PADRE JOÃO CARLOS - MEDITAÇÃO DA PALAVRA

O TRAJE DA FESTA


Vão até às encruzilhadas dos caminhos e convidem para a festa todos os que vocês encontrarem (Mt 22, 9).

Jesus comparou o Reino de Deus com uma festa de casamento. O rei preparou a festa de casamento do filho e mandou chamar os convidados. Os que foram convidados disseram que não iam. Ele mandou um segundo recado. Eles ignoraram. Mandou então os seus empregados convidarem todo mundo que encontrassem pelo caminho. O salão de festa ficou cheio de convidados. Mas, o rei, passando para cumprimentar os convidados, notou um que estava sem o traje de festa. E mandou colocá-lo pra fora.

O Evangelho é um convite. O convite é para participarmos da grande festa de casamento do filho do rei. O rei é Deus pai. O filho, o noivo, é Jesus. Os empregados que levam o convite são os profetas, os missionários, os evangelizadores. E por que essa imagem da festa de casamento? Porque Deus celebrou uma aliança com o seu povo, no Antigo Testamento. E Jesus, no Novo Testamento, celebrou, no seu sangue, a nova e eterna aliança de Deus com o povo redimido. E quem é a noiva? Precisamos descobrir nessa parábola quem é a noiva.

O que será essa festa de casamento? É claro que é uma comparação. No livro do Profeta Isaías, capítulo 25, está descrito o grande sonho de Deus: reunir todos os povos, no seu monte santo, em volta de uma grande mesa, bem preparada, com tudo de bom e de melhor. É uma linda representação do desejo de Deus: que todos o reconheçam como pai e senhor, que todos se sintam como verdadeiros irmãos e vivam em fraternidade, que todos vivam alegres e felizes. Será assim o final da história, esse é o sonho de Deus.

Jesus está comparando o Reino de Deus exatamente com essa imagem do grande banquete de Deus. Todos estão sendo convidados por sua vida e por sua pregação.  Mas, muita gente não está aceitando o convite. Uns disseram logo que não iam. Outros, nem ligaram. E, numa terceira tentativa, reagiram violentamente.  No tempo dele, a grande rejeição veio das elites do seu povo. Essa passagem vem mesmo a calhar no dia de hoje, o dia da canonização dos mártires do Rio Grande do Norte. Veja que exatamente Jesus está contando esta parábola às lideranças de Jerusalém. São eles que reagiram violentamente maltratando e matando os missionários. Assim, Jesus já vê que a destruição do país pelos romanos mais adiante é resultado de sua rejeição. Agora, você entende porque, na parábola, o rei ficou furioso e mandou destruir e tocar fogo nas cidades deles.

A negativa, a indiferença ou a rejeição violenta não invalidam o convite. A festa vai acontecer assim mesmo. Por isso, os empregados saem convidando os quem encontram pelo caminho. Na parábola, está dito que eles foram às encruzilhadas dos caminhos. Dizem os especialistas, que ‘encruzilhada’ era o fim da rua, quando começavam os caminhos de terra. Assim, eles foram enviados às periferias, palavra tão cara ao nosso Papa Francisco, que quer ver a Igreja indo evangelizar nas periferias existenciais, as da pobreza e as do abandono. Todos são convidados, a todos deve chegar o convite para a festa de casamento do filho do rei.

Finalmente, o salão da festa ficou cheio de convidados. E o rei saiu cumprimentando os seus convidados. E encontrou um que não estava com o traje da festa. Surpreso, perguntou como ele tinha entrado ali. E mandou coloca-lo pra fora. Sem o traje apropriado, não se  pode participar da festa. É difícil dizer o que seria esse traje da festa. Também ninguém sabe onde está a noiva. Mas, se você tiver paciência, vamos descobri-la.

Um palpite de estudiosos da Bíblia é o seguinte. Nós somos os convidados. Claro, isso você já sabia. Os convidados deviam estar com o traje da festa, vestidos com a roupa nupcial, pois era uma festa de casamento. Isto, você também já suspeitava. Olha o segredo da parábola: A noiva são os convidados. Os convidados são a noiva, por isso que eles precisam estar com a roupa nupcial, o traje da festa. Entendeu? Jesus é o noivo. A noiva é a Igreja, nós, o povo de Deus. Claro. A noiva somos nós, os convidados. 

Só falta uma coisa: o que é esse traje nupcial? Aí temos que pensar um pouco mais. Quer um palpite? Então vamos lá. Podemos pensar numa coisa simples. A coisa que não pode faltar em quem vai se casar é... é o amor. Claro, sem amor a Jesus, não tem casamento. Sem adesão à pessoa de Jesus senhor e salvador, não há salvação, não há aliança, não há casamento. Nossa adesão a Jesus é celebrada no batismo, quando pelo banho do Espírito Santo somos lavados do pecado e nos revestimos de Cristo. No batismo, até trajamos uma roupinha branca, nova, a veste nupcial. O traje de festa é o amor a Cristo, a nossa adesão a ele celebrada no batismo, a nossa condição de pessoas convertidas e perdoadas do pecado.

O ELOGIO DA MÃE


Feliz o ventre que te trouxe e os seios que te amamentaram (Lc 11, 27)

O elogio da mulher foi maravilhoso. Ela gritou alto no meio da multidão. “Feliz o ventre que te trouxe e os seios que te amamentaram”. Ela louvou a mãe daquele profeta maravilhoso, Jesus, ali presente, encantando as pessoas com sua pregação e seus milagres. Parece ser essa uma forma comum no povo do Oriente de saudar assim uma pessoa muito querida e importante. Na verdade, é sempre assim em qualquer lugar: quer homenagear o filho, honre a sua mãe, não é verdade? A mulher louvou Jesus, por meio de sua mãe que o gerou e o amamentou.

E olha que esse detalhe da amamentação é uma coisa muito especial. Hoje, se sabe que o período da amamentação de uma criança é um tempo de grande influência na vida daquele ser humano. Amamentar é um ato em continuidade com a gestação, garantindo desenvolvimento físico, social e mental da criança. Da criança e da mãe também.
Izabel tinha feito um elogio um pouco diferente. Nós, inclusive, continuamos a honrar a mãe do Salvador com suas palavras: “Bendito o fruto do teu ventre”. Izabel, cheia do Espírito Santo, louvou o fruto do ventre de Maria, louvou o filho, Jesus. Mesmo louvando quem foi gerado, não esqueceu a mãe, mencionando apropriadamente o seu ventre, o seu útero.

Jesus aproveitou o elogio da mulher à maternidade de Maria, que o gerou, para elevar ainda mais a louvação à sua mãe. Mais feliz ainda é ela por “ouvir a palavra de Deus e a por em prática”.  Maria gerou o filho e o amamentou em atenção à palavra de Deus que o anjo lhe transmitira. Sua maternidade, antes de tudo, é obediência a Deus, realização de sua vontade. Nesse sentido, ela é um exemplo para todos os seguidores de Jesus. Todos podem participar de sua bem-aventurança: “ouvir a palavra de Deus e pô-la em prática”.

Vamos guardar a mensagem de hoje

O elogio que a mulher fez a Jesus foi cheio de sensibilidade. Ela o honrou, louvando sua mãe que o gerou e o amamentou.  Hoje, a ciência conhece a importância que tem os nove meses de gestação e o tempo de amamentação para a vida de um ser humano. É um tempo sagrado em que a vida desabrocha como um verdadeiro milagre. Jesus completou o elogio que a mulher fez à sua mãe. “Muito mais feliz é ela por ter ouvido a palavra de Deus e a ter praticado”. De verdade, a maternidade de Maria é fruto de sua obediência à vontade de Deus. Essa é a sua verdadeira bem-aventurança. Nós também participamos dessa bem-aventurança de Maria, na medida em que também realizarmos em nossa vida a Palavra do Senhor.

Vamos acolher a mensagem de hoje com uma prece

Senhor Jesus,
Estamos no mês do Rosário. Nessa oração tão simples e tão popular que é o Terço, meditamos todos os dias os mistérios de tua vida e de tua páscoa. E ao contemplarmos os passos de tua encarnação, pregação, paixão, morte e ressurreição, reconhecemos a presença amorosa e fiel de tua santa Mãe ao teu lado, fortalecendo tua obediência com a sua, sustentando tua missão com a sua incessante oração. E, com a tua volta ao Pai, ela continua cuidando da nova família que nasceu aos pés da tu cruz, o povo redimido pelo teu sacrifício redentor. Senhor, que nós a saibamos amar e honrar como  nossa mãe e modelo. Seja o teu santo nome, bendito, hoje e sempre. Amém.

Vamos praticar a Palavra que ouvimos

O Espírito Santo é quem lhe dá a inspiração de como realizar a palavra de hoje. De minha parte, deixo-lhe uma sugestão: saúde, hoje, a Santa Mãe do nosso Redentor com uma prece (a Ave Maria, por exemplo).


“Feliz o ventre que te trouxe e os seios que te amamentaram”. (Lc 11, 27)

QUEM NÃO RECOLHE COMIGO, DISPERSA.


Jesus lhes disse: ‘Todo reino dividido contra si mesmo será destruído’ (Lc 11, 17).
Jesus está realizando a sua missão. Qual é a missão de Jesus? Anunciar o Reino de Deus entre nós, aproximar as pessoas de Deus, refazer a aliança de Deus como o seu povo, salvar a humanidade que se separou do Criador pelo pecado. Esses são modos como tentamos explicar a missão de Jesus. Nós o vemos no seu trabalho redentor: anunciando o amor de Deus, convidando as pessoas à conversão, perdoando os pecadores, libertando pessoas da dominação do poder opressor e do demônio.
Que os demônios se opusessem a Jesus, isso a gente entende. Que os grupos privilegiados de Jerusalém o odiassem, até dá para entender. Mas, que pessoas religiosas, praticantes da Lei, se indispusessem contra Jesus, a ponto de o difamarem, tentarem desmoralizá-lo  ou até tramarem a sua prisão, isso nos deixa perplexos. Pois, foi o que aconteceu. No evangelho de hoje, eles começaram a espalhar que Jesus expulsava demônios com a força do próprio satanás. Olha que jogo baixo: Espalhar que Jesus agia em nome do diabo. Haja paciência! Era gente de má vontade procurando desqualificar a vitória que Jesus estava tendo sobre o mal. Agora, o pior é que se tratava de gente de dentro da religião do povo de Deus.
Jesus chamou para a lógica. Se é assim, se o mal está combatendo a si mesmo, diabo contra diabo, então estão realmente perdidos, pois ‘todo reino dividido contra si mesmo será destruído’, acaba se esfacelando, se autodestruindo. Não tinha a menor lógica. Mas, essa palavra de Jesus também poderia ser entendida a respeito dos seus opositores. Esse grupo de gente maldosa estava cavando o buraco para o seu próprio povo. (Se eles ficassem contra Jesus, fazendo propaganda contra ele, dividindo o povo, causando desunião... qual seria o fim do seu povo? “Todo reino dividido contra si mesmo será destruído”. De fato, 40 anos depois da morte de Jesus, houve uma guerra dos romanos contra os Judeus e não ficou pedra sobre pedra. Os judeus perderam tudo. Um reino dividido, não prospera. Termina caindo uma casa por cima da outra, como falou Jesus.)
Ainda nesta semana, apareceram novos focos de oposição ao Papa Francisco. Em um documento que veio a público, 79 senhores católicos criticaram abertamente o Papa, considerando que ele é uma ameaça para a Igreja, com suas posições e seus pronunciamentos. Que ameaça é esta? O que o Papa Francisco tem feito de tão ameaçador? Bom, ele tem lutado, com firmeza, para que o exercício do poder na Igreja não seja um privilégio, mas um serviço; que os pobres tenham a prioridade na vida eclesial; que os imigrantes sejam acolhidos pelos países em melhores condições que os seus países de origem; que a pedofilia seja banida do seio do clero; que a Igreja Católica abrace os cristãos de outras Igrejas com respeito e humildade; que o povo da Igreja e seus pastores sejam mais missionários e saiam para encontrar os sofredores nas periferias do mundo. Isso incomoda? Certamente. A quem? A quem não quer mudar. A quem não quer partilhar. A quem tem medo de dialogar.

O que Jesus diz no evangelho de hoje nos espanta. Ele tão tolerante, um dia não quis que os discípulos proibissem alguém que pregava e curava em seu nome, sem pertencer ao grupo deles. Deixa, ele disse, “quem não está contra nós, está a nosso favor”.  Mas, no evangelho de hoje, ele diz, a respeito dos que o estavam difamando: “Quem não está comigo está contra mim. E quem não recolhe comigo, dispersa”. Disse tudo.
Vamos guardar a mensagem de hoje
Jesus, no exercício do seu ministério, encontrou muita oposição. Oposição das elites e de muitas lideranças populares, como foi o caso dos fariseus. Foi acusado de muita coisa. Uma dessas acusações dizia que ele agia em aliança com o Satanás. Coisa triste, gente dividindo o povo. A desunião começa com o mau gosto que um põe nas realizações do outro. E o faz por inveja, por ciúme, por se sentir ameaçado pelo trabalho do outro. A difamação, a fofoca, as falsas acusações acabam por criar grande divisão na comunidade cristã, no ambiente de trabalho, nas famílias. Aproveite para pensar em sua família. A divisão pode destruir sua casa. Trabalhe pela união. Tire do seu coração todo rancor, qualquer sinalzinho de inveja. Trabalhe pela reconciliação, pelo diálogo.

APRENDENDO COM ELA


A mãe de Jesus lhe disse: ‘Eles não têm mais vinho’ (Jo 2, 3)

A devoção a Nossa Senhora é mesmo uma escola. Com ela aprendemos o quanto Deus nos ama e como podemos corresponder a esse amor. Mas também com ela aprendemos como amar os nossos irmãos. A Igreja nos aponta Maria e nos diz: “Vejam como alguém pode amar seus irmãos”. De fato, mal soube que sua prima idosa Izabel estava grávida, ela viajou para colocar-se a serviço dela. Foi uma pessoa disponível e solidária com os outros. Em Caná, ela se preocupou com a humilhação que os noivos iriam passar: “eles não têm mais vinho” e cuidou de ajudá-los falando com Jesus.
Maria foi uma pessoa preocupada e comprometida com o bem dos outros. Imitou seu filho no perdão às ofensas: estava aos pés da cruz quando Jesus mesmo pediu a Deus que perdoasse aquela gente, pois não sabiam o que estavam fazendo. Como amar os irmãos? É só olhar para Maria. E ser como ela, disponíveis, solidários, comprometidos com o bem comum, capazes de perdoar as ofensas e de viver em comunhão.
Maria  estava numa festa de casamento. Jesus e os discípulos também. Devia ser alguém parente deles, para estarem todos ali. Houve um problema, faltou o vinho. Um desastre para aquela família pobre. Deduz-se que era pobre, pela preocupação de Maria. Se tivesse posses, poderia resolver facilmente a situação, não sendo seria um grande vexame. Foi Maria quem falou com Jesus. Ele julgou que não era a hora ainda dele se manifestar publicamente. Mas, ela não se fez de rogada. Movimentou-se, entrou em contato com os garçons e orientou que eles se apresentassem a Jesus para fazer o que ele mandasse. Assim, Jesus mandou encher as talhas de água. Quando foi levada ao chefe dos garçons, a água era vinho da melhor qualidade.
Em Caná, Maria mostrou-se comprometida com o bem daquela família e pró-ativa em relação a uma solução para o problema da falta de vinho. Mesmo com o aparente desinteresse demonstrado pelo filho, ela logo mexeu-se e orientou os garçons a se apresentarem a ele, aguardando uma indicação precisa do que fazer.  Não ficou esperando de braços cruzados. Não apenas pediu a Jesus, pediu e encaminhou as coisas, certa que o filho agiria. Uma fé ativa, operante. Precisamos aprender isso com ela.
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Todos somos devotos de Nossa Senhora, que bom! O Brasil tem Nossa Senhora Aparecida como sua padroeira. A devoção nos aproxima da pessoa que veneramos para sermos seus imitadores e gozarmos de sua proteção. Meditando sobre sua participação no casamento em Caná da Galileia, podemos aprender dela a sua preocupação com o sofrimento dos outros, sobretudo dos mais pobres e vulneráveis. Precisamos mesmo vencer a indiferença, que é um grande mal entre nós. Também dela aprendemos que não basta pedir a Deus o que precisamos e cruzar os braços. Isso não é fé, é alienação. A verdadeira fé nos faz implorar a Deus e arregaçar as mangas, confiados que ele já está agindo em nosso favor.
A mãe de Jesus lhe disse: ‘Eles não têm mais vinho’ (Jo 2, 3)

O PÃO DE CADA DIA


Dá-nos a cada dia o pão de que precisamos (Lc 11, 3)
‘Senhor, ensina-nos a rezar’, foi o pedido dos discípulos. No Pai Nosso, Jesus ensinou como e o quê dizer em oração. Está aí um modelo de oração. Era assim que ele rezava. É assim que um discípulo deve rezar. Nos evangelhos, ficaram duas versões dessa prece do Senhor. A de hoje, a de Lucas, é um pouco mais enxuta. Mas, nas duas versões – a de Mateus e a de Lucas – pede-se ao Pai o pão de cada dia.
Jesus nos ensinou a pedir ao Pai “Dá-nos a cada dia o pão de que precisamos”. Pedimos o necessário para a nossa sobrevivência, não riqueza, fortuna. Nossa confiança está em Deus, não no dinheiro. É o Senhor quem nos sustenta, quem nos guarda, quem cuida de nós. Como disse Jesus, é só olhar como ele alimenta os pardais e veste de maneira tão bela as flores do mato. Com maior empenho, ele cuida dos seus filhos e de suas filhas, de sua comida, de sua roupa, de suas contas. Nossa confiança não pode estar no dinheiro, na segurança econômica. Nossa confiança só pode estar em Deus, nosso Pai providente. A nossa escolha de vida é o trabalho honesto, no qual, com a providência de Deus, garantimos a sobrevivência de nossa casa, vivendo com sobriedade e essencialidade. Nosso ideal não é a riqueza e o luxo. Amamos o trabalho e valorizamos a partilha. Confiamos em Deus.
Jesus sentenciou: “Mesmo que alguém tenha muitas coisas, a vida de um homem não consiste na abundância de bens”. Não é ter muita coisa, muito dinheiro, muitos bens que resolve. A felicidade não está em ter bens. Precisamos ter o suficiente para viver com dignidade. Na verdade, o acúmulo de coisas, de dinheiro, de valores pode nos dar a falsa impressão de segurança, de independência, de autonomia, de felicidade. De falsa felicidade. O coração humano não se contenta com coisas. Pode-se até ter a impressão que ao se ter a posse daquele bem, ou chegar àquele status, vai-se encontrar um grau de satisfação que vai ser a própria felicidade. Não é verdade. A felicidade não está em ter coisas, Jesus está nos lembrando.
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Os discípulos pediram que Jesus os ensinasse a rezar. Jesus lhes ensinou como estar em oração, com as palavras do Pai Nosso. Nessa oração-modelo de toda oração cristã, Jesus nos disse para pedir ao Pai o pão de cada dia. Não pedir riquezas, nem para ganhar na loteria. Pedir a graça da sobrevivência com dignidade. É a graça do trabalho, da remuneração decente. Um coração voltado para a riqueza desvia-se de Deus e faz do dinheiro o seu senhor. Não por a confiança no dinheiro. Como diz o salmo 131: “Põe tua esperança no Senhor”.

MARTA OU MARIA – QUEM É VOCÊ?


Marta, Marta! Tu te preocupas e andas agitada por muitas coisas (Lc 10, 41)
Em Betânia, as duas irmãs – Marta e Maria - representam duas atitudes. Marta e Maria são duas discípulas de Jesus. E ele está nos indicando qual o melhor caminho que devemos seguir, como discípulos.
Marta mostrou-se muito trabalhadora, muito preocupada com os afazeres da casa, super atarefada, tudo para receber bem o Senhor. Uma excelente anfitriã. Maria sentou-se aos pés do Senhor, como faziam os discípulos nas escolas dos rabinos. Estava escutando a sua Palavra. Como discípula, estava aprendendo, atenta, interessada nos ensinamentos do Mestre. Ouvir a palavra do Senhor é fundamental para encontrar o sentido e a direção do que precisamos fazer. Na palavra do Senhor, o discípulo encontra a orientação de sua ação. Maria é modelo de discípula.
Jesus corrigiu Marta. ‘Uma coisa só é necessária, Marta. Você se preocupa e anda agitada com tanta coisa!’.  O que será essa coisa necessária?A coisa necessária foi a que Maria escolheu. Podemos pensar assim: Marta está se ocupando com muitas coisas. Maria está se ocupando de Jesus.
De verdade, a gente, normalmente, faz muita coisa, corre muito, e sempre há mais o que fazer. Ocupa-se com muitas coisas. O mais importante não é fazer coisas, mesmo que seja para Deus. O necessário mesmo é ocupar-se de Deus, curtir a presença do Senhor, acolher a sua Palavra.
Vamos guardar a mensagem de hoje
Marta foi uma boa anfitriã, fazendo coisas pra Jesus, ocupada com tantos afazeres na preparação da casa e do almoço. Maria foi uma discípula exemplar, ocupando-se de Jesus, atenta à sua pessoa, à sua Palavra. Como estamos na Semana da Criança, podemos aplicar isso também aos pais. O principal não é fazer coisas para a criança, por mais necessário que pareça, como é trabalhar, pagar as contas, arrumar a casa, levar o filho para a escola. O mais importante não é fazer coisas pela criança, ou enchê-la de presentes. É ser-lhe um presente, ou seja, estar ao seu lado, partilhar do seu tempo, curtir a sua presença, estar com ela. Isso é o mais importante. Marta se ocupa com muito trabalho. Precisa dar mais tempo a Jesus.

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