MEDITAÇÃO PARA O DOMINGO, 28 DE JANEIRO DE 2018.
Cala-te e
sai dele! (Mc 1, 25)
Sabe o que foi? Jesus estava na sinagoga de Cafarnaum. Era
um dia de sábado. O povo estava reunido para a oração e a escuta da palavra de
Deus. E Jesus estava ensinando. As pessoas, ali, estavam admiradas com o seu
ensinamento. Foi aí que um homem ali presente, possuído por um espírito impuro,
começou a gritar e esbravejar contra Jesus. Jesus mandou o espírito calar a
boca e sair daquele homem. Dito e feito. O homem foi sacudido com violência
pelo espírito mau, que deu um urro assustador e saiu. As pessoas ficaram
assustadas, não era pra menos. E admiradas com aquele ensinamento novo de
Jesus, com a sua autoridade.
O Papa Francisco é um bom exemplo da atualidade desse texto.
Ele, com os gestos que faz e com sua
pregação, por onde anda, encanta meio mundo de gente. Mas, dentro da própria
igreja se levantam alguns indignados com ele, revoltados com seu ensinamento,
dizendo quase a mesma coisa do diabo da sinagoga de Cafarnaum: “Vieste par nos
destruir?!”. O ensinamento novo de Jesus, que é libertador das pessoas de todas
as opressões, esse ensinamento desmascara o mal que está escondido também
dentro da comunidade cristã, dominando a vida de algumas pessoas.
O que será que Jesus dizia e fazia que pudesse incomodar
alguém? As pessoas viam uma grande diferença entre o ensinamento de Jesus e o
ensinamento dos fariseus. Penso que a primeira coisa que marcava uma grande
diferença era a atenção que Jesus dava aos sofredores e marginalizados. Estes
estavam à margem de tudo, na vida social e na religião. E Jesus os incluía como
pessoas importantes no seu anúncio do Reino de Deus. E uma segunda coisa que
mexeu demais com as lideranças do seu povo foi a imagem que ele passava de
Deus. Ele revelava um Deus como um pai amoroso, pronto para acolher o filho
pecador de volta à sua casa. Esse não era exatamente o Deus que eles estavam
acostumados a perceber como juiz e retribuidor das boas ações e da prática da
Lei.
Esse ensinamento de Jesus - feito de gestos de atenção e
proximidade, de parábolas e diálogos sobre o Reino de Deus – despertou muita
indignação e ódio nos fariseus, nos sacerdotes do Templo, nos partidários de
Herodes. Essa gente estava possuída por preconceitos contra o povo, por interesses
de classe, seduzida pelas benesses do poder, tomada de ciúme... e muita coisa
ruim. Era como se estivessem possuídos por um espírito mau. Claro, o mal lança
seus tentáculos nas estruturas sociais e nas pessoas. O que o diabo disse na
sinagoga é o que diriam esses senhores: “Vieste para nos destruir?”.
E ali, na sinagoga e nas ruas, muita gente tomou consciência
de que o ensinamento de Jesus era realmente novo, sobretudo quando viu que ele
enfrentava essas manifestações do mal, as calava e conseguia libertar pessoas
dessa dominação. É só olhar a lista de pessoas que foram resgatadas para o Reino:
Mateus, Madalena, Zaqueu, Bartimeu, e, certamente, Nicodemos, José de Arimateia
e tantos mais.
Vamos guardar a
mensagem
O evangelho é uma força de mudança, anuncia o Reino de Deus
aqui na terra. Jesus, com suas atitudes e palavras, estava instaurando o
reinado de Deus. Podemos entender esse reinado, como Deus acolhendo, na
comunhão de sua casa, todos os seus filhos, a começar pelos que saíram de casa
e estavam retornando pela conversão. Jesus partia do que o povo de Deus já
conhecia e manifestava mais claramente o amor de Deus que restaura, perdoa,
liberta as pessoas. Esse evangelho, essa boa notícia, encontrou oposições
também dentro da própria sinagoga, a comunidade de fé que ele frequentava. Essa
oposição à novidade do evangelho que Jesus anuncia, ontem e hoje, só pode mesmo
ter raízes no maligno. Mas, Jesus é vencedor sobre todo o mal. Com ele, nós
também somos vencedores. No Pai Nosso, rezamos: “Livrai-nos do mal”.
Cala-te e
sai dele! (Mc 1, 25)
Vamos acolher a
mensagem
Senhor Jesus,
A novidade do evangelho corre sempre o perigo de ser
esquecida ou abafada pelas forças que não tem interesse na emancipação das
pessoas e no senhorio de Deus. Essas forças atuam dentro e fora da comunidade. Não
é à toa que a Igreja tenha tantos mártires. Eles experimentaram a oposição à fé
cristã por parte de pessoas maldosas e violentas. Uniram-se, assim, ao teu
sacrifício na cruz. Em sua fidelidade, são vitoriosas, contigo. Senhor,
livra-nos do mal. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.
Vamos viver a palavra
Ao rezar o Pai Nosso hoje, acentue bem essa prece:
“Livrai-nos do mal”. Aproveite e diga em prece hoje, muitas vezes, essa
palavra.
Pe. João Carlos
Ribeiro – 26.01.2018
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