PADRE JOÃO CARLOS - MEDITAÇÃO DA PALAVRA: jejum
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ESTAMOS NUMA FESTA DE CASAMENTO

Os convidados de um casamento poderiam, por acaso, fazer jejum enquanto o noivo está com eles? (Mc 2, 19)
21 de janeiro de 2019.
Estamos começando a semana ainda com o gostinho do evangelho de ontem, o das bodas de Caná. Com aquele belo texto do evangelho de São João, entendemos que a missão de Jesus foi a restauração da aliança. Jesus, por sua morte redentora, no seu sangue, selou a nova e eterna aliança de Deus conosco. A lei da aliança está agora escrita em nossos corações, pelo derramamento do Espírito Santo, como água abundante que encheu as talhas de pedra. As talhas de pedra bem lembram as tábuas de pedra, onde Deus tinha escrito a Lei e as entregou a Moisés, quando celebrou a aliança com o antigo povo de Deus, no Monte Sinai. Jesus veio levar à plenitude a aliança de Deus com o seu povo, aliança que estava sendo vivida com grande infidelidade. E o fez pelo derramamento do seu sangue (o vinho excelente no casamento de Caná) e do Santo Espírito (a água abundante que encheu as talhas). Em cada Missa, celebramos a nova e eterna aliança que temos com Deus, por meio de Cristo.
Então, o clima de nossa vida agora é de alegria, de regozijo, de contentamento. É assim que a Santa Missa, que é memória do sacrifício redentor de Cristo, é celebração de ação de graças. Estamos em aliança com Deus. Somos a comunidade-noiva do Cordeiro, na grande festa do casamento. Somos bem-aventurados, como nos avisa o livro do Apocalipse: “Felizes os convidados para a ceia nupcial do Cordeiro”. Estamos mergulhados nesse clima maravilhoso da salvação, que nos chegou por meio de Cristo.
Tudo o que está quebrado em nossa vida pode ser restaurado em Cristo. São Paulo, na Carta aos Efésios fala do propósito de Deus “de restaurar todas as coisas em Cristo” (Ef 1, 10). É o seu casamento que está ameaçado? É a sua vida profissional que está dando sinais de fracasso? É o nosso país que está fora dos trilhos? É o que Maria disse: “eles não têm mais vinho”. Foi pra isso que ele veio: para nos reconciliar com Deus, para restaurar a nossa aliança com ele. Em Deus, podemos viver plenamente o amor, a justiça, a paz. E a restauração, a salvação, nos  vem pelo sacrifício de Jesus na cruz (o vinho excelente) e pelo derramamento do seu Espírito em nós (a água abundante). O tempo, então, é de alegria, de esperança.
É aí que chega o texto de hoje, em Marcos 2. Os seguidores de João Batista e os fariseus estavam jejuando. E ficaram intrigados com os discípulos de Jesus que, com ele, estavam em festas, banquetes... Jesus deu a melhor explicação. “Enquanto o noivo está presente, os convidados não podem jejuar”. Jejum, vai ter seu tempo. Mas, agora é tempo de alegria, de celebração, de festa de casamento. O noivo, você já sabe, é o próprio Jesus. E a noiva é a comunidade que ele redimiu pelo seu sangue, é a Igreja, somos nós. Tempo, sim, de roupa nova, não de roupa remendada. Essa novidade da presença salvadora de Jesus na história, que os outros evangelhos chamam de Reino de Deus, não é um remendo de pano novo em roupa velha. Estamos revestidos do homem novo que é Cristo, fomos restaurados, vivemos inseridos na nova e eterna aliança com Deus. Tempo de alegria. Estamos numa festa de casamento.
Guardando a mensagem
Os seguidores de João Batista e os fariseus estavam jejuando. O jejum é uma prática de todas as grandes religiões. O jejum tem um sentido de disciplina pessoal, de comunhão com o sacrifício de Cristo, de solidariedade com quem está em situação de privação. Os discípulos de Jesus estavam, naquele momento, em outra perspectiva. Jesus estava em plena atividade missionária, anunciando a chegada do Reino de Deus, como perdão, como alegria, como restauração da aliança. Nas bodas de Caná, já tinha ficado claro: não era hora de jejum, era hora de festa, de banquete, de alegria. O vinho da melhor qualidade foi providenciado por Jesus numa festa de casamento que caminhava para uma grande decepção, porque o vinho tinha se acabado. Na ausência de Jesus, vai haver lugar para o jejum. Mas, mesmo o jejum tem que ter relação com o tempo novo que começou, com Jesus. Para quem acolheu a novidade de Jesus, o tempo é de festa e de alegria. Deus, em Cristo, está restaurando todas as coisas.
Os convidados de um casamento poderiam, por acaso, fazer jejum enquanto o noivo está com eles? (Mc 2, 19)
Rezando a palavra
Senhor Jesus,
Há sempre um risco de sermos pessoas muito religiosas, mas não sermos cristãos de verdade, não expressarmos em nossa vida religiosa a grande alegria da redenção que nos alcançaste por tua morte e ressurreição. Por isso, precisamos estar ligados no evangelho. Ali, nos está comunicada a grande novidade da história: a tua presença salvadora. Essa novidade, centrada no mistério de tua vida, morte e ressurreição, ilumina todas as nossas práticas religiosas, a começar pela vida de oração, assim como o terço, a procissão, o jejum, a esmola, as promessas, as romarias. Tudo isso, Senhor, nos ajude a viver e a servir como pessoas trajadas com a roupa nova da ressurreição. Foi assim que fomos revestidos no batismo. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.
Vamos viver a palavra
Na sua Bíblia, leia o texto do evangelho de hoje (Mc 2, 18-22) e conte quantas vezes aparece referências à palavra “jejum”. Na Bíblia, seis é um número imperfeito, incompleto. Sete é o número da obra perfeita, como a obra da criação feita em sete dias. Leia, conte e tire suas conclusões.
Minha nova música - CONFIAR EM DEUS - tem a ver com a Meditação de hoje. Viver com esperança, com confiança. Para você que recebe a Meditação pelas redes sociais, vou lhe enviar o clipe desta canção.

Pe. João Carlos Ribeiro – 21.01.2018

TEMPO DE ROUPA NOVA

Os convidados de um casamento podem fazer jejum enquanto o noivo está com eles? (Lc 5, 34)
07 de setembro de 2018.
Há uma coisa nova acontecendo na história. Já de algum tempo, é verdade. E o que é? A presença de Jesus entre nós. Essa é a maior notícia de todos os tempos. Jesus entre nós, reconstruindo nossa comunhão com Deus. O anjo de Belém falou da chegada dele como “uma grande alegria para o povo todo”. E as pessoas, por onde ele passa, estão se dando conta: “Nunca vimos uma coisa dessas!”. A salvação de Deus está agindo por meio dele, restaurando, reconciliando, libertando. Ele diz que é o Reino de Deus que chegou. Jesus salvador entre nós, que coisa maravilhosa, inédita! Uma coisa nova realmente está acontecendo, na história.
Essa é a nossa experiência, hoje. Essa é a experiência dos seguidores de Jesus no começo de sua atuação na Galileia. Nós e eles estamos envolvidos nesse clima de alegria, de festa. O Mestre caminha conosco, ele nos instrui no caminho de Deus. Ele é o bom pastor que dá a vida por suas ovelhas. Ele está buscando e salvando a ovelha já perdida. O filho pródigo está voltando pra casa: motivo de festa, com direito a música, a dança e a churrasco do novilho cevado. Os cobradores de impostos estão sendo incluídos no Reino de Deus: motivo para banquete com Jesus, seus discípulos e pecadores à mesa. É a aliança de Deus com o seu povo que está sendo restaurada. O casamento da comunidade Israel com o seu Deus está sendo renovado. Não é à toa que o evangelho de São João comece, propriamente, com o casamento de Caná. O noivo oferece o melhor vinho. O noivo daquela festa – cá pra nós -  é Jesus.
Então, a presença de Jesus entre nós, em nossa história humana, é a maior novidade de todos os tempos. É o Reino de Deus que chegou com ele nos salvando, nos resgatando, nos libertando. Ele é o noivo desse nosso casamento. Ele traz um vinho novo, a novidade do seu evangelho. Ele nos veste com uma roupa nova, a da graça, da comunhão com Deus. Estamos felizes. O clima é de festa. Agora, tem gente que não entendeu isso. E permanece mergulhado no seu sofrimento, no seu fracasso. Ou fica cobrando de Jesus e da gente uma cara de tristeza. Não, a nossa cara só pode ser de alegria. Estamos cheios de esperança e de luz. O clima não é de abatimento porque somos pecadores. O clima é de festa porque o amor de Deus nos redimiu dos nossos pecados. E começou o novo tempo, o tempo da graça de Deus em nós e no mundo.
O evangelho de hoje tem tudo isso. Jesus dizendo: ‘Os convidados de um casamento poderiam, por acaso, fazer jejum enquanto o noivo está com eles?’ Quem são os convidados? Nós. Que casamento é esse? A nova e eterna aliança de Deus com a gente. E quem é esse noivo? Aí eu não preciso responder.... Claro, é Jesus. E ele falou assim porque havia uma reclamação: ‘É, tá tudo bem. Mas, o grupo de vocês não pratica o jejum, como os fariseus ou o pessoal de João Batista. Eles, sim, são fiéis e observantes’. Tenham paciência, agora não é hora de jejum. Agora, é hora de festa. É o que Jesus está dizendo. O Reino de Deus que ele anuncia é um tecido novinho pra gente fazer uma roupa nova. Não é um remendo pra sua roupa velha.
Guardando a mensagem
Muita gente estranhou o estilo de Jesus, comendo com os pecadores, participando de banquetes, contando histórias de festa. E nada de fazer jejum, com os seus seguidores, como os grupos tradicionais faziam. A presença de Jesus, inaugurando o Reino de Deus no meio do seu povo, é um tempo novo que começou. Seu evangelho é uma novidade fantástica: Deus reinando entre nós, nos conduzindo à plena realização. Jesus está restaurando a aliança de Deus com seu povo. O clima é de casamento, de festa. Ele é o noivo. Só quem não está entendendo, pode pensar em jejum numa hora dessas. Agora, é hora de festa, de alegria. O evangelho de Jesus não é um remendo pra roupa velha. É pano pra roupa nova.
Os convidados de um casamento podem fazer jejum enquanto o noivo está com eles? (Lc 5, 34)
Rezando a palavra
Senhor Jesus,
Hoje é o dia da Pátria. Claro, com tanta coisa ruim acontecendo, bate até um desânimo na gente. Mas, esta tua palavra de hoje nos anima. Tu inauguraste um tempo novo de vitória para a humanidade. O reino já está fermentando a nossa história. E nós somos os cidadãos desse reino, revestidos de tua graça, fortalecidos pelo teu Espírito. Nós – como nos disseste – somos sal e luz para este mundo. Então, temos motivos de sobra para viver nossos compromissos cidadãos com muita esperança. Esse Brasil vai dar certo, ora se vai. Com a tua luz, Senhor, vai dar certo. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.
Vivendo a palavra
Dedique um momento de prece, hoje, pela Pátria e pelos brasileiros. Reze especialmente por nós, discípulos e discípulas do Senhor, chamados que somos a fermentar a sociedade com o Evangelho da justiça e da fraternidade.

Pe. João Carlos Ribeiro – 07.09.2018

TIRE ESSA ROUPA VELHA!


Ninguém põe remendo de pano novo em roupa velha (Mt 9, 16)
07 de julho de 2018.
A reclamação era porque os seus discípulos não estavam jejuando. Os discípulos de João Batista jejuavam, porque não os seus? Reclamação de fariseu. E Jesus: “Ninguém põe um remendo de pano novo numa roupa velha”. Que roupa velha é essa? Que remendo de pano novo é esse?
Tudo que Jesus estava ensinando era como um pano novo. Sua presença era uma novidade sem precedentes. Seu Evangelho era a roupa nova.  São Paulo falou clarinho numa carta: “Tirem essa roupa velha. Vistam-se do homem novo, que renasceu em Cristo”. A roupa velha é o homem velho, o ser humano segundo o pecado, a pessoa humana representada por Adão. Com Jesus, chegou o tempo do homem novo. Nele, qualquer um, qualquer uma que crer renasce, ressurge, é nova criatura. Na segunda carta aos Coríntios, o apóstolo Paulo ensinou:  “Quem está em Cristo é nova criatura. Tudo novo. O que era antigo já passou”. Não é mais tempo de roupa velha. É tempo de revestir-se de Cristo, do homem novo, do ressuscitado.
Falando em roupa, vem logo à lembrança aquela história do cidadão que foi tirado da sala da festa porque não estava com a roupa apropriada. Que roupa seria essa? Ainda não tinha se revestido de Cristo. Não estava revestido do homem novo. Não tinha se convertido ao Evangelho do Senhor. Vejam que Evangelho quer dizer boa nova, quase dá pra dizer: roupa nova.
Claro, não dá para por remendo de pano novo em roupa velha. O Evangelho é esse pano novo. O evangelho é o próprio Jesus, nos diz claramente o evangelista João. Querer por remendo de pano novo em roupa velha, sabe o que é? É não entender a novidade do Evangelho que renova e restaura cada um e cada uma e toda  a realidade humana. É usar o Evangelho como remendo no seu modo velho de viver. É claro que isso não dá certo.
Acolher Jesus e seu Evangelho é vestir-se com a roupa nova que o Pai da parábola do filho pródigo revestiu seu filho arrependido. Encontrar-se com Jesus, crer nele, aderir ao seu Evangelho é reencontrar a vida nova, a salvação, o perdão.
Vamos guardar a mensagem
A novidade da presença de Jesus vai além de apenas repetir a prática do jejum da religião dos antigos. É mais do que ser muito religioso. E muito piedoso. Quem encontrou Jesus e o seu Evangelho encontrou a própria vida, na sua fonte, no seu dinamismo. É nova criatura. Não dá pra fazer deste pano novo apenas um remendo no seu modo velho de viver.
Ninguém põe remendo de pano novo em roupa velha (Mt 9, 16)
Vamos rezar a palavra
Senhor Jesus,
Não queremos que a nossa vida cristã, nascida na fé e no batismo, seja apenas um remendo de pano novo numa roupa velha. A roupa velha é a nossa vida de pecado. Não, não. Quando recebemos o batismo, na água e no Espírito Santo, fomos revestidos da roupa nova, fomos revestidos de ti. Senhor Jesus, homem novo. Dá-nos a graça, Senhor, de viver cada dia a novidade de nossa comunhão contigo. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.
Vamos viver a palavra
Amanhã é domingo, Dia do Senhor. Planeje, hoje, sua participação na Eucaristia e veja se consegue envolver mais alguém de sua família na celebração do domingo. Roupa nova, não remendo!

Pe. João Carlos Ribeiro – 07.07.2018

O JEJUM NOS UNE A CRISTO E AOS IRMÃOS


MEDITAÇÃO PARA A SEXTA-FEIRA, DIA 16 DE FEVEREIRO DE 2018.

Dias virão em que o noivo será tirado do meio deles. Então, sim, eles jejuarão (Mt 9, 15)

Chegamos ao terceiro dia da Quaresma. É muito importante que a gente não perca nenhum dia desse programa de crescimento que é a Quaresma. O passo a ser dado hoje é sobre o jejum, como expressão de nossa conversão.  

A pergunta veio de um grupo muito querido de Jesus, os discípulos de João. Jesus tinha participado do batismo de João Batista, no rio Jordão. João o tinha apontado como cordeiro de Deus. E alguns dos discípulos do Batista tinham se tornado discípulos seus. Então, a pergunta deles era séria. Não tinha segundas intenções. E o que eles queriam saber? Queriam saber por que os discípulos de Jesus não praticavam o jejum como eles e os fariseus o faziam? A resposta de Jesus foi essa: “Por acaso, os amigos do noivo podem estar de luto enquanto o noivo está com eles? Dias virão em que o noivo será tirado do meio deles. Então, sim, eles jejuarão”. O que Jesus quis dizer com isso?
Podemos entender todo o ministério de Jesus como a renovação da aliança com Deus. Jesus veio pra isso: para restaurar a comunhão com Deus, que foi destruída pelo pecado (desde Adão) e pela infidelidade de Israel, o povo da Aliança. Não é à toa que o evangelho de São João praticamente comece com as bodas de Caná, o casamento que precisou da intervenção de Jesus para dar certo. A aliança, à moda do casamento, é entre Deus e o seu povo. Jesus é o noivo. Veja o que ele respondeu: enquanto o noivo está presente (ele), os amigos do noivo (os discípulos) não podem jejuar. Mas, depois que o noivo for tirado do meio deles (a execução de sua morte), eles jejuarão.
O jejum é uma expressão de nossa conversão. Bom, nossa primeira conversão foi celebrada no batismo, na água. Lá, fomos lavados dos nossos pecados. Mas, infelizmente, continuamos a cair, a falhar, a pecar. Por isso, precisamos estar em permanente atitude de conversão. Deus sempre nos perdoa. Mas, para isso, precisamos da conversão do nosso coração. O jejum é uma forma de cultivamos essa conversão.  Ficamos tristes pelo pecado que cometemos. Esse sentimento do reconhecimento de nosso pecado, da dor que sentimos por nossa infidelidade a Deus, é expresso também nas práticas externas do jejum, da esmola e da oração. Essas práticas
nos ajudam a cultivar a conversão interior e a implorar a misericórdia de Deus, o seu perdão. Ele que já nos purificou pela água do batismo, pode também nos purificar pelas lágrimas do nosso arrependimento.

O jejum tem, então, essa conexão com Deus, a quem ofendemos e a quem demonstramos nosso arrependimento, cultivando a conversão do nosso coração. Mas, o jejum tem também uma conexão com minhas atitudes em relação aos meus irmãos. No livro do Profeta Isaías, o próprio Deus nos diz qual a verdadeira obra que ele espera de nós, o jejum que ele prefere. São sete obras pelas quais procuramos, em relação ao nosso próximo, o alívio do seu sofrimento, a libertação da opressão, a partilha do pão, do teto e da roupa com os mais sofridos.

Vamos guardar a mensagem

O jejum é uma forma de penitência, pela qual me uno ao padecimento de Cristo, em sua paixão. É também um gesto de amor fraterno, no sentido de que me faço solidário com quem está em dificuldade. Você pode jejuar em qualquer dia na Quaresma. O mínimo está previsto pela disciplina da Igreja: na quarta-feira de cinzas e na sexta-feira da paixão. A abstinência de carne às sextas-feiras da Quaresma também faz parte de nossa caminhada penitencial, nesse período. Além do alimento, a gente pode fazer jejum de televisão, de barzinho, de bebida alcoólica, de cigarro, de internet, de whatsapp. Renunciar, pra ficar mais resistente, pra ter mais força interior, para unir-se a Cristo em sua cruz e aos irmãos em suas necessidades.  
Dias virão em que o noivo será tirado do meio deles. Então, sim, eles jejuarão (Mt 9, 15)

Vamos acolher a mensagem
Senhor nosso Deus,
Que te deixas comover pelos que se humilham e te reconcilias com os que reparam suas faltas, ouve como um pai as nossas súplicas. Derrama a graça da tua bênção sobre nós que estamos em Quaresma, desejosos de ouvir a palavra do teu filho Jesus, de ser fieis à vida de oração pessoal, e de praticar a penitência e a caridade, em preparação das celebrações da Santa Páscoa que se aproximam.
Por Cristo, nosso Senhor. Amém.
Vamos praticar a palavra
Bom, não temos pra onde correr. A prática da palavra de hoje é o jejum, jejuar. Se você passou batido(a) na quarta-feira de cinzas, tem uma outra proposta antes da semana santa. O Papa convocou todo mundo para um dia de oração e jejum pela paz no próximo dia 23 de fevereiro, de hoje a oito. E, hoje, como todas as sextas da quaresma, é dia de abstinência de carne. Você sabe, essas práticas externas têm valor se forem expressão de uma conversão do coração.

Pe. João Carlos Ribeiro - 15.02.2028

COMECE BEM A QUARESMA


MEDITAÇÃO PARA A QUARTA-FEIRA DE CINZAS, DIA 14 DE FEVEREIRO DE 2018.

E o teu Pai, que vê o que está escondido, te dará a recompensa (Mt 6,18)
Estamos começando a Quaresma. A Quaresma imita o povo antigo que caminhou 40 anos no deserto, purificando-se, para entrar na posse da terra prometida. Jesus jejuou durante quarenta dias, no início do seu ministério.  Recebendo as cinzas, entramos no clima desse tempo litúrgico: o reconhecimento de nossa fraqueza e a confiança no amor restaurador de Deus.
No sermão da montanha, comunicando a novidade do Reino, Jesus apresentou ao seu povo um novo modo de ver e realizar as antigas práticas religiosas. Falou da esmola, da oração e do jejum. Que tudo isso, pediu ele, fosse vivido sem demonstrações públicas, sem busca de reconhecimento dos outros. Essas três práticas de toda religião tradicional continuam valendo para nós, mas vividas com um novo espírito.  
A ORAÇÃO, sem ostentação, é um diálogo de filho, de filha, com o Pai, na intimidade do seu ser (o seu quarto). Quaresma é tempo de rezar mais e melhor. É na quaresma que se faz, a cada sexta-feira, a via-sacra. São sete sextas-feiras. A última é a sexta-feira da Paixão. O conselho pra todo mundo é: não perder as celebrações dominicais em sua comunidade, nesse período. Nesse tempo de Quaresma, cabe um esforço especial para cada um ter seu momento de oração pessoal, todos os dias.
O JEJUM, sem exibicionismo, nos priva do alimento ou de alguma outra coisa. Todas as religiões que se prezam recomendam esta prática. O jejum, durante a Quaresma, está marcado para os católicos para hoje, quarta-feira de cinzas e a sexta-feira da Paixão. E abstinência de carne todas as sextas-feiras da quaresma. O jejum educa a gente, vocês sabem disto. Ajuda a quebrar o nosso egoísmo, a nossa presunção, o nosso orgulho. Sobretudo, nos ensina a solidariedade. Porque jejum que se preze é partilha: a gente passa para quem está com fome aquilo que nós deixamos de comer.
A CARIDADE, sem busca de reconhecimento, nos faz realizar gestos de fraternidade. Concretamente, fazer alguma coisa pelos outros que precisam mais. Os profetas falavam de partilha da comida, da roupa, da água... Jesus fala do faminto, do sedento, do doente, do encarcerado, do maltrapilho... quem for fraterno com estes irmãos e irmãs, está sendo  fraterno com o filho de Deus, Jesus Cristo. Por isso na Quaresma também se fala de esmola. Mas, muita gente fica pensando logo num trocado que se dá a alguém. E a esmola de que se fala na Quaresma é a partilha do que temos com quem está passando necessidade.
Com a graça de Deus temos, no Brasil, a Campanha da Fraternidade, que justamente tem o seu momento forte na Quaresma. Assim, ninguém pode confundir gesto de fraternidade com apenas uma feirinha que se dá, ou uma ajuda financeira a uma família pobre. A Campanha da Fraternidade, a cada ano, aponta onde Jesus está esperando nosso gesto de fraternidade. A Igreja está nos apontando, neste ano, a superação da violência. Nosso compromisso com a caridade nos leva a nos informar sobre as raízes da violência que vivemos e a fortalecer projetos e atividades na linha da superação da violência.
Vamos guardar a mensagem
A Quaresma, que estamos começando com esta quarta-feira de cinzas, vale como um grande retiro para os cristãos católicos. Quarentas dias de caminhada, de crescimento, de práticas religiosas, de gestos de fraternidade. Assim, vamos estar prontos para entrar com Jesus em Jerusalém para celebrar com ele a Páscoa. E a Quaresma começa já nos apontando três práticas religiosas especiais neste período: oração, jejum e caridade. Mergulhe de cabeça nessa Quaresma.
E o teu Pai, que vê o que está escondido, te dará a recompensa (Mt 6,18)
Vamos acolher a mensagem
Senhor Jesus,
Como disse Paulo, em sua segunda Carta aos Coríntios: “É agora o momento favorável, é agora o dia da salvação”. E nós não queremos e não podemos deixar passar essa oportunidade. A Quaresma há de ser para nós um tempo de crescimento espiritual, de fortalecimento de nossa fé e de realização de nosso compromisso de fraternidade. Abençoa, Senhor, este tempo de Quaresma que estamos começando. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.
Vamos viver a palavra
Você conseguiu ler o texto do evangelho de ontem? Contou quantas vezes aparece a palavra “pão”? Quantas? Seis vezes. Seis é um número falho. Sinal de que aquela preocupação dos discípulos com o pão que esqueceram para a viagem não estava bem. Mostrava que o seu fermento ainda não era o de Jesus.
Bom, para viver a palavra de hoje, eu tenho uma sugestão boa para toda a Quaresma. Você realizar, a cada dia, um momento pessoal de oração. Isso seria muito vantajoso para o seu crescimento cristão. Que tal começar hoje?!

Pe. João Carlos Ribeiro – 13.02.2018

Um programa de revitalização

Aposto que você gostaria de poder reservar um tempo especial na sua vida para fazer um aprofundamento de sua fé! Um período intensivo de treinamento do que é ser cristão. Aposto que você aplaudiria se a Igreja reservasse um tempo especial para ajudar os cristãos a aprofundarem o seu compromisso com Cristo! Uma espécie de tratamento intensivo para renovar em cada um a graça do batismo.

Pois fique sabendo, que esse tempo existe. E que ele é uma espécie de programa intensivo para a gente aprender a ser cristão; para conhecer melhor Jesus Cristo. Para escutar melhor seu apelo de conversão. Fique sabendo que a Igreja marca no seu calendário, cada ano, 40 dias de esforço intensivo de renovação de cada membro, de cada comunidade. Estou falando da Quaresma.

Dicas para viver bem a Quaresma

Para vivermos bem a Quaresma deste ano, vão aqui algumas dicas ou pontos importantes. Primeiro, escuta da Palavra de Deus. A Palavra de Deus nos vem na história, nas Escrituras, na Pregação Litúrgica. Toda atenção é pouca nas leituras bíblicas dos domingos da Quaresma. Quem tiver a felicidade de acompanhar as leituras diárias da liturgia, muito melhor. Na missa, no rádio, nas redes católicas de TV: hoje as possibilidades são inúmeras para isto. As próprias bíblias já trazem o roteiro das leituras da Quaresma.  O tempo é de aprofundamento da Bíblia, Então, ler em casa a Bíblia. Então, primeiro que tudo, nesta Quaresma toda atenção à santa palavra de Deus. Ela nos convoca à conversão. Ela nos estimula no crescimento na fé, na perseverança da caridade, na firmeza da esperança. E nos leva também à Oração.

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