O Todo-Poderoso fez grandes coisas em meu favor (Lc 1, 49)
O domingo é o dia do Senhor. O
dia da celebração da ressurreição de Jesus. A dele e a nossa também. São Paulo
escreveu aos Coríntios (1 Cor 15), sublinhando essa grande verdade: Jesus
morreu e ressuscitou. Esse é o núcleo do anúncio cristão. Para os Coríntios,
gente de cultura grega, era difícil acreditar na ressurreição. Mas, Paulo insiste
em sua catequese: “Por um só homem veio a morte, é também por um homem que vem
a ressurreição dos mortos”. Quem é esse homem pelo qual entrou a morte no
mundo? Adão. O seu pecado trouxe a morte. Tem até aquela história da serpente e
da mulher que foi enganada por ela, no paraíso. E quem é esse outro homem, pelo
qual entrou a ressurreição dos mortos, a vida? Jesus Cristo. Ele ressuscitou e
nós todos ressuscitaremos. Olha Paulo explicando: “Primeiro, Jesus, como
primícias (que dizer primeiros frutos da colheita); depois, os que pertencem a
Cristo, por ocasião de sua vinda (nós, é
claro)”. Hoje, há muita gente precisando receber essa catequese de Paulo:
Cristo morreu e ressuscitou. Ele ressuscitou primeiro. Quando ele voltar,
também nós vamos ressuscitar. Hoje é domingo, dia de celebrar a ressurreição de
Jesus e a nossa.
O apóstolo João teve uma visão. Ele viu uma cena espetacular no céu. Ele viu a
antiga serpente, aquela lá do tempo de Adão.
E estava tão grande, tão monstruosa, que tinha virado um dragão
terrível. E ele viu uma mulher grávida de nove meses, envolvida pelo sol. E o
dragão estava só esperando o filho nascer para devorá-lo. Quando o menino
nasceu, Deus o levou para junto do seu trono. E a mulher fugiu para o deserto.
Quem era esse menino? Olha o que São
João explicou: “A mulher deu a luz um filho homem, que veio para governar todas
as nações com cetro de ferro”. Quem é esse filho? Claro, é Jesus, o filho de
Deus e de Maria. E quem é essa mulher? Claro, é Maria. Maria, que também está
representando a própria Igreja que gera na história a presença de Jesus; e
representando ainda o povo de Israel, que foi o povo que, por meio dela, trouxe
Jesus ao mundo. Prova disso é a coroa de doze estrelas que ela tinha na cabeça:
as doze tribos de Israel e os doze apóstolos.
Agora, essa mulher nessa visão, além de coroada, estava vestida de sol e protegida pela lua
debaixo dos pés. Sabe o que isso representa? Ela estava envolvida pela glória de
Deus. Essa roupa feita do sol diz quanto essa mulher está aproximada da glória
de Deus. E o que aconteceu com o filho? Foi arrebatado. Esse ‘ser levado para
junto de Deus’ é uma representação da sua ressurreição. Jesus ressuscitado está
na glória de Deus.
Depois que o anjo anunciou a
Maria, que ela seria mãe do filho de Deus, sabendo da situação de sua prima
Izabel, ela viajou para as montanhas, para a casa de Izabel. Foi lá que Izabel,
cheia do Espírito Santo, fez dois elogios maravilhosos a Maria: bendita por ser
a mãe do Salvador e bendita por acreditar nas palavras de Deus. Agora, Izabel
disse outra coisa que a gente não pode deixar passar despercebido hoje: “Como
posso merecer que a mãe do meu Senhor venha me visitar?”. Essas foram as
palavras de Davi quando trouxeram a arca da aliança para sua casa. Maria é a
nova arca da aliança. Izabel intuiu, assistida pelo Espírito Santo, a grandeza
de Maria, a mãe do seu Senhor. E Maria cantou agradecida a obra de Deus em sua
vida e na história do seu povo: “O Todo-Poderoso fez grandes coisas em meu
favor”.
Hoje, celebramos a Assunção da Virgem Maria. A Igreja
proclamou, em 1950, esse dogma que o povo cristão já tinha no coração: Maria
ressuscitou e está com Deus. Foi o que o Papa Pio XII escreveu na proclamação do
dogma: “A imaculada Mãe de Deus, a sempre virgem Maria, terminado o curso
da vida terrestre, foi assunta em corpo e alma à glória celestial”. Essa é uma bela conclusão da Palavra de Deus
proclamada hoje. Jesus ressuscitou, como primícias, depois nós o seguiremos,
ensinou Paulo com toda clareza. Na visão de
São João, Jesus foi levado para o trono de Deus (representação da
ressurreição) e sua mãe estava toda possuída pela glória divina, vestida de
sol. O anjo a tinha saudado como “cheia da graça”. E Izabel antecipou essa declaração
da Igreja reconhecendo a grandeza de Maria e saudando-a como Davi saudou a Arca
da Aliança. E Maria mesma, na sua humildade, hoje nos recorda: “O Todo-Poderoso
fez grandes coisas em meu favor”. É, estamos felizes, Jesus ressuscitou. Maria
também já ressuscitou e foi levada para junto do seu filho. Nós também
ressuscitaremos. Vamos todos estar com Deus. É pra lá que eu vou.
Cinco segundos para você pedir a bênção de Deus para o seu
(faça sua prece)
Vamos acolher a Palavra com uma prece
Rezemos com as palavras do canto de Maria (Lc 1, 46ss)
- 46 “A minha alma engrandece o Senhor, 47 e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador, 48 porque olhou para a humildade de sua serva. Doravante todas as gerações me chamarão bem-aventurada, 49 porque o Todo-poderoso fez grandes coisas em meu favor. O seu nome é santo, 50 e sua misericórdia se estende, de geração em geração, a todos os que o respeitam.
Pe. João Carlos Ribeiro – 19.08.2017
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