PADRE JOÃO CARLOS - MEDITAÇÃO DA PALAVRA

QUEM MOSTROU MAIS AMOR



Simão, tenho uma coisa para te falar (Lc 7, 40)

17 de setembro de 2019

Jesus estava na casa de um fariseu. Tinha aceitado o convite para uma refeição na casa dele. O nome desse fariseu: Simão. Um gesto de muita consideração desse Simão, não acha? Convidou Jesus, preparou uma refeição com muito gosto, chamou outras pessoas para estarem presentes. E Jesus, sempre admirável, aceitou o convite e está ali sentado à mesa do fariseu.

“Simão, tenho uma coisa para te falar”. “Fala, mestre”. Olha o tom cordial dessa conversa à mesa... Aí Jesus contou um caso. Um credor tinha dois devedores. Um lhe devia um dinheirão e não tinha com que lhe pagar. O outro lhe devia uma quantia pequena e também não estava em condições de quitar sua dívida. Aí, o credor perdoou os dois. Que bom coração tinha esse credor! Caso contado, aí veio a pergunta: ‘Simão, qual dos dois vai amar mais o patrão?”. Entenda a pergunta: qual dos dois vai ter mais amor, mais gratidão ao credor: o que devia muito ou o que devia pouco?

Se você fosse Simão, o que você iria responder? Quem teve sua grande dívida perdoada iria mostrar mais amor, mais gratidão, não é verdade? Foi o que Simão respondeu. Jesus concordou com a resposta. E apontou para uma mulher que estava lavando os seus pés. É o caso dela. Simão ficou surpreso. É que ele estava com uma desconfiança desde que aquela mulher tinha entrado na sala. A mulher, todo mundo conhecia, era uma pecadora, uma pessoa de má fama, coitada. E ela estava banhando os pés de Jesus com perfume. E o fariseu, no seu coração, tinha feito o seguinte julgamento: “Se Jesus fosse um profeta, ele saberia que tipo de mulher estava tocando nele”.

Quem era o grande devedor que não tinha com que pagar? Aquela mulher de má vida. Quem era o devedor de uma dívida menor, que igualmente não tinha com que pagar? Responda você! Quem era o que tinha um débito menor? Simão, o fariseu, claro. Que débito é esse? Os pecados. No final da conversa, Jesus disse à mulher que os pecados dela estavam perdoados. Claro que isso foi motivo de novas murmurações dos convidados.

Note que a pergunta de Jesus tinha sido: “Qual dos dois vai amar mais o credor?”. Percebe? O amor é a resposta de quem foi perdoado dos seus pecados. Simão mostrou pouco amor. A mulher mostrou muito amor. E como a mulher demostrou o seu muito amor? O evangelista descreveu sete ações dela. Na narração, estão contidos símbolos bíblicos do amor: o perfume, o beijo, as lágrimas. Olha as sete ações da mulher, a indicar o seu grande amor pelo Mestre que a perdoou de sua grande dívida, dos seus grandes pecados (vá fazendo a conta): trouxe um frasco de alabastro com perfume, ficou por detrás de Jesus, chorou aos seus pés, banhou os seus pés com as lágrimas, enxugou-os com os cabelos, os cobriu de beijos e os ungiu com o perfume. Mostrou muito amor.

Guardando a Mensagem

Pecadores, somos todos nós. Todos estamos em dívida com Deus. Como não temos como reparar nossos pecados, Jesus nos oferece o perdão de Deus, reparando ele mesmo nossos pecados com o sacrifício de sua vida. A resposta correta de nossa parte é ter um grande amor por Jesus e demonstrar-lhe esse nosso amor. Quem deve mais, certamente demonstrará mais sua gratidão, seu amor.

Simão, tenho uma coisa para te falar (Lc 7, 40)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
No Pai Nosso, na tradição de Mateus, ainda está aquela palavra que disseste: “perdoai-nos as nossas dívidas como nós perdoamos aos nossos devedores”. Nós te bendizemos, Senhor, porque és o nosso salvador e nos concedes o perdão dos nossos pecados. Nós grandes e pequenos devedores te damos graças por tua obra redentora. Essa palavra de hoje nos ensina a manifestar o nosso amor e nossa gratidão. Ajuda-nos a perdoar também a quem nos ofende, como somos perdoados por ti. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Quais são as suas manifestações de amor por Jesus? No seu caderno espiritual, faça uma lista de ações em que você tem demonstrado o seu amor pelo seu Senhor e Salvador.

Nesta quinta-feira, temos dois momentos especiais em que podemos nos encontrar na oração e no estudo da Palavra: a Missa, às 11 horas, e o 4o. Encontro do Curso Bíblico, às 16 horas. Você me encontra no youtube e no facebook. É só procurar 'Padre João Carlos'. Para você que recebe a Meditação pelo whatsapp, estou lhe enviando já o link do Youtube. Seria o caso de você se inscrever no meu canal e acionar o sininho para receber um aviso quando estivermos começando a transmissão.

Pe. João Carlos Ribeiro, SDB

CURSO BÍBLICO SOBRE O EVANGELHO DE SÃO MARCOS

BRINCADEIRA DE CRIANÇA


Com quem hei de comparar o povo desta geração? (Lc 7, 31)

16 de Setembro de 2020

Brincadeira de criança é coisa séria. Nas brincadeiras, as crianças podem representar e reproduzir sentimentos e atitudes que estão à sua volta. A brincadeira é uma fonte de socialização para as crianças, mas também de elaboração da compreensão do mundo que as rodeia. Nas brincadeiras, na forma de brincar, vão sendo cultivadas atitudes positivas e generosas como a partilha, o perdão, a alegria pelo êxito do outro, o cuidado, a atenção ao mais frágil. Mas, também nas brincadeiras, aparecem tendências ruins para a violência, o egoísmo, a ganância, o isolamento, a discriminação.

E por que eu estou dizendo isso tudo? Para valorizar a palavra de Jesus, que partiu da observação das brincadeiras de crianças do seu tempo. Ele comparou o povo do tempo dele a uma cena que ele já tinha vivido com seus coleguinhas na infância em Nazaré ou visto nas brincadeiras das crianças nas ruas de Cafarnaum, a cidade onde ele estava morando. A cena era essa: crianças emburradas que não estavam satisfeitas com nada. Olha a palavra dele: “Com quem vou comparar essa geração? Ah, são como crianças sentadas nas praças, que gritam para os colegas, dizendo: ‘Tocamos flauta e vocês não dançaram. Entoamos lamentações e vocês não bateram no peito!”.

As crianças do tempo de Jesus brincavam com as situações que elas viam: festas de casamento, por exemplo; funerais celebrados em família... Podemos imaginar as brincadeiras a que Jesus está se referindo... “tocamos flauta e vocês não dançaram”: brincar de festa; “entoamos lamentações e vocês não bateram no peito”: brincar de alguma coisa triste, como enterro, exílio... As brincadeiras de criança imitam o mundo real.

Sempre acontecia nas brincadeiras, podemos supor, que um grupo emburrado se negava a participar da brincadeira. Uns começaram a brincar de festa e eles não topavam. Então, para contentá-los, tentavam brincar de uma coisa mais parada e eles também se negavam a participar. Olha, não tem coisa pior do que criança emburrada, que não quer brincar e fica pondo mau gosto na brincadeira dos outros, não é verdade?

Jesus aplicou esse impasse das brincadeiras infantis ao que estava acontecendo ao seu redor. João Batista era um pregador austero, falava do julgamento de Deus. Um grupo ficou contra e falava mal do profeta. Veio Jesus, que pregou o Reino de Deus como uma festa, frequentava a casa do povo e falava do perdão de Deus. O mesmo grupo ficou contra, emburrado. Negou-se a participar.

Guardando a Mensagem

Quem já brincou quando criança, sabe o que Jesus está dizendo. E sabe que tem gente que se comporta como criança emburrada... Se for o seu caso, trate de melhorar seu mau humor. Abra o seu coração para o anúncio do Reino de Deus, agora mesmo. Destrave o coração para acolher Jesus e seu evangelho. É hora de entrar na brincadeira...

Com quem hei de comparar o povo desta geração? (Lc 7, 31)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
O Reino de Deus continua sendo pregado pelos teus missionários. A evangelização é um convite permanente para entrarmos na lógica de Deus. Infelizmente, muitos nos comportamos com desconfiança, com desinteresse, influenciando outros a não aderirem alegremente às propostas que nos fazes. Senhor, desata em nós as amarras do homem velho para nos comportarmos sempre como filhos livres, felizes e confiantes no teu amor. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Você já fez um exame de consciência? É fácil. É um tempinho que a pessoa dedica para avaliar se sua vida está indo bem diante de Deus. Hoje, arrume um tempinho pra fazer um exame de consciência. Procure identificar se você está correspondendo com alegria e generosidade aos apelos que Deus lhe tem feito.

Vamos realizar, hoje, o terceiro encontro do Curso Bíblico sobre o Evangelho de São Marcos. Estamos bem na metade do curso. Então, essa é a chamada final para sua participação. Inscrevendo-se, você recebe gratuitamente o material do curso e o certificado de participação. Mesmo sem se inscrever, você pode participar. Toda tarde estamos ao vivo no facebook e no youtube, começando às 16 horas. E fica tudo gravado lá. Para se inscrever, clique neste link que estou lhe enviando: FICHA DE INSCRIÇÃO .

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

NOSSA SENHORA DAS DORES

 Daquela hora em diante, o discípulo a acolheu consigo (Jo 19, 27)

15 de setembro de 2020.
Hoje, estamos celebrando Nossa Senhora das Dores. Essa comemoração vem logo depois da festa da Exaltação da Santa Cruz. Na festa da exaltação da Santa Cruz celebramos o triunfo de Cristo em sua cruz, sua vitória sobre o pecado e o mal, a salvação por sua morte redentora. Perto da cruz do Senhor, encontramos Maria, em atitude oferente, de pé, em comunhão com seu filho que se oferece pelos pecadores. Ela é a senhora das Dores, é verdade. Mas, não destruída pelas dores, mas forte nas dores, vitoriosa, com Jesus, na provação da cruz. Ela está de pé, aos pés da cruz.  
Vamos prestar bem atenção ao texto de hoje. “Perto da cruz de Jesus, estavam de pé a sua mãe, a irmã da sua mãe, Maria de Cléofas, e Maria Madalena. Jesus, ao ver sua mãe e, ao lado dela, o discípulo que ele amava, disse à mãe: “Mulher, este é o teu filho”. Depois disse ao discípulo: “Esta é a tua mãe”. Daquela hora em diante, o discípulo a acolheu consigo”.
Vamos observar com cuidado a cena. Quem estava de pé, perto da cruz de Jesus? Você disse ‘Maria?’ Acertou. Mas, não disse tudo... Do texto se deduz que estavam de pé quatro pessoas: Maria, sua mãe; a irmã de sua mãe, Maria de Cléofas; Maria Madalena; e João, o discípulo amado. O número quatro é um número simbólico, indicando totalidade, tudo, todos. É a Igreja toda que está aos pés da cruz do Senhor. Ali é o nosso lugar. O número quatro também está presente na partilha que os soldados fizeram das roupas de Jesus. Dividiram suas vestes em quatro partes, uma para cada soldado. É a sua herança que se espalha pelos quatro cantos do mundo.
É interessante essa presença da chamada “irmã de sua mãe, Maria de Cléofas”. Quando a Bíblia diz irmão ou irmã, trata-se de parente próximo, pode ser irmã de sangue, prima, etc. Em outro local, esta Maria de Cléofas é citada como sendo mãe de Tiago, José, Judas e Simão. Ora, esta é a lista dos irmãos de Jesus mencionados no evangelho de Mateus. São Jerônimo e comentadores antigos das Escrituras explicaram, como sabemos, que trata-se de primos de Jesus. Tiago, José, Judas e Simão são seus primos, são filhos de Maria de Cléofas, aqui apresentada como irmã de Maria.
Então, aos pés da cruz de Jesus, de pé, estão Maria, sua mãe; a irmã de sua mãe, Maria de Cléofas; Maria Madalena e João. Nestes quatro, podemos sentir uma representação da comunidade que nasceu da morte redentora de Jesus. Sua mãe, os parentes que aderiram ao evangelho, representados por sua tia ou parenta de sua mãe, os discípulos libertados do mal representados em Madalena e os discípulos do seu grupo menor de apóstolos representados por João. Ali, aos pés da cruz está a Igreja. Igreja unida a Jesus, no seu sacrifício. Igreja que nasce do seu sacrifício redentor. Igreja de pé, em atitude oferente e vitoriosa sobre a morte. Igreja que acolhe a graça que desce da cruz como um rio de água viva, que escorre do seu coração aberto pela lança. Igreja de ressuscitados e vitoriosos com Cristo sobre o mal, o pecado e a morte.
Aos pés da cruz, Maria torna-se mãe da comunidade gerada no sacrifício da cruz. Na anunciação, tinha se tornado mãe de Jesus. No calvário, tornou-se mãe da Igreja. “Mulher, eis aí o teu filho. Filho, eis aí a tua mãe”. Curiosamente, Jesus não a chama de mãe, mas de ‘mulher’. Ela é a nova Eva, mãe da nova humanidade redimida na cruz.
Guardando a Mensagem
A memória de Nossa Senhora das Dores não é uma celebração do abatimento, da prostração da Mãe de Jesus ou de sua Igreja. Nada disso. Ela está aos pés da cruz, unida ao sacrifício redentor do Filho, oferecendo-se com ele, em completa obediência ao Pai, fazendo-se assim mãe da comunidade redimida pelo sangue redentor. É verdade, uma espada lhe transpassou o coração. Mas, suas dores são as dores do parto da nova humanidade que nasce aos pés da cruz. Maria e os outros três nos representam ali no Calvário. Em nossas dores, estejamos de pé, altaneiros nas tormentas, vitoriosos nas tribulações. Como disse Paulo, “em Cristo, somos mais que vencedores”.
Daquela hora em diante, o discípulo a acolheu consigo (Jo 19, 27)
Rezando a palavra
Senhor Jesus,
Ao celebrar a exaltação da Santa Cruz, celebramos a tua vitória na obediência da cruz. Hoje, contemplamos tua Mãe aos pés da cruz. Tu a entregaste como mãe a João, o discípulo amado. Ele nos representa, nós somos os teus discípulos amados. Obrigado pela boa mãe que nos deste. Igualmente entregaste à tua mãe o teu discípulo João como seu filho. Queremos ser bons filhos de tua santa mãe. Ela nos guie, nos conforte, nos sustente no caminho de fidelidade ao teu evangelho. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.
Vivendo a palavra
Você ou alguém de seu conhecimento pode estar vivendo um momento difícil, um calvário. Inspirando-se em Maria, faça hoje um momento de oração em favor dessa pessoa ou dessa situação.
Começamos, ontem, o Curso Bíblico do Evangelho de São Marcos. Mesmo se você não puder assistir os encontros (que são nas tardes desta semana), todo o material fica disponível no Youtube e no Facebook. É só você arrumar um tempinho no seu dia e dedicar-se a fazer o estudo, acompanhando o vídeo.
Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

A CRUZ DE CRISTO


Assim é necessário que o filho do homem seja levantado (Jo 3, 14)

14 de setembro de 2020 - Festa da Exaltação da Santa Cruz

Você se lembra de Nicodemos! Foi aquele fariseu, mestre da lei, membro do Sinédrio de Jerusalém, que foi falar com Jesus, de maneira sigilosa, à noite. Ele tinha uma simpatia por Jesus. Mas, como membro do Sinédrio, o grande conselho da capital, tinha medo da reação dos seus colegas e com certeza medo de perder sua posição. Quando Jesus foi preso, ele protestou contra a decisão já tomada, sem ao menos o acusado ter sido ouvido. Quando Jesus morreu na cruz, ele ajudou José de Arimatéia a cuidar do seu enterro. Nicodemos é o tipo da pessoa importante, que por causa das conveniências do poder, tem dificuldade de assumir publicamente sua adesão a Jesus e ao seu Evangelho.

A elite também precisa ser evangelizada, claro. É o que Jesus fez com Nicodemos. Jesus lhe disse que ele precisava nascer de novo. Ele era um mestre da Lei, com assento no grande conselho de Jerusalém. Isso não lhe fazia cidadão do Reino. Só renunciando a si mesmo, se pode seguir Jesus. Só fazendo-se pequeno é que se entra no Reino de Deus. Ele precisava nascer de novo. Passar por uma conversão. Renovar-se pelo batismo. Nascer de Deus.

Como Nicodemos era profundo conhecedor das Escrituras, Jesus lembrou-lhe o episódio da serpente de bronze, no deserto. Ele, como mestre da Lei, poderia perceber facilmente que Jesus foi enviado pelo Pai para salvar o seu povo.

No tempo passado, o povo estava atravessando o deserto, depois da saída da escravidão do Egito. O caminho da superação do mal exige esforço, compromisso, perseverança. O povo começou a se cansar e se revoltar contra Deus, reclamando do calor do deserto, da comida repetida que era o maná, do cansaço da caminhada. Deu uma peste de serpentes venenosas. Começou a morrer muita gente por causa de sua má vontade, do clima de murmuração e de revolta contra Deus. A haste com uma serpente de bronze foi um sinal. Deus mandou Moisés fazer essa representação. Quem fosse picado pelas serpentes, olhando para aquele sinal era salvo da morte.

Esse símbolo da haste levantada, no Antigo Testamento, preparou o sinal de Jesus na cruz. A verdadeira salvação, a verdadeira cura, a libertação do pecado é Jesus em sua cruz. Fomos salvos por sua vida oferecida naquela haste da cruz. Como o povo antigo no deserto olhando para a haste com a serpente de bronze se curava, assim também nós pecadores temos um sinal de salvação, a cruz de Cristo, isto é a morte redentora de Jesus. Crendo em Jesus que morreu e ressuscitou por nós, encontramos a vida eterna.

Guardando a mensagem

Nicodemos é o representante das pessoas importantes, chamadas à conversão. E o representante de todos os que se sentem grandes, estudados, influentes. Para tornar-se discípulo de Jesus, tem que descer do seu pedestal. Renunciar a si mesmo, tornar-se pequeno, nascer de novo. Isto é obra de Deus em nós, pelo batismo, quando abrimos as portas de nossa vida pela fé. Como no deserto, agora Deus também está nos dando um sinal de salvação. Crendo em Jesus crucificado e ressuscitado, o pecador encontra a salvação.

Assim é necessário que o filho do homem seja levantado (Jo 3, 14)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
Vemos em Nicodemos, que para acolher o Reino de Deus, é preciso se desapegar de sua grandeza, de seu poder, de seus grandes conhecimentos. O filho de Deus nasce do alto, do Espírito Santo. A cruz, que é a grande humilhação que te impusemos, Jesus, longe de ser um sinal do teu fracasso, é o sinal de tua vitória e da salvação de todos os que aceitam o teu caminho. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém. 

Vivendo a palavra

A cruz nos lembra o sacrifício redentor de Cristo, pelo qual fomos salvos. Ao término da Meditação de hoje, trace sobre si, com calma e atenção, o sinal da cruz de Cristo.

E o nosso Curso Bíblico sobre o Evangelho de São Marcos começa nesta segunda-feira. O Curso vai ser oferecido em 5 encontros, de hoje a sexta, das 16 às 17 horas. Eu vou ministrar o Curso, com transmissão pelo Youtube, pelo Facebook e pela Rádio Tempo de Paz. No youtube e no facebook, procure Padre João Carlos. 

Para acompanhar o curso, tenha consigo a Bíblia e um caderno de anotações. Todo mundo vai poder aproveitar do curso, mesmo quem não puder participar à tarde. É que depois de cada encontro, tudo ficará disponível no facebook e no youtube. Outra coisa, é tudo grátis.

Quem estiver inscrito vai receber o material do curso e o certificado. Se você ainda não se inscreveu, use este link que estou lhe enviando: INSCREVA-SE AQUI . É só preencher os poucos dados solicitados. Aproveite e compartilhe a informação sobre o Curso com os seus contatos. 

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

SÓ O PERDÃO TRAZ A PAZ AO CORAÇÃO



Senhor, quantas vezes devo perdoar, se meu irmão pecar contra mim? Até sete vezes? (Mt 18, 21)


13 de setembro de 2020, 24० Domingo do Tempo Comum

Há muita injustiça nesse mundo, muita maldade. Você, com certeza, já foi vítima de muita humilhação, de sofrimento gerado pelo egoísmo de alguém, pela difamação de uma pessoa amiga, pela traição no casamento, quem sabe. Há pessoas que convivem com grandes chagas abertas em sua memória ou mesmo no seu inconsciente. Profissionais que foram perseguidos por colegas que chegaram a perder seus postos de trabalho. Pais que tiveram um filho assassinado. Pessoas que foram violentadas, abusadas quando mais jovens. Um mar de sofrimento causado por pessoas próximas e distantes.

Diante do mal que nos fazem, a primeira reação é a indignação. A pessoa não se conforma, reage percebendo o mal que estão lhe fazendo. Não aceita, sente-se prejudicada, traída, humilhada. É uma atitude aceitável, a indignação. Uma reação justa. Não se acomodar diante da agressão, não permitir a continuação da ofensa, não permanecer na passividade diante do mal.

Agora, essa indignação pode virar ódio, desejo de vingança, revanche. Aí, vamos com calma. Você não pode permitir que o mal que lhe fizeram crie raízes em você, se reproduza no seu ódio, em projetos de vingança e de revanche. O mal se perpetua no mal. É uma onda de violência que puxa outra, não para mais. Você já ouviu falar daquelas cidades, no interior de Pernambuco, em que uma família matava a outra... ‘Mataram o meu filho... vou matar o filho dele também!’ ‘Mataram meu primo, vou me vingar!”. A vida daquelas pessoas virou um inferno, uma insegurança total, a cólera fervendo no coração daquele gente antes tão pacata... Só uma coisa estancou aquela tragédia que parecia sem fim: o perdão.

Só há um remédio para se reconstruir a vida: o perdão. O ódio e a vingança não resolvem, não curam a mágoa, nem o sofrimento causado pela difamação, pela traição, pela injustiça. Só o perdão pode trazer paz ao seu coração.

Claro, perdão não quer dizer que abro mão do direito de reparação, que não recorro à Justiça. Você se lembra do Papa João Paulo II, que levou um tiro de um jovem turco, muçulmano, que foi assassiná-lo na Praça de São Pedro, no Vaticano?! O santo Papa ficou entre a vida e a morte, coitado, e passou o resto da vida sentindo as consequências daquela agressão. Mas, aquele homem santo foi várias vezes visitar o seu agressor na penitenciária, para oferecer-lhe o perdão e acompanha-lo no seu caminho de conversão. Não deixou que o ódio tomasse conta do seu coração. A cadeia é a oportunidade do agressor se redimir, se reencontrar, se reabilitar. Se o tratamento que o agressor receber, dentro ou fora da cadeia, for de violência e crueldade, não resultará redimido, só embrutecido.

Ensinamento do livro do Eclesiástico: "O rancor e a raiva são coisas detestáveis; até o pecador procura dominá-las. Se não tem compaixão do seu semelhante, como poderá pedir perdão dos seus pecados?". E olha como Deus nos trata, reza o Salmo 102: "O Senhor não nos trata como exigem nossas faltas, nem nos pune em proporção às nossas culpas". 

Guardando a mensagem

Claro que perdoar não é fácil. Mas, um cristão tem o exemplo e os ensinamentos de Cristo. Ele sofreu uma morte muito cruel, mas morreu perdoando. Aliás, por sua paixão e morte oferecidas a Deus como sacrifício voluntário em nosso favor, fomos perdoados de nossos pecados. Nosso débito com Deus era impagável. E ele perdoou nossa dívida. À sua imitação, não podemos ter outro comportamento, senão perdoar as dívidas dos nossos semelhantes. E perdoar sempre. Não apenas quatro vezes, como ensinavam os rabinos e mestres da Lei. Nem só as generosas sete vezes que Pedro sugeriu. Sempre, perfeitamente. Setenta vezes sete, como Jesus prescreveu.

Senhor, quantas vezes devo perdoar, se meu irmão pecar contra mim? Até sete vezes? (Mt 18, 21)

Rezando a mensagem

Senhor Jesus,
Aquele empregado que não tinha com que pagar uma enorme dívida foi perdoado pelo seu patrão. Seu patrão teve misericórdia dele. Ele não tinha com que pagar, sua família toda seria prejudicada. O patrão cancelou o seu débito, todinho. E aquele mesmo empregado, perdoado de sua grande dívida, não esqueceu o pequeno débito de um companheiro seu. O seu colega não tinha com que pagar naquele momento, mas ele exigiu de toda forma e o pobre homem foi parar na cadeia por causa daquela ninharia. Senhor, esse empregado somos nós. Fomos perdoados de uma dívida impagável. Deus nos perdoou dos nossos pecados. Agora, ele espera que nós tenhamos também compaixão dos nossos irmãos e irmãs que nos ofendem. Ajuda-nos, Senhor, a ser misericordiosos, como o Pai. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Alguém lhe ofendeu, lhe fez mal, lhe prejudicou? Você já sabe o que tem que fazer. E você já sabe porque tem que fazer... 

E o nosso Curso Bíblico sobre o Evangelho de São Marcos começa segunda-feira. O Curso vai ser oferecido em 5 encontros, de segunda a sexta, das 16 às 17 horas. Eu vou ministrar o Curso, com transmissão pelo Youtube, pelo Facebook e pela Rádio Tempo de Paz. 

Se você ainda não se inscreveu, use este link que estou lhe enviando: INSCREVA-SE AQUI .  É só preecher os dados solicitados. Aproveite e compartilhe a informação com seus contatos. 

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

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