PADRE JOÃO CARLOS - MEDITAÇÃO DA PALAVRA: OPERÁRIOS PARA A COLHEITA

OPERÁRIOS PARA A COLHEITA


Peçam ao dono da messe que mande trabalhadores para a colheita (Lc 10, 2)
Jesus está na sua grande e última viagem para Jerusalém, em peregrinação para a Páscoa, com os seus discípulos. Está em missão. Nesse momento, cuida particularmente da formação dos seus discípulos. Do seu grande grupo de discípulos, escolhe setenta e dois e os envia dois a dois à sua frente. Eles partem em missão, visitando o povo, anunciando o Reino e preparando a passagem do Mestre.
Jesus preparou essa partida missionária com várias recomendações. E começou por uma constatação: ‘A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos. Por isso, peçam ao dono da messe que mande trabalhadores para a colheita’. São poucos os trabalhadores, sabemos bem, para tanta necessidade, tanto trabalho a fazer, num mundo que vai se descristianizando rapidamente, com tanta gente que nunca ouviu falar seriamente de Jesus... Mas, ao lado dessa constatação, há a indicação de Jesus de que o Pai, que é o dono do campo, é ele que provê de missionários a sua Messe. Precisamos pedir ao Pai o dom da vocação, o envio de missionários para a colheita.
O Papa emérito Bento XVI, uma vez explicou que a vocação dos discípulos nasce no diálogo íntimo de Jesus com o Pai. De fato, antes de escolher os seus apóstolos, Jesus passou uma noite em oração no monte. E olha que ele tinha uma escolha difícil para fazer. Queria escolher sua equipe de liderança dentre o seu numeroso grupo de discípulos, de seguidores. Não foi uma reunião de gabinete, foi uma noite de oração.
Uma noite de oração, quer dizer, uma prolongada conversa com o Pai. Prolongada e íntima. Filial. Jesus não assumiu nossa humanidade de brincadeira. Ele, apesar de ser Deus, era homem. E gente fica em dúvida, não tem clareza em tudo, quebra a cabeça para acertar. E o Pai não fez de conta que enviou o seu filho ao mundo. Ele foi o primeiro a valorizar a sua encarnação. Deixou Jesus pensar bem, ponderar tudo, não antecipou as respostas. Estava ao seu lado, dialogando com ele, mas a decisão era do filho.
A vocação é um chamado de Deus. Pede uma resposta da gente. Mas, nasce do diálogo do Filho com o Pai. Se a vocação é, em primeiro lugar, uma iniciativa de Deus, Jesus tinha razão quando pediu pra gente rezar ao Pai. Ele disse: ‘Peçam ao dono da messe, que mande operários para a sua messe’. Deus é quem chama. Ele é quem põe no coração da gente o desejo da consagração, o elã do serviço, a inclinação para nos unirmos a Jesus no seu ministério em favor do povo. A resposta é com a gente, pode até ser negativa. Mas o chamado é de Deus. É verdade que esse chamado chega até pela mediação de muita gente, de muitos sinais, de muitas situações. Alguém nos transmite esse convite, pelo testemunho, pelo estímulo. As urgências das situações também nos transmitem o convite de Deus. Mas, é verdade, a escolha é, por primeiro, uma iniciativa de Deus. E nasce do diálogo íntimo de Jesus com o Pai.  
Vamos guardar a mensagem de hoje
Jesus envia setenta e dois discípulos em missão. Eles partem de dois em dois. Antes deste grupo partir, Jesus comentou com todos os discípulos a respeito das enormes necessidades e as grandes demandas para a evangelização no seu tempo. A messe é grande. Lamentou a quantidade pequena de braços à disposição. Os operários são poucos. Assim, insistiu com eles para pedirem ao Pai, que é o dono do campo, operários para a colheita. A vocação é um chamado de Deus, uma iniciativa dele, em vista das necessidades do seu povo. Pedir operários é reconhecer que ele é o dono da Messe, que é ele quem convoca e sustenta seus missionários e que ele conta com a resposta generosa e fiel dos convocados.
Peçam ao dono da messe que mande trabalhadores para a colheita (Lc 10, 2)
Vamos acolher a mensagem de hoje com uma prece
Senhor Jesus,
Tu nos mandaste pedir ao Pai operários para o seu campo, para a sua colheita. Queremos, hoje, Senhor, pedir ao Pai esse dom maravilhoso da vocação para o serviço do Evangelho. Mas, também, devemos, como Isaías fez diante do trono de Deus, colocar-nos à disposição: “Eis-me aqui, envia-me”. Igualmente, precisamos pedir, Senhor, o dom da perseverança, da fidelidade. É o caso de o missionário não somente ser convocado e alistar-se para o trabalho, mas perseverar na sua entrega, no seu serviço, superando dificuldades, tentações e sofrimentos. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.


Pe. João Carlos Ribeiro – 04.10.2017

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