PADRE JOÃO CARLOS - MEDITAÇÃO DA PALAVRA: EU FUI LIBERTADO. AGORA, SOU SUA TESTEMUNHA

EU FUI LIBERTADO. AGORA, SOU SUA TESTEMUNHA

MEDITAÇÃO PARA A SEGUNDA-FEIRA, DIA 29 DE JANEIRO DE 2018.
Vai para casa, para junto dos teus e anuncia-lhes tudo o que o Senhor fez por ti, em sua misericórdia (Mc 5, 19)
Eu vou  tentar lhe explicar essa história dos porcos que se afogaram no mar. Uma manada de porcos se perdeu. A economia daquelas famílias ficou arruinada. Resultado: o povo daquela região mandou Jesus embora. E o que tinha acontecido? Jesus chegou a uma região já fora do seu país, uma região de pagãos. Era do outro lado do mar da Galileia. Jesus e os discípulos chegaram lá de barco. Veio ao encontro deles um homem possuído por um espírito impuro, que vivia no cemitério apavorando o povo do lugar. Ele se incomodou com a presença de Jesus. E Jesus deu ordens para que saísse daquele homem. Na verdade, eram muitos demônios e se chamavam Legião e imploraram que não os expulsasse da região, ao menos que fossem para os porcos. Havia muitos porcos por ali. Jesus libertou o homem e os porcos desceram de ladeira abaixo e se jogaram no mar. O povo do lugar não gostou do resultado e expulsou Jesus de suas terras.
Jesus está numa região de pagãos, logo tem porco por ali, na imaginação do povo da Bíblia. Você lembra que os hebreus não comiam porco e não criavam porco de jeito nenhum. Porco, para eles, era um sinal de coisa ruim, de gente que vivia longe da fé no Deus vivo.  Era símbolo dos pagãos, uma fonte de impureza. Lembra a parábola do filho pródigo? O jovem judeu terminou no fundo do poço, empregou-se como cuidador de porcos. Foi a máxima humilhação.
Mais do que uma história, a narração quer mostrar o significado da ação libertadora de Jesus também fora do povo de Deus. Para isso, os dados da narração podem ter ficado um tanto inflacionados. Quem conta um conto, sempre aumenta um ponto. Nessa narração de São Marcos, a manada de porcos tinha mais ou menos uns dois mil porcos. A quantidade de porcos e o tanto de demônios – Legião – são elementos para sublinhar como o estrangeiro está possuído pelo mal, na mentalidade dos hebreus e seguidores de Jesus.
A primeira coisa que o texto está anunciando é que a ação salvadora de Jesus vai além do povo de Israel, atravessa as suas fronteiras e chega ao estrangeiro, aos pagãos.  A segunda coisa é que a presença de Jesus e sua ação que liberta o homem de todas as amarras e opressões não são bem recebidas por todo mundo. Uma sociedade má reage contra Jesus, expulsa-o.  Por exemplo, libertar pessoas das drogas. Os narcotraficantes ficam furiosos, é uma ameaça à sua economia.  Libertar pessoas do analfabetismo político, tem gente que desaprova, porque se beneficia da ingenuidade das pessoas.  Denunciar a prostituição de meninas e meninos: a rede que se beneficia desse tipo de exploração reage, fica no prejuízo. Apoiar a luta do povo sem teto ou sem terra, motivo de suspeita por parte de quem se faz de surdo à gritante desigualdade social do país.  É o que está dito no texto de hoje. A população pagã daquela região viu-se prejudicada no triste fim da manada de porcos. Preferia que os demônios continuassem oprimindo aquele homem que morava no cemitério, que continuassem mandando naquela terra. Expulsaram Jesus de sua região.
A terceira lição do texto de hoje é maravilhosa. Aquele homem liberto tornou-se um discípulo, uma testemunha do amor de Deus em sua região. Ele começou a pregar na Decápole, em toda aquela região pagã, sobre tudo o que Jesus tinha feito por ele.
Vamos guardar a mensagem
Jesus foi a uma região pagã e ali encontrou um homem possuído pelo demônio. Ele o libertou. Os espíritos maus se apossaram dos porcos e a manada se jogou no mar e se afogou. A ida de Jesus àquela região estrangeira demonstra o seu compromisso missionário com todos, não somente com o seu povo. Para o povo hebreu, porco era uma marca das regiões pagãs, consideradas impuras. Contando esse fato sobre a ida de Jesus a uma terra estrangeira, era natural que aparecesse porco na história. É claro que essa não é uma narração jornalística. O sentido é o que importa. Os pormenores podem não ser exatos. A reação das pessoas daquele lugar à ação de Jesus é a reação ao bem que se faz. Quem faz o bem, quase sempre encontra resistência. E a atitude do homem liberto é uma grande lição para nós. Ele tornou-se uma testemunha viva da obra redentora de Jesus, na sua própria região.
Vai para casa, para junto dos teus e anuncia-lhes tudo o que o Senhor fez por ti, em sua misericórdia (Mc 5, 19).
Vamos acolher a mensagem
Senhor Jesus,
Nós nos entristecemos quando procuramos fazer o bem e encontramos má vontade, resistência, oposição. Foi assim naquela região pagã que visitaste. Fizeste o bem, libertando aquele homem possuído pelo mal e liberando a estrada para o povo passar sem medo. Mas, o povo, invocando prejuízos na economia, acabou te expulsando. Essa desculpa da economia, do dinheiro, do administrativo é motivo para muita gente resistir à tua Palavra, esquivar-se da conversão e da mudança de vida. Concede-nos, Senhor, acolher a tua santa Palavra com abertura de coração e espírito de obediência. E não desistir, quando trabalhando pelo bem dos outros, encontrarmos incompreensão, oposição, perseguição. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.
Vamos viver a palavra
Você foi libertado por Jesus de muita coisa, especialmente do pecado que o afastava de Deus e dos seus semelhantes. Hoje, fale do que Jesus tem feito por você, com outras pessoas.

Pe. João Carlos Ribeiro - 05.07.2017/28.01.2018

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