PADRE JOÃO CARLOS - MEDITAÇÃO DA PALAVRA: UM MINUTO DE PARAÍSO

UM MINUTO DE PARAÍSO

Pelas três horas da manhã, Jesus veio até os discípulos, andando sobre o mar (Mt 14, 25).
Para ajudar a compreender o evangelho de hoje, vou pedir a ajuda de Dom Bosco, o santo educador dos jovens. Ele dizia assim: “um minuto de paraíso conserta tudo”. Dá para entender? No meio das dificuldades, dos problemas, uma demonstração de amor ou uma experiência de paz  interior pode tranquilizar a mente e o coração perturbados. Um abraço de uma pessoa amada, por exemplo, pode sossegar um turbilhão de inquietações. “Um minuto de paraíso conserta tudo”, dizia o sábio educador Dom Bosco.
Ontem, celebramos a transfiguração do Senhor. A transfiguração no monte foi, para os discípulos, uma espécie de antecipação da visão da ressurreição, um momento de paraíso. No meio das dificuldades que eles estavam vivendo, sobretudo a perseguição contra Jesus que estava aumentando muito, aquele momento no monte foi um refrigério, um alento para a caminhada deles. Desceram eufóricos, fortalecidos para continuarem o caminho com Jesus. Enfrentariam a paixão, mantendo no horizonte aquela cena do monte, a revelação de que Jesus, a quem eles seguiam, era o filho amado do Pai, o Messias que triunfaria sobre todos os seus inimigos. Bom, veja o que foi a transfiguração: um momento de paraíso. Tranquilizou e deu forças aos discípulos. É o que dizia Dom Bosco: “um minuto de paraíso conserta tudo”.
Prosseguindo a leitura do evangelho de São Mateus, lemos hoje que Jesus subiu ao monte para rezar a sós. Ontem, vimos isso, o monte é o lugar simbólico do encontro com Deus. Também Jesus precisava rezar, precisava entender-se com o Pai sobre sua difícil missão. Os discípulos tinham seguido para casa antes de Jesus, de barco. Mas, parece que a viagem estava difícil, pois no meio da noite ainda estavam lutando contra o mar revolto. Essa cena retrata a situação dos discípulos (ou de suas comunidades): tentam continuar a missão, mas as barreiras são muitas. Você lembra que o mar é uma representação do mundo. O mar bravio é um modo de representar as turbulências encontradas no exercício da missão.
No meio dessa aflição toda, no meio do mar revolto, vem ao encontro deles, nada mais nada menos que o próprio Jesus andando sobre as águas. Quem pode andar sobre o mar? Só o próprio Deus, todos ali sabem. É uma revelação de que Jesus é Deus, de que é vitorioso sobre todas as forças do mal. Com ele, também os discípulos vencerão as intempéries no mar. Também aqui tem alguma coisa a ver com a ressurreição. Jesus vem de madrugada, ainda escuro. Ele é a luz para clarear a escuridão dos discípulos. A princípio pensaram que era um fantasma, não o reconheceram. Foi assim também na ressurreição. Com ele na barca, cessaram os ventos, o mar se acalmou. Viu só? Foi um momento de paraíso. Com esta revelação da divindade e do poder de Jesus, poderiam agora enfrentar essa e outras tempestades. Venceriam com coragem, com fé, com confiança. Tinha razão o nosso Dom Bosco: “um minuto de paraíso conserta tudo”.
Vamos guardar a mensagem de hoje
A transfiguração foi um momento de revelação de Jesus, como filho amado de Deus, realizador das promessas das Escrituras sagradas. Foi um momento de paraíso que encheu os discípulos de alegria e destemor para enfrentar as dificuldades do caminho. Jesus caminhando sobre as águas também foi um momento de revelação de sua divindade, de seu poder vitorioso sobre o mal, representado no mar. Foi um momento de paraíso que tranquilizou os discípulos no meio das turbulências de sua vida missionária. Os discípulos participam da condição vitoriosa de Jesus, na medida em que vencem o medo, confiam nele e têm fé.
Pelas três horas da manhã, Jesus veio até os discípulos, andando sobre o mar (Mt 14, 25).
Vamos acolher a palavra com uma prece
Senhor Jesus,
O apóstolo Pedro quis também andar sobre as águas, a teu exemplo. Claro, o discípulo toma posse da tua vitória sobre o mal e em teu nome enfrenta e também vence. E ele até que conseguiu. Mas, depois ficou com medo, por causa do vento forte e começou a afundar. Ele foi fraco na fé. Duvidou. E é isso que hoje te pedimos, Senhor: a graça da fé, do destemor diante das dificuldades e da confiança em tua bondade e em teu poder. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Pe. João Carlos Ribeiro – 07.08.2017

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