PADRE JOÃO CARLOS - MEDITAÇÃO DA PALAVRA: Messias
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JÁ HOUVE ALGUM ELIAS NA SUA VIDA?


MEDITAÇÃO
PARA O SÁBADO,
16 DE DEZEMBRO
Elias já veio, mas eles não o reconheceram (Mt 17, 12).
Por muito tempo, o povo de Israel cultivou o sentimento da vinda do Messias. Havia uma expectativa muito forte, no tempo de Jesus, de que o Messias chegaria a qualquer momento. É verdade que nem todos coincidiam, em suas esperanças, sobre quem seria e o que ele faria. O Messias era uma promessa de Deus e a sua vinda seria a solução para a sofrida vida daquela gente. Assim, muitos esperavam que fosse um grande líder político e militar. Com certeza, enfrentaria os romanos e acabaria com aquela dominação opressora. Outros apostavam que seria um homem de Deus ‘ultra-santo’, sem nenhuma aproximação com os pecadores e as maldades desse mundo.
Jesus era o Messias que o Pai enviara. Messias é uma palavra que quer dizer “ungido”. Ungir é uma cerimônia em que a pessoa é consagrada com óleo para uma missão. O Messias é aquele que Deus ungiu para a grande missão de restaurar Israel.
Em certo sentido, o estilo de Messias que Jesus exerceu não preencheu as expectativas do povo do seu tempo. Não era um sacerdote do templo, como podiam esperar os saduceus. Era um leigo, carpinteiro de profissão, vindo do interior. Não era um líder político-militar, como os zelotes esperavam. Era um profeta que pregava a mansidão, o perdão e a solidariedade com os pequenos. Não era um ilustrado professor da Lei, levando o povo a praticá-la com rigor, como esperavam os fariseus. Ensinava o povo com parábolas e pregava a lei do amor. Dessa forma, os grandes grupos religiosos de Israel não reconheceram Jesus como Messias.
Os Mestres ensinavam que antes que o Messias viesse, viria Elias. Elias foi um dos maiores profetas do povo de Deus e era sempre lembrado como alguém que restabeleceu a religião de Israel, ameaçada pelos cultos dos estrangeiros. Elias tinha vivido, vários séculos antes. Eles, lendo o livro do profeta Malaquias, entendiam que Elias voltaria antes que o Messias chegasse. Está assim no livro do profeta Malaquias: “Eis que eu envio o profeta Elias, antes que chegue o grandioso e terrível dia do Senhor” (Ml 3, 23). E Jesus explica aos seus discípulos que, de fato, Elias já veio. Foi João Batista, pelo que ele deu a entender. Não que ele tenha voltado em João Batista, isso não.  É que João Batista fez o papel de Elias, aproximando o povo do seu Deus, preparando a chegada de Jesus. Disse Jesus: “Elias já veio, mas eles não o reconheceram”. E falou do modo como maltrataram João. O profeta, coitado, foi degolado na prisão de Herodes. E Jesus avisou que eles, tratariam mal, a ele, o filho do homem.

O Messias e Davi

O próprio Davi chama o Messias de Senhor. Como é que ele pode então ser seu filho? (Mc 12, 37)      

Não sei porque Jesus entrou nessa discussão: se o Messias era ou não era filho de Davi. Será que isso tinha alguma importância?  Bom, ele estava ensinando no Templo. E partiu dessa pergunta:  Por que os mestres da lei dizem que o Messias é filho de Davi?

Você entende esse negócio de ‘Messias’? Messias quer dizer Ungido, uma pessoa marcada por Deus para liderar o povo e libertá-lo. E olha que , no tempo de Jesus, o povo estava na maior aflição, ansiando pela chegada  de um Messias. E sabe por quê? Porque estava no meio de um grande sofrimento. Os romanos dominavam o país. Tinha havido um rei na Palestina muito cruel, perseguidor e aliado dos romanos. Você já ouviu falar dele. Quando Jesus nasceu era rei em Jerusalém.  Herodes, isso mesmo. Mandou matar as criancinhas de Belém, entre outras atrocidades.  Jesus escapou, porque seus pais tinham fugido com ele para o Egito. E só voltaram de lá quando ele morreu. No lugar dele, ficaram seus filhos reinando cada um numa parte da Palestina. Eram chefes políticos aliados dos romanos.  Os altos impostos, a humilhação de serem dominados por pagãos (os romanos), a violência, tudo isso levava a revoltas em várias partes do país. Nesse clima, o povo esperava que Deus enviasse o Messias. Só ele podia liderar o povo para libertá-lo do jugo dos romanos.

Esperando outro

És tu aquele que há de vir ou devemos esperar outro? (Mt 11, 3)











Ficamos sempre esperando um outro... um outro partido amoroso, um outro emprego, um outro ano. O que temos não nos parece bom o suficiente. Nós nos negamos a reconhecer que o que temos aqui seja o melhor, que nessa condição atual  esteja a nossa felicidade, que este, aqui conosco, seja quem Deus enviou. É assim que desprezamos quem já está conosco, quem está perto de nós. E ficamos aguardando um que ainda venha. E que venha de longe, de fora e do alto, possivelmente, para lhe darmos crédito.


Foi o que aconteceu no tempo de Jesus. Não o reconheceram como Messias. Ele não preencheu as expectativas daquele gente. O próprio João Batista ficou em dúvida. Mandou alguns discípulos indagar se era ele mesmo ou se deviam esperar outro.

O Cristo de Deus

Mas Jesus perguntou: “E vocês, quem dizem que eu sou?” Pedro respondeu: “O Cristo de Deus (Lucas 9, 20)

Vamos começar reparando que esse texto está na conclusão do período de atividade de Jesus na Galileia. Essa conversa de Jesus com os discípulos equivale a uma avaliação de todo o seu trabalho feito, desde que retornou do batismo no Jordão. A essa cena, segue-se a cena da transfiguração. E começa a grande viagem de Jesus com o seu grande grupo de discípulos a Jerusalém (Lc 9, 51).  Aí já é outra etapa, em que Jesus se concentra na formação deles.

Na avaliação, Jesus indaga se o povo e eles mesmos, os discípulos, captaram bem a sua mensagem e entenderam a sua pessoa.  São quatro níveis de resposta. “O Senhor é João Batista. O senhor é Elias. O Senhor é um dos profetas antigos que voltou à vida. O Senhor é o Cristo de Deus”. Todas as respostas têm certa dose de verdade. A ação de Jesus é uma forma de dar continuidade ao trabalho de João, interrompido pela perseguição de Herodes.  Elias, que, no passado, tinha feito um trabalhado de restauração da fé de Israel, era aguardado para a obra final: podiam ver isso em Jesus.  E ele agia mesmo com a liberdade e a determinação dos antigos profetas. Mas, os discípulos, representados por Pedro, o tinham compreendido melhor: ele era o Cristo de Deus.

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