PADRE JOÃO CARLOS - MEDITAÇÃO DA PALAVRA: Templo
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ESTE ANO, VOCÊ VAI A JERUSALÉM?



MEDITAÇÃO PARA O DOMINGO 04 DE MARÇO DE 2018.

Destruam esse Templo e em três dias eu o levantarei (Jo 2, 19)

Olha, tem muita gente passando por essa rua, é gente que não se acaba mais. Quase todo mundo a pé, alguns puxando um jumento carregado, crianças, adultos, muita gente. Olha lá, tem uns tangendo carneiros, ovelhas...  Pequenos grupos, famílias inteiras, vizinhos de sítio,  todos subindo  a Jerusalém. O que estão indo fazer? Estão indo para a festa da páscoa. Todo ano é assim. Milhares de peregrinos vão para a grande festa da páscoa. É a maior festa religiosa do ano. E você não vai? Então, se arrume logo, porque não podemos nos atrasar. E leve algum dinheiro, porque a festa dura vários dias.

Pode perguntar. Enquanto você se arruma, dá tempo a gente conversar. Ah, por que estão levando carneiros? Porque é a festa da páscoa! O quê? ‘Tá, ‘tá... eu lhe explico. A páscoa comemora a libertação do nosso povo da escravidão do Egito. O grande momento da páscoa é a refeição em que, em família, a gente come o carneiro assado, com pão ázimo, ervas, recordando as histórias daquela noite em que o anjo da morte passou e feriu os primogênitos do Egito. Cada família do povo de Deus tinha sacrificado um cordeiro e ungido os portais de suas casas com o seu sangue. Foi naquela noite que Faraó foi forçado a liberar o nosso povo do seu domínio. Foi a noite santa da páscoa.

Tudo arrumado?  Então, vamos. Como é a sua primeira vez, vou lhe dizer o que a gente vai encontrar lá. O ponto de chegada dos peregrinos é o Templo. E tem bastante coisa pra se fazer no Templo.  Primeira coisa: pagar o imposto anual da casa de Deus. Está levando dinheiro? Ah, mas esse dinheiro não serve não... esse dinheiro é dinheiro de origem pagã. Bom, chegando lá, você vai ter que trocá-lo. Nem se preocupe, tem cambistas à vontade no Templo. Eles trocam essas moedas impuras por moedas do Templo, dinheiro puro. Mas, claro, no câmbio, eles acrescentam um jurozinho. No Templo, você também vai fazer suas devoções, oferecer sacrifícios de expiação para se purificar dos seus pecados. Tá com muito dinheiro? Se tivesse aí uma boa nota, podia comprar um boi pra oferecer. Ah, nem se preocupe, os sacerdotes e os levitas sangram o boi, e queimam as gorduras em homenagem a Deus. Agora, seu dinheiro é pouco, só vai dar pra oferecer uma pombinha. Deus não se incomoda, nem se preocupe. No Templo, também se pode escutar as explicações dos Mestres da Lei ou discutir com eles os assuntos das Escrituras. Agora, o mais importante é fazer o sacrifício do cordeiro pra gente comer a páscoa com nossos parentes. Ah, não, não precisa levar carneiro não. A gente compra lá. Lá tem boi, ovelhas, pombas, tudo. Tranquilo, a gente compra lá. Mas, claro, tem que trocar o dinheiro pra comprar o carneiro. Os sacerdotes vão sangrar o cordeiro e a gente leva pra casa dos parentes pra assar.

É uma emoção a gente entrar na cidade santa de Jerusalém. Olha os portões da cidade, que coisa grandiosa, que emoção dá na gente. E o Templo, gente?! Magnífico, alto, grande,  muitos corredores e pátios, parece um grande mercado. Um mercado santo, pera aí. Gente de todo o país e judeus de fora também estão por aqui. Hei, cuidado! O que está acontecendo? Que barulho é esse? Corre, saí da frente. Os bois estão soltos. As ovelhas também. Houve alguma coisa, tá um desespero. Ei, amigo, o que está havendo? Esse profeta Jesus... ele endoidou. Fez um chicote de cordas e expulsou os animais, os vendedores, derrubou as mesas dos cambistas, um desmantelo... E desafiou os sacerdotes do Templo. Deus Santo de Israel, tende misericórdia!  Se ele disse alguma coisa, disse. Disse que podiam destruir o Templo, que ele iria reconstruir em três dias. Que loucura! ‘Podem destruir esse Templo, em três dias eu o levantarei’. Vá entender esses profetas de hoje, cada um mais doido do que o outro. Desculpe, estou procurando minha mulher. Dê licença.

Calma, vamos pedir um pouco de água e ver o que está acontecendo. Vamos sentar aqui na escadaria. Senta aí. O que será que houve? Por que o profeta de Nazaré disse isso? “Podem destruir esse Templo, em três dias eu o levantarei”. Estou pensando o seguinte: Vai ver esse profeta é o Messias. O profeta Zacarias tinha falado que quando chegasse o Messias esse comércio no Templo ia se acabar. Ele iria limpar isso tudo. Mas, por quê? Quem sabe, esse idoso aí do seu lado talvez saiba. O senhor, meu velho, conhece Jesus? Tem acompanhado ele, não diga! Por que ele fez isso? ... Eu, eu sei, ele está falando baixinho, tranquilo. Eu lhe repasso depois.

Obrigado, venerando ancião. O Deus de Israel seja bendito, shalom! ... Vem cá. Ele disse que Jesus soltou os animais, porque não há mais necessidade do sacrifício deles. Os sacrifícios do Templo criam a imagem de uma religião que promove uma espécie de comércio: compra o perdão e a bênção de Deus com a oferta da vida de animais. Acabou isso. O sacrifício que vai valer agora, pelo qual o Senhor Deus vai perdoar os pecadores, será o sacrifício do cordeiro pascal. Ele disse que o profeta soltou as ovelhas e os carneiros, porque o cordeiro da páscoa que vai ser imolado é ele mesmo. Parece o Templo agora é ele mesmo. Essa eu não entendi. Pode ser morto, destruído. Mas, vai ser restaurado em três dias. Esse pedaço, o ancião não soube me explicar.

Olha, sei não, esse Jesus vai se dar mal. Ele mexeu no coração da religião do Templo, nos sacrifícios de animais que tanto dinheiro traz para os donos dos animais (os anciãos), os cambistas, os sacerdotes, os saduceus que comandam o Templo. A festa da páscoa é a festa da vitória contra a escravidão, celebrada na refeição do cordeiro, eu já lhe disse isso. E pelo que ele disse, nenhum animal precisa ser mais sacrificado. Você viu falar do profeta João Batista que Herodes mandou matar? Quando ele apresentou Jesus ao povo, ele disse que Jesus é o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo.

Destruam esse Templo e em três dias eu o levantarei (Jo 2, 19)

Vamos acolher a mensagem

Senhor Jesus,
O teu gesto de expulsar os vendedores, desmantelar aquela feira de animais e os postos de troca de moedas  foi uma atitude típica dos profetas. Estavas assim inaugurando um novo tempo na religião do teu povo.  Com esse gesto, anunciavas o fim do tempo dos sacrifícios de animais. A vítima para o sacrifício eras tu mesmo, o cordeiro imolado em nosso favor. Deixaste o Templo de Jerusalém sem sua função. O verdadeiro lugar do encontro com Deus e do perdão dos pecadores não era mais o Templo de pedra, mas a tua pessoa de filho de Deus. Tu és o Templo, onde o pecador encontra o perdão de Deus. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vamos viver a Palavra

Não tem jeito, você precisa ler hoje, na sua Bíblia, o evangelho deste terceiro domingo da Quaresma: João 2, 13-25. E, se achar útil, compartilhe a meditação com outras pessoas.

Pe. João Carlos Ribeiro – 03.03.2018

QUEM TEM MEDO DO FIM DO MUNDO?


MEDITAÇÃO
 PARA A TERÇA-FEIRA, 
DIA 28 DE NOVEMBRO 
Quando vocês ouvirem falar de guerras e revoluções, não fiquem apavorados. É preciso que estas coisas aconteçam primeiro, mas não será logo o fim (Lc 21, 9).
Quem não tem medo do fim do mundo? Bom, tem gente descrente que não está nem aí... Mas, muita gente, ouvindo as palavras da Bíblia, logo identifica sinais que apontam para a proximidade do fim do mundo. Guerras, terremotos, fome, pestes... o que Jesus fala no evangelho de hoje, é coisa que se vê todo dia.
Que a história tem um fim, entendemos isso nas palavras dos profetas e de Jesus. Que será a conclusão de uma grande crise na civilização humana, deduzimos igualmente.  Quando será, não sabemos. O próprio Jesus disse que não sabia. E como será? Também não temos ideia. A ideia que temos são as imagens que Jesus pegou emprestado dos livros dos profetas que falavam de crises na história do seu povo e entre as nações que eles conheciam.
No texto do evangelho de hoje, podemos recolher três ensinamentos de Jesus sobre esse tema da grande crise que antecederá o final da história humana.
O primeiro ensinamento é este: não confiar na grandiosidade. O Templo de Jerusalém causava admiração por sua beleza, seu esplendor e sua riqueza. Jesus disse claro: não ficará pedra sobre pedra. E olha que ele, com certeza, falava assim com o coração partido. Como judeu piedoso, ele amava o Templo de Deus e o visitava regularmente como peregrino. Mas, tudo seria destruído, como de fato aconteceu quarenta anos mais tarde, na guerra entre judeus e romanos. Aqui nesse mundo, é em vão por a confiança em instituições humanas, por mais sólidas que elas pareçam. Elas passam, caducam, desmoronam. Por a confiança em Deus. Não confiar na grandiosidade.
O segundo ensinamento é este: não se deixar enganar. Jesus alertou que muitos se apresentariam em seu nome. Não devemos segui-los. Sempre existiram falsos profetas e falsos pastores, que se aproveitam da credulidade dos ingênuos ou do medo dos fracos. Seguir Jesus, não se deixar enganar pelos falsos profetas.
O terceiro ensinamento é este: não se apavorar. São sinais, não é o fim ainda. De fato, basta pensar nas guerras mundiais, que fim de mundo não foi... Na hora das crises, manter a calma, a serenidade, não se apavorar. Manter a tranquilidade de quem se sabe orientado e assistido por Deus, mesmo no meio das tormentas.
Vamos guardar a mensagem de hoje
Há sempre crises na história, situações difíceis, guerras, fome, pestes, terremotos... não é de agora que isso acontece. Mesmo que uma grande crise anteceda o final dos tempos, é preciso, como Jesus nos ensina: não confiar na grandiosidade, não se deixar enganar e não se apavorar.
Quando vocês ouvirem falar de guerras e revoluções, não fiquem apavorados. É preciso que estas coisas aconteçam primeiro, mas não será logo o fim (Lc 21, 9).

O TEMPLO DE PEDRA E O TEMPLO DE CARNE


Destruí este Templo, e em três dias o levantarei (Jo 2, 19)
Hoje, a Igreja está celebrando o aniversário de dedicação da Catedral de Roma, a Basílica do Latrão. A dedicação de uma Igreja é sempre uma festa muito bonita. Unge-se o altar com óleo e as paredes da Igreja também. A igreja-de-pedra é uma representação da igreja-comunidade, templo de Deus. De fato, na carta de São Pedro, está escrito: “quais outras pedras vivas, vocês também se tornam os materiais deste edifício espiritual, um sacerdócio santo, para oferecer vítimas espirituais, agradáveis a Deus, por Jesus Cristo" (1 Pr 2, 5). Os fieis em Cristo são pedras vivas desse Templo espiritual, um sacerdócio santo para oferecer sacrifícios do agrado de Deus. A igreja é o templo vivo de Deus.
Jesus estava chegando para celebrar a páscoa em Jerusalém. Foi nessa páscoa que ele foi imolado em sacrifício, na cruz. Ele entrou no Templo. E viu um bocado de coisa errada. O Templo de Deus, o único templo erguido em Israel, foi construído para ser um sinal da presença de Deus no meio do seu povo e para ser um local de encontro do povo fiel com o seu Deus. No Templo, o povo, em sinal de gratidão e adoração, oferecia sacrifícios e louvores. Aquele povo tinha uma história com Deus. Tinha sido libertado por ele do cativeiro do Egito, celebrado uma aliança com o Senhor, caminhado por 40 anos no deserto sob sua proteção e tomado posse da terra que ele prometera aos pais. O Templo era o testemunho de tudo isso. E a páscoa era a grande festa para lembrar aquele gesto maravilhoso que Deus tinha realizado em favor daquele povo: tirá-lo da escravidão e constituí-lo um povo livre, naquela terra.
E o que Jesus viu no Templo? Jesus viu o Templo entregue aos interesses de uma elite manipuladora, que instrumentaliza o Templo em favor dos seus interesses econômicos e políticos. A sede do Sinédrio que o condenou era lá. Lá, mandavam os saduceus, beneficiados pela dominação romana em seus negócios e em sua liderança. Jesus viu um Templo que perdeu a razão para a qual existia: ser um lugar de encontro da comunidade de Israel com o Deus dos seus pais, o Deus de sua história.
Como Jesus reagiu? Primeiro, ele expulsou os comerciantes que vendiam animais para os sacrifícios ou faziam o câmbio das moedas, no interior do Templo. Foi uma forma de reagir à má utilização que os líderes estavam fazendo do Templo. Segundo, ele disse, com todas as letras que ele é quem era o Templo de verdade. De fato, em Jesus encontramos e honramos o Pai que o enviou. É no seu corpo entregue e no seu sangue derramado, o único sacrifício que agora conta, que somos reconciliados com Deus. É só por meio dele que chegamos ao Pai. Ele é o Templo de verdade. Foi assim que ele disse: “Destruam esse Templo e eu o construirei em três dias”. De fato, foi isso que aconteceu. Eles destruíram o templo do seu corpo, pela cruel morte de cruz, mas Jesus ressuscitou ao terceiro dia. Mas, isto, claro, ninguém ali na hora entendeu.
Vamos guardar a mensagem de hoje
Celebramos hoje o aniversário de dedicação da Catedral de Roma. Como é o Templo que representa todos os outros templos do cristianismo, todos nos alegramos nessa festa. E recordamos que o verdadeiro templo é a comunidade dos fieis, o povo batizado, a Igreja. O templo-de-pedra representa a camunidade-povo-de-Deus. E nos lembramos de Jesus que entrou, no tempo da páscoa, no grande Templo de Jerusalém e depois de ter expulsado os vendedores de animais e os cambistas, apresentou-se como o Templo de verdade. Ele é o sacerdote que oferece o sacrifício de sua própria vida, sacrifício que, de verdade, agrada a Deus e com ele nos reconcilia. Jesus é o templo de verdade.
Destruí este Templo, e em três dias o levantarei (Jo 2, 19)

Fiquem firmes!

O quadro descrito neste evangelho - Lc 21, 5-19 -  é, no mínimo, preocupante. Jesus anuncia guerras, revoluções, terremotos, perseguições.  E, ainda assim, nos tranquiliza. 

Resultado de imagem para destruição do temploA destruição do Templo de Jerusalém é o modelo de toda crise. “Não ficará pedra sobre pedra”, disse Jesus a quem estava admirando a grandeza e a beleza do Templo de Herodes. Viria tudo abaixo. Coisa que não se poderia esperar, nunca. O Templo de Jerusalém não era só o símbolo da nação judaica, sede do Sinédrio, lugar de peregrinação ... Era a casa de Deus, onde ele recebia as oferendas e sacrifícios do seu povo, onde estava a arca com as tábuas da Lei, lugar de sua presença poderosa. Quarenta anos depois dessas palavras de Jesus, vieram os romanos e queimaram, saquearam, destruíram o Templo. A crise atingiu todos os níveis: o desmantelamento das instituições, o desencanto com a fé, a dispersão do povo.  A destruição do Templo de Jerusalém é o modelo de toda crise.

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