PADRE JOÃO CARLOS - MEDITAÇÃO DA PALAVRA: compaixão
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EVANGELIZAÇÃO RIMA COM COMPAIXÃO

Ao sair do barco, Jesus viu uma grande multidão. Encheu-se de compaixão por eles (Mt 14, 14)
05 de agosto de 2019
A pregação da palavra de Deus é uma coisa maravilhosa. Ninguém duvida. A celebração ou liturgia, outra coisa fantástica. Mas, nem a pregação, nem a celebração se explicam sem a compaixão, a caridade. A evangelização e a celebração começam e terminam na caridade. Está tudo no evangelho de hoje.
Ao sair do barco, Jesus viu uma grande multidão. Encheu-se de compaixão por eles (Mt 14, 14). Aí começa tudo: na compaixão. Jesus viu aquele povo que o procurava e lhe doeu o coração vê-lo tão necessitado, tão fragilizado. Para uma pessoa do interior como Jesus, dava pena ver um rebanho sem pastor: as ovelhas se dispersam, os carneirinhos viram presas fáceis para as feras e os ladrões, não têm quem guie a um bom pasto.
Nos outros evangelhos, há outras informações sobre esse encontro de Jesus com esse povo, num lugar deserto. Ali se diz claramente que Jesus começou a ensinar-lhes muitas coisas. O que será que Jesus ensinou àquela gente? Podemos imaginar, pois o que ele disse ao povo, certamente, é o que está no evangelho. Ele explicava, contando parábolas, como Deus ama os seus filhos, como fica feliz quando um filho ou uma filha escolhe o bom caminho;  como o Pai cuida das aves e das plantas e mais ainda cuida de cada filho. E ainda: como são felizes aqueles que Deus ama. E Deus preza antes de tudo os mais pobres e os mais sofridos. Aí, ele lhes falava do Reino de Deus. Ah, esse mundo fica melhor se Deus for obedecido como bom pai que é e se cada filho for fraterno e bom com seu irmão, com sua irmã. Quanta coisa Jesus tinha para dizer àquele povo maltratado pela violência, pela doença, pela pobreza!  E aqueles corações amargurados iam se enchendo de paz, de esperança. Riam com as histórias de Jesus (‘Imagine, o filho disse que ia, mas não foi, mas que malandro!’ - ‘E a festa que o Pai fez pra receber o filho que saiu de casa, ô festão!’ –‘ ‘Mas aquelas moças que foram para o casamento e esqueceram o óleo, que povo sem juízo!). Gente, olha a hora!
Quem falou “olha a hora!”? Os discípulos. Já está ficando tarde. Isso aqui é um lugar deserto. Esse povo precisa voltar pra casa. Já está tudo com cara de fome. Tenha paciência Jesus, a conversa está muito boa, mas está na hora de mandar o povo embora. ‘Mandar o povo embora, como assim?  Sem comer nada? Vocês providenciem alguma coisa’. Aí a coisa esquentou... Providenciar, nós? Aí, eles foram pragmáticos, como muitos administradores de hoje. Gastar dinheiro para alimentar essa gente? Não tem dinheiro que chegue. Mande esse povo embora enquanto é tempo. Eles se viram por aí... Olha a mentalidade deles: gastar dinheiro, despedir, mandar embora, não se sentir responsável por ninguém. E Jesus acalmou o grupo. Pera aí...  O que vocês têm aí pra comer? Vão, vão ver... Cinco pães e dois peixes? Tragam pra cá. Aí Jesus mandou todo mundo se sentar, formaram grandes grupos, ele pegou aqueles poucos pães e peixes, deu graças a Deus, fez a oração da bênção dos alimentos, partiu (preste atenção a este “partiu”) e ia dando os pedaços aos discípulos para que eles distribuíssem com o povo. Depois, dividiu também os peixes. O resultado, você já sabe. E até a sobra recolhida foi grandiosa. Olha a mentalidade de Jesus: alimentar, por em comum, partilhar, repartir, dividir, somos responsáveis uns pelos outros.
Guardando a mensagem
Antes de tudo, a compaixão. Jesus viu o povo e sentiu seu coração amargurado por vê-lo tão sofrido, tão fragilizado. Ele deixou de lado outro projeto e dedicou-se a “ensinar-lhe muitas coisas”. Isto é a evangelização.  A evangelização é o anúncio do amor do Pai pelo seu povo, que nos mandou Jesus como pastor e salvador. A evangelização nasce da compaixão. E gera compaixão, caridade, amor a Deus e ao próximo.
Antes de tudo, a compaixão. Era tarde, o lugar deserto, o povo faminto. Jesus envolveu os discípulos numa linda celebração. Pode ver que todos os detalhes lembram a última ceia, como se fosse uma preparação para a Santa Missa. A celebração nasce da compaixão de Deus pelo seu povo e de nossa compaixão pelo próximo. E gera compaixão, solidariedade, caridade, novas relações.
Ao sair do barco, Jesus viu uma grande multidão. Encheu-se de compaixão por eles (Mt 14, 14)
Rezando a palavra
Senhor Jesus,
Hás de nos desculpar. Nós continuamos a pensar igualzinho aos discípulos naquela cena da multiplicação dos pães. Vemos as situações de sofrimento e abandono e cruzamos os braços. Ficamos paralisados por nossa mentalidade pragmática: não temos dinheiro, não temos condições, nem é responsabilidade nossa. A solução que temos é mandar embora, cada um se virar.  Senhor, ajuda-nos em nossa conversão. Na evangelização e na celebração, aprendemos contigo outra forma de ver e agir: sermos responsáveis uns pelos outros, fazer alguma coisa com o que temos e, sobretudo, confiar na providência de Deus que se manifesta na partilha e na solidariedade. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.
Vivendo a palavra

Encontrando alguém, hoje, que precise do seu apoio, partilhe o seu pouco. Não vai lhe faltar. O pouco, dado com amor, Deus multiplica. 
Pe. João Carlos Ribeiro - 05 de agosto de 2019.

MANDA ESSE POVO EMBORA


Jesus viu uma numerosa multidão e teve compaixão, porque eram como ovelhas sem pastor (Mc 6, 34)
09 de fevereiro de 2019.
A pregação da palavra de Deus é uma coisa maravilhosa. Ninguém duvida. A celebração ou liturgia, outra coisa fantástica. Mas, nem a pregação, nem a celebração se explicam sem a compaixão, a caridade. A evangelização e a celebração começam e terminam na caridade. Está tudo no evangelho de hoje.
“Jesus viu uma numerosa multidão e teve compaixão, porque eram como ovelhas sem pastor”. Aí começa tudo, na compaixão. Jesus viu aquele povo que o procurava e lhe doeu o coração vê-lo tão necessitado, tão fragilizado. Para uma pessoa do interior como Jesus, dava pena ver um rebanho sem pastor: as ovelhas se dispersam, os carneirinhos viram presas fáceis para as feras e os ladrões, não têm quem guie a um bom pasto. E olha que Jesus estava levando os discípulos para um lugar afastado para eles descansarem um pouco, pois estavam voltando, muito cansados, de uma missão. Diante daquela cena – ovelhas sem pastor – esqueceu-se o descanso e Jesus começou a “ensinar-lhes muitas coisas”, diz o evangelho.
O que será que Jesus ensinou àquela gente? Podemos imaginar, pois o que ele disse ao povo, certamente, é o que está no evangelho. Ele explicava, contando parábolas, como Deus ama os seus filhos, como fica feliz quando um filho ou uma filha escolhe o bom caminho;  como o Pai cuida das aves e das plantas e mais ainda cuida de cada filho. E ainda: como são felizes aqueles que Deus ama. E Deus preza antes de tudo os mais pobres e os mais sofridos. Aí, ele lhes falava do Reino de Deus. Ah, esse mundo fica melhor se Deus for obedecido como bom pai que é e se cada filho for fraterno e bom com seu irmão, com sua irmã. Quanta coisa Jesus tinha para dizer àquele povo maltratado pela violência, pela doença, pela pobreza!  E aqueles corações amargurados iam se enchendo de paz, de esperança. Riam com as histórias de Jesus (‘Imagine, o filho disse que ia, mas não foi, mas que malandro!’ - ‘E a festa que o Pai fez pra receber o filho que saiu de casa, ô festão!’ –‘ ‘Mas aquelas moças que foram para o casamento e esqueceram o óleo, que povo sem juízo!). Gente, olha a hora!
Quem falou “olha a hora!”? Os discípulos. Já está ficando tarde. Isso aqui é um lugar deserto. Esse povo precisa voltar pra casa. Já está tudo com cara de fome. Tenha paciência Jesus, a conversa está muito boa, mas está na hora de mandar o povo embora. ‘Mandar o povo embora, como assim?  Sem comer nada? Vocês providenciem alguma coisa’. Aí a coisa esquentou... Providenciar, nós? Aí, eles foram pragmáticos, como muitos administradores de hoje. Gastar dinheiro para alimentar essa gente? Não tem dinheiro que chegue. Mande esse povo embora enquanto é tempo. Eles se viram por aí... Olha a mentalidade deles: gastar dinheiro, despedir, mandar embora, não se sentir responsável por ninguém. E Jesus acalmou o grupo. Pera aí...  O que vocês têm aí pra comer? Vão, vão ver... Cinco pães e dois peixes? Tragam pra cá. Aí Jesus mandou todo mundo se sentar, formaram grandes grupos, ele pegou aqueles poucos pães e peixes, deu graças a Deus, fez a oração da bênção dos alimentos, partiu (preste atenção a este “partiu”) e ia dando os pedaços aos discípulos para que eles distribuíssem com o povo. Depois, dividiu também os peixes. O resultado, você já sabe. E até a sobra recolhida foi grandiosa. Olha a mentalidade de Jesus: alimentar, por em comum, partilhar, repartir, dividir, somos responsáveis uns pelos outros.
Guardando a mensagem
Antes de tudo, a compaixão. Jesus viu o povo e sentiu seu coração amargurado por vê-lo tão sofrido, tão fragilizado. Ele deixou de lado outro projeto e dedicou-se a “ensinar-lhe muitas coisas”. Isto é a evangelização.  A evangelização é o anúncio do amor do Pai pelo seu povo, que nos mandou Jesus como pastor e salvador. A evangelização nasce da compaixão. E gera compaixão, caridade, amor a Deus e ao próximo.
Antes de tudo, a compaixão. Era tarde, o lugar deserto, o povo faminto. Jesus envolveu os discípulos numa linda celebração. Pode ver que todos os detalhes lembram a última ceia, como se fosse uma preparação para a Santa Missa. A celebração nasce da compaixão de Deus pelo seu povo e de nossa compaixão pelo próximo. E gera compaixão, solidariedade, caridade, novas relações.
Jesus viu uma numerosa multidão e teve compaixão, porque eram como ovelhas sem pastor (Mc 6, 34)
Rezando a palavra
Senhor Jesus,
Hás de nos desculpar. Nós continuamos a pensar igualzinho aos discípulos naquela cena da multiplicação dos pães. Vemos as situações de sofrimento e abandono e cruzamos os braços. Ficamos paralisados por nossa mentalidade pragmática: não temos dinheiro, não temos condições, nem é responsabilidade nossa. A solução que temos é mandar embora, cada um se virar.  Senhor, ajuda-nos em nossa conversão. Na evangelização e na celebração, aprendemos contigo outra forma de ver e agir: sermos responsáveis uns pelos outros, fazer alguma coisa com o que temos e, sobretudo, confiar na providência de Deus que se manifesta na partilha e na solidariedade. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.
Vivendo a palavra
Leia o texto do evangelho de hoje em sua Bíblia: Marcos 6,34-44. Anote alguma frase deste evangelho no seu caderno espiritual.

Pe. João Carlos Ribeiro, SDB – 09.02.2019

ANTES DE TUDO, A COMPAIXÃO

Jesus viu uma numerosa multidão e teve compaixão, porque eram como ovelhas sem pastor (Mc 6, 34)
08 de janeiro de 2018.
A pregação da palavra de Deus é uma coisa maravilhosa. Ninguém duvida. A celebração ou liturgia, outra coisa fantástica. Mas, nem a pregação, nem a celebração se explicam sem a compaixão, a caridade. A evangelização e a celebração começam e terminam na caridade. Está tudo no evangelho de hoje.
“Jesus viu uma numerosa multidão e teve compaixão, porque eram como ovelhas sem pastor”. Aí começa tudo, na compaixão. Jesus viu aquele povo que o procurava e lhe doeu o coração vê-lo tão necessitado, tão fragilizado. Para uma pessoa do interior como Jesus, dava pena ver um rebanho sem pastor: as ovelhas se dispersam, os carneirinhos viram presas fáceis para as feras e os ladrões, não têm quem guie a um bom pasto. E olha que Jesus estava levando os discípulos para um lugar afastado para eles descansarem um pouco, pois estavam voltando, muito cansados, de uma missão. Diante daquela cena – ovelhas sem pastor – esqueceu-se o descanso e Jesus começou a “ensinar-lhes muitas coisas”, diz o evangelho.
O que será que Jesus ensinou àquela gente? Podemos imaginar, pois o que ele disse ao povo, certamente, é o que está no evangelho. Ele explicava, contando parábolas, como Deus ama os seus filhos, como fica feliz quando um filho ou uma filha escolhe o bom caminho;  como o Pai cuida das aves e das plantas e mais ainda cuida de cada filho. E ainda: como são felizes aqueles que Deus ama. E Deus preza antes de tudo os mais pobres e os mais sofridos. Aí, ele lhes falava do Reino de Deus. Ah, esse mundo fica melhor se Deus for obedecido como bom pai que é e se cada filho for fraterno e bom com seu irmão, com sua irmã. Quanta coisa Jesus tinha para dizer àquele povo maltratado pela violência, pela doença, pela pobreza!  E aqueles corações amargurados iam se enchendo de paz, de esperança. Riam com as histórias de Jesus (‘Imagine, o filho disse que ia, mas não foi, mas que malandro!’ - ‘E a festa que o Pai fez pra receber o filho que saiu de casa, ô festão!’ –‘ ‘Mas aquelas moças que foram para o casamento e esqueceram o óleo, que povo sem juízo!). Gente, olha a hora!
Quem falou “olha a hora!”? Os discípulos. Já está ficando tarde. Isso aqui é um lugar deserto. Esse povo precisa voltar pra casa. Já está tudo com cara de fome. Tenha paciência Jesus, a conversa está muito boa, mas está na hora de mandar o povo embora. ‘Mandar o povo embora, como assim?  Sem comer nada? Vocês providenciem alguma coisa’. Aí a coisa esquentou... Providenciar, nós? Aí, eles foram pragmáticos, como muitos administradores de hoje. Gastar dinheiro para alimentar essa gente? Não tem dinheiro que chegue. Mande esse povo embora enquanto é tempo. Eles se viram por aí... Olha a mentalidade deles: gastar dinheiro, despedir, mandar embora, não se sentir responsável por ninguém. E Jesus acalmou o grupo. Pera aí...  O que vocês têm aí pra comer? Vão, vão ver... Cinco pães e dois peixes? Tragam pra cá. Aí Jesus mandou todo mundo se sentar, formaram grandes grupos, ele pegou aqueles poucos pães e peixes, deu graças a Deus, fez a oração da bênção dos alimentos, partiu (preste atenção a este “partiu”) e ia dando os pedaços aos discípulos para que eles distribuíssem com o povo. Depois, dividiu também os peixes. O resultado, você já sabe. E até a sobra recolhida foi grandiosa. Olha a mentalidade de Jesus: alimentar, por em comum, partilhar, repartir, dividir, somos responsáveis uns pelos outros.
Guardando a mensagem
Antes de tudo, a compaixão. Jesus viu o povo e sentiu seu coração amargurado por vê-lo tão sofrido, tão fragilizado. Ele deixou de lado outro projeto e dedicou-se a “ensinar-lhe muitas coisas”. Isto é a evangelização.  A evangelização é o anúncio do amor do Pai pelo seu povo, que nos mandou Jesus como pastor e salvador. A evangelização nasce da compaixão. E gera compaixão, caridade, amor a Deus e ao próximo.
Antes de tudo, a compaixão. Era tarde, o lugar deserto, o povo faminto. Jesus envolveu os discípulos numa linda celebração. Pode ver que todos os detalhes lembram a última ceia, como se fosse uma preparação para a Santa Missa. A celebração nasce da compaixão de Deus pelo seu povo e de nossa compaixão pelo próximo. E gera compaixão, solidariedade, caridade, novas relações.
Jesus viu uma numerosa multidão e teve compaixão, porque eram como ovelhas sem pastor (Mc 6, 34)
Rezando a palavra
Senhor Jesus,
Hás de nos desculpar. Nós continuamos a pensar igualzinho aos discípulos naquela cena da multiplicação dos pães. Vemos as situações de sofrimento e abandono e cruzamos os braços. Ficamos paralisados por nossa mentalidade pragmática: não temos dinheiro, não temos condições, nem é responsabilidade nossa. A solução que temos é mandar embora, cada um se virar.  Senhor, ajuda-nos em nossa conversão. Na evangelização e na celebração, aprendemos contigo outra forma de ver e agir: sermos responsáveis uns pelos outros, fazer alguma coisa com o que temos e, sobretudo, confiar na providência de Deus que se manifesta na partilha e na solidariedade. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.
Vivendo a palavra
Leia o texto do evangelho de hoje em sua Bíblia: Marcos 6,34-44. Anote alguma frase deste evangelho no seu caderno espiritual.

Pe. João Carlos Ribeiro, SDB – 08.01.2018

OS SETE PÃES E OS SETE CESTOS

Jesus pegou os sete pães e os peixes, deu graças, partiu-os e os dava aos discípulos, e os discípulos às multidões (Mt 15, 36)
05 de dezembro de 2018
Uma cena superinteressante, nos reserva o evangelho de hoje. Jesus está em território pagão. Também ali a missão está acontecendo. A missão, em várias partes do evangelho, é descrita como libertação dos sofredores. Assim, cercado de doentes e gente sofrida, Jesus os cura, os liberta. Num certo momento, ele chama os discípulos e lhes diz que sente compaixão daquele povo. Há três dias, eles o estão seguindo e, claro, estão com fome. Os discípulos só têm uma pergunta: como vão conseguir pão pra tanta gente naquele deserto? Informaram logo a Jesus que tinham somente sete pães e alguns peixinhos.
Com os sete pães que os discípulos tinham, Jesus alimenta todo mundo. Ele pega os pães, dá graças e os dá aos discípulos que os distribuem com a multidão. O mesmo faz com os peixinhos. Todos comem e ficam satisfeitos. As sobras enchem sete cestos.
Uma história tão simples e tão cheia de significados. Sete pães e sete cestos de sobras. No capítulo anterior, capítulo 14, o evangelista tinha contado outra multiplicação de pães. Na outra, sobraram doze cestos. Doze é o número do povo de Deus. Tudo bem. Deus alimenta o seu povo. Nesta, Jesus está em território pagão. Sete é o número das nações pagãs. Também os pagãos têm lugar no banquete de Jesus. Lá também, a missão está acontecendo.
Eu queria que agora a gente se concentrasse no lindo significado que tem esse texto, como uma catequese que é da Eucaristia, da Santa Missa. O fato de estarem num região deserta, com fome, já nos lembra a situação que o povo de Deus passou quando peregrinava antes de entrar na terra prometida. No tempo antigo, o povo faminto foi alimentado por Deus com o maná. Deus teve compaixão do seu povo e mandava toda manhã o maná, o pão que descia do céu. O maná é um símbolo da Eucaristia, valeu como uma preparação para a Ceia, a Santa Missa.
Jesus tem compaixão daquele povo que está com ele já há três dias, com fome, e providencia o alimento. Agora, acompanhe os gestos de Jesus: “Jesus mandou que a multidão se sentasse no chão. Depois, pegou os sete pães, e deu graças, partiu-os e ia dando aos seus discípulos, para que os distribuíssem. E eles os distribuíam ao povo”. Deu pra todo mundo. Ficou todo mundo satisfeito. As sobras foram recolhidas. E Jesus despediu a multidão. Esses gestos de Jesus vão se repetir na última Ceia. Essa refeição coletiva é já uma preparação para a Eucaristia, uma espécie de catequese sobre a Santa Ceia.  
Na narração, percebe-se a estrutura da celebração da Eucaristia: o povo reunido em torno de Jesus; Jesus que anuncia o Reino de Deus; Jesus que toma os pães, dá graças, reparte e manda distribuir; a multidão que é alimentada; Jesus que despede o povo. É a estrutura da missa: a acolhida, a mesa da palavra de Deus, a mesa do pão consagrado, a despedida.
Guardando a mensagem
Olha quanta coisa podemos aprender nesse texto: antes do pão, vem a Palavra (Jesus passou três dias anunciando o Reino de Deus ao povo, antes da multiplicação dos pães);  a Eucaristia é especialmente partilha, dom de si mesmo aos outros (Os discípulos só tinham sete pães e alguns peixinhos e ofereceram tudo. Eles recebiam os pedaços de pão de Jesus e os entregavam ao povo); a Eucaristia é o próprio Jesus que se entrega em alimento para a multidão faminta (Jesus mesmo parte o pão e o entrega, como se a si mesmo se desse em alimento);  toda refeição em família é uma espécie de eco da Eucaristia (ali também damos graças a Deus e abençoamos a comida); as sobras devem ser recolhidas e guardadas (é assim que guardamos a reserva eucarística no sacrário e também aprendemos que devemos evitar todo desperdício de alimento).
Jesus pegou os sete pães e os peixes, deu graças, partiu-os e os dava aos discípulos, e os discípulos às multidões (Mt 15, 36)
Rezando a palavra
Senhor Jesus,
Vemos nessa cena da multiplicação dos pães no deserto, uma preparação para a Ceia Eucarística que celebraste com teus discípulos, antes de tua paixão e que celebras conosco todos os dias, especialmente no domingo, o dia de tua páscoa. Tu és o pão da vida. Tu a ti mesmo te deste como alimento, verdadeiro maná que alimenta para a vida eterna. Concede-nos, Senhor, que aprendamos contigo a compaixão e a partilha como disposições necessárias para celebrar contigo a Eucaristia. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.
Vivendo a palavra
No seu caderno espiritual, responda a esta pergunta: Como anda a minha participação na Santa Missa, na Eucaristia?

Pe. João Carlos Ribeiro – 05.12.2018

NÃO IMITE OS NOVE. IMITE O SAMARATANO.

Então Jesus lhe perguntou: “Não foram dez os curados? E os outros nove, onde estão? (Lc 17, 17)
14 de novembro de 2018.
Eram dez, mas só um voltou para agradecer. Jesus notou isso e queixou-se. Todos eles tinham pedido ajuda aos gritos, implorando: "Jesus, tem compaixão de nós".  E até obedeceram a orientação de irem logo a Jerusalém para apresentarem-se aos sacerdotes e pedirem o atestado de que estavam curados da lepra para poderem retornar às suas famílias. Foram, na verdade, em espírito de fé, porque ainda estavam doentes quando tomaram a estrada. Mas, no caminho, na obediência da fé, viram-se curados. Foi aí que um voltou. E os outros prosseguiram.
Poderíamos até tentar entender as razões dos nove que seguiram para o Templo: eles foram tomar providências para poder  se reintegrar logo em seus povoados. A lei mandava assim: ‘adoeceu de lepra, está excluído da cidade, vá morar nos matos, não se aproxime de ninguém; ficou bom, vá ao Templo e pegue um atestado pra poder entrar de novo no seu povoado’.  Só que ficar bom de lepra era muito difícil. Enquanto caminhavam, viram-se curados. Voltar para avisar a Jesus e agradecer ou seguir pra resolver logo o seu problema? Eles nem titubearam. Prosseguiram para Jerusalém. Com certeza, se não foram capazes de voltar e reconhecer a obra que Jesus tinha feito por eles, em Jerusalém não iriam dizer que foram curados por ele. Com certeza, relataram que estavam curados. E pronto. Pensaram apenas neles mesmos. Quando estavam precisando, imploram. Quando ficaram bons, se esqueceram. Não viram necessidade de reconhecer a intervenção de Deus, por meio de Jesus. Usufruiu da graça, tá bom demais. Gente egoísta só pensa em si. Estou falando dos nove de hoje. Os nove de ontem mostraram-se egoístas, interesseiros, mal-agradecidos. Os nove de hoje continuam na mesma pisada.
Mas, um preferiu voltar para agradecer, para bendizer a Deus pela cura. Sentiu-se na obrigação de voltar. Lucas descreveu assim: "Um deles, ao perceber que estava curado, voltou glorificando a Deus em alta voz;  prostrou-se aos pés de Jesus e lhe agradeceu. E este era um samaritano". O fato de ser samaritano foi notado por Jesus: "Não houve quem voltasse para dar glória a Deus, a não ser este estrangeiro?". O fato de ser samaritano possivelmente lhe trazia maior dificuldade de reconhecer que a obra de Deus teria acontecido em sua vida pelas mãos de um judeu. Isso era muito mais difícil para ele, que vinha de uma tradição religiosa diferente, em conflito com a religião e o mundo dos judeus. Mas, logo ele, um estrangeiro, de outra religião, manifesta sua gratidão, bendiz a Deus e reconhece a presença divina em Jesus, pois se prostra aos seus pés em sinal de adoração. "A tua fé te salvou", lhe disse Jesus.
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Dez leprosos imploram que Jesus os cure. Jesus os manda ao Templo, para se apresentarem aos sacerdotes. Os sacerdotes é que comprovavam que um leproso tinha ficado curado. Eles ficaram curados no caminho. Nove prosseguem para Jerusalém, para pegar o atestado. Somente um sente-se na obrigação de voltar e agradecer. Esse é um estrangeiro, um samaritano. E o seu agradecimento não é só dizer obrigado. "Volta glorificando a Deus em alta voz", reconhecendo que Deus agiu em seu favor;  glorificando a Deus em alta voz, pra todo mundo ouvir e se unir à sua ação de graças. E reconhece Jesus como Senhor, prostrando-se aos seus pés. Um bom exemplo para mim e pra você. Sermos mais agradecidos a Deus. E proclamarmos nosso reconhecimento em alta voz, sem medo e sem vergonha alguma.
Então Jesus lhe perguntou: “Não foram dez os curados? E os outros nove, onde estão? (Lc 17, 17)
Rezando a palavra
Senhor Jesus,
Temos muito a agradecer. Reconhecemos tantas bênçãos e tantas graças que nos chegam por meio de ti e queremos, como o samaritano, agradecer e testemunhar isso pra todo mundo ouvir. Dá-nos, Senhor, um coração como o de nossa mãe Maria, que cheia de gratidão, bendisse em alta voz: “O Senhor fez em mim maravilhas, santo é o seu nome”. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.
Vivendo a palavra
É interessante você ter seu caderno para fazer anotações sobre sua experiência com a Palavra de Deus. Podemos chama-lo de caderno espiritual. Muita gente faz isso. É um bom recurso para estimular o compromisso de praticar a Palavra do Senhor. Bom, está dada a sugestão. Se você ainda não tem o seu caderno espiritual, adquira um bonito caderno de anotações e comece hoje, com uma página de agradecimentos ao Senhor.  Não imite os nove. Imite o samaritano.

Pe. João Carlos Ribeiro – 14.11.2018

AS TRÊS QUALIDADES DO CRISTÃO DO SÉCULO XXI

Deus veio visitar o seu povo (Lc 7, 16)
18 de setembro de 2018.
Os tempos mudaram. E o cristão, mudou? Na sua essência, não. Ser cristão não é moda que passa. É um modo de ser e viver dos seguidores de Jesus Cristo. Mas, claro, em cada tempo há alguma qualidade que torna mais significativo o seu modo de ser e de agir. No evangelho de hoje, reconhecemos pelo menos três qualidades do cristão de ontem e de hoje. Cristão é o que segue os passos do Mestre, o que o imita em seu caminho humano.
Jesus entrou na cidade de Naim. Chegou acompanhado dos discípulos e de muita gente que o seguia. Encontrou um enterro saindo da cidade. Uma situação de dor e sofrimento: uma viúva que perdera seu único filho, um jovem. Consolou a pobre senhora. Parou o enterro, mandou o moço levantar-se. Comoção, júbilo, festa. Deus visitou o seu povo: concluiu a multidão. E a voz espalhou a alegria do Reino que estava chegando como saúde, inclusão, solidariedade, vida.
A primeira qualidade do cristão, hoje, é a abertura para os outros. Jesus não foi um profeta com um endereço fixo. Nesse episódio de Naim, ele aparece chegando a essa pequena cidade. Ele circulava por todo o país, indo ao encontro do povo nos povoados, nas cidades, nos sítios. Participava com o seu povo das peregrinações a Jerusalém. Como expressou numa parábola, ele buscava a ovelha que se perdeu, até encontrá-la. E essa tem que ser a postura do cristão: alguém que superou o egoísmo e está voltado para os outros, para o mundo, não mais centrado em si mesmo; alguém que vive uma atitude missionária de abertura ao encontro com o outro. Naquela grande reunião dos bispos da América Latina em Aparecida, o grande compromisso foi esse: ajudar os cristãos a serem mais missionários.
A segunda qualidade do cristão, hoje, é a solidariedade. Nessa história do enterro de Naim, isso apareceu claro em Jesus. Ele encheu-se de compaixão, diz o texto, e foi consolar a viúva. Foi a compaixão que o moveu a deixar os planos de descanso e dedicar-se a ensinar àquele povo todo do outro lado do mar. Ele sensibilizava-se pelo sofrimento, deixava-se tocar pela dor dos outros. Tornava viva aquela palavra dita a Moisés, no Monte Sinai: “Ouvi os clamores do meu povo e desci para libertá-lo”. A solidariedade, a compaixão é a marca de Jesus, e tem que ser a marca do cristão também. No meio de tanto sofrimento, de tantos dramas humanos – o desemprego, a solidão, a injustiça, a dependência das drogas, a violência – o cristão há de ter o mesmo coração solidário do Senhor.
A terceira qualidade do cristão, hoje, é a defesa da vida. Jesus parou o enterro e devolveu o jovem vivo à sua mãe. Com as obras, realizava o seu mote: “Eu vim para que todos tenham vida”. Todas as histórias do evangelho são histórias de resgate, de inclusão, de defesa da vida, de promoção da dignidade das pessoas. Como ser um seguidor de Jesus e não ter compromisso com a vida, com a cidadania, a dignidade da pessoa humana, a sustentabilidade do planeta? Compromisso com a vida se traduz concretamente na luta contra o abordo e a pena de morte, contra as drogas, contra a discriminação, em favor do salário digno, da defesa da família, da construção da paz.
Guardando a mensagem
Jesus chegou à pequena cidade de Naim e encontrou um enterro de um moço, filho único da viúva. Admiramos no Mestre a sua preocupação com os outros, os seus deslocamentos para encontrar o povo em suas realidades. Abertura para os outros. Vemos como ele teve compaixão daquela viúva e mostrou-se próximo daquela família. Solidariedade. Em atenção àquela situação, ele parou o enterro e ressuscitou o morto. E encheu de alegria a sua mãezinha viúva. Defesa da vida. Essas são três qualidades que o cristão precisa ter hoje: abertura para os outros, solidariedade e defesa da vida. Nisto, imita Jesus.
Deus veio visitar o seu povo (Lc 7, 16)
Rezando a palavra
Senhor Jesus,
Providencialmente, barraste o enterro daquele jovem, em Naim. Infelizmente, um número surpreendente de jovens, hoje, está naquela mesma condição daquele filho da viúva: tendo a vida ceifada pela violência urbana, pelos acidentes de trânsito, pelas drogas, pela depressão. Senhor, hoje somos nós que, à tua imitação e com a tua graça, precisamos barrar essa procissão de morte dos jovens. Ajuda-nos, Senhor, a ser pessoas abertas às necessidades dos outros, solidários e comprometidos com a vida, como tu. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.
Vivendo a palavra
Responda no seu caderno espiritual: O que os cristãos precisam fazer para barrar a morte de tantos jovens (causadas pelo tráfico de drogas, pela violência urbana, por acidentes, pelo suicídio, etc.)?

Pe. João Carlos Ribeiro – 18.09.2018

OS SEGREDOS DE UMA CATEDRAL


Ao desembarcar, Jesus viu uma numerosa multidão e teve compaixão, porque eram como ovelhas sem pastor (Mc 6, 34)

22 de julho de 2018.

Por graça de Deus, estou, neste domingo, em Óbidos, no oeste do Pará. Ontem à noite, eu e minha banda fizemos aqui um bonito show, dentro dos festejos da padroeira Senhora Sant’Ana. Óbidos é sede de uma diocese missionária no coração da Amazônia. Visitando ontem a Catedral, o bispo diocesano Dom Bernardo, me explicou alguns detalhes de sua histórica Catedral do século XVIII. Mesmo com a atual obra de reforma ainda não concluída, vê-se ali elementos arquitetônicos surpreendentes. Ao entrar na Igreja, o piso de cerâmica do hall de entrada veio de Jerusalém, da Terra Santa. No corpo da Igreja, vai-se pisando pelo corredor central em cerâmica que leva ao altar assentado sobre cerâmica vinda de Belém, tendo ao seu lado o ambão, também chamado de mesa da palavra. E por que trouxeram essas peças de um país tão distante? O bispo explicou direitinho. O piso da entrada, com cerâmica proveniente de Israel, de Jerusalém, lembra o Antigo Testamento. O piso do corredor central e do presbitério, onde estão o altar e o ambão, com cerâmica vinda de Belém, lembra o Novo Testamento. E a parede central do presbitério, ainda não concluída, terá simbolismos do lugar para onde caminha este povo que nasce no Antigo Testamento, e caminha pelo Novo Testamento: a glória de Deus, o céu... é pra lá que se vai. Entre outros símbolos, haverá uma linda árvore da vida, representação de Cristo.

O piso da Catedral de Óbidos é uma bela explicação da liturgia da palavra deste domingo. A obra de Jesus foi congregar as ovelhas dispersas do rebanho de Deus. Quando ele e os seus missionários apóstolos desembarcaram, encontraram uma multidão que tinha corrido a pé de todas as cidades para encontrá-lo. É o evangelho de hoje. E eu não posso deixar de pensar no que eu vi ontem, aqui em Óbidos. Mais de 100 peregrinos chegaram a pé à Catedral, para participar do novenário. Chegaram cedinho, depois de uma caminhada exaustiva. A cidade de onde eles vieram fica a 84 km. É a multidão do evangelho, acorrendo a pé a Jesus.

Jesus estava indo descansar com os seus missionários. Eles estavam voltando da missão em que tinham visitado vilas, sítios e cidades. Estavam fugindo do afluxo de gente que não lhes permitia nem tempo para comer. A numerosa multidão que chegou a pé para encontrá-lo os surpreendeu. Jesus ficou tomado de compaixão e os sentiu como ovelhas sem pastor. Cancelou-se o descanso e Jesus começou a ensinar muitas coisas ao povo, diz o evangelho.

Lendo o livro do Profeta Jeremias, nos damos conta da grandeza da ação de Jesus, nesta passagem e em todo o seu ministério. Em Jeremias 23, temos uma foto da situação do povo em certo momento, no Antigo Testamento. A descrição mostra a condição que levou o Pai a enviar Jesus. O rebanho está disperso. Deus se queixa dos pastores que ele colocou para cuidar do seu rebanho: descuidaram-se, afugentaram as ovelhas, dispersaram o rebanho. O que ele fará? Pela boca do profeta, o Senhor Deus disse: “Eu reunirei o resto das minhas ovelhas de todos os países para onde foram expulsas e as farei voltar aos seus campos. Suscitarei para elas novos pastores. Farei nascer um descendente de Davi, ele reinará como rei, ele será sábio”. Davi foi o rei que começou como pastor de ovelhas. Jesus é o pastor sábio, o novo Davi que Deus enviou para cuidar do seu rebanho. Ele é o bom pastor que dá a vida por suas ovelhas. É o que está acontecendo nesta cena do evangelho. Ele e os apóstolos, os novos pastores que Deus estava suscitando, sacrificaram seu justo descanso para cuidar do rebanho disperso.

A obra de Jesus foi, então, congregar as ovelhas dispersas. O altar e o ambão, sobre a cerâmica de Belém, terra de Davi e de Jesus, é a representação do próprio Cristo. Pastoreando o seu povo, ele ensina-lhes muitas coisas e oferece a sua própria vida pela salvação de todos. Não somente congrega as ovelhas de Israel, mas congrega também as ovelhas de todas as nações, de todas as cidades, quem não pertenciam a Israel. A Carta de São Paulo aos Efésios, cap 2,  explica ainda melhor isso. “Ele quis, a partir do judeu e do pagão, criar em si um só homem novo, estabelecendo a paz. Quis reconciliá-los com Deus, ambos em um só corpo, por meio da cruz. Assim ele destruiu em si mesmo a inimizade”.  Ao redor da mesa da palavra e da mesa do sacrifício eucarístico, somos todos um só rebanho congregados por um só pastor.

Vamos guardar a mensagem

Esse rebanho que caminha desde o Antigo Testamento, congregado por Cristo, ao qual foram incorporados os pagãos, pastoreado por ele e por seus apóstolos missionários, é a Igreja. Igreja que caminha para a glória de Deus, para sua casa, para o céu. É o que nos diz, sem palavras, a cerâmica do piso da Catedral de Óbidos. Esse é um domingo para aumentar o seu amor e a sua comunhão com o pastor, os pastores e o rebanho. Somos a Igreja de Cristo. Ele nos conduz, nos resgatando da dispersão, da exploração, da inimizade, do pecado.

Ao desembarcar, Jesus  viu uma numerosa multidão e teve compaixão, porque eram como ovelhas sem pastor (Mc 6, 34)

Vamos rezar a palavra

Salmo 22
— O Senhor é o pastor que me conduz; felicidade e todo bem hão de seguir-me!
— O Senhor é o pastor que me conduz;/ não me falta coisa alguma./ Pelos prados e campinas verdejantes/ ele me leva a descansar./ Para as águas repousantes me encaminha,/ e restaura as minhas forças.
— Felicidade e todo bem hão de seguir-me/ por toda a minha vida;/ e na casa do Senhor habitarei/ pelos tempos infinitos.
Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo, como era no princípio, agora e sempre. Amém.

Vamos viver a palavra

Não deixe de pegar sua Bíblia hoje e ler, com toda atenção, Marcos 6, 30-34. É o evangelho de hoje. Quem sabe, você possa conversar com alguém sobre essa bela passagem! É que a boca fala do que o coração está cheio.

Pe. João Carlos Ribeiro – 22.07.2018

PERDOAR É O MELHOR REMÉDIO


Senhor, quantas vezes devo perdoar, se meu irmão pecar contra mim? Até sete vezes? (Mt 18, 21)
Terça-feira, 06 de março de 2018.
Há muita injustiça nesse mundo, muita maldade. Você, com certeza, já foi vítima de muita humilhação, de sofrimento gerado pelo egoísmo de alguém, pela difamação de uma pessoa amiga, pela traição no casamento. Há pessoas que convivem com grandes chagas abertas em sua memória ou mesmo no seu inconsciente. Profissionais que foram perseguidos por colegas que chegaram a perder seus postos de trabalho. Pais que tiveram um filho assassinado. Pessoas que foram violentadas, abusadas quando mais jovens. Um mar de sofrimento causado por pessoas próximas e distantes.
Diante do mal que nos fazem, a primeira reação é a indignação. A pessoa não se conforma, reage percebendo o mal que estão lhe fazendo. Não aceita, sente-se prejudicada, traída, humilhada. É uma atitude aceitável, a indignação. Uma reação justa. Não se acomodar diante da agressão, não permitir a continuação da ofensa, não permanecer na passividade diante do mal.
Agora, essa indignação pode virar ódio, desejo de vingança, revanche. Aí, vamos com calma. Você não pode permitir que o mal que lhe fizeram crie raízes em você, se reproduza no seu ódio, em projetos de vingança e de revanche. O mal se perpetua no mal. É uma onda de violência que puxa outra, não para mais. Você já ouviu falar daquelas cidades, no interior de Pernambuco, em que uma família matava a outra... ‘Mataram o meu filho... vou matar o filho dele também!’  ‘Mataram meu primo, vou me vingar!”. A vida daquelas pessoas virou um inferno, uma insegurança total, a cólera fervendo no coração daquele gente antes tão pacata... Só uma coisa estancou aquela tragédia que parecia sem fim: o perdão.
Só há um remédio para se reconstruir a vida: o perdão. O ódio e a vingança não resolvem, não curam a mágoa, nem o sofrimento causado pela difamação, pela traição, pela injustiça. Só o perdão pode trazer paz ao seu coração.
Claro, perdão não quer dizer que abro mão do direito de reparação, que não recorro à Justiça. Você se lembra do Papa João Paulo II, que levou um tiro de um jovem turco, muçulmano, que foi assassiná-lo na Praça de São Pedro, no Vaticano?! O santo Papa ficou entre a vida e a morte, coitado, e passou o resto da vida sentindo as consequências daquela agressão. Mas, aquele homem santo foi várias vezes visitar o seu agressor na Penitenciária, para oferecer-lhe o perdão e acompanha-lo no seu caminho de conversão. Não deixou que o ódio tomasse conta do seu coração. A cadeia é a oportunidade do agressor se redimir, se reencontrar, se reabilitar. Se o tratamento que o agressor receber, dentro ou fora da cadeia, for de violência e crueldade, não resultará redimido, só embrutecido.
Vamos guardar a mensagem
Claro que perdoar não é fácil. Mas, um cristão tem o exemplo e os ensinamentos de Cristo. Ele sofreu uma morte muito cruel, mas morreu perdoando. Aliás, por sua paixão e morte oferecidas a Deus como sacrifício voluntário em nosso favor, fomos perdoados de nossos pecados. Nosso  débito com Deus era impagável. E ele perdoou nossa dívida. À sua imitação, não podemos ter outro comportamento, senão perdoar as dívidas dos nossos semelhantes. E perdoar sempre. Não apenas quatro vezes, como ensinavam os rabinos e mestres da Lei. Nem só as generosas sete vezes que Pedro sugeriu.  Sempre, perfeitamente. Setenta vezes sete, como Jesus prescreveu.
Senhor, quantas vezes devo perdoar, se meu irmão pecar contra mim? Até sete vezes? (Mt 18, 21)
Vamos acolher a mensagem
Senhor Jesus,
Aquele empregado que não tinha com que pagar uma enorme dívida foi perdoado pelo seu patrão. Seu patrão teve misericórdia dele. Ele não tinha com que pagar, sua família toda seria prejudicada. O patrão cancelou o seu débito, todinho. E aquele mesmo empregado, perdoado de sua grande dívida, não esqueceu o pequeno débito de um companheiro seu. O seu colega não tinha com que pagar naquele momento, mas ele exigiu de toda forma e o pobre homem foi parar na cadeia por causa daquela ninharia. Senhor, esse empregado somos nós. Fomos perdoados de uma dívida impagável. Deus nos perdoou dos nossos pecados. Agora, ele espera que nós tenhamos também compaixão dos nossos irmãos e irmãs que nos ofendem. Ajuda-nos, Senhor, a ser misericordiosos, como o Pai. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.
Vamos viver a Palavra
Alguém ofendeu você, fez-lhe mal, prejudicou você? Você já sabe o que tem que fazer. E você já sabe porque tem que fazer... Então, faça. Hoje, o 21º dia da Quaresma, é um dia bom pra isso.

Pe. João Carlos Ribeiro – 05.03.2018

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