PADRE JOÃO CARLOS - MEDITAÇÃO DA PALAVRA: 12 anos
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QUANDO UMA MÃE PERDE O FILHO



Olha que teu pai e eu estávamos angustiados, à tua procura! (Lc 2, 48)

29 de junho de 2019 – Dia do Imaculado Coração de Maria

Em sintonia com o dia de hoje, dedicado ao Imaculado  Coração de Maria, lemos, na liturgia da Igreja, o texto que nos relata a perda e o encontro do adolescente Jesus no Templo.

Quando eu estive em Jerusalém, no muro das lamentações, vi uma cena que me fez entender o que aconteceu com Jesus no Templo, aos 12 anos. Vi garotos de 12 anos participando de pequenas procissões, conduzindo festivamente rolos da Lei. Só para lembrar: os livros do Antigo Testamento foram escritos em rolos. Livro é uma coisa moderna. Bom, os meninos levavam rolos da Lei em procissão, todos vestidos de branco, acompanhados de músicos e instrumentos. Depois, eles liam em público, pela primeira vez, uma passagem da Torá. A Torá corresponde aos primeiros cinco livros da Bíblia.  Nessa idade, os meninos passam por uma cerimônia pela qual são integrados como membros adultos na comunidade do povo de Deus. A cerimônia se chama Bar Mitzvá. Doze anos é a idade da maturidade. Passam, a partir de então, a ter aliança com Deus e ter obrigações como adultos no conhecimento, no estudo e na prática dos mandamentos da Lei de Deus.

Jesus vai  com os pais para a peregrinação da Páscoa, em Jerusalém. Está com 12 anos. Doze anos é a idade de sua integração como adulto no povo da Aliança. Qualquer menino ficava fora de si, de tanta alegria, num momento como esse. Ficava de maior, no sentido da lei judaica. Assim, Jesus, encantado com tudo aquilo, vai ficando por ali, nas rodas de debate que os mestres da Lei promoviam em vários pontos do Templo. Segundo o texto, escutava, fazia perguntas, dava respostas inteligentes. Encantava a todos, com sua sabedoria e seu interesse. Claro, está empolgado, sente-se por dentro dos costumes judaicos... por um momento, os laços familiares se enfraquecem... sua consciência de que é o filho de Deus está crescendo, suas descobertas mais amplas do mundo judeu, sua compreensão das coisas de Deus se aguçando...

Quando seus pais chegam, angustiados, sua mãe reclama. “Meu filho, porque agiste assim conosco?”. E ele, sentindo-se agora adulto, responde que eles deviam saber que ele devia estar na casa do Pai dele. Uma forma surpreendente de se referir a Deus: “o meu Pai”.  É a sua consciência de filho que está emergindo naquele clima de festa e de aprofundamento do judaísmo. É verdade que ele voltou para casa, com os pais, em completa obediência. Mas, que sua cabeça tinha mudado muito, isso lá tinha.

Guardando a mensagem

A passagem para a vida adulta não é fácil para o adolescente, nem para os pais. É tempo de rebeldia, de afirmação da própria autonomia. No tempo de Jesus, talvez essa fase da adolescência nem existisse. Aos 12 anos, o menino já se tornava adulto, integrado plenamente no mundo religioso, por uma cerimônia familiar no Templo. Maria e José, mesmo conhecendo as origens do seu filho, se surpreenderam com o seu nível de autonomia e de consciência. Maria, sábia educadora, como seu esposo, no dizer da palavra, “conservava todas essas coisas no coração”. Quanto os pais podem aprender com os seus filhos! A pessoa humana é sempre um mistério surpreendente. Mas, isso não fez de Jesus um jovenzinho rebelde, mal-educado e desrespeitoso com os seus pais. Nada disso. Voltou pra casa, na companhia deles, em completa obediência e comunhão.

Olha que teu pai e eu estávamos angustiados, à tua procura! (Lc 2, 48)

Vamos rezar a palavra

Senhor Jesus,
É surpreendente essa tua ida a Jerusalém naquela Páscoa em que ficaste no Templo, depois que teus pais e parentes voltaram para Nazaré. Tu te sentiste em casa, no meio daqueles mestres que explicavam a lei de Deus ao povo. Como todos os meninos daquela tua idade de 12 anos, passaste formalmente a ter parte na aliança com Deus e a responder pela Lei de Deus como uma pessoa adulta, emancipada. Impressiona a tua consciência de filho de Deus, o teu amor à Casa do teu Pai. Essa consciência de filho e esse teu amor pela Casa do Pai, também nós precisamos ter. Senhor, queremos hoje te pedir, de maneira especial, pelos adolescentes de nossas famílias. Que eles também, com o teu mesmo zelo e o teu mesmo entusiasmo, se encantem pelas coisas de Deus e experimentem a grande alegria de serem filhos de Deus e membros do seu povo. Amém.

Vivendo a palavra

Hoje é dia dos mistérios gozosos no terço de Nossa Senhora. Se não puder rezar o terço todo, recite pelo menos o quinto mistério, onde contemplamos a perda e o encontro do adolescente Jesus no Templo.

Pe. João Carlos Ribeiro – 29 de junho de 2019.

QUEM ME TOCOU?

Coragem, filha! A tua fé te salvou (Mt 9, 22).
O9 de julho de 2018.
O Chefe da Sinagoga chegou informando que sua filha acabara de morrer. E implorou que Jesus fosse à sua casa, trazer a menina de volta para a vida. Jesus já seguia pra lá quando uma mulher que sofria de fluxo de sangue tocou na barra do seu manto e ficou curada. Na casa da menina falecida, Jesus dispensou o povo e os músicos que estavam no velório. E levantou a menina pela mão e ela voltou a viver.
São duas histórias entrelaçadas, a da filha do chefe da Sinagoga e a da mulher que sofria de hemorragia. Nos evangelhos de Marcos e Lucas, essa história tem mais detalhes. Fica-se sabendo, por exemplo, o nome do chefe da Sinagoga, Jairo e a idade da menina, 12 anos. As duas histórias estão juntas por alguma razão. As duas mulheres têm um impedimento grave para gerar a vida, para ter filhos. Na menina, aos 12 anos, idade da primeira menstruação, o organismo estaria se preparando para a futura maternidade. Morrendo, morrem as possibilidades de futuro, corta-se pela raiz a possibilidade de ser mãe. No tempo de Jesus, as mulheres se casavam muito cedo. E a mulher, sofrendo de perda de sangue há 12 anos, também não podia ser mãe, possivelmente por ter a sua menstruação desordenada.  Afinal, as duas não podem gerar vida, ser mãe.
E não poder ser mãe era realmente um problema? Ainda é um problema muito grande. Muitos casais hoje vivem em grande sofrimento, porque a esposa não consegue engravidar, não é verdade? Nem sempre a causa está na mulher. No tempo de Jesus, a coisa era ainda mais grave. A mulher não sendo mãe era completamente desconsiderada. A viúva sem filhos não tinha nem direito aos bens deixados pelo marido. E família sem filhos, como a de Abraão, não tinha futuro. Para nos darmos conta do drama, basta nos lembrarmos das mulheres estéreis da Bíblia, como Sara (a esposa de Abraão) no Antigo Testamento e de Izabel (a esposa de Zacarias) no Novo Testamento. As duas viviam tristes por não poderem dar filhos aos seus maridos, por não garantirem o futuro de suas famílias. Deus interveio na vida dessas duas mulheres estéreis, garantindo–lhes a fertilidade.
Então, eram duas mulheres: a menina de 12 anos e a mulher que perdia sangue há 12 anos. Elas estão impedidas de gerar filhos, descendentes. Por elas, não vai passar o futuro.  Será que essas duas mulheres poderiam estar representando o povo de Deus? Bom, o número 12 é o número do povo de Deus, o povo das 12 tribos. Jesus escolheu 12 apóstolos, em seu trabalho de restauração do povo eleito. E a mulher muitas vezes aparece como representante da comunidade. É só pensar na mulher vestida de sol, coroada de 12 estrelas, em dores de parto, na visão que teve o apóstolo João. Então, essas duas histórias entrelaçadas podem estar representando a condição em que se encontrava o povo de Deus, a comunidade de Israel. Uma comunidade estéril, sem frutos como a figueira sem figos; sem filhos, como a história das duas mulheres Sara e Isabel.
Aí é que entra Jesus. Ele, o redentor, veio exatamente para isso: para restaurar o povo de Deus como comunidade fértil, capaz de gerar filhos para Deus. Por sua paixão, morte e ressurreição, comunicou vida nova à sua comunidade, o povo dos 12 apóstolos. Na primeira pregação de Pedro, anunciando Jesus morto e ressuscitado, no Pentecostes, foram gerados filhos sem conta para Deus... mais de três mil convertidos e batizados. Um útero fértil, o do povo de Deus restaurado.
Vamos guardar a mensagem
A menina morreu na idade em que o seu corpo começava a se preparar para a maternidade. A mulher estava perdendo sangue, perdendo vida, sem condições de gerar filhos. A menina e a mulher representam bem o povo de Israel em sua condição de esterilidade e incapacidade de gerar descendência e futuro. Foi por meio de Jesus, que as duas mulheres reencontraram a vida. Pelo ministério de Jesus, particularmente por sua morte e ressurreição, o povo de Deus foi restaurado, ganhando a capacidade de gerar filhos, assegurar descendência e futuro como família de Deus.
Coragem, filha! A tua fé te salvou (Mt 9, 22).
Vamos rezar a palavra
Senhor Jesus,
Na história da mulher do fluxo de sangue que tocou a barra de teu manto, tu lhe disseste “Coragem, minha filha, tua fé te salvou”. A fé é a primeira condição para acolhermos a vida nova que tu nos trazes. A fé é a condição para o batismo. Na fé, renascemos nas águas batismais, como novas criaturas. Dá-nos, Senhor, a graça de viver na fé, como filhos e filhas de Deus, renascidos pela água e pelo Espírito Santo. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.
Vamos viver a palavra
Faça, hoje, um momento de oração: pelas mulheres casadas que não estão conseguindo engravidar, para que o Senhor as abençoe com a maternidade; pelas Congregações Religiosas, para que sejam férteis na geração de novos filhos e filhas consagrados ao Senhor; por toda a Igreja que é nossa mãe, para que ela continue gerando muitos filhos para Deus pela pregação do evangelho e pelo batismo.

Pe. João Carlos Ribeiro – 09.07.2018

AS SURPRESAS DE UM FILHO ADOLESCENTE

Olha que teu pai e eu estávamos angustiados, à tua procura! (Lc 2, 48)
09 de junho de 2018.
Em sintonia com o dia de hoje, dedicado ao Sagrado Coração de Maria, lemos, na liturgia da Igreja, esse texto que nos relata a perda e o encontro do adolescente Jesus no Templo.
Quando eu estive em Jerusalém, no muro das lamentações, vi uma cena que me fez entender o que aconteceu com Jesus no Templo, aos 12 anos. Vi garotos de 12 anos participando de pequenas procissões, conduzindo festivamente rolos da Lei. Só para lembrar: os livros do Antigo Testamento foram escritos em rolos. Livro é uma coisa moderna. Bom, os meninos levavam rolos da Lei em procissão, todos vestidos de branco, acompanhados de músicos e instrumentos. Depois, eles liam em público, pela primeira vez, uma passagem da Torá. A Torá corresponde aos primeiros cinco livros da Bíblia.  Nessa idade, os meninos passam por uma cerimônia pela qual são integrados como membros adultos na comunidade do povo de Deus. A cerimônia se chama Bar Mitzvá. Doze anos é a idade da maturidade. Passam, a partir de então, a ter aliança com Deus e ter obrigações como adultos no conhecimento, no estudo e na prática dos mandamentos da Lei de Deus.
Jesus vai  com os pais para a peregrinação da Páscoa, em Jerusalém. Está com 12 anos. Doze anos é a idade de sua integração como adulto no povo da Aliança. Qualquer menino ficava fora de si, de tanta alegria, num momento como esse. Ficava de maior, no sentido da lei judaica. Assim, Jesus, encantado com tudo aquilo, vai ficando por ali, nas rodas de debate que os mestres da Lei promoviam em vários pontos do Templo. Segundo o texto, escutava, fazia perguntas, dava respostas inteligentes. Encantava a todos, com sua sabedoria e seu interesse. Claro, está empolgado, sente-se por dentro dos costumes judaicos... por um momento, os laços familiares se enfraquecem... sua consciência de que é o filho de Deus está crescendo, suas descobertas mais amplas do mundo judeu, sua compreensão das coisas de Deus se aguçando...
Quando seus pais chegam, angustiados, sua mãe reclama. “Meu filho, porque agiste assim conosco?”. E ele, sentindo-se agora adulto, responde que eles deviam saber que ele devia estar na casa do Pai dele. Uma forma surpreendente de se referir a Deus: “o meu Pai”.  É a sua consciência de filho que está emergindo naquele clima de festa e de aprofundamento do judaísmo. É verdade que ele voltou para casa, com os pais, em completa obediência. Mas, que sua cabeça tinha mudado muito, isso lá tinha.
Vamos guardar a mensagem
A passagem para a vida adulta não é fácil para o adolescente, nem para os pais. É tempo de rebeldia, de afirmação da própria autonomia. No tempo de Jesus, talvez essa fase da adolescência nem existisse. Aos 12 anos, o menino já se tornava adulto, integrado plenamente no mundo religioso, por uma cerimônia familiar no Templo. Maria e José, mesmo conhecendo as origens do seu filho, se surpreenderam com o seu nível de autonomia e de consciência. Maria, sábia educadora, como seu esposo, no dizer da palavra, “conservava todas essas coisas no coração”. Quanto os pais podem aprender com os seus filhos! A pessoa humana é sempre um mistério surpreendente. Mas, isso não fez de Jesus um jovenzinho rebelde, mal-educado e desrespeitoso com os seus pais. Nada disso. Voltou pra casa, na companhia deles, em completa obediência e comunhão.
Olha que teu pai e eu estávamos angustiados, à tua procura! (Lc 2, 48)
Vamos rezar a palavra
Senhor Jesus,
É surpreendente essa tua ida a Jerusalém naquela Páscoa em que ficaste no Templo, depois que teus pais e parentes voltaram para Nazaré. Tu te sentiste em casa, no meio daqueles mestres que explicavam a lei de Deus ao povo. Como todos os meninos daquela tua idade de 12 anos, passaste formalmente a ter parte na aliança com Deus e a responder pela Lei de Deus como uma pessoa adulta, emancipada. Impressiona a tua consciência de filho de Deus, o teu amor à Casa do teu Pai. Essa consciência de filho e esse teu amor pela Casa do Pai, também nós precisamos ter. Senhor, queremos hoje te pedir, de maneira especial, pelos adolescentes de nossas famílias. Que eles também, com o teu mesmo zelo e o teu mesmo entusiasmo, se encantem pelas coisas de Deus e experimentem a grande alegria de serem filhos de Deus e membros do seu povo. Amém.
Vamos viver a palavra
Hoje é dia dos mistérios gozosos no terço de Nossa Senhora. Se não puder rezar o terço todo, recite pelo menos o terceiro mistério, onde contemplamos a perda e o encontro do adolescente Jesus no Templo.
Aproveito para agradecer as muitas manifestações de amizade, que muitos de vocês me dirigiram ontem, pela passagem do meu aniversário. Como eu lhes disse, além de uma prece em meu favor, o melhor presente seria inscrever-se na AMA, para estarmos juntos na evangelização nos meios de comunicação.

Pe. João Carlos Ribeiro – 09.06.2018

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