PADRE JOÃO CARLOS - MEDITAÇÃO DA PALAVRA: Espírito Santo
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SEM A LUZ DE DEUS, ERRAMOS O CAMINHO

Quem blasfemar contra o Espírito Santo não será perdoado (Lc 12, 11) 


20 de outubro de 2018. 

Pecar contra o Filho tem perdão. Mas, pecar contra o Espírito Santo não tem perdão. Foi o que Jesus disse. Como entender isso? 

Jesus nos salvou por sua morte e ressurreição. Mas, a sua salvação nos chega por meio do Espírito Santo. É o Espírito Santo, que recebemos no batismo, que nos comunica o dom da filiação divina. Somos filhos, porque estamos habitados pelo Espírito Santo, que é Deus em nós. Mas, ele não é o Pai, nem o Filho. É uma terceira pessoa, com sua própria missão. 


É o Espírito Santo que atua em nós, nos permitindo estar em comunicação com o Pai. É o Espírito Santo quem atualiza a palavra de Jesus. É ele quem, pela oração de consagração, torna presente o Senhor Jesus no sacramento do pão e do vinho. É ele quem atua nos outros sacramentos, santificando a nossa vida: nos lavando do pecado no batismo, nos perdoando os pecados na confissão, abençoando o amor conjugal no matrimônio, conferindo alívio e cura ao doente na unção dos enfermos, consagrando os ministros para o serviço sacerdotal. Em tudo isso, age decisivamente o Espírito Santo, enviado pelo Pai e pelo Filho. 


Sempre rezamos ao Pai, por meio do Filho, no Santo Espírito. Não há oração sem o Espírito Santo. É ele quem ora em nós, com gemidos inexprimíveis. O Filho nos alcançou a reconciliação, a comunhão com o Pai. Nossa comunhão é com Pai, por meio do Filho, no Espírito Santo. 

Pecar contra o Espírito Santo é fechar nossa comunicação com o Pai. Apagar em nós o fogo do Espírito é extinguir a relação de filhos com o Pai. Não somos filhos, se não tivermos o Espírito do Pai. Sem o Espírito, não entendemos Jesus e não podemos ser seus discípulos. Para seguir Jesus, como discípulos e missionários, precisamos do seu Espírito. 

Guardando a mensagem 

Como discípulos de Jesus, cultivamos a docilidade ao Santo Espírito. Ele é o divino amigo em nós, nos movendo interiormente para o bem, para a verdade, para a justiça, para o amor. Infelizmente, podemos nos fechar a isso. No uso da liberdade que o Senhor nos deu e respeita, podemos bloquear essa ação estimuladora do Santo Espírito. Como escreveu o apóstolo Paulo, podemos “extinguir” o Espírito em nós. Apagando essa luz, ficamos à mercê dos nossos instintos e da influência do mal que nos rodeia. Ficamos na escuridão. 

Estamos vivendo um momento delicado da vida nacional. Também neste momento, deve nos guiar o Santo Espírito. Calando em nós esta presença viva de Deus que nos inspira no caminho da verdade e da fraternidade, entregamo-nos nos braços da mentira, descemos na enxurrada da manipulação do poder econômico que age na grande mídia e nas fake news das redes sociais. Sem docilidade ao Espírito que nos ilumina no discernimento, arriscamos ser arrastados pelo mal. 

Quem blasfemar contra o Espírito Santo não será perdoado (Lc 12, 11) 

Rezando a palavra 

Rezemos o Veni Creator, um clássico hino da Igreja ao Santo Espírito. 

Vinde Espírito Criador, a nossa alma visitai
e enchei os corações com vossos dons celestiais. 

Vós sois chamado o Intercessor, de Deus excelso dom sem par,
a fonte viva, o fogo, o amor, a unção divina e salutar. 

Sois o doador dos sete dons e sois poder na mão do Pai,
por Ele prometido a nós, por nós seus feitos proclamai. 

A nossa mente iluminai, os corações enchei de amor,
nossa fraqueza encorajai, qual força eterna e protetor. 

Nosso inimigo repeli, e concedei-nos a vossa paz,
se pela graça nos guiais, o mal deixamos para trás. 

Ao Pai e ao Filho Salvador, por vós possamos conhecer
que procedeis do Seu amor, fazei-nos sempre firmes crer. 

Amém!

Vivendo a palavra

Durante o dia de hoje, mais de uma vez, reze ao Espírito Santo com suas próprias palavras ou recorra à oração do VENI CREATOR que rezamos agora. 

Em minha nova música, escrevi que ‘Jesus, que tomou o nosso lugar na cruz, nos deu o seu Espírito, nos encheu de esperança’. 

Pe. João Carlos Ribeiro – 20.10.2018

O QUE SERIA DE NÓS, SEM O ESPÍRITO SANTO?


Jesus soprou sobre eles e disse: ‘Recebam o Espírito Santo’ (Jo 20, 21)
20 de maio de 2018.
Sem o Espírito Santo, JESUS seria uma história do passado. Uma linda e emocionante história de um Deus que se fez homem e morreu no madeiro, por amor. Restaria apenas um passado inspirador para uma legião inconsolável de fãs.
Mas, o Espírito Santo foi enviado, veio sobre nós, como fogo da presença divina, comunicando a vida de Deus. É ele quem atualiza a presença de Jesus. Por sua atuação, Jesus manifesta-se vivo e operante na sua Igreja, sua presença é real na comunidade que se reúne em seu nome, na palavra ali proclamada e de, maneira especial e sacramental, no pão e no vinho consagrados. No seu Espírito, Jesus vive ressuscitado no meio de sua Igreja, e age por meio dela no mundo.
Sem o Espírito Santo, a IGREJA seria um grupo de gente acuada, fechada dentro de quatro paredes dos seus cenáculos, com medo do mundo e com o futuro ameaçado.
Mas, o Espírito Santo foi enviado, veio sobre nós, como vento de liberdade, nos fazendo mais confiantes e obedientes a Deus do que aos homens. Com a vinda do Espírito Santo, os discípulos trancados, por medo dos judeus, abriram as portas e saíram à rua. O testemunho de Pedro, em nome da comunidade, atraiu gente de todas as nações e o número de batizados chegou a três mil pessoas. É o Espírito Santo, que assistindo a Igreja hoje, a faz abrir as portas e sair para encontrar  todos e a todos levar a esperança e o amor de Deus.
Sem o Espírito Santo, VOCÊ E EU seríamos apenas grandes admiradores de Jesus de Nazaré, e, quem sabe, sinceros respeitadores do Deus Criador.
Mas, o Espírito Santo foi enviado, veio sobre nós, como água regeneradora, nos trazendo o perdão dos nossos pecados e nos fazendo filhos de Deus. Com o Espírito Santo, a redenção que Jesus alcançou na sua morte e ressurreição nos foi aplicada. Somos, agora, novas criaturas, renascidas como filhos de Deus. Pelo Espírito, falamos com o Pai como filhos que somos e estamos em comunhão com Jesus, como o ramo está unido à videira.
Vamos guardar a mensagem
Sem o Espírito Santo, nossa ORAÇÃO seria um monólogo infrutífero e duvidoso, não uma conversa amorosa com o Pai, por meio do Filho.
Sem o Espírito Santo, a IGREJA seria uma instituição esclerosada pelo tempo, não uma comunidade surpreendente nova, pujante e livre.
Sem o Espírito Santo, A LEI DE DEUS continuaria a ser um fardo com suas obrigações e proibições, não uma lei escrita nos corações, pela qual fazer a vontade de Deus é o que mais alegria nos traz.
Sem o Espírito Santo, seríamos um povo sem ESPERANÇA, acomodando-nos à realidade, não uma vibrante onda de renovação da face da terra.
Sem o Espírito Santo, seríamos uma associação de devotos, não a Igreja, Corpo de Cristo que somos, em preparativos de noiva para as núpcias eternas do Cordeiro.
Jesus soprou sobre eles e disse: ‘Recebam o Espírito Santo’ (Jo 20, 21)
Vamos rezar a palavra
Rezemos a sequência de Pentecostes, rezada na Missa deste domingo.
Espírito de Deus, envia dos céus um raio de luz!
Vem, Pai dos pobres, dá aos corações teus sete dons.
Consolo que acalma, hóspede da alma, doce alívio, vem!
No labor descanso, na aflição remanso, no calor aragem.
Sem a luz que acode, nada o homem pode, nenhum bem há nele.
Ao sujo lava, ao seco rega, cura o doente.
Dobra o que é duro, guia no escuro, o frio aquece.
Dá à tua Igreja, que espera e deseja, teus sete dons
Dá em prêmio ao forte uma santa morte, alegria eterna!
Enche, luz bendita, chama que crepita, o íntimo de nós!

Vamos viver a palavra
Dedique, hoje, um momento de oração ao Espírito Santo. Ele é quem nos move à oração, quem nos dá discernimento e sabedoria, que nos une a Cristo e ao Pai.
Pe. João Carlos Ribeiro – 20.05.2018

O ESPÍRITO DA VERDADE

Quando vier o Espírito da Verdade, ele conduzirá vocês à plena Verdade (Jo 16, 13)
09 de maio de 2018.
“Tenho ainda muitas coisas a dizer a vocês, mas vocês não são capazes de compreender agora”,  disse Jesus em clima de despedida, na ceia. A despedida é sempre uma hora muito difícil. Quem está se despedindo, você sabe, está preocupado com uma porção de coisas, não é verdade? Preocupa-se em garantir a continuidade dos seus trabalhos, em instruir sobre o que fazer quando aparecer esse ou aquele problema, em assegurar o amparo para aquele membro mais frágil da família... Enfim, enquanto coisas como essas não estejam resolvidas, a pessoa não pode partir em paz, seja para uma viagem curta, seja para a grande viagem. A despedida de Jesus leva vários capítulos, no evangelho de São João. É o momento de grandes revelações. E de orientações muito sérias.  
Então, Jesus está se despedindo dos discípulos. Nessa hora de despedida, Jesus lhes faz, de maneira especial, uma revelação maravilhosa. Não os deixará órfãos. Ele irá e o Pai enviará o Espírito Santo.  O novo enviado é o Espírito da Verdade que o mundo não conhece. E não o conhece porque não reconhece Jesus como enviado do Pai. Ele é o outro defensor ou consolador que o Pai enviará. E não vem para ficar no lugar de Jesus. Vem para dar eficácia à missão de Jesus, em sua ausência física. Jesus não vai estar mais presente fisicamente. Mas, vai estar realmente presente. O Espírito Santo é quem vai tornar isso possível. Mais: o Espírito vai ficar sempre ao lado dos discípulos, sempre conosco.
“Quando vier o Espírito da Verdade, ele conduzirá vocês à plena verdade”. O Espírito vai ajudar os discípulos a entenderem quem é Jesus e qual o significado do seu ensinamento. Jesus disse que tinha muita coisa para comunicar, mas os discípulos não estavam em condições de entender... Jesus é a manifestação maior do amor de Deus. É o Espírito que vai nos conduzindo na compreensão de suas palavras, na acolhida da revelação que ele faz sobre o Pai, sobre a pessoa humana e sobre o mundo. Ele vai nos conduzindo para a verdade completa. Mas, a verdade plena não é um conhecimento. A plenitude da verdade é o amor. Deus é amor.
“Tudo o que o Pai possui é meu”, disse Jesus. O Espírito vai nos dar do que Jesus tem. É o Espírito que une Jesus ao Pai. Jesus está de tal modo identificado com o Pai, que ele e o Pai são um. A essa união profunda de Jesus com o Pai, pela mediação do Espírito Santo, chamamos AMOR. É também o Espírito que nos une a Jesus. Nossa comunhão com Jesus nos torna participantes do seu AMOR. É também o Espírito Santo que nos une uns aos outros com Cristo. Estamos unidos a Cristo e entre nós, formando o seu Corpo Místico, que é a Igreja. Essa comunhão entre nós e com Cristo, no seu Corpo Místico, é obra do Espírito Santo, participação no AMOR de Jesus e do Pai.   
Vamos guardar a mensagem
O Espírito Santo, que procede do Pai e do Filho, vem depois de Jesus, como o novo enviado. E vem como Testemunha de Jesus. Ajudará os discípulos a conhecerem a revelação que Jesus fez sobre o Pai e o sobre seu projeto de amor. Ele, o Espírito Santo, vai estar ao lado dos discípulos, atualizando a palavra e a presença de Jesus e fortalecendo-os no testemunho que eles devem dar de Cristo, nas horas de provação e perseguição. É ele quem une Jesus ao Pai. É ele quem nos une a Cristo. É ele quem nos possibilita viver em comunhão uns com os outros, como membros do Corpo Místico do Senhor. Ele nos leva à verdade completa: O AMOR.
Quando vier o Espírito da Verdade, ele conduzirá vocês à plena Verdade (Jo 16, 13)
Vamos rezar a palavra
Senhor Jesus,
Nós te bendizemos pela obra redentora que realizaste com tua presença entre nós, andando pelos nossos caminhos, instruindo-nos com a santa palavra e oferecendo-se em reparação pelos nossos pecados. Nós te bendizemos porque esta obra redentora continua na história sendo anunciada e atuada em favor dos pecadores, através de tua Igreja, pela presença e pela atuação do Espírito Santo. Ele é a tua testemunha. Ele está sempre conosco. Ele nos conduz à verdade plena, ao teu amor. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.
Vamos viver a palavra
Você já ouviu falar de jaculatória? É uma breve oração que se pode repetir muitas vezes durante o dia. É uma forma de se continuar na presença Deus, durante toda a jornada. Quer fazer uma experiência, nesta quarta-feira? Então, tome a palavra de hoje como jaculatória e repita-a muitas vezes durante o dia:  “Quando vier o Espírito da Verdade, ele conduzirá vocês à plena verdade”.

Pe. João Carlos Ribeiro – 09.05.2018

SE NÃO FOSSE O ESPÍRITO SANTO

Se eu não for, não virá o Defensor até vocês (Jo 16, 7).
08 de abril de 2018.
Jesus estava dizendo aos discípulos que era mais vantajoso para eles que ele partisse, que fosse para o Pai. Só ele indo, viria o Espírito Santo. Por que será que Jesus disse isso? Porque ele precisava ir? Qual a vantagem da vinda do Espírito?
Bom, os discípulos tiveram a experiência maravilhosa de conviver com Jesus, de ouvi-lo, de ver suas atitudes e suas obras prodigiosas. Tudo bem. Mas, não chegavam a compreendê-lo profundamente, não entendiam o significado de sua mensagem e o alcance de suas palavras. Também eles não conseguiam captar o sentido de sua morte e de sua ressurreição. A morte de Jesus como um malfeitor foi uma tremenda decepção para eles. Eles também não chegavam a perceber como a pregação e a prática de Jesus eram uma novidade que punha em crise a sua prática religiosa judaica e gerava uma nova expressão religiosa.
Jesus ressuscitado voltou ao Pai e nos enviou o Espírito Santo. A presença do Santo Espírito fez a diferença na vida dos discípulos e do seu trabalho missionário. O Espírito Santo acompanhou a comunidade num verdadeiro salto de qualidade. O seu ponto de partida e a sua referência foram a herança de Jesus, isto é, suas palavras, seus ensinamentos, sua morte e ressurreição. Ele ajudou a comunidade a compreender mais profundamente quem era Jesus e o significado de suas palavras; inspirou os discípulos a interpretarem o verdadeiro alcance redentor da morte de Jesus; e, com eles, construiu a nova comunidade do novo testamento, com suas crenças, suas celebrações e seus compromissos no mundo.
Claro que foi bom que Jesus voltasse ao Pai. Sem o Espírito Santo, Jesus seria apenas um personagem da história, talvez um modelo de vida, um santo homem ou mesmo um deus que esteve conosco e se foi. Pela atuação do Santo Espírito, Jesus continua presente no meio dos seus. É viva a sua palavra. É permanente o seu sacrifício. Na força do Espírito, é Jesus quem lidera a sua Igreja e preside a história humana, conduzindo-a para um final feliz. É o Espírito Santo que atualiza a palavra e a presença de Jesus no meio de sua comunidade e no mundo. Pelo Espírito, os discípulos ficam sabendo quem é Jesus e o que significam suas palavras.
Sem o Espírito Santo, a comunidade dos discípulos teria permanecido trancada no cenáculo. E o cristianismo seria um culto quase secreto, sem repercussão no mundo externo. O Espírito Santo levou a Igreja a abrir as portas, sair às praças e atravessar os oceanos. A boa notícia é para todos e deve chegar a todos. O evangelho é fermento para a vida do mundo. Sua mensagem deve repercutir em todos os ambientes, em todas as atividades humanas, gerando fraternidade, solidariedade, justiça, paz, respeito à vida, tolerância, perdão. É o Espírito Santo quem dá vigor e atualidade à pregação do evangelho.
Vamos guardar a mensagem
Jesus nos enviou, da parte do Pai, o Espírito Santo, o outro Defensor. A sua vinda deu garantia de continuidade à missão de Jesus. Os discípulos puderam compreender quem é Jesus e o significado de seus ensinamentos. Assimilaram a sua morte e ressurreição como mistério de redenção, de sacrifício em favor dos pecadores. Com o Espírito, os seguidores de Jesus construíram uma nova expressão religiosa, onde se vive, se celebra e se anuncia a nova humanidade que começou na sua páscoa. O Espírito Santo é quem atualiza a palavra e a presença de Jesus e continuamente empurra a Igreja para as periferias do mundo.
Se eu não for, o Defensor não virá até vocês (Jo 16, 7).
Vamos rezar a palavra
Senhor Jesus,
O Espírito Santo nos faz compreender a tua morte. Se por um lado, ela foi obra do ódio do mundo contra Deus, por outro lado ela manifestou o amor de Deus pelo mundo. Que o teu Santo Espírito continue nos iluminando, nos inspirando, nos movendo para sermos tuas testemunhas nesse nosso mundo. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.
Vamos viver a palavra
Faça sua prece ao Espírito Santo. Ele mora em você. Fale e escute.

Pe. João Carlos Ribeiro – 08.05.2018

O PECADO SEM PERDÃO


Quem blasfemar contra o Espírito Santo não será perdoado (Lc 12, 11)


Pecar contra o Filho tem perdão. Mas, pecar contra o Espírito Santo não tem perdão. Como entender isso?



Jesus nos salvou por sua morte e ressurreição. Mas, a sua salvação nos chega por meio do Espírito Santo. É o Espírito Santo, que recebemos no batismo, que nos comunica o dom da filiação divina. Somos filhos, porque estamos habitados pelo Espírito Santo, que é Deus em nós. Mas, ele não é o Pai, nem o Filho. É uma terceira pessoa, com sua própria missão.



É o Espírito Santo que atua em nós, nos permitindo estar em comunicação com o Pai. É o Espírito Santo quem atualiza a palavra de Jesus. É ele quem, pela oração de consagração, torna presente o Senhor Jesus no sacramento do pão e do vinho. É ele quem atua nos outros sacramentos, santificando a nossa vida: nos lavando do pecado no batismo, nos perdoando os pecados na confissão, abençoando o amor conjugal no matrimônio, conferindo alívio e cura ao doente na unção dos enfermos, consagrando os ministros para o serviço sacerdotal. Em tudo isso, age decisivamente o Espírito Santo, enviado pelo Pai e pelo Filho.



Sempre rezamos ao Pai, por meio do filho, no Santo Espírito. Não há oração sem o Espírito Santo. É ele quem ora em nós, com gemidos inexprimíveis. O Filho nos alcançou a reconciliação, a comunhão com o Pai. E isso nos é possível, no Espírito Santo. Nossa comunhão é com Pai, por meio do Filho, no Espírito Santo.



Pecar contra o Espírito Santo é fechar nossa comunicação com o Pai. Apagar em nós o fogo do Espírito é extinguir a relação de filhos com o Pai. Não somos filhos, se não tivermos o Espírito do Pai. Sem o Espírito, não entendemos Jesus e não podemos ser seus discípulos. Para seguir Jesus, como discípulos e missionários, precisamos do Espírito do Filho.



Vamos guardar a mensagem de hoje



Pecar contra o Espírito Santo é fechar as portas para a atuação do Santo Espírito em nós. É como desligar a tomada. Ficamos no completo apagão. A graça não chega, a oração não sobe, a moção interior desaparece. Já não somos mais conduzidos pelo Espírito. Já não estamos conectados com o Pai, por meio do Filho, no seu Espírito. Voltamos ao Adão do pecado, expulso do Paraíso.



Quem blasfemar contra o Espírito Santo não será perdoado (Lc 12, 11)


Um só Espírito, um só Corpo

E depois de ter dito isso, soprou sobre eles e disse: Recebam o Espirito Santo (Jo 20, 22)

Comento o evangelho desse domingo de Pentecostes sob o forte impacto da Vigília Ecumênica de Pentecostes da qual tomei parte ontem, aqui em Roma. A Renovação Carismática está celebrando 50 anos de existência e veio a Roma celebrar essa data com o Papa. Ontem, mais de 100 mil pessoas participaram da Vigília, com o Papa Francisco, cardeais, bispos e pastores de outras igrejas cristãs. O local foi o Circo Máximo, um local amplo onde se erguia um local de espetáculos públicos no tempo dos romanos. Além de corridas de bigas e lutas de gladiadores, havia também o espetáculo de cristãos atirados às feras ou queimados vivos. Nessa terra regada a sangue dos mártires cristãos, ouvimos comentários iluminados sobre os textos da liturgia de hoje por parte do Frei Raniero Cantalamessa, do Pastor Giovanni Traettino e do próprio Papa Francisco.

Para o evangelista João, o derramamento do Espírito Santo aconteceu na ressurreição. O evangelho de hoje traduz essa visão: Jesus ressuscitado envia os discípulos em missão e sopra sobre eles, comunicando-lhes o Espírito. “Recebam o Espírito Santo. A quem perdoardes os pecados, eles lhes serão perdoados”. A missão é anunciar a salvação em Cristo, o perdão dos pecados.

O Outro Defensor

Não lhes deixarei órfãos. Eu virei a vocês (Jo 14, 18)

No Evangelho deste 6º domingo da páscoa, Jesus nos apresenta a presença e a ação do Espírito Santo. Jesus parte da nossa comunhão com ele e com o Pai. Ele está no Pai, nós estamos nele e ele em nós. Essa nossa união com Cristo ficou mais compreendida quando ele usou a comparação com a videira. Ele é a videira. Nós somos os ramos, estamos enxertados na videira que é ele mesmo. Quanto mais estamos unidos à videira e limpos para aderir ao tronco, mais podemos dar frutos. Os frutos vêm dessa permanência em Cristo, dessa união prolongada nele.

A água e a sede

Você lembra. No primeiro domingo da Quaresma, na cena das tentações, Jesus foi comparado com Adão. Ele é o novo Adão, o que disse SIM, o que venceu a tentação, o pecado. No segundo domingo, na cena da transfiguração, ele foi comparado com Moisés. Ele é o novo Moisés que nos comunica a nova Lei, a Palavra que precisamos ouvir. Neste terceiro domingo da Quaresma, no diálogo com a Samaritana no poço, Jesus é comparado com Jacó. Ele é o novo Jacó, que ofereceu ao seu povo, com o poço, a água necessária para a vida.


Atravessando a Samaria, cansado, com sede, Jesus se senta junto à fonte, o poço de Jacó, isso por volta do meio dia. Vem uma mulher daquele povo samaritano buscar água. Ele pede: “dá-me de beber”. Foi só um pé de conversa para a evangelização daquela senhora. Se ela soubesse quem ele era, ela é quem pediria e ele lhe daria água viva, e ela nunca mais teria sede. Ela bem que se interessou por aquela água.

A água e o fogo

Você já observou que, em cada igreja matriz, sede de paróquia, tem a pia batismal. A fonte batismal é uma das marcas da igreja matriz. A Igreja é mãe e gera filhos para Deus, no sacramento do batismo. Você mesmo foi batizado(a) numa fonte batismal. As igrejas mais antigas reservaram um lugar para a celebração desse sacramento, a capela do batismo.



A água e o fogo – é a mensagem de hoje.

Jesus se batizou no batismo de João. João batizava as pessoas que queriam preparar-se para acolher o Messias que chegaria em breve, com uma nova vida. Confessavam os seus pecados e João as mergulhava nas águas do rio Jordão. A fila dos pecadores era grande. E João, naquele dia, viu, com susto, que Jesus estava na fila. “Mas, você não é um pecador! Como pode querer receber o batismo?”. E a resposta de Jesus : Vamos fazer tudo conforme a vontade de Deus, conforme a sua lei! Na verdade, ele disse isso com outras palavras: "convém que realizemos a justiça da lei".

Guardar a Palava


Jesus está falando com os seus discípulos, gente que o ama, que o segue.  E diz: “Se alguém me ama, guardará a minha palavra”. Imaginemos: você participando dessa reunião e Jesus dizendo isso: “Se alguém me ama, guardará a minha palavra”.

Você, com a liberdade de um discípulo, um amigo de Jesus, poderia perguntar-lhe diretamente que “palavra” é essa pra gente guardar.... Vai, pergunta... Coragem, vai...Ô Jesus, desculpe, que palavra é essa pra gente guardar? Psiu, escuta bem o que ele vai dizer: ... “A minha palavra pra você guardar é o que eu disse a vocês e ao povo, o que eu fiz entre vocês, a minha vida. A palavra é a minha vida, vivida entre vocês”.  Puxa, que resposta.... pensa bem:  como é que a vida dele é a Palavra? Pergunte mais não. Eu mesmo lhe explico: Toda a vida de Jesus é uma grande palavra que Deus falou na história da humanidade. Ficou complicado? Vou dizer de outra forma: a vida de Jesus na terra, sua vida humana, é uma grande comunicação,  uma boa notícia, um evangelho. Ih, parece que você não entendeu... Então, é melhor você perguntar a Jesus.

O Espírito da mudança

“Enviai, Senhor, o vosso Espírito e renovareis a face da terra”. É o que rezamos com o Salmo 103 (104). Pedimos ao Pai que nos envie o seu Espírito para renovar a face da terra. Renovar, transformar, mudar... é tudo com o Espírito Santo. Se o assunto é inovação, busca de novos caminhos e fronteiras aí temos que chamar o Espírito Santo. “Enviai, Senhor, o vosso Espírito e renovareis a face da terra”.

De fato, a continuidade da missão de Jesus é obra do Espírito Santo em nós e conosco. É graças à sua ação na Igreja que a missão pode alcançar os confins da terra, como orientou Jesus. Os confins não são somente os lugares geográficas, mas também as fronteiras existenciais, como gosta de dizer o nosso papa atual. Lá onde é preciso encontrar soluções novas, inéditas, audaciosas, aí a iniciativa é de Deus, por meio do seu Espírito, sempre em parceria conosco.

O povo da Bíblia recebeu a Lei da Aliança. As normas, os ritos, a organização do Templo, tudo estava escrito, definido, claro. Jesus, o Messias prometido, veio por obra do Espírito Santo em sua encarnação e o povo da Lei não conseguiu captar a novidade de sua presença, acolher a boa nova do Reino de Deus. O apóstolo Paulo viu essa mesma tendência no grupo judaico da comunidade cristã que estava começando. E alertou: a Letra mata, o Espírito vivifica (2 Cor 3, 6). Nas igrejas com maior tradição, essa tendência é clara: as normas, os códigos, os ritos, as leis eclesiásticas podem enrijecer a atuação na missão, podem enquadrar demais e gerar apenas uma pastoral de manutenção. A inovação, a abertura para novas soluções é obra do Espírito em nós. Paulo está com a razão: se ficamos apenas com a Lei, não avançamos, não inovamos. A Lei é necessária, mas não pode ser a única força a nos orientar. A força maior a nos conduzir deve ser o Espírito Santo, dando sentido à Lei e eventualmente modificando-a para adequá-la às novas realidades e situações.

Tudo que existe de inovação tem o dedo do Espírito. Ele já estava na criação do mundo, a grande invenção de Deus, pairando sobre as águas. Ele estava no sopro de Deus na criação do homem feito do barro, segundo o poema do Gênesis. Ele levantou profetas pra alertar o povo. Ele ungiu Jesus para ser o evangelizador do Reino. Ele quem fez o tímido grupo dos discípulos lançar-se à missão, após a partida de Jesus. É o Espírito quem gera a Igreja na base, gestando comunidades comprometidas com a promoção da vida. É o Espírito quem suscita os carismas que dão origem a novos movimentos na Igreja, à Vida Consagrada, às novas comunidades. É o Espírito Santo quem orienta a Igreja em grandes momentos de transformação e mudanças, como foi no Concílio Vaticano II, ou na grande assembleia de Aparecida ou no Sínodo da Família que acontecerá ainda este ano. Ele é quem orienta as Igrejas no caminho do ecumenismo, para que se realize o sonho de Jesus: “um só rebanho e um só pastor”. Na carta aos Coríntios, Paulo escreveu: “Pois o Senhor é o Espírito, e onde está o Espírito do Senhor, aí está a liberdade” (2 Cor 3, 17).

Se o seu caso for encontrar um caminho de mudança em sua vida, então você precisa do Espírito Santo. É ele quem interiormente nos move à conversão e à vida nova. Se a sua questão é encontrar um novo sentido para a sua existência, então você precisa do auxílio do Espírito do Senhor. É ele quem trabalha em nós para alcançarmos a estatura de Jesus, o filho amado do Pai. Caso esteja pensando em consagrar sua vida a Deus, então encontrou o parceiro certo: o Espírito do Senhor. Ele é quem nos faz ouvir a voz de Deus que nos chama, ele que nos dá o dom da vocação. Se você precisa caminhar na vida cristã com maior fidelidade, peça ao Espírito Santo os seus sete dons: sabedoria, entendimento, conselho, fortaleza, ciência, piedade e temor de Deus. Ele trabalha em você, na Igreja e na história. Ele é o Espírito de Deus, o Espírito da mudança.

Pe. João Carlos Ribeiro - 07.05.2014

Pentecostes, um novo povo


Pentecostes é a festa do Divino Espírito Santo. É ele quem dá continuidade à missão de Jesus.  Jesus não nos deixou sozinhos. Subiu para o Pai, não está mais fisicamente conosco. Continua conosco na sua Palavra, na sua Igreja, nos sinais sagrados da fé que são os Sacramentos. E para que a gente pudesse continuar progredindo no seu Evangelho, ele e o Pai nos enviaram o Espírito Santo. Ele é o outro defensor anunciado por Jesus. Ele veio para nos ajudar a continuar o projeto do Pai, que é a felicidade de todos os seus filhos.

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