PADRE JOÃO CARLOS - MEDITAÇÃO DA PALAVRA

DEPOIS DOS QUARENTA DIAS, UMA NOTÍCIA MARAVILHOSA

MEDITAÇÃO PARA O PRIMEIRO DOMINGO DA QUARESMA, DIA 18 DE FEVEREIRO DE 2018.
Jesus ficou no deserto durante quarenta dias, e aí foi tentado por satanás (Mc 1, 13)
Primeiro domingo da Quaresma, 5º dia deste tempo penitencial que iniciamos na quarta-feira de cinzas. A cada dia, um novo passo no caminho da Páscoa. O foco de hoje está no tema da CONVERSÃO. A conversão é a chave para entrarmos no Reino de Deus.
‘O Reino de Deus está chegando!’ Esta é a boa notícia que Jesus anunciou. O evangelista Marcos fez um resumo do programa pastoral de Jesus. Em quatro curtas frases, ele resume toda a sua pregação. “O tempo já se completou e o Reino de Deus está próximo. Convertei-vos e crede no Evangelho!”
O texto do evangelho de hoje é bem pequeno e ainda pode ser dividido em duas partes. A primeira parte em torno do DESERTO. A segunda parte em torno do REINO DE DEUS.
Vamos à primeira parte, que realça o tema DESERTO. Depois do batismo no Rio Jordão, o Espírito Santo levou Jesus para o deserto. E, no deserto, ele ficou quarenta dias e aí foi tentado por satanás. Essas poucas palavras evocam coisas muito importantes na história do povo de Deus. Depois de liberado do Egito, o povo peregrinou longamente pelo deserto, até entrar na posse da terra prometida. Foi uma dura peregrinação de quarenta anos. E houve muitos momentos de tentação, em que o povo caiu, revoltou-se contra Deus e contra Moisés. Jesus, membro do povo eleito, simbolicamente refaz a caminhada do seu povo. Ele está no deserto, por quarenta dias e, aí, diferentemente de Israel, ele vence as tentações.
Vamos à segunda parte, em torno do tema REINO DE DEUS. Vencidos os quarenta anos de peregrinação e purificação pelo deserto, o povo de Deus entrou na posse da terra prometida. A terra prometida não era só o território de Canaã, mas um conjunto de sonhos e promessas que, infelizmente, não se realizaram todos na posse da terra. Vencidos os quarenta dias de purificação, Jesus anuncia que estava na hora de entrar no Reino de Deus. O que foi a terra prometida para o povo antigo, agora podia ser experimentado de maneira mais completa e plena no Reino de Deus.
‘O tempo já se completou’, quer dizer ‘a espera terminou’. São João fala da plenitude dos tempos que tinha chegado. ‘O Reino de Deus está próximo’, isto é, aproximou-se, está perto da gente, está acessível. É a terra prometida que já se avistava. Essa é a boa notícia: Deus está reinando sobre o seu povo. Jesus, com suas atitudes e palavras, manifesta o Reino de Deus presente na história. Precisamos acreditar nessa boa notícia (crer no evangelho). E, diante dessa boa notícia, precisamos nos voltar para Deus (conversão). É assim que devemos receber a boa notícia do Reino (o evangelho): pela fé e pela conversão.
Vamos guardar a mensagem
O movimento de João, no deserto, preparou o povo para acolher o tempo novo que estava chegando com o Messias. Com a sua prisão, Jesus começa publicamente sua missão. E anuncia o tempo novo que estava chegando. Em suas primeiras palavras, está o programa de todo o seu trabalho: ‘O tempo da espera terminou. O Reino de Deus está próximo de vocês. Creiam nessa boa notícia. E voltem-se para Deus, pela conversão do coração’. Conversão é a grande palavra da Quaresma. E conversão é crer nessa boa notícia, acertar o passo com Jesus e rever seus compromissos, sua vida à luz do reinado de Deus. A sua quaresma são os quarenta dias de Jesus: oração, jejum, resistência às tentações, acolhida do Reino. No fim dessa jornada, celebramos a Páscoa com Jesus.
Jesus ficou no deserto durante quarenta dias, e aí foi tentado por satanás (Mc 1, 13)
Vamos acolher a mensagem,
Com a Oração da Campanha da Fraternidade deste ano, que versa sobre ‘Fraternidade e Superação da Violência”.


Deus e Pai,
nós vos louvamos pelo vosso infinito amor
e vos agradecemos por ter enviado Jesus,
o Filho amado, nosso irmão.

Ele veio trazer paz e fraternidade à terra
e, cheio de ternura e compaixão,
sempre viveu relações repletas
de perdão e misericórdia.

Derrama sobre nós o Espírito Santo,
para que, com o coração convertido,
acolhamos o projeto de Jesus
e sejamos construtores de uma sociedade
justa e sem violência,
para que, no mundo inteiro, cresça
o vosso Reino de liberdade, verdade e de paz.
Amém!


Vamos viver a palavra
É dia de você pegar sua Bíblia e ler nela a passagem de hoje: Marcos 1, 12-15. Aproveite e sublinhe na sua Bíblia, nessa passagem, as palavras  DESERTO e REINO DE DEUS.  

Pe. João Carlos Ribeiro – 17.02.2018

A SUA RESPOSTA AO CHAMADO DE JESUS

MEDITAÇÃO PARA O SÁBADO, DIA 17 DE FEVEREIRO DE 2018.


Levi deixou tudo, levantou-se e o seguiu (Lc 5, 28)

Chegamos ao 4º dia da Quaresma. A Quaresma é um programa de crescimento espiritual. A cada dia, um novo passo. Nestes primeiros dias, o convite é claro: seguir Jesus. Hoje, temos o exemplo de Levi, o cobrador de impostos. Um exemplo de resposta ao chamado do Mestre. 

Jesus viu um cobrador de impostos (o tal Levi). Ele estava sentado na coletoria. Jesus o chamou: “Segue-me”. Agora, preste atenção à resposta dele: Deixou tudo, levantou-se e o seguiu. Depois, preparou em casa um grande banquete pra Jesus. No banquete, estava um grande número de cobradores de impostos e outras pessoas sentadas à mesa com eles. 

Vamos ficar atentos à resposta de Levi. É um modelo de resposta para todo discípulo ou discípula. Você recebeu o chamado de Jesus: “Segue-me”. Já o está seguindo, que bom! Participa da comunidade dos seus discípulos, a Igreja, desde o batismo. Ótimo! Mas, com certeza, pode melhorar ainda mais sua resposta. Jesus nos chama todo dia. E toda nossa vida é a resposta ao seu convite. 

O evangelista Marcos nos conta a resposta de Levi em quatro ações: deixou tudo, levantou-se, seguiu, preparou um banquete para Jesus, na sua casa. 

Ele era um funcionário, trabalhava coletando impostos para os romanos, profissão mal vista pelo seu povo. Deixou tudo. Tudo o quê? Tudo o que representava segurança, estabilidade, ser um elo na rede de arrecadação de impostos. Largou isso. Deu outro rumo à sua vida. Zaqueu também era um cobrador de impostos, mal afamado. Ao que parece, ele não deixou a sua profissão, como Levi, mas também deu novo rumo a ela. Prometeu reparar a quem prejudicou. Vá então pensando no seu caso. Deixar tudo pode significar dar um rumo novo ao seu trabalho, à sua profissão, ao seu casamento. 

Curiosamente, o evangelista anotou que Levi, que deixou tudo, levantou-se. Parece uma observação sem importância. Mas, veja: Jesus o viu sentado e o chamou; Ele, deixando tudo, levantou-se. Sentado é o sinal de instalação, acomodação, enquadramento. Levantar-se é a atitude de quem está se desinstalando, saindo de uma posição cômoda para enfrentar um novo desafio. Levantar-se para pôr-se a caminho. O Papa Francisco, escreveu na sua primeira encíclica, a Igreja tem que ser assim, “em saída”. O seguidor de Jesus, o cristão, há de ser uma pessoa “em saída”, disposta a caminhar, a empreender, a crescer, a partir. A igreja não é a casa dos acomodados, é o caminho dos que seguem Jesus. 

Bom, ele deixou tudo (deu um novo rumo ao que era e ao que fazia), levantou-se (venceu a acomodação de sua situação) e seguiu Jesus. Esse é o rumo que dará à sua vida. Jesus é agora o seu caminho, o seu modelo, o seu Mestre. Seguir é fazer-se seu aluno, seu discípulo, seu seguidor. O evangelho de Jesus, o ensinamento de sua vida e de suas palavras, é o manual de sua nova vida. E segue Jesus, com os outros discípulos, faz comunidade com eles. Isso é a Igreja, que nasce por obra do Espírito Santo unindo a Cristo os que se põem a caminho com ele. 

E a quarta ação de Levi foi o banquete em sua casa. E será que essa é uma verdadeira ação na linha do seguimento de Jesus? Bom, basta você me responder: qual é o momento mais significativo do seu seguimento de Jesus? Deixe, deixe que eu mesmo vou responder. A celebração. A Eucaristia é o ponto mais alto do caminho do cristão. A Missa. Percebeu? E o que foi a Missa de Jesus, a última ceia? Uma ceia de páscoa, um banquete em casa. Lembre que o banquete foi em homenagem a Jesus. Nas três parábolas da misericórdia, em Lucas, tem festa no final: o pastor que encontrou sua ovelha perdida, a mulher que encontrou a sua moeda, o pai que recebeu o filho de volta em casa. O banquete é o sinal de alegria, de festa, de celebração da ressurreição. Levi é um novo homem. Ressuscitado em Cristo. É o que se vai fazer na Igreja todo domingo: celebrar a ressurreição, com Cristo. 

Vamos guardar a mensagem 


A Quaresma é um programa de crescimento em Cristo. Hoje, olhamos para a resposta de Levi. Jesus o chamou para o seu seguimento, como me chama e chama você. E Levi, numa resposta maravilhosa, completa (representada nas quatro ações), deixou tudo (deu novo rumo ao que era e fazia), levantou-se (rompeu com sua acomodação), seguiu Jesus (tomou Jesus como a direção de sua vida) e organizou um banquete em casa (celebrou, em comunidade, a vida nova em Cristo). É assim que deve ser a sua resposta ao chamado de Jesus. A minha, também .


Levi deixou tudo, levantou-se e o seguiu (Lc 5, 28)

Vamos acolher a mensagem

Senhor Jesus, 

Obrigado por tua santa Palavra. Ela hoje me faz compreender que a conversão envolve toda a minha vida: é um novo rumo em tudo o que sou e faço, sob a tua direção. Na verdade, como disseste, tu és o caminho. Vamos por ti, andamos contigo, em ti está a realização completa do ser humano. Ajuda-nos, Senhor, a responder ao teu chamado com generosidade, com radicalidade, com alegria, como Levi. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém. 

Vamos viver a palavra

No mês passado, nós meditamos sobre essa mesma história, lendo o evangelho de Mateus. Seria bom, hoje, você reler o texto da meditação daquele dia. Procure, no meu blog www.padrejoaocarlos.com, o texto “convite para um jantar”. Para facilitar, estou deixando-lhe o link no seu aplicativo: http://bit.ly/2ECz0iI

Pe. João Carlos Ribeiro – 16.02.2018

O JEJUM NOS UNE A CRISTO E AOS IRMÃOS


MEDITAÇÃO PARA A SEXTA-FEIRA, DIA 16 DE FEVEREIRO DE 2018.

Dias virão em que o noivo será tirado do meio deles. Então, sim, eles jejuarão (Mt 9, 15)

Chegamos ao terceiro dia da Quaresma. É muito importante que a gente não perca nenhum dia desse programa de crescimento que é a Quaresma. O passo a ser dado hoje é sobre o jejum, como expressão de nossa conversão.  

A pergunta veio de um grupo muito querido de Jesus, os discípulos de João. Jesus tinha participado do batismo de João Batista, no rio Jordão. João o tinha apontado como cordeiro de Deus. E alguns dos discípulos do Batista tinham se tornado discípulos seus. Então, a pergunta deles era séria. Não tinha segundas intenções. E o que eles queriam saber? Queriam saber por que os discípulos de Jesus não praticavam o jejum como eles e os fariseus o faziam? A resposta de Jesus foi essa: “Por acaso, os amigos do noivo podem estar de luto enquanto o noivo está com eles? Dias virão em que o noivo será tirado do meio deles. Então, sim, eles jejuarão”. O que Jesus quis dizer com isso?
Podemos entender todo o ministério de Jesus como a renovação da aliança com Deus. Jesus veio pra isso: para restaurar a comunhão com Deus, que foi destruída pelo pecado (desde Adão) e pela infidelidade de Israel, o povo da Aliança. Não é à toa que o evangelho de São João praticamente comece com as bodas de Caná, o casamento que precisou da intervenção de Jesus para dar certo. A aliança, à moda do casamento, é entre Deus e o seu povo. Jesus é o noivo. Veja o que ele respondeu: enquanto o noivo está presente (ele), os amigos do noivo (os discípulos) não podem jejuar. Mas, depois que o noivo for tirado do meio deles (a execução de sua morte), eles jejuarão.
O jejum é uma expressão de nossa conversão. Bom, nossa primeira conversão foi celebrada no batismo, na água. Lá, fomos lavados dos nossos pecados. Mas, infelizmente, continuamos a cair, a falhar, a pecar. Por isso, precisamos estar em permanente atitude de conversão. Deus sempre nos perdoa. Mas, para isso, precisamos da conversão do nosso coração. O jejum é uma forma de cultivamos essa conversão.  Ficamos tristes pelo pecado que cometemos. Esse sentimento do reconhecimento de nosso pecado, da dor que sentimos por nossa infidelidade a Deus, é expresso também nas práticas externas do jejum, da esmola e da oração. Essas práticas
nos ajudam a cultivar a conversão interior e a implorar a misericórdia de Deus, o seu perdão. Ele que já nos purificou pela água do batismo, pode também nos purificar pelas lágrimas do nosso arrependimento.

O jejum tem, então, essa conexão com Deus, a quem ofendemos e a quem demonstramos nosso arrependimento, cultivando a conversão do nosso coração. Mas, o jejum tem também uma conexão com minhas atitudes em relação aos meus irmãos. No livro do Profeta Isaías, o próprio Deus nos diz qual a verdadeira obra que ele espera de nós, o jejum que ele prefere. São sete obras pelas quais procuramos, em relação ao nosso próximo, o alívio do seu sofrimento, a libertação da opressão, a partilha do pão, do teto e da roupa com os mais sofridos.

Vamos guardar a mensagem

O jejum é uma forma de penitência, pela qual me uno ao padecimento de Cristo, em sua paixão. É também um gesto de amor fraterno, no sentido de que me faço solidário com quem está em dificuldade. Você pode jejuar em qualquer dia na Quaresma. O mínimo está previsto pela disciplina da Igreja: na quarta-feira de cinzas e na sexta-feira da paixão. A abstinência de carne às sextas-feiras da Quaresma também faz parte de nossa caminhada penitencial, nesse período. Além do alimento, a gente pode fazer jejum de televisão, de barzinho, de bebida alcoólica, de cigarro, de internet, de whatsapp. Renunciar, pra ficar mais resistente, pra ter mais força interior, para unir-se a Cristo em sua cruz e aos irmãos em suas necessidades.  
Dias virão em que o noivo será tirado do meio deles. Então, sim, eles jejuarão (Mt 9, 15)

Vamos acolher a mensagem
Senhor nosso Deus,
Que te deixas comover pelos que se humilham e te reconcilias com os que reparam suas faltas, ouve como um pai as nossas súplicas. Derrama a graça da tua bênção sobre nós que estamos em Quaresma, desejosos de ouvir a palavra do teu filho Jesus, de ser fieis à vida de oração pessoal, e de praticar a penitência e a caridade, em preparação das celebrações da Santa Páscoa que se aproximam.
Por Cristo, nosso Senhor. Amém.
Vamos praticar a palavra
Bom, não temos pra onde correr. A prática da palavra de hoje é o jejum, jejuar. Se você passou batido(a) na quarta-feira de cinzas, tem uma outra proposta antes da semana santa. O Papa convocou todo mundo para um dia de oração e jejum pela paz no próximo dia 23 de fevereiro, de hoje a oito. E, hoje, como todas as sextas da quaresma, é dia de abstinência de carne. Você sabe, essas práticas externas têm valor se forem expressão de uma conversão do coração.

Pe. João Carlos Ribeiro - 15.02.2028

VAMOS PELO CAMINHO DE JESUS

MEDITAÇÃO PARA A QUINTA-FEIRA DEPOIS DAS CINZAS, DIA 15 DE FEVEREIRO DE 2018.
Se alguém quer me seguir, renuncie a si mesmo, tome sua cruz cada dia e me siga (Lc 9, 23)
Então, começamos, ontem, a caminhada de 40 dias em direção à Páscoa do Senhor. Começamos a Quaresma. É como se tirássemos esse tempo para caminhar com Jesus, aprendendo o seu modo de pensar e de agir. É um grande retiro, em companhia dos irmãos, no seguimento de Cristo. Seguimento de Cristo: precisamente, é esse o foco de nossa meditação de hoje, segundo dia da Quaresma.
Jesus falou para todos: “Se alguém quiser me seguir...”. Eu quero! E você? Então, escutemos as condições que ele vai colocar: “Renuncie a si mesmo, tome sua cruz cada dia e me siga”. Renunciar a si mesmo significa a gente se tirar do centro.  É que no centro de nossa vida estamos nós mesmos. A gente pensa e age assim: isso é bom pra mim, isso me faz bem, isso eu gosto, isso eu quero ou não quero pra minha vida. No centro, estou eu mesmo, o que me agrada, o que me convém. Agora, Jesus está dizendo que para quem quer segui-lo, tem que ser diferente: é ele que deve estar no centro. Renunciar a si mesmo. Não dá pra você seguir Jesus, continuando no centro. Entendeu?!
Aí ele completou: “Tome a sua cruz cada dia e me siga”. Ser cristão não é deixar de ter problemas, você sabe muito bem. Tomar a própria cruz é condição para seguir Jesus. E o que é tomar a cruz de cada dia? É assumir, com toda responsabilidade, o peso que a vida lhe entrega: problemas de saúde, dificuldades financeiras, desencontros dentro de cada, crises sociais... Tomar a cruz cada dia é não correr dos compromissos ordinários da existência: trabalhar, fazer feira, acompanhar os filhos, conviver com a vizinhança, estudar... As obrigações, compromissos e problemas do dia-a-dia não nos impedem de seguir Jesus. É com essa cruz que o seguimos.
Jesus começou falando do seu caminho, de como ele sofreria muito, seria rejeitado pelos grandes do seu povo, seria morto e ressuscitaria. O caminho do Filho do Homem, como ele gostava de se referir a si mesmo, não seria um caminho cômodo, nem fácil. O caminho da verdade, da coerência, da honestidade é um caminho doloroso. Sofrimento, rejeição, morte... e ressurreição, ao final. A vitória se colhe em meio a lutas, renúncias e dificuldades.
Jesus não quis pegar o atalho da vitória sem luta, do conchavo com os poderosos ou da solução mágica para os problemas. Foram essas, aliás,  as tentações do demônio, depois de um jejum de 40 dias.
Vamos guardar a mensagem
Jesus preferiu o caminho da normalidade da vida humana, renunciando o poder prestígio, à posse de riquezas e ao sucesso fácil. Tomou o caminho de profeta que outros já tinham trilhado: falar de Deus, testemunhar o seu amor e o seu projeto de fraternidade e salvação, sem o uso da força, sem conivência com o poder opressor, sem busca de benefícios pessoais. Nesse caminho, pode-se esperar incompreensão, sofrimento, rejeição. A ressurreição é a resposta de Deus à fidelidade do justo.
É claro que Jesus não nos está chamando simplesmente para o sofrimento. Seria masoquismo. Ele está nos convidando a tomar a estrada que ele tomou: o caminho da simplicidade, da fidelidade, da verdade..., do amor aos pequenos, os preferidos de Deus. Esse é um caminho mais duro, mais difícil. O mundo, pervertido pelo desejo de enriquecimento, de prestígio, de luxúria, não aplaude o discípulo de Jesus. Mas, o nosso caminho é o caminho de Jesus.
Se alguém quer me seguir, renuncie a si mesmo, tome sua cruz cada dia e me siga (Lc 9, 23)
Vamos acolher a mensagem
Senhor Jesus,
Tu, que és Deus, percorreste o caminho humano para nos deixar um modelo a seguir. Mas, não é fácil, Senhor, assumir o teu caminho. A tentação do mais fácil, do prazeroso, a cobrança da opinião dos outros... muita coisa nos empurra para um caminho sem renúncias. No fundo, preferimos um caminho sem sofrimento, a vitória sem luta, o amor sem doação. Ajuda-nos, Senhor, a responder positivamente ao teu chamado. Queremos te seguir, com fidelidade. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.  
Vamos viver a palavra
A Quaresma é uma caminhada rica de estímulos para o seu crescimento. Seria muito bom você ter o seu diário espiritual (uma agenda, um caderno de anotações). Nele, anote uma resposta para esta pergunta: Para colocar Jesus no centro de sua vida, o que você precisa renunciar?
Pe. João Carlos Ribeiro - 14.02.2018  

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