PADRE JOÃO CARLOS - MEDITAÇÃO DA PALAVRA: ressurreição
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VIVER COM ESPERANÇA


Deus não é Deus dos mortos, mas dos vivos, pois todos vivem para ele (Lc 20, 38)

24 de novembro de 2018.

Os saduceus não acreditavam na ressurreição. E, claro, procuravam defender essa sua posição com muitos argumentos. Apresentaram a Jesus essa questão: a mulher que foi esposa de sete maridos... na outra vida, seria esposa de quem? Para eles seria uma prova que não haveria ressurreição. Porque se houvesse, numa situação dessa, seria uma grande confusão, um desentendimento permanente. E Jesus, com toda paciência, explica que na outra vida, não tem mais casamento. Os ressuscitados viverão numa outra dinâmica: são filhos e filhas, irmãos e irmãs, na alegria da casa do Pai. Serão como os anjos, serão filhos de Deus. Não haverá mais os limites desse mundo de agora. Nem os seus problemas, nem as suas dores. Será um outro mundo, de alegria sem fim.

Jesus explicou aos saduceus: “Deus não é Deus dos mortos, mas dos vivos, pois todos vivem para ele”.  Eles não acreditavam na ressurreição. Para eles, não havia outra vida. Toda esperança estava aqui mesmo na terra, nos poucos ou muitos anos de vida que temos. Eles formavam uma elite em Jerusalém: os grandes proprietários chamados anciãos, os sumos sacerdotes do templo e mestres da lei - uma elite que não acreditava na ressurreição. Talvez por isso, o seu apego ao dinheiro e ao poder fosse tão grande. Quando se vive sem esperança de futuro, a pessoa se agarra ao presente, de unhas e dentes. Se o seu coração não está no Deus que transcende tudo, aferra-se às coisas desse mundo e faz delas o deus de sua vida.

Muita gente não acredita na ressurreição. E mesmo que diga que acredita, na prática, não acredita. Vive sem esperança, procurando encontrar a realização de sua existência em ter coisas, em colecionar títulos e glórias nesse mundo. No fundo, são pessoas entristecidas pela falta de sentido na vida e aterrorizadas pelo fim de sua existência que se aproxima galopante. Quanto mais perto chegam do final dessa vida humana, mais amargas ficam.  Não sei se você conhece alguém assim?!

Guardando a mensagem

Os saduceus, um grupo influente do tempo de Jesus, não acreditavam na ressurreição. Seu apego ao poder e ao dinheiro já mostrava em que eles realmente acreditavam. Eles apresentaram uma questão a Jesus. O mestre aproveitou para fazer uma catequese sobre a ressurreição. Só a luz da fé pode iluminar o coração humano e encher de sentido uma vida, fazendo-nos ansiar pelo dia feliz de nossa ressurreição, quando não haverá mais pranto, nem dor, nem o limite do tempo, nem a frustração do pecado ou do sofrimento; o dia em que seremos plenamente filhos de Deus, na sua casa, na grande comunhão dos irmãos.

Deus não é Deus dos mortos, mas dos vivos, pois todos vivem para ele (Lc 20, 38)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
Muita gente tem uma atitude prática de descrença na ressurreição, na vida futura de que nos falas hoje. Assim, faz das coisas e das pessoas deste mundo o seu único horizonte. Claro, só pode viver uma apreensão permanente diante da insegurança e da provisoriedade de nossa vida biológica. Dá-nos, Senhor, viver na esperança desse futuro maravilhoso, quando toda lágrima será enxugada e não haverá mais pranto nem morte. Aumenta em nós, Senhor, a fé que nos faz ver que, hoje, tu já estás fazendo novas todas as coisas. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Dedique, hoje, uma prece por uma pessoa falecida. Alimente no seu coração a certeza da vida eterna e da felicidade dos justos em Deus.

Pe. João Carlos Ribeiro  - 24.11.2018

FINADOS: UM DIA DE SAUDADE E ORAÇÃO

E esta é a vontade daquele que me enviou: que eu não perca nenhum daqueles que ele me deu, mas os ressuscite no último dia (Jo 6, 39)
02 de novembro de 2018.
Jesus disse ao povo que o Pai tinha lhe confiado muita gente. E que ele tinha vindo exatamente para fazer a vontade do Pai que o enviou. Ele descreveu a vontade do Pai de três formas: que ele, o Filho, não perca nenhum dos que o Pai lhe deu; que aquele que crê no Filho receba a vida eterna; e que o Filho o ressuscite no último dia.
Esse evangelho vem mesmo a propósito deste dia de finados que estamos celebrando, pois nos recorda verdades maravilhosas. O Pai enviou Jesus com uma tarefa precisa: cuidar de nós, dar-nos a vida eterna e ressuscitar-nos no último dia. “O Pai não quer que eu perca nenhum daqueles que ele me deu”, disse Jesus.
Nós existimos porque Deus pensou em nós, nos chamou à existência. Nossa vida tem um propósito. Não nascemos por acaso. E foi o Pai que nos aproximou de Jesus, seu Filho. O Pai nos confiou a Jesus. É nele que encontramos o modelo acabado do ser humano, em sintonia perfeita com o Pai e em comunhão solidária com seus irmãos de humanidade. E não só nos deu Jesus como modelo-caminho-exemplo, mas no-lo deu também como guia de nossa humanidade. Pela ressurreição, Jesus tornou-se o nosso líder, o nosso mestre. Pedro, no dia de Pentecostes, disse à multidão: “Deus constituiu Senhor e Cristo a este Jesus que vocês crucificaram”.
Não estamos sozinhos neste mundo. Não estamos abandonados aos nossos próprios limites biológicos ou sociais. Deus nos deu um pastor, para nos acompanhar, para cuidar de nós. Ele vai buscar a ovelha perdida e trazê-la de volta ao redil, carregando-a nos ombros. Ele nos defende do lobo voraz, pondo em risco a própria vida. Ele dá a vida por suas ovelhas.
Em nossa breve vida humana, acolhamos este pastor a quem o Pai nos confiou e o reconheçamos como nosso modelo e guia, como Senhor e Cristo. É a nossa resposta de fé e de obediência.
Guardando a mensagem
Deus nos aproximou de Cristo. Ele cuida de nós, com muito carinho, pois essa é a vontade do Pai. Ele é para nós o exemplo perfeito de ser humano na sua relação transversal com Deus, seu Pai e na relação horizontal com seus irmãos e irmãs de humanidade. Jesus nos reconciliou com o Pai, abrindo o caminho para nossa participação na herança da vida eterna e garantindo a nossa ressurreição. Além de caminho, Deus nos deu em Jesus um líder, um mestre. Viver bem é crer nele, amá-lo e segui-lo. Deus o constituiu Senhor e Cristo.
E esta é a vontade daquele que me enviou: que eu não perca nenhum daqueles que ele me deu, mas os ressuscite no último dia (Jo 6, 39)
Rezando a palavra
Senhor Jesus, nós te recomendamos hoje os nossos falecidos. Tu que és o bom pastor de nossas almas, ilumina-os com a luz de tua misericórdia. Que, em ti, eles encontrem a ressurreição e a vida. Particularmente, te entregamos cada um dos nossos entes queridos que já partiram desta vida (lembre agora o nome de alguns deles).  Reúne-os todos em tua santa Casa, na paz dos justos e na alegria dos eleitos. E a nós, Senhor, que caminhamos nesta terra, tu que és nosso Mestre e Senhor, conduze-nos com a luz de tua Palavra e o zelo dos pastores que colocaste à frente do teu rebanho. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.
Vivendo a palavra
Hoje, ao rezar pelo descanso eterno dos seus parentes falecidos, peça também que Jesus seja o pastor a lhe conduzir nesta vida.

Pe. João Carlos Ribeiro – 02.11.2018

A MULHER E OS SEUS SETE MARIDOS



Quando os mortos ressuscitarem, os homens e as mulheres não se casarão, pois serão como os anjos do céu (Mc 12, 25)
06 de junho de 2018.
Os saduceus não acreditavam na ressurreição. E, claro, procuravam defender essa sua posição com muitos argumentos. Apresentaram a Jesus esse caso: a mulher que foi esposa de sete maridos... Trata-se da lei do levirato, uma prescrição de Moisés. ‘Se seu irmão casado morrer sem deixar filhos, você deve se casar com a viúva, para suscitar descendência ao seu irmão’. Nesse caso que os saduceus apresentaram a Jesus, os sete irmãos morreram, um depois do outro. Assim, a mulher teve sete maridos. Se houver ressurreição, perguntaram eles, de quem ela será esposa na outra vida? Para eles isso era uma prova de que não haveria ressurreição. Já pensou na confusão que daria, no desentendimento entre os sete maridos, argumentavam eles.
Jesus, com toda paciência, explica que na outra vida, não há mais casamento. Os ressuscitados viverão numa outra dinâmica: são filhos e filhas, irmãos e irmãs, na alegria da casa do Pai. Serão como os anjos. Não haverá mais os limites desse mundo de agora. Nem os seus problemas, nem as suas dores - um outro mundo de alegria sem fim.
Então, os saduceus não acreditavam na ressurreição. Para eles, não havia outra vida. Toda esperança estava aqui mesmo na terra, nos poucos ou muitos anos de vida que temos. Eles formavam uma elite em Jerusalém: os grandes proprietários chamados anciãos, os sumos sacerdotes do templo, pessoas ilustres. Uma elite que não acreditava na ressurreição. Talvez por isso, o seu apego ao dinheiro e ao poder fosse tão grande. Quando se vive sem esperança de futuro, a pessoa se agarra ao presente, de unhas e dentes. Se o seu coração não está no Deus que transcende tudo, aferra-se às coisas desse mundo e faz delas o deus de sua vida.
Agora, muita gente não acredita na ressurreição. E mesmo que diga que crê, na prática, não acredita. Vive sem esperança, procurando encontrar a realização de sua existência em ter coisas, em colecionar títulos e glórias nesse mundo. No fundo, são pessoas entristecidas pela falta de sentido na vida e aterrorizadas pelo fim de sua existência que se aproxima, galopante. Quanto mais perto chega, mais amargo fica.
Vamos guardar a mensagem
Só a luz da fé pode iluminar o coração humano e encher de sentido uma vida, fazendo-nos ansiar pelo dia feliz de nossa ressurreição, quando não haverá mais pranto, nem dor, nem o limite do tempo, nem a frustração do pecado ou do sofrimento; o dia em que seremos plenamente filhos de Deus, na sua casa, na grande comunhão de irmãos.

Quando os mortos ressuscitarem, os homens e as mulheres não se casarão, pois serão como os anjos do céu (Mc 12, 25)
Vamos rezar a palavra
Senhor Jesus,
No final, haverá a ressurreição da carne. Ressuscitaremos, como tu ressuscitaste. Teremos o nosso corpo glorificado. Como Paulo escreveu:’ tu és o primogênito que vais à nossa frente, o primogênito dentre os mortos’. Nós, de alguma forma, já estamos participando de tua ressurreição, de tua completa vitória sobre o pecado e a morte. Pelo batismo, já nos associamos à tua ressurreição. Ajuda-nos, Senhor, a viver iluminados por esta esperança que não decepciona. E livra-nos de viver prisioneiros do materialismo ou de qualquer forma de ateísmo prático. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.
Vamos viver a palavra
Muita gente, infelizmente, vive longe de Deus. E vive sem esperança. Não é à toa que tem crescido tanto o número de suicídios. Aparecendo uma oportunidade hoje, dê testemunho de sua fé no Deus vivo, que, em Cristo, nos ressuscitará.

Pe. João Carlos Ribeiro – 06.06.2018

A TRISTEZA QUE VAI VIRAR ALEGRIA

A mulher, quando deve dar à luz, fica angustiada porque chegou a sua hora; mas, depois que a criança nasceu, ela já não se lembra dos sofrimentos, por causa da alegria de um homem ter vindo ao mundo (Jo 16, 21)
11 de maio de 2018
Essa palavra de Jesus é impressionante: uma comparação que ajudou os discípulos e as discípulas a entenderem o que estava acontecendo ou se prepararem para o que iria acontecer. A comunidade estava angustiada e sofrendo, porque chegara a hora de Jesus, a hora de sua paixão.  Jesus comparou a situação da comunidade à mulher que está sentindo as contrações do parto.
No tempo de Jesus, não havia cesariana, nem anestesia. As mulheres davam à luz em casa, nem nenhuma assistência médica. As mães da idade de minha mãe, mesmo vinte séculos depois, também deram à luz em casa, apenas com a assistência de parteiras práticas. Essas mães podem dizer de que sentimentos eram tomadas na proximidade do parto: apreensão, angústia. E as dores que tinham que suportar no parto... É a essa angústia da chegada da hora que Jesus está se referindo.
Ele está falando de sua paixão e morte, da apreensão e do sofrimento que provocaram na comunidade dos discípulos. E olha que coisa incrível! Está falando de sua morte como de um parto, de um nascimento. “A mulher, quando deve dar à luz, fica angustiada porque chegou a sua hora”. Essa palavrinha ‘hora’ é usada muitas vezes por Jesus, no evangelho de João, para falar de sua paixão e morte. Por exemplo: “Pai, chegou a hora, glorifica o teu filho”. A hora é a hora de sua morte. E ele está comparando a comunidade dos discípulos com a parturiente. Quando a comunidade pressentiu que chegara a hora de Jesus, ficou triste, angustiada, sofrida.
E Jesus completou: “Mas, depois que a criança nasceu, a mulher já não se lembra dos sofrimentos, por causa da alegria de um homem ter vindo ao mundo”. A alegria de um homem ter vindo ao mundo. De que Jesus está falando? Está se referindo à sua ressurreição. A ressurreição está sendo comparada com um novo nascimento. A tristeza vai se transformar em alegria. A ressurreição é a vitória sobre a morte, a morte natural e a morte eterna. Na ressurreição, nasceu o homem novo, a nova criatura.  Jesus ressuscitado é a pessoa humana que realizou plenamente a sua vocação de pessoa humana. Na ressurreição, nasceu a nova humanidade: a pessoa humana em paz com Deus, vencedora sobre o pecado e a morte. Renascemos na ressurreição de Jesus. Renascemos numa nova condição, a de filhos e irmãos reconciliados. Foi para isso que nascemos.
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Jesus comparou a sua morte com o parto. Hora de angústia e sofrimento. Mas, a ressurreição trouxe muita alegria, pois significou a chegada de um novo momento na história. Com a ressurreição, a pessoa humana chegou naquele ponto de plenitude e realização para a qual foi criada. Pela comparação com a mulher em dores de parto, a gente logo entende o que ele queria dizer. Quando nasce a criança, a mãe se esquece das dores e do sofrimento, fica tomada de alegria. A tristeza é vencida pela alegria.
O que Jesus falou no contexto de sua morte e ressurreição, também serve para as situações de crise e sofrimento nas comunidades e na vida dos seus seguidores. Em todas as situações de angústia e sofrimento, você pode contar com a vitória de Deus em sua vida. Você que está passando por um momento de dor e sofrimento, acolha essa palavra de hoje, é palavra de Jesus. Persevere no bem, na verdade, no que é justo e certo, afaste-se de mal. Aguarde com paciência a hora de Deus. Mergulhe sua dor na paixão redentora do Senhor. O justo vive pela fé. O justo triunfa por sua fidelidade e pela fidelidade do Senhor.
A mulher, quando deve dar à luz, fica angustiada porque chegou a sua hora; mas, depois que a criança nasceu, ela já não se lembra dos sofrimentos, por causa da alegria de um homem ter vindo ao mundo (Jo 16, 21)
Vamos rezar a palavra
Senhor Jesus,
Nós te agradecemos pela tua vitória na cruz. Com ela, aprendemos que a vitória já está inscrita em nossa luta e nas horas turbulentas de nossas cruzes. Aprendemos também que a alegria da ressurreição, a alegria da vitória é sem tamanho, e que ninguém tirará essa nossa alegria. E ninguém a roubará, porque ela é vitória de Deus em nossas vidas de gente sofrida e pecadora. Apressa, Senhor, esse dia de vitória e alegria na vida de tantos irmãos e irmãs que estão vivendo dias de sofrimento e tribulação. Abençoa, Senhor Jesus, com a bênção da paciência e da fortaleza as pessoas que estão angustiadas por situações de família, de trabalho, de saúde. Dá a todos nós a tua paz e a alegria de tua ressurreição, da qual participamos desde o batismo. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.
Vamos viver a palavra
Que tal você compartilhar essa meditação com alguém que esteja precisando dessa palavra do Senhor? E, claro, reze por ela ou por ele. E, se for oportuno, dirija-lhe uma palavrinha de conforto e de estímulo.

Pe. João Carlos Ribeiro – 11.05.2018

NÃO ESTAMOS SOZINHOS, NÓS TEMOS UM PASTOR E GUIA.

Pois esta é a vontade do meu Pai: que toda pessoa que vê o Filho e nele crê tenha a vida eterna. (Jo 6, 40)
18 de abril de 2018.
Jesus disse ao povo que o Pai tinha lhe confiado muita gente. E que ele tinha vindo exatamente para fazer a vontade do Pai que o enviou. Ele descreveu a vontade do Pai de três formas: que ele, o Filho, não perca nenhum dos que o Pai lhe deu; que aquele que crê no Filho receba a vida eterna; e que o Filho o ressuscite no último dia.
Qual é o projeto de Deus, isto é, qual é a vontade de Deus? A vontade de Deus se manifesta em relação a Jesus e em relação a nós. Qual foi a tarefa que o Pai deu a Jesus?  Ele o enviou a nós, nos confiou a ele, pediu que ele não perdesse nenhum de nós e nos ressuscitasse no último dia. O que é que Jesus finalmente tem para nos dar, para nos comunicar? Resposta: a vida em plenitude. Um dia ele falou disso: “Eu vim para que todos tenham vida e vida em abundância”. Essa ‘vida em plenitude’ está dita de várias formas no evangelho de hoje: pão para saciar a fome, água para matar a sede, vida eterna, ressurreição no último dia. São formas de dizer ‘Deus quer dar a vocês a vida em plenitude’. E é isso que Jesus tem para nós.
E qual é a vontade de Deus a nosso respeito, isto é, o que Deus nos pede? O Pai nos pede para ir a Cristo, para crer nele. É assim que podemos ser cuidados por ele, alimentados por ele, conduzidos por ele. É crendo nele, acolhendo-o em nossa vida como nosso Deus e Senhor, que podemos receber o que ele tem para nos dar: a vida em plenitude.
Nós existimos porque Deus pensou em nós, nos chamou à existência. Nossa vida tem um propósito. Não nascemos por acaso. E foi o Pai que nos aproximou de Jesus, seu Filho. O Pai nos confiou a Jesus. É nele que encontramos o modelo acabado do ser humano, em sintonia perfeita com o Pai e em comunhão solidária com seus irmãos de humanidade. E não só nos deu Jesus como modelo-caminho-exemplo, mas no-lo deu também como guia de nossa humanidade. Pela ressurreição, Jesus tornou-se o nosso líder, o nosso mestre. Pedro, no dia de Pentecostes, disse à multidão: “Deus constituiu Senhor e Cristo a este Jesus que vocês crucificaram”.
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Não estamos sozinhos neste mundo. Não estamos abandonados aos nossos próprios limites biológicos ou sociais. Deus nos deu um pastor, para nos acompanhar, para cuidar de nós. Jesus vem buscar a ovelha perdida e levá-la de volta ao redil, carregando-a nos ombros. Ele nos defende do lobo voraz, pondo em risco a própria vida. Ele dá a vida por suas ovelhas. Ele nos comunica a vida plena, a vida de Deus. Em Cristo, somos herdeiros de Deus.  Viver bem é crer nele, amá-lo e segui-lo.
Pois esta é a vontade do meu Pai: que toda pessoa que vê o Filho e nele crê tenha a vida eterna. (Jo 6, 40)
Vamos rezar a Palavra
Senhor Jesus,
O Pai nos confiou a ti. Ele espera que nós nos aproximemos de ti, que creiamos em ti, que te acolhamos como nosso pastor e guia. Dá-nos, Senhor, que te reconheçamos na fé e te sigamos com perseverança e amor. Também nós temos pessoas que o Pai nos confiou para cuidar, para acompanhar. Nós te pedimos por elas. Nós queremos conduzi-las a ti, pois só em ti a verdade, a graça, a salvação. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.
Vamos viver a Palavra
Reze, hoje, o Salmo 23 ou 22, conforme a sua Bíblia. O Senhor é o meu pastor, nada me falta.

Pe. João Carlos Ribeiro – 18.04.2018

ALGUMA COISA MUDOU NA SUA VIDA?

Vocês serão testemunhas de tudo isso (Lc 24, 48).

15 de abril de 2018.

Chegamos ao terceiro domingo da Páscoa. Estamos tranquilos. Jesus ressuscitou. Festejamos isso na liturgia. Tudo bem. Mas, isso mudou alguma coisa na sua vida? E era pra mudar? Certamente, que sim. Se tudo continua igual como antes, o que significou a ressurreição de Jesus?

Talvez tenha sido isso que aconteceu aos discípulos, após a ressurreição. Jesus ressuscitado apareceu-lhes quando estavam reunidos, mas parecia que aquilo não mudava muita coisa. Eles continuavam acuados pelo medo, pela descrença, pelo pensamento de que seria um fantasma. São Lucas procurou limpar a barra deles. Disse que eles estavam tão alegres que não puderam acreditar.

Jesus, sempre paciente, faz o possível para que eles percebessem o que estava acontecendo e tomassem novo ânimo. Ele estava vivo, ali presente no meio da comunidade. Mostrou-lhes as mãos e os pés. Comeu na frente deles. Explicou como as Escrituras se cumpriam na sua morte e na sua ressurreição. E que eles seriam suas testemunhas.

Esse esforço de Jesus, ajudando os discípulos a assimilarem a ressurreição, está valendo para nós também. O risco é que a ressurreição de Jesus fique apenas uma solenidade que comemoramos a cada ano. E nos escape a verdade que ele, Jesus, o pastor do rebanho, exatamente por causa de sua ressurreição, está vivo entre nós, conduzindo-nos como nosso verdadeiro guia e agindo no mundo por meio de nós.

O que os apóstolos diziam ao povo, anunciando a morte e a ressurreição do Senhor, era que isso aconteceu em expiação dos seus pecados. E, assim, convencidos por este amor tão grande de Deus que veio ao seu encontro, se arrependessem de seus pecados, se convertessem. Pela conversão, acolhemos a graça da reconciliação que nos chega por meio de Cristo. Conversão é viver agora a vida nova que ele conquistou para nós. Ele nos alcançou o perdão e nos deu o seu Espírito.

A  nós que temos conhecimento que Jesus está ressuscitado, nos cabe, uma vez convertidos, viver em comunhão com ele. Ele não é apenas um personagem da história ou da Bíblia, de quem nos recordamos. Ele é uma pessoa humana e divina que está conosco. Ele é agora plenamente o Emanuel, Deus conosco. Não é à toa que, na celebração do dia do Senhor, ocorre várias vezes essa saudação: “O Senhor esteja convosco” e a resposta: “Ele está no meio de nós”.  Nós o reconhecemos no Pão repartido, nós o entendemos na Palavra, nós guardamos os seus Mandamentos. Estamos em comunhão com ele, na comunidade dos discípulos, a sua Igreja, na Palavra, no Pão repartido, na prática dos seus Mandamentos.

Somos, agora, testemunhas dele. Somos testemunhas porque nós tocamos de perto o mistério de sua ressurreição, atestamos que ele está vivo. Somos testemunhas porque anunciamos ao mundo que a salvação chegou por meio dele.

Vamos guardar a mensagem

Jesus ressuscitou. E está no meio de nós. Isso não se esgota na festa da páscoa. Isso é uma mudança radical em nossa vida e na vida do mundo. Em primeiro lugar, isso nos chama à conversão: superamos a vida do pecado para viver na graça, na santidade de vida. Em segundo lugar, vivemos agora em comunhão com ele: no entendimento de sua Palavra, no reconhecimento do Pão repartido, na prática dos seus Mandamentos. Em terceiro lugar, a missão, agora somos suas testemunhas: atestamos e anunciamos sua obra salvadora em favor de todos. É bom você não se acostumar com a ressurreição. Ela é a vida nova da qual já participamos; uma reviravolta na sua vida, um princípio de mudança para esse mundo velho.

Vocês serão testemunhas de tudo isso (Lc 24, 48).

Vamos rezar a Palavra

Senhor Jesus,
Nós já vamos na terceira semana da páscoa e tudo parece igual em nossa vida. Ainda estamos na escuridão do medo. Ainda te confundimos com fantasma. Ainda somos um cenáculo de janelas e portas fechadas.  Ajuda-nos, Senhor, pela presença do teu Santo Espírito em nós e em nossas comunidades, a vivermos em ritmo de conversão, em comunhão contigo e abraçando a missão de testemunhas do novo que entrou na história pela tua vitória sobre o pecado, o mal e a morte. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém
.
Vamos viver a Palavra

Leia, hoje, em sua Bíblia o evangelho deste domingo: Lucas 24, 35-48. E compartilhe a Meditação com outras pessoas. Assim, você já vai exercendo a tarefa de testemunha que Jesus lhe deu.

Pe. João Carlos Ribeiro – 14.04.2018

UMA COISA NOVA, INÉDITA, BACANA DEMAIS

Vejam minhas mãos e meus pés: sou eu mesmo! (Lc 24, 39)
05 de abril de 2018.
Não foi fácil para os discípulos assimilarem o fato histórico da ressurreição de Jesus. Nem de longe, estavam esperando que isso acontecesse. Mesmo que Jesus tenha falado disto com os doze, explicado várias vezes que ele seria vítima de uma morte dolorosa e ressuscitaria ao terceiro dia, não estava no horizonte deles tudo o que aconteceu. Consideremos também que a ressurreição de Jesus não foi como a de Lázaro, em que o morto ficou vivo de novo e continuou sua vida normal, morrendo no tempo certo. A ressurreição de Jesus foi algo completamente novo e diferente.
O fato de os discípulos estranharem tanto, por um lado, foi bom para alguém não acusar que a ressurreição tenha sido uma saída honrosa que eles arrumaram para o aparente fracasso do seu Mestre. No evangelho lido hoje, vemos Jesus tentando convencê-los de que é ele mesmo. E isso, é claro, está valendo pra nós. Nós também não temos ideia do que seja mesmo a ressurreição de Jesus e a nossa ressurreição com ele.
Quando a comunidade dos discípulos estava reunida, e os discípulos de Emaús estavam contando como eles tinham se encontrado com o Senhor Ressuscitado, ele mesmo apareceu no meio deles e lhes fez a saudação de paz. Eles ficaram assustados, com medo, cheios de dúvida, pensando que era um fantasma. Jesus mostrou-lhes as mãos e os pés. Neles, estavam os sinais da crucificação. “Vejam minhas mãos e meus pés. Eu não sou um fantasma. Toquem em mim. Um fantasma não tem carne, nem osso”. Mesmo assim, eles ainda continuavam duvidando. Então, Jesus pediu algo para comer. Deram-lhe um pedaço de peixe assado e ele comeu à vista de todos.
Essa é a primeira lição da ressurreição. Jesus não é um fantasma. Não é alguém que voltou do mundo dos mortos e está perambulando por aí. É ele mesmo, vivo, saudável, com um corpo glorioso, mas numa nova situação, situação difícil de se entender e de se explicar. E é bom a gente tentar captar alguma coisa porque essa é a nova condição que alcançaremos, se estivermos em comunhão com Cristo. Ele foi o primeiro, é o primogênito de muitos irmãos, como diz São Paulo.  Nós vamos atrás dele.
Jesus venceu definitivamente a morte. Não levantou-se da morte para continuar vivendo biologicamente a mesma vida. Foi elevado a um novo patamar de existência. É a vida plena em Deus. É a existência em Deus. Não é um espírito vagando por aí, como alguém poderia pensar. Ele tem um corpo. Seu corpo está marcado pelas chagas da crucificação, ele pode ser visto, ouvido, tocado e, nessa passagem, mostrou que também pode se alimentar. Tem um corpo, um corpo glorioso com que ele entrou na sala com as portas fechadas. Agora, sim, ele pode estar conosco até à consumação dos séculos, como nos prometeu. A primeira lição é essa: ele não é um fantasma, nem uma aparição de alguém que voltou do mundo dos mortos.
A segunda lição a ser assimilada está na explicação do próprio Jesus nessa cena. Tudo isso é cumprimento do que está escrito nos livros de Moisés, nos Profetas e nos Salmos, isto é, nas Escrituras Sagradas. Sua morte e sua ressurreição são a realização das promessas de Deus, como se pode ler nas Escrituras. O que Deus prometeu? Vida plena, a vitória completa do seu servo. Seu servo não conheceria a corrupção da carne, como diz o salmo 16.
A terceira lição a ser assimilada por nós, como o foi para a primeira geração dos discípulos, é que a força da ressurreição nos faz testemunhas e anunciadores de sua obra. A conversão e o perdão dos pecados serão anunciados a todos os povos, em seu nome, por nós.
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Falamos de ressurreição, mas não entendemos ainda bem o que seja. Ela já aconteceu em Jesus. É uma mudança radical no nosso ser biológico e espiritual.  Pela ressurreição, entraremos na esfera divina, ultrapassando os limites de espaço e tempo. A nossa alma já foi criada imortal, mas faltava essa plenificação em Deus. Pela ressurreição, teremos também um corpo transformado.  Jesus é o primogênito da grande família dos filhos de Deus que vai à nossa frente. Ele não é um fantasma, uma aparição. Ele levou para a esfera de Deus a nossa própria humanidade. Essa novidade que irrompeu na história pela ressurreição ao terceiro dia era já uma promessa na história e nos livros santos do povo de Deus. Nós agora somos testemunhas de tudo isso, levando ao mundo o anúncio da salvação em Cristo, pelo perdão dos pecados que ele alcançou por sua morte e ressurreição.
Vejam minhas mãos e meus pés: sou eu mesmo! (Lc 24, 39)
Vamos rezar a palavra

Rezemos com as palavras do Salmo 8:
— Ó Senhor, nosso Deus, como é grande vosso nome por todo o universo! Perguntamos: “Senhor, que é o homem para dele assim vos lembrardes e o tratardes com tanto carinho?”

— Pouco abaixo de Deus o fizestes, coroando-o de glória e esplendor; vós lhe destes poder sobre tudo, vossas obras aos pés lhe pusestes.

—Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo, como era no princípio, agora e sempre. Amém.

Vamos viver a Palavra

Não deixe de ler o evangelho de hoje em sua Bíblia: Lucas 24,35-48.

Pe. João Carlos Ribeiro – 05.04.2018

A SURPRESA DE EMAÚS

Fica conosco, pois já é tarde e a noite vem chegando (Lc 24, 29)

04 de abril de 2018.

Um texto maravilhoso, que eu não me canso de ouvir, ler e explicar. Lucas 24. Os discípulos de Emaús. Numa canção que fiz e vocês conhecem, coloquei no refrão esse convite insistente dos dois discípulos: “Fica conosco, Senhor, é tarde, a noite já vem. Fica conosco, Senhor, somos teus seguidores também”.
Domingo, dia da ressurreição. Dois discípulos voltam para casa, desanimados, entristecidos. Tinham todas as informações do que havia acontecido com Jesus na sua paixão e morte em Jerusalém e conheciam inclusive os rumores de sua ressurreição. Mas, estavam como cegos, sofrendo pela ausência física de Jesus. A ressurreição não era uma nova luz na sua caminhada. 
A história dos discípulos de Emaús é uma linda catequese sobre a ressurreição; uma catequese dirigida aos seguidores de Jesus, nas comunidades. O texto tem claramente cinco partes. Poderíamos dar um título a cada parte: Caminho, Palavra, Caridade, Ceia Eucarística, Missão. Em cada parte, faz-se uma catequese sobre a Ressurreição do Senhor.
Na primeira parte, dois discípulos estão voltando de Jerusalém a Emaús, tristes e desanimados. Conversam e discutem entre si. Entra na conversa deles, um peregrino, que se mostra interessado no que está acontecendo. Pergunta o que aconteceu e escuta o relato deles: o profeta Jesus que eles seguiam morreu e não ressuscitou, apesar dos boatos. A catequese aqui é esta: O Senhor ressuscitado caminha conosco, interessado em nossos dramas, em nossos problemas. Ele é nosso companheiro de viagem. No caminho de sua existência humana, você tem um encontro com Jesus ressuscitado.
Na segunda parte, o peregrino é quem fala, ele relembra as Escrituras, mostrando como na vida do Galileu cumpriram-se as promessas e as profecias. A catequese aqui é esta: O Senhor ressuscitado ilumina o nosso caminho, a nossa vida, com a Palavra Deus. Na Palavra de Deus, você tem um encontro com Jesus ressuscitado.
Na terceira parte, o peregrino faz que vai passar adiante e eles insistem e o acolhem em casa. Acolher significa providenciar água, comida e dormida para aquele companheiro de viagem. Acolher o peregrino é um gesto de amor ao irmão que, no evangelho, consta na lista dos serviços ao próprio Jesus. A catequese aqui é esta: O Senhor ressuscitado tem um encontro marcado conosco no necessitado. Na caridade, você tem um encontro com Jesus ressuscitado.
Na quarta parte, eles põem a mesa e ceiam com o peregrino. Ele toma o pão, dá graças, parte o pão e o distribui. Ao partir do pão, gesto próprio da Ceia Pascal, eles se dão conta que o peregrino é o próprio Jesus ressuscitado. Ele desaparece. Claro, se acreditamos na ressurreição, não precisamos ver Jesus. A catequese aqui é esta: O Senhor ressuscitado continua oferecendo sua vida em nosso favor, no memorial de sua paixão, na santa Ceia. Na Eucaristia, você tem um encontro com Jesus ressuscitado.
Na quinta parte, eles voltam a Jerusalém, àquela hora da noite mesmo e se reintegram à comunidade dos discípulos, de onde tinham se destacado. Lá eles recebem o testemunho dos apóstolos de que Jesus ressuscitou. Lá, eles contam a história do seu encontro com Jesus na sua volta para Emaús. A catequese aqui é esta: O Senhor ressuscitado nos faz testemunhas de sua ressurreição. Na Missão, você tem um encontro com Jesus ressuscitado.
Vamos guardar a mensagem 

Sem a experiência do encontro com Jesus ressuscitado, nossa vida fica opaca, sem transcendência, sem horizontes. Sem integrar a ressurreição na sua vida ou na sua religião, tudo vira tristeza e desencanto. Mas, você pode encontrar o Senhor ressuscitado, ou melhor ele vem ao seu encontro, no seu caminho existencial, na audição da Palavra de Deus, no serviço da caridade para com os sofredores, na Santa Eucaristia e no seu Testemunho missionário.



Fica conosco, pois já é tarde e a noite vem chegando (Lc 24, 29)

Vamos rezar a Palavra

Senhor Jesus,
Nossa prece hoje é a

dos discípulos de Emaús: “Fica conosco, Senhor. É tarde, a noite já vem!”. Sem
tua presença de ressuscitado em nosso caminho, caminhamos para a noite, para o
sem sentido, para o fracasso. Se estiveres conosco, o nosso caminho se ilumina,
a Palavra santa que ouvimos enche-se de sentido, o serviço aos pobres enche o nosso coração de alegria. Pela tua ressurreição, por tua presença ao nosso
redentor e a Missão sai reforçada pelo nosso testemunho.
lado, a celebração da Santa Missa é verdadeira comunhão com o teu sacrifício

Fica conosco, Senhor!
Amém.

Vamos viver a Palavra

Faça hoje um momento de oração pessoal em favor das pessoas que ainda não encontraram o Senhor Ressuscitado.


Pe. João Carlos Ribeiro - 19.04.2017

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