhão, fraternidade, justiça, verdade podem ser vistos, tocados na vida e na experiência de uma pessoa humana: Jesus de Nazaré, Deus e Homem a um só tempo. O verbo eterno que estava desde sempre ao lado do Pai entrou na história humana, solidário com todo ser humano, particularmente com o mais sofrido e desprezado.

E isso faz toda a diferença. No evangelho de hoje, lido em São João, está escrito: “E a Palavra se fez carne e habitou entre nós. E nós contemplamos a sua glória, glória que recebe do Pai como Filho unigênito, cheio de graça e de verdade”. Jesus é essa verdade maravilhosa de Deus ao nosso alcance, Deus que veio a nós. O inefável que se deixou tocar. Isso é o natal. Dom Antônio Lustosa, bispo santo e sábio, salesiano, a caminho dos altares, escreveu assim, sobre o natal:

Vamos em espírito até Belém 
contemplar a maior maravilha de todos os séculos: 
o Verbo feito carne.
Deus em forma humana no meio dos homens.
O ser Infinito reduzido às dimensões de uma criancinha.
A Onipotência que nada pode fazer.
A Sabedoria que só sabe chorar.
O Rei dos Reis em uma manjedoura a servir-lhe de berço.
Quem tudo fez no mais completo desconforto.
O Altíssimo no maior abatimento.
É tudo mistério de amor. 

O prólogo, essa abertura do evangelho de São João que estamos lendo hoje, começa com as mesmas palavras do início da Bíblia: “No princípio, era a Palavra”. A Bíblia, no livro do Gênesis, começa assim: “No princípio, Deus criou o céu e a terra”. Então, está nos dizendo o apóstolo João em seu evangelho, com Jesus está começando um novo tempo. A criação, obra perfeita de Deus, teve seu ponto alto na criação do homem e da mulher. Mas, veio o pecado que desfigurou essa obra divina. Agora, chegou Jesus para levar a obra do Criador à perfeição. 

Guardando a mensagem

A novidade que revolucionou a história é a presença de Jesus entre nós. Deus se fez humano, entrou em nossa história. Agora, temos um modelo, um guia, um caminho para seguir. A certa altura de sua vida humana, Jesus disse: "Eu sou o caminho, a verdade e a vida". Podemos segui-lo, crer nele, experimentar a vida eterna que ele nos comunica porque ele é de nossa raça humana, anda pelos nossos caminhos, sente as nossas dores, atravessa o nosso mesmo vale de lágrimas. Agora, podemos saber como é que um filho de Deus nessa terra pode manter-se em comunhão com o Pai e com os seus irmãos, ser-lhes fiel, encontrar realização e felicidade em sintonia com a vontade divina. “Vem e segue-me”. É assim que ele continua nos convidando a viver como ele, a tê-lo como regra de vida, a imitá-lo em sua vida humana de filho de Deus. 

E a Palavra se fez carne e habitou entre nós (Jo 1, 14)


Rezando a palavra


Senhor Jesus,
Neste natal nos encontramos como família ao redor de tua manjedoura. Ao lado de Maria, de José e de toda a criação representada pelos animais, nós te contemplamos em tua encarnação. Viemos, como os pastores de Belém, te visitar. Queremos, Senhor, que este natal nos anime a viver na fé e na esperança do teu evangelho. Com certeza, este é o maior presente que podemos te oferecer: renovar hoje nossa adesão a ti, ao teu evangelho e à tua Igreja. Derrama, Senhor, tuas santas bênçãos sobre cada um de nós e ajuda-nos a ser famílias segundo o modelo de tua santa família. Cuida, Senhor, de todos nós. Amém.

Receba, agora, a bênção do natal.

Incline sua cabeça e responda ‘amém’, no final das três orações. 

O Deus de infinita bondade que, pela encarnação de seu filho, expulsou as trevas do mundo e, com seu glorioso nascimento transfigurou este dia, expulse do teu coração as trevas dos vícios e te transfigure com a luz das virtudes. Amém. 

Aquele que anunciou aos pastores, pelo anjo, a grande alegria do nascimento do salvador derrame em teu coração a sua alegria e te torne testemunha do evangelho. Amém.

Aquele que pela encarnação do seu filho, uniu a terra ao céu, te conceda sua paz e seu amor e te faça membro compometido com a missão de sua Igreja. Amém.

Vivendo a palavra

Dias atrás, eu convidei você a se preparar para dar um presente ao menino Jesus, no seu nascimento. Jesus vem a nós hoje (e todo dia) nos mais sofridos e nos mais pobres. Uma cesta básica, um almoço bem embalado, uma roupinha nova, um trocado generoso... veja o que pode dar. Neste natal, dê um presente ao menino Jesus. 

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb


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