PADRE JOÃO CARLOS - MEDITAÇÃO DA PALAVRA: OS DOZE E A MULTIDÃO

OS DOZE E A MULTIDÃO

MEDITAÇÃO PARA A SEXTA-FEIRA, DIA 19 DE JANEIRO DE 2018.
Então Jesus designou Doze, para que ficassem com ele e para enviá-los a pregar (Mc 3, 14)
Meditamos, ontem, como Jesus começou a estabelecer um novo momento no seu ministério, ao pedir uma barca e afastar-se um pouco da multidão que o comprimia, ali à beira mar. Àquele povo movido pela busca de cura e milagres, ele respondeu com a pregação do evangelho. O evangelho comunica o propósito de Deus, a sua vontade. Bem-aventurado o que ouve e pratica a Palavra do Senhor. A barca de Pedro é já uma representação da Igreja, realizando sua missão no mundo (o mundo está representado pelo mar).
A cena de hoje é o que segue após o encontro com o povo à beira mar. Jesus sobe o monte e chama alguns. E nomeia doze para que fiquem com ele e para enviá-los a pregar, com autoridade para expulsar os demônios. É o que está no evangelho de Marcos. O evangelista Lucas detalha que, no monte, ele ficou uma noite em oração. E, ao amanhecer, chamou os discípulos e escolheu doze dentre eles.
Designou doze. Doze é o número do povo de Deus organizado. Israel tinha doze tribos. Estas se organizaram, simbolicamente, em torno de doze patriarcas, os filhos de Jacó. Doze são também os Juízes do Antigo Testamento, bem como os profetas maiores. Doze, então, é o número da organização, da liderança. Parece que o trabalho de Jesus começa a ter um novo nível de organização, com essa escolha dos doze. O seu grupo mais próximo, com quem ele vai peregrinar habitualmente e a quem vai dedicar uma maior atenção à sua formação, é formado por doze lideranças. Eles serão a referência para todos os seus discípulos, seus seguidores.
Escolheu doze para ficar com ele e para enviá-los a pregar. Ficar com ele é a condição de discípulos, dos que estão aprendendo sobre o Reino de Deus. Serem enviados a pregar é a condição de missionários, de apóstolos. Em seu nome, eles vão dar continuidade à missão. Ter escolhido doze não quer dizer que não havia outras lideranças reconhecidas. Certamente, havia. As mulheres, por exemplo, que também eram discípulas, tinham suas funções no grupo e, mais tarde, tiveram um papel muito importante no testemunho da ressurreição e na formação das comunidades.
Certamente, a escolha não agradou todo mundo. Alguém não foi escolhido e ficou meio emburrado. Alguém pode ter considerado a escolha um tanto equivocada e com razão (Judas Iscariotes, por exemplo, não parece ter sido uma boa escolha). Mas, quando Jesus não estava mais presente fisicamente, depois de sua ressurreição e ascensão, foram esses líderes que, mesmo tateando, mas com a força do Espírito Santo, sustentaram o testemunho sobre o Messias e espalharam o seu evangelho pelos quatro cantos.
Vamos guardar a mensagem
Jesus estava conduzindo o povo de Deus para um novo momento de organização. A escolha dos doze é um sinal do seu trabalho de restauração do povo de Deus. Com a escolha dos doze, estão lançadas as bases de organização da igreja cristã. É por isso que dizemos que a Igreja é apostólica, porque ela nasce da liderança, do testemunho e do ensinamento dos apóstolos que Jesus escolheu e formou. Os bispos da Igreja são os apóstolos de hoje, aqueles que o Senhor escolheu e lhes deu participação na sua autoridade. Na atuação dos apóstolos de ontem ou de hoje, independentemente de suas fraquezas ou virtudes, vemos o Bom Pastor Jesus que nos ensina, nos abençoa e nos conduz, na força do seu Santo Espírito.
Então Jesus designou Doze, para que ficassem com ele e para enviá-los a pregar (Mc 3, 14)
Vamos acolher a mensagem em prece
Senhor Jesus,
Pessoalmente, chamaste os doze. Eles seguiam sempre contigo. Tu tinhas o cuidado de explicar-lhes as parábolas, as coisas do Reino. E eles te seguiam com toda boa vontade. Mas eram fracos como nós e te deram muita dor de cabeça. Na hora da paixão mesmo, houve quem dissesse até que não te conhecia, além daquele que te traiu. Mas, tu não desististe deles, nem os desautorizaste. Tu, Senhor, conheces a nossa fraqueza e ainda assim confias em nós. É o mistério de tua encarnação. Hoje, Senhor, queremos te pedir, de maneira muito especial, pelos nossos líderes, nossos diáconos, padres e bispos e pelo Papa, o bispo da Igreja em Roma e referência de unidade para todo o teu povo santo. Pedimos pelo êxito de sua visita ao Peru, aonde chegou ontem. No Chile, houve muita gente ruim fazendo manifestação contra ele e contra a tua Igreja... Senhor, tem piedade de nós. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.
Vamos viver na palavra
Faça, hoje, uma oração pelo Papa Francisco, pelo Bispo de sua Diocese e pelo Padre de sua comunidade.

Pe. João Carlos Ribeiro – 19.01.2018

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