PADRE JOÃO CARLOS - MEDITAÇÃO DA PALAVRA: reino de deus
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AS CINCO LIÇÕES DOS SETENTA E DOIS



Digam ao povo: ‘O Reino de Deus está próximo de vocês’ (Lc 10, 9)

07 de julho de 2019 – 14º Domingo do Tempo Comum

O evangelho desse domingo desenvolve o tema da ‘Missão’. Jesus envia 72 discípulos à sua frente e lhes faz diversas recomendações. São muitas e belas as lições do evangelho de hoje. Vamos recolher cinco delas. 

A primeira lição: A missão é anunciar o Reino de Deus. Jesus mandou avisar que o Reino de Deus está próximo. Todos precisam saber. O Reino é a atuação de Deus entre nós, na pessoa do seu filho Jesus. Ele está conosco, está nos comunicando o amor do Pai; ele nos traz a salvação. O ‘Reino está próximo de vocês’ significa está pertinho, pode ser acessado facilmente, vocês podem entrar nele. A resposta ao anúncio do Reino é a fé e a conversão.

A segunda lição: A missão é tarefa de todos nós. Não somos espectadores. Somos agentes da missão. Jesus enviou antes os doze. Os doze são os apóstolos, como os 12 patriarcas das tribos de Israel. É uma representação das lideranças do povo de Deus. No evangelho de hoje, Jesus enviou 72 discípulos. 72 é um múltiplo de 12 (12 vezes 6). Toda a comunidade, reunida em torno dos doze, está sendo enviada em missão. O fato de enviá-los dois a dois indica que a missão é comunitária, não é uma obra individual. 


A terceira lição: A missão não depende de bens. A orientação de Jesus foi não levar sacola, nem bolsa, nem sandália. Segundo outro evangelho, a lista também incluía não levar dinheiro no bolso. A missão não depende de dinheiro. Aliás, pelo que tenho visto, quanto mais bens alguém tem, menos bem faz. É verdade que precisamos de dinheiro para sustentar nossas atividades pastorais. Mas, o êxito da missão não está no dinheiro. Está no testemunho dos enviados. A sua vida cristã, suas atitudes, suas opções, seu modo de vida, isto é, seu testemunho – é isso que de fato convence, arrasta. Disse Santo Antonio, há mais de 800 anos atrás: “Cessem as palavras, falem as obras”. A missão depende do amor do enviado, que se traduz em testemunho, dedicação, perseverança, oração. “A oração é o coração da Igreja em missão”, falou recentemente o Papa Francisco. 


A quarta lição do evangelho de hoje: A missão tem uma marca especial: o amor ao necessitado. Jesus recomendou aos seus missionários que, chegando numa cidade, curassem os doentes. Ele mesmo, no evangelho, estava sempre cercado de pobres e sofredores: paralíticos, leprosos, possuídos pelo mal, discriminados pela sociedade. Jesus não era um curandeiro. Seus milagres eram sinais de atenção e amor aos doentes e desamparados. A evangelização se comprova no cuidado com os mais frágeis e abandonados da sociedade, na defesa de seus direitos, na formação de todos para a cidadania. 

A quinta lição: A missão aponta para um mundo novo, renovado em Cristo. Jesus falou de sua missão nesses termos: “Eu vim para que todos tenham vida, e a tenham em abundância”. Abrindo as portas para Cristo, estamos abrindo as portas para a justiça, a felicidade, a paz. “Eis que vou fazer correr a paz como um rio” – está no livro do Profeta Isaías (Is 66). “O que conta é a nova criação” – escreveu São Paulo na Carta aos Gálatas (Gl 6). A pregação do evangelho não pode ser apenas uma denúncia das mazelas e dos males do nosso tempo. A boa notícia de que somos portadores é que, com Cristo, o tempo novo já começou e que, por ele e nele, Deus está restaurando todas as coisas. A missão aponta para um mundo novo, renovado em Cristo.


Guardando a mensagem

Jesus enviou 72 dicípulos em missão, com diversas recomendações. Dentre tantas mensagens, identicamos cinco lições: A missão é anunciar o Reino de Deus – A missão é tarefa de todos – A missão não depende de bens – A missão tem uma marca especial: o amor ao necessitado – A missão aponta para um mundo novo, renovado em Cristo. Somos missionários.

Digam ao povo: ‘O Reino de Deus está próximo de vocês’ (Lc 10, 9)


Rezando a palavra

Senhor Jesus, 


Dá-nos um coração missionário, como o teu. Só assim poderemos estar à altura da missão a que nos envias hoje. Ajuda-nos, Senhor, a realizar a evagelização como anúncio do Reino a todos, não como propaganda de nós mesmos. Que todos nos envolvamos, com generosidade, na missão de testemunhar o Reino em todos os ambiente onde vivemos, trabalhamos, nos divertimos. Que não nos esqueçamos dos pobres em suas necessidades. E que mantenhamos acesa, em nosso mundo, a chama da paz e da esperança. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém. 

Vivendo a Palavra

No seu caderno espiritual, anote a resposta que Jesus deu aos discípulos quando voltaram da missão: Lucas 10, 18-20. 

Pe. João Carlos Ribeiro – 07 de julho de 2019.

ATRÁS DE JESUS OU DE UM MILAGRE?

Por que essa gente pede um sinal? (Mc 8, 12)
18 de fevereiro de 2019.
Jesus não era um curandeiro. Nem um mago. As curas e milagres que realizava eram sinais de uma realidade mais abrangente. Sinais que apontavam para o Reino de Deus. Reino que chegara com a sua presença redentora. Pelas palavras, ele anunciava o Reino como um tempo de misericórdia e restauração. Pelos milagres, podia-se experimentar o Reino de Deus como perdão para os pecadores, luz para quem estava na escuridão, vida para quem estava na fila da morte. Vemos isso claramente no programa de sua missão, lido no profeta Isaías e comentado na Sinagoga de Nazaré.
No evangelho de hoje, tem gente pedindo a Jesus um sinal, uma comprovação de que ele vinha da parte de Deus. Os fariseus. Eles estavam discutindo com Jesus e, para pô-lo à prova, pediram-lhe um sinal do céu. Queriam que Jesus demonstrasse o que ele estava dizendo com alguma coisa sobrenatural, um milagre. Estavam tentando Jesus, igual ao diabo do início do evangelho, o das tentações. Em resposta, Jesus deu um suspiro profundo e disse: “Por que essa gente pede um sinal? Em verdade lhes digo, a essa gente não será dado nenhum sinal”.
Os fariseus já tinham presenciado tantos milagres! Mas, o coração deles estava fechado, não tinham fé.  Abraão deixou sua terra e marchou para a terra da promessa, sem nenhuma certeza, sem nenhuma evidência de que estava dando o passo certo. Foi na fé. Deixou-se guiar pela fé. Então, a fé vem antes dos milagres, da graça. Os milagres não produzem a fé. A fé é antes que se tenha provas. Se já está provado, não precisamos mais da fé. A fé é a nossa adesão a Deus e ao que ele nos revela. Por um lado, é um dom de Deus. Por outro, é uma acolhida nossa, um ato de vontade de nossa parte.
De sinais, a vida de Jesus está cheia: milagres, curas, exorcismos, até ressurreição de mortos. O quê eles mais queriam? É interessante que, sempre que alguém era curado, Jesus dizia: “a tua fé te salvou”. A fé é que levava aquelas pessoas a acolherem a obra de Deus. Sem a fé, como o povo de Nazaré, não aconteciam os milagres. Os fariseus fecharam-se à revelação de Deus, não quiseram acolher Jesus como enviado do Pai. Mesmo vendo os milagres, não acreditaram. Não tinham fé. Fé é a adesão à pessoa de Jesus, acolhendo-o como o enviado do Pai à humanidade.
Guardando a mensagem
Os fariseus, para provar Jesus, queriam que ele lhes mostrasse um sinal do céu. Milagres, eles já tinham visto tantos. E não se convertiam, não acreditavam. Outras pessoas também andavam atrás de milagres, de benefícios pessoais, sem adesão a Jesus e ao seu evangelho. A certa altura do seu ministério, Jesus tinha resolvido que bastaria o sinal de Jonas (a sua morte e ressurreição). Não haveria mais outros sinais. Os sinais (as curas, os milagres) apontavam para o Reino de Deus acontecendo no meio do povo. Tem muita gente, hoje, correndo atrás de milagres. Mas, não quer acolher Jesus como seu salvador, seu guia, seu mestre. Não quer viver a sua palavra. Quer apenas resolver o seu problema. Para estes, Jesus também está dizendo hoje: “A essa gente, não será dado nenhum sinal”.  Os sinais apontam o Reino de Deus presente em nossa vida: seu amor, sua misericórdia, seu perdão que nos chegam por Jesus Cristo.
Por que essa gente pede um sinal? (Mc 8, 12)
Rezando a palavra
Senhor Jesus,
Aumenta a nossa fé. Dá-nos a fé de Maria que acolheu o plano de Deus e viveu toda a sua vida como um sim generoso e fiel. Dá-nos a fé de Abraão que partiu para uma terra distante, apenas confiado nas tuas promessas. Dá-nos a fé da Mulher do fluxo de sangue que alcançou sua cura, apenas tocando em tuas vestes. Dá-nos uma fé que seja acolhida de tua pessoa e do teu evangelho, nos fazendo teus seguidores, teus discípulos, teus missionários. Seja  bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.
Vivendo a palavra
Rezando o terço hoje (coisa louvável na vida de um católico), contemple a fé de Maria que, sem cobrar sinais especiais de Deus, acolheu sua vontade e a realizou com fidelidade. Hoje, contemplam-se os mistérios gozosos, do nascimento e infância de Jesus.

Pe. João Carlos Ribeiro – 18.02.2019

OLHANDO DIREITINHO, VOCÊ VÊ

O Reino de Deus é como quando alguém espalha a semente na terra (Mc 4, 26)
1º de fevereiro de 2019.
A gente fica esperando o Reino de Deus como uma intervenção poderosa do Senhor em nosso mundo. Uma coisa forte, visível, que todo mundo reconheça e se submeta. Como falamos de ‘reino’, vêm em nossa imaginação os impérios deste mundo, os reinados de senhores poderosos e violentos de quem a história dá notícia.
Jesus, que tanto falou do Reino de Deus, não deixou uma definição do que é o Reino. Antes, fez comparações que desfazem completamente nossas expectativas farisaicas. O Reino é como a semente plantada na terra que, sem o agricultor saber como, nasce, cresce e produz frutos. O Reino é como uma semente de mostarda que se torna um belo arbusto. É como uma bela plantação, onde o inimigo semeou o joio. Só pra ficar nas comparações na área da agricultura. É melhor a gente desistir de querer definir o que é o Reino de Deus. Parece mais um jeito de Deus agir neste mundo.
Jesus nos conta, hoje, duas pequenas parábolas sobre o reino de Deus: a semente que germina sozinha e o grão de mostarda que se torna um frondoso arbusto. Estas duas parábolas nos dão novas pistas sobre o Reino de Deus.
Uma primeira indicação é esta: O Reino se constrói com pequenos sinais. O Reino está potencialmente presente no que, hoje, nós estamos semeando, que nos parece tão pouco, tão pequeno. Ele é como a semente plantada que germina ou como o grão de mostarda tão pequenininho que vai se tornar uma grande hortaliça. Quando semeamos, nós mostramos confiança na semente e no futuro dela. Ao realizarmos pequenas ações e nos movermos com pequenos passos, estando na direção certa, estamos semeando o reino. É um conselho que damos, é uma desculpa que aceitamos, é uma pequena decisão que tomamos na direção justa. O Reino se constrói com pequenos sinais. São sementes que plantamos, grãos lançados na terra.
Uma segunda afirmação é a seguinte: O Reino não é obra nossa. É obra de Deus, servindo-se de nossa muito pequena participação.Mesmo que seja o agricultor a plantar a semente, a germinação é um segredo do Criador. É dele o milagre daquela semente tornar-se uma plantinha, crescer, florescer, frutificar. O agricultor colabora, plantando, limpando, irrigando, mas a espiga é obra da natureza e de quem a fez. O mesmo acontece com o grão de mostarda. O arbusto que vai acolher até os passarinhos é fruto de uma dinâmica que não é controlada pelo agricultor. O Reino não é obra nossa. É obra de Deus, com sua lógica, sua dinâmica, sua atuação.
Uma terceira afirmação é esta: o Reino será uma realidade surpreendente. Se plantarmos, colheremos. A semente dará fruto, dela se colherão as espigas. O grão de mostarda será uma linda hortaliça e abrigará os pássaros do céu. O agricultor vai se surpreender com a obra de Deus em seu favor.
O Evangelho é a revelação desse evento maravilhoso: o Reino está ao nosso alcance, está batendo à nossa porta, está próximo de nós, está entre nós.
Vamos guardar a mensagem
Mesmo com tanta crise, com tanta coisa ruim acontecendo, com tanto desmantelo no mundo, experimentamos cada dia que o Reino de Deus está entre nós, está acontecendo, está em gestação. Ele é obra de Deus, com nossa pequena colaboração. Por meio do seu filho Jesus, Deus está semeando um mundo novo de comunhão, de paz, de reconciliação. Jesus está conosco até a consumação dos séculos, como prometeu. Não nos abandona. O seu Santo Espírito atualiza a sua presença e a sua ação redentora. O Reino já está entre nós. Enfim, na colheita do que plantarmos, o Reino aparecerá pleno, surpreendente.  
O Reino de Deus é como quando alguém espalha a semente na terra (Mc 4, 26)
Vamos rezar a palavra
Senhor Jesus,
Tu estás entre nós, tu estás conosco na assembleia que se reúne, na Palavra que é proclamada, no Pão eucarístico que nos alimenta. É isso que experimentamos cada dia e que celebramos na Missa: a tua presença redentora entre nós, nos instruindo, nos abençoando, nos conduzindo. O Reino, de que tanto falaste, é a tua presença salvando esse mundo, reconduzindo o pecador à comunhão com Deus, nos guiando no caminho da justiça e da paz. Tu és o Emanuel, Deus conosco. Seja o teu santo nome bendito, hoje e sempre. Amém.
Vamos viver a palavra
No seu caderno espiritual, escreva uma oração começando com o que rezamos no Pai Nosso: “Venha a nós o vosso reino”.  

Pe. João Carlos Ribeiro – 01.02.2019

ELE ESTÁ NO MEIO DE NÓS


O Reino de Deus está entre vocês (Lc 17, 21)
15 de novembro de 2018.
Os fariseus perguntaram a Jesus quando chegaria o Reino de Deus. Jesus respondeu que o Reino de Deus não vem ostensivamente. Nem pode ser apontado aqui ou ali, porque ele já está no meio de nós.
A gente fica esperando o Reino de Deus como uma intervenção poderosa de Deus em nosso mundo. Uma coisa forte, visível que todo mundo reconheça e se submeta. Como falamos de ‘reino’, ficamos imaginando os impérios deste mundo, os reinados de senhores poderosos e violentos de quem a história dá notícia.
Jesus, que tanto falou do Reino de Deus, não deixou uma definição do que é o Reino. Antes, fez comparações que desfazem completamente nossas expectativas. O Reino é como uma semente de mostarda que vai se tornar uma árvore. É como uma rede de pescar que pega todo tipo de peixe. O Reino é como uma festa de casamento, para o qual estamos convidados. É como o semeador que sai semeando a boa semente em terreno de todo tipo. É como a plantação, onde o inimigo semeou o joio. É melhor a gente desistir de querer definir o que é o Reino de Deus. Parece que é um jeito de Deus agir neste mundo.
E Jesus anunciou fortemente o Reino de Deus. Avisou, desde o início, que ele estava próximo, que o seu tempo tinha chegado. A presença de Jesus libertando, restaurando, salvando é o Reino acontecendo. As ações e as palavras de Jesus instauram o reinado de Deus entre nós. Esse anúncio do Reino que chegou é uma comunicação que muda nossa vida, que dá novo sentido à realidade. Não é apenas uma notícia entre outras, uma manchete a mais. É a resposta que a humanidade estava esperando, o tempo do Messias, o tempo de Deus que Israel esperou por séculos.
O Evangelho é a revelação desse evento maravilhoso: o Reino está ao nosso alcance, está batendo à nossa porta, está próximo de nós, está entre nós. Deus está cumprindo sua promessa: “Eis que faço novas todas as coisas”. É por essa razão que o Evangelho, em confirmação das palavras de Jesus, narra tantos milagres, curas, exorcismos. É o Reino se instalando como luz, como saúde, como paz, como perdão.
Guardando a mensagem
Mesmo com tanta crise, com tanta coisa ruim acontecendo, com tanto desmantelo no mundo, experimentamos cada dia que o Reino está entre nós. Deus, por meio do seu filho Jesus, está semeando um mundo novo de comunhão, de paz, de reconciliação. Jesus está conosco até a consumação dos séculos, como prometeu. Não nos abandona. O seu Santo Espírito atualiza a sua presença e a sua ação redentora. O Reino está entre nós.
O Reino de Deus está entre vocês (Lc 17, 21)
Rezando a palavra
Senhor Jesus,
Na Missa, quando o sacerdote que preside faz a saudação “O Senhor esteja convosco” respondemos “Ele está no meio de nós”. Tu estás entre nós, tu estás conosco na assembleia que se reúne, na Palavra que é proclamada, no Pão eucarístico que nos alimenta. É isso que experimentamos cada dia e que celebramos na Missa: a tua presença redentora entre nós, nos instruindo, nos abençoando, nos conduzindo. O Reino, de que tanto falaste, é a tua presença salvando esse mundo, reconduzindo o pecador à comunhão com Deus, nos conduzindo no caminho da justiça e da paz. Tu és o Emanuel, Deus conosco. Seja o teu santo nome bendito, hoje e sempre. Amém.
Vivendo a palavra
E aí, resolveu ter o seu caderno para anotar sua experiência com a Palavra? O caderno espiritual pode ajudar a organizar o seu caminho de crescimento em Deus. Hoje, no aniversário da Proclamação da República, neste seu caderno, escreva uma oração ao Senhor em favor do Brasil.

Pe. João Carlos Ribeiro – 15.11.2018

TODO TEMPO NOVO TEM SEU MANIFESTO


Bem-aventurados vocês, os pobres, porque o Reino de Deus é de vocês! (Lc 6, 20)

12 de setembro de 2018.

Jesus, em sua pregação e em seus milagres, anuncia o Reino de Deus.
Comunica que o Reino se aproximou como salvação e vida para todos. Essa é uma boa notícia, uma excelente notícia. A aliança que Deus tinha feito com a comunidade Israel, agora, entra num novo momento. No seu filho, feito homem, Deus abriu as portas de sua casa para todos os seus filhos. Em Jesus, ele está integrando na comunhão de sua casa, todos os que ficaram pelo caminho, os que se afastaram de casa, os que foram deixados do lado de fora. Este é um tempo de restauração, de reconstrução, de inclusão.

Um tempo novo está começando. É este o aviso que Jesus dá ao povo. Chegou o Reino de Deus. Para comunicar isso, ele conta parábolas a esses filhos de Deus dispersos. Eles são as ovelhas perdidas da casa de Israel. São os filhos mais jovens que largaram a família e estão se dando mal num lugar distante. São os famintos atraídos por sua amizade, por sua palavra e por seu pão. São os enfermos que querem tocar nas suas vestes para alívio de seus padecimentos. São os filhos de Deus dispersos. Chegou o Reino de Deus para eles.

Todo tempo novo tem seu manifesto. Manifesto é uma declaração pública de princípios e intenções. A partir da denúncia de uma situação, o manifesto conclama a comunidade para a ação, para um novo tempo. O manifesto do Reino abre um novo tempo, de rupturas e novidades. Num certo momento, Jesus proclamou o manifesto do Reino. São as bem-aventuranças. Delas, temos duas versões, a de Mateus e a de Lucas. Na que lemos hoje, a de Lucas, há uma lista de 4 tipos de bem-aventurados e 4 tipos de mal-aventurados. Quatro, na Bíblia, é um número de totalidade. Todos estão contemplados nessas listas. Nós também.

Os bem-aventurados são os cidadãos do Reino de Deus, aqueles que não tinham sido convidados, mas agora estão sendo convocados e reunidos das praças e de todos os caminhos. São os que foram esquecidos, excluídos ou marginalizados da vida. Eles têm quatro representantes: os pobres, os famintos, os entristecidos, os perseguidos. Esses são os cidadãos do Reino. O Reino para eles é mudança completa de sua condição. É a sua herança, a fartura de pão, a festa da alegria, a recompensa de profeta.

Os ‘mal-aventurados’ são os convidados que não compareceram à festa de casamento do filho, segundo uma das parábolas. Eles se excluíram. São os que colocaram sua confiança na riqueza e no poder. Todos esses estão representados por quatro categorias: os ricos, os fartos, os gozadores, os aplaudidos. São falsos profetas. Vai ser muito ruim pra eles terem rejeitado a oferta do Reino de Deus. Ai de vocês, diz Jesus, à moda dos velhos profetas de Israel. Vocês se fecharam à novidade do Reino. Neste ponto, o evangelho é um forte convite à conversão.  É preciso despojar-se de toda grandeza, de toda autossuficiência, de todo apego ao prestígio e ao poder para acolher o Reino de Deus.

Guardando a mensagem

As bem-aventuranças do Evangelho são o manifesto do Reino de Deus. Os cidadãos desse novo tempo – o tempo do Reino de Deus – são os pobres, os necessitados de Deus e de sua ação libertadora. Os pobres estão descritos nas bem-aventuranças. Eles são os sofredores, os perseguidos, os famintos e sedentos, os injustiçados. Nesse novo tempo que começou com a presença de Jesus, eles são felizes, são bem-aventurados porque para eles o Reino é bênção, perdão, libertação.

Bem-aventurados vocês, os pobres, porque o Reino de Deus é de vocês! (Lc 6, 20)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
Dividiste os teus ouvintes em dois grupos, o dos bem-aventurados e o dos mal-aventurados. Entendemos que na condição de autossuficiência, nos excluímos do Reino, porque não nos parecem necessários o amor do Pai, o seu pão, a sua festa, a sua recompensa. Em nossa condição de grandeza, não precisamos do irmão, do seu pão, do seu respeito, do seu amor. Ficamos fora do Reino. E isso, nós não queremos. Ajuda-nos, Senhor, a tomar o caminho do filho pródigo que, reconhecendo sua indigência, foi acolhido com o caloroso abraço do Pai. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vamos viver a palavra

Releia o evangelho de hoje em sua Bíblia (Lc 6, 20-26) e responda no seu caderno de anotações: Em qual das bem-aventuranças você se vê contemplado?

Pe. João Carlos Ribeiro – 12. 09.2018

TEMPO DE ROUPA NOVA

Os convidados de um casamento podem fazer jejum enquanto o noivo está com eles? (Lc 5, 34)
07 de setembro de 2018.
Há uma coisa nova acontecendo na história. Já de algum tempo, é verdade. E o que é? A presença de Jesus entre nós. Essa é a maior notícia de todos os tempos. Jesus entre nós, reconstruindo nossa comunhão com Deus. O anjo de Belém falou da chegada dele como “uma grande alegria para o povo todo”. E as pessoas, por onde ele passa, estão se dando conta: “Nunca vimos uma coisa dessas!”. A salvação de Deus está agindo por meio dele, restaurando, reconciliando, libertando. Ele diz que é o Reino de Deus que chegou. Jesus salvador entre nós, que coisa maravilhosa, inédita! Uma coisa nova realmente está acontecendo, na história.
Essa é a nossa experiência, hoje. Essa é a experiência dos seguidores de Jesus no começo de sua atuação na Galileia. Nós e eles estamos envolvidos nesse clima de alegria, de festa. O Mestre caminha conosco, ele nos instrui no caminho de Deus. Ele é o bom pastor que dá a vida por suas ovelhas. Ele está buscando e salvando a ovelha já perdida. O filho pródigo está voltando pra casa: motivo de festa, com direito a música, a dança e a churrasco do novilho cevado. Os cobradores de impostos estão sendo incluídos no Reino de Deus: motivo para banquete com Jesus, seus discípulos e pecadores à mesa. É a aliança de Deus com o seu povo que está sendo restaurada. O casamento da comunidade Israel com o seu Deus está sendo renovado. Não é à toa que o evangelho de São João comece, propriamente, com o casamento de Caná. O noivo oferece o melhor vinho. O noivo daquela festa – cá pra nós -  é Jesus.
Então, a presença de Jesus entre nós, em nossa história humana, é a maior novidade de todos os tempos. É o Reino de Deus que chegou com ele nos salvando, nos resgatando, nos libertando. Ele é o noivo desse nosso casamento. Ele traz um vinho novo, a novidade do seu evangelho. Ele nos veste com uma roupa nova, a da graça, da comunhão com Deus. Estamos felizes. O clima é de festa. Agora, tem gente que não entendeu isso. E permanece mergulhado no seu sofrimento, no seu fracasso. Ou fica cobrando de Jesus e da gente uma cara de tristeza. Não, a nossa cara só pode ser de alegria. Estamos cheios de esperança e de luz. O clima não é de abatimento porque somos pecadores. O clima é de festa porque o amor de Deus nos redimiu dos nossos pecados. E começou o novo tempo, o tempo da graça de Deus em nós e no mundo.
O evangelho de hoje tem tudo isso. Jesus dizendo: ‘Os convidados de um casamento poderiam, por acaso, fazer jejum enquanto o noivo está com eles?’ Quem são os convidados? Nós. Que casamento é esse? A nova e eterna aliança de Deus com a gente. E quem é esse noivo? Aí eu não preciso responder.... Claro, é Jesus. E ele falou assim porque havia uma reclamação: ‘É, tá tudo bem. Mas, o grupo de vocês não pratica o jejum, como os fariseus ou o pessoal de João Batista. Eles, sim, são fiéis e observantes’. Tenham paciência, agora não é hora de jejum. Agora, é hora de festa. É o que Jesus está dizendo. O Reino de Deus que ele anuncia é um tecido novinho pra gente fazer uma roupa nova. Não é um remendo pra sua roupa velha.
Guardando a mensagem
Muita gente estranhou o estilo de Jesus, comendo com os pecadores, participando de banquetes, contando histórias de festa. E nada de fazer jejum, com os seus seguidores, como os grupos tradicionais faziam. A presença de Jesus, inaugurando o Reino de Deus no meio do seu povo, é um tempo novo que começou. Seu evangelho é uma novidade fantástica: Deus reinando entre nós, nos conduzindo à plena realização. Jesus está restaurando a aliança de Deus com seu povo. O clima é de casamento, de festa. Ele é o noivo. Só quem não está entendendo, pode pensar em jejum numa hora dessas. Agora, é hora de festa, de alegria. O evangelho de Jesus não é um remendo pra roupa velha. É pano pra roupa nova.
Os convidados de um casamento podem fazer jejum enquanto o noivo está com eles? (Lc 5, 34)
Rezando a palavra
Senhor Jesus,
Hoje é o dia da Pátria. Claro, com tanta coisa ruim acontecendo, bate até um desânimo na gente. Mas, esta tua palavra de hoje nos anima. Tu inauguraste um tempo novo de vitória para a humanidade. O reino já está fermentando a nossa história. E nós somos os cidadãos desse reino, revestidos de tua graça, fortalecidos pelo teu Espírito. Nós – como nos disseste – somos sal e luz para este mundo. Então, temos motivos de sobra para viver nossos compromissos cidadãos com muita esperança. Esse Brasil vai dar certo, ora se vai. Com a tua luz, Senhor, vai dar certo. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.
Vivendo a palavra
Dedique um momento de prece, hoje, pela Pátria e pelos brasileiros. Reze especialmente por nós, discípulos e discípulas do Senhor, chamados que somos a fermentar a sociedade com o Evangelho da justiça e da fraternidade.

Pe. João Carlos Ribeiro – 07.09.2018

A PÉROLA QUE GANHOU O COMERCIANTE


Cheio de alegria, ele vai, vende todos os seus bens e compra aquele campo (Mt 13, 44).
23 de agosto de 2018.
Duas parábolas parecidas, a do tesouro escondido e a da pérola preciosa. Comparações que Jesus fez sobre o Reino de Deus. O Reino dos Céus é um como um tesouro escondido no campo que o homem encontra. O Reino é um dom de Deus, um tesouro que está escondido em nossa vida, em nossa história. Nós só o encontramos, mas ele já estava lá. Nós nos deparamos com ele, nos surpreendemos com a sua existência. Não o produzimos. Ele é um tesouro que nós não amealhamos. Mas, ele está ali para nós, um grande dom em nossa vida. Assim é o Reino de Deus.
O Reino dos Céus é como um comprador que procura pérolas preciosas e encontra uma de grande valor. O homem procura pérolas preciosas. Em sua busca, encontra algo maravilhoso, a pérola dos seus sonhos. O Reino não deixa de ser dom, uma pedra preciosa de imenso valor que não é obra de nossas mãos. Mas, há uma detalhe nessa parábola. O homem a buscava... ela é a resposta aos seus sonhos, à sua busca. O Reino de Deus é uma resposta aos profundos anseios de nosso coração: o amor, a paz, a unidade, a comunhão, a fraternidade, a justiça... Assim é o Reino de Deus.  
As duas parábolas também nos dizem como teremos parte no Reino de Deus. O agricultor que encontrou o tesouro escondido no campo vendeu tudo quanto possuía e comprou o campo. O comerciante também vendeu tudo o que tinha  e comprou aquela pérola. Como podemos entender isso? O tesouro vale mais do que todos os bens que o agricultor possui. Será o grande bem de sua vida. A pérola preciosa vale mais do que todos os bens que o comerciante tem. Será o seu maior bem. Quando se encontra o Reino de Deus, que é o maior bem que a gente pode ter, a gente renuncia a qualquer outro valor para colocá-lo em primeiro lugar. Como disse Jesus: “Busquem em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça, e tudo o mais lhes será dado em acréscimo”. E Paulo apóstolo: “Na verdade, julgo como perda todas as coisas, em comparação com esse bem supremo: o conhecimento de Jesus Cristo, meu Senhor. Por ele, tudo desprezei e tenho em conta de esterco, a fim de ganhar Cristo” (Filipenses 3,7).

É claro, nós não compramos o Reino de Deus. Não é isto que a parábola está dizendo. Nós damos ao Reino de Deus o lugar mais importante, colocando o resto em segundo plano. Como disse Paulo: “por ele, tudo desprezei e tenho em conta de esterco, a fim de ganhar Cristo”. Na verdade, ao vender tudo para comprar o campo, é o tesouro que agora me tem. Ao vender tudo para comprar a pérola, é a pérola que agora me possui. Paulo não desprezou tudo para ser dono de Jesus. Pelo contrário, para ser completamente de Jesus é que renunciou a tudo.
Guardando a mensagem
Na parábola do tesouro, entendemos que o Reino de Deus é, em primeiro lugar, um dom de Deus em nossas vidas. Um dom, um tesouro encontrado pelo agricultor. Na parábola da pérola, entendemos que o Reino de Deus é uma resposta de Deus aos nossos anseios, aos nossos sonhos. É a resposta à busca do comerciante. Mas, não basta encontrar o Reino de Deus. Precisamos redimensionar tudo em nossa própria vida para que ele esteja em primeiro lugar. Para que nós pertençamos a ele.
Cheio de alegria, ele vai, vende todos os seus bens e compra aquele campo (Mt 13, 44).
Rezando a palavra
Senhor Jesus,
Nós já encontramos o Reino de Deus ou ele nos encontrou. O Reino é a tua presença entre nós, nos comunicando o amor do Pai. Nós te descobrimos, como o agricultor cavando a terra. Nós te encontramos, como o comerciante procurando a pérola mais valiosa. Falta-nos ainda nos empenhar por completo, para colocar-te, para colocar o Reino de Deus como valor supremo de nossas vidas, não para te possuirmos, mas para pertencermos a ti. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.
Vivendo a palavra
No seu diário espiritual (o seu caderno de anotações), escreva uma oração a Jesus, falando da pérola preciosa que você encontrou.

Pe. João Carlos Ribeiro – 01.08.2017

O REINO DE DEUS É UM PRESENTE DO PAI PARA SEUS FILHOS



Deixem as crianças e não as proíbam de vir a mim (Mt 19, 14)

18 de agosto de 2018

Levaram crianças a Jesus. Quem teria levado crianças a Jesus? As crianças andavam com os pais, propriamente com as mães. Os meninos a partir de seis ou sete anos andavam sempre com os pais. As meninas estavam sempre ao lado das mães, até se casarem. Era assim o costume do povo de Jesus. Podemos concluir, então, que as crianças estavam acompanhadas dos seus pais. As mães, com os pequenininhos e as meninas e os pais, com os meninos a partir dos seis ou sete anos. E eles queriam que Jesus impusesse as mãos sobre os seus filhos e rezasse por eles.

Os discípulos reagiram. Começaram a afastar as crianças, a reclamar com os pais e a impedir que se aproximassem do Mestre. Essa atitude deles revela que eles não estavam entendendo o que Jesus andava explicando sobre o Reino de Deus. Ainda estavam na lógica do ‘quem-vale-é-o-adulto-o-grande-o-maior’. Jesus tinha dito que o Reino de Deus é das crianças. E de quem se parecer com elas. E tinha dito isso, outro dia, exatamente para corrigir os discípulos que estavam discutindo sobre quem seria o maior no Reino. Jesus tinha apresentado a criança como modelo dos cidadãos e cidadãs do Reino de Deus. No Reino de Deus, somos filhos na casa do Pai, não funcionários carreiristas; somos discípulos que aprendemos com Jesus, não fariseus fechados à revelação de Deus; somos filhos que confiamos no Pai, não adultos que confiam apenas em si mesmos. Se não formos como crianças – filhos que amam, aprendem, confiam – não temos parte no Reino.

O Reino de Deus é um presente do Pai para os seus filhos. E ninguém tem merecimento para recebê-lo. E a quem socialmente mostra-se sem condição ou pretensão de conquista-lo, é a esse que é dado o Reino. Assim são os pobres, os doentes, as crianças. O Reino é um dom do Pai para os seus filhos amados.

Jesus reclamou, com razão. ‘Não criem dificuldade para as crianças virem a mim, não as impeçam. O Reino de Deus é daqueles que são como elas”. E impôs as mãos sobre elas. Impor as mãos é um gesto de comunicação da bênção.  No Evangelho, em muitas curas, Jesus impõe as mãos sobre os enfermos. Os apóstolos também aparecem impondo as mãos, ao curar os doentes. Impor as mãos é comunicar a bênção de Deus ou o dom do seu Espírito. Olha como está escrito: “Ele abraçava as crianças e as abençoava, impondo-lhes as mãos”.

Vamos guardar a mensagem

Levaram crianças para Jesus abençoar. Criança é importante, é a mentalidade de Jesus. Criança atrapalha, pensavam os discípulos. Jesus pensava o Reino como uma grande Casa de família, onde Deus é Pai e nós todos somos filhos e irmãos. E, nesta grande família, é às crianças, aos doentes e aos idosos que se deve prestar mais atenção. Os discípulos pensam o Reino como uma instituição de poder, com uma elite mandando na maioria. Nessa mentalidade, gente pequena não vale, criança não conta. O Reino de Deus é das crianças e de quem se parece com elas, ensinou Jesus.

Deixem as crianças e não as proíbam de vir a mim (Mt 19, 14)

Vamos rezar a palavra

Senhor Jesus,
Foi uma lição e tanto essa história da bênção das crianças. As mães e os pais das criancinhas saíram felizes, com a tua atitude acolhedora. Eles tinham ficado chocados com o jeito dos discípulos dificultarem e proibirem a aproximação dos pequeninos. É, Senhor, pai e mãe sabem como sua criança é importante, porque a amam. E foi isso que viram na tua atitude: perceberam o teu carinho, o teu amor por elas. Um Reino assim que dá valor a quem é pequeno como uma criança, vale a pena, eles pensaram. Eles e nós também.  Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vamos viver a palavra

Veja por aí se as crianças de sua família estão fazendo a catequese. Ajude os responsáveis a entenderem essa palavra de Jesus: “Deixem as crianças virem a mim”.

Pe. João Carlos Ribeiro – 18.08.2018

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