Tendo
dito isso, exclamou com voz forte: 'Lázaro, vem para fora!' (Jo 11, 43)
A
morte é uma realidade muito dolorosa. Quando se perde um parente ou mesmo uma pessoa amiga, vive-se momentos
de muito sofrimento espiritual, mergulha-se numa grande tristeza. Quanto mais
próxima a pessoa falecida - um pai, uma mãe, um irmão, um amigo do peito - mais
dolorosa é a separação, o sentimento de impotência diante da morte, a sensação
de perda irreparável. Ainda assim, a
morte pode ser um momento de grande revelação de Deus em nossa vida. Foi assim
com a família de Marta, Maria e Lázaro.
Em
um povoado perto de Jerusalém, chamado Betânia, morava essa família de quem
Jesus era muito próximo. Marta, Maria e Lázaro eram amigos de Jesus. Lázaro
caiu muito doente. E as irmãs mandaram avisar a Jesus, que estava longe. Jesus
demorou a chegar. Quando chegou, o rapaz já estava morto há quatro dias. Tinha
sido sepultado numa gruta fechada com uma pedra. Marta foi ao seu encontro.
Jesus a consolou e a estimulou a crer nele. Maria também foi falar com Jesus e
o comoveu com sua dor. Jesus quis ver o túmulo. Mandou rolar a pedra. Rezou ao
Pai. E chamou Lázaro para fora. Foi uma grande comoção. Além das irmãs, estavam
presentes também os discípulos de Jesus e muitos judeus. Nessa ocasião, muitos creram nele.
Nós
estamos lendo hoje o Evangelho de São João, capítulo 11, onde se conta essa
linda história da ressurreição de Lázaro. É o final do chamado livro dos sinais
(capítulos 1 a 11). Em todo o evangelho de João, estão descritos sete sinais.
Os sinais nos ajudam a entender quem é Jesus, quem o enviou e como podemos
viver a vida nova que ele nos trouxe. A ressurreição de Lázaro é o sétimo
sinal, portanto uma manifestação muito especial de quem é Jesus, um convite a
crermos nele. E quem estava precisando reconhecer Jesus, acolhê-lo como o
enviado do Pai, crer nele? Quem está precisando fazer essa experiência de Deus
que comunica a vida, por meio do seu filho Jesus? Marta, Maria, os discípulos,
as pessoas amigas da família, você, eu... todo mundo está precisando fazer essa
experiência.
Os discípulos estavam precisando fazer essa
experiência. Eles estavam paralisados com a preocupação da morte. Aconselharam
Jesus a não ir a Betânia, por causa da perseguição. Na Judeia, Jesus já tinha
se livrado de ser preso e de ser apedrejado. Diante dos argumentos de Jesus,
Tomé concluiu: “Vamos nós também para morrermos com ele”. Olha o que Jesus disse porque queria que eles
fossem: “para que vocês creiam”. Os discípulos estavam precisando crer.
Marta
também estava precisando fazer essa experiência. Ela, como discípula que era,
acreditava em Jesus, sabia que ele estava muito próximo de Deus. Acreditava na
ressurreição dos mortos no último dia. Mas, não sabia que Jesus é a
ressurreição e a vida. Quem nele crê, mesmo morto, tem a vida. E se vive e nele
crê, não morre. Olha a pergunta de Jesus a Marta: “Crês isto?”. Marta também
estava precisando crer.
E
Maria, será que Maria estava precisando também fazer essa experiência? Ela foi
avisada por Marta que Jesus tinha chegado. Os judeus a acompanharam. Ela correu
e ajoelhou-se chorando aos pés de Jesus. Jesus ficou comovido, chorou também
com eles. Maria levou Jesus ao lugar do túmulo. Jesus mandou retirar a pedra.
Ela discordou: “Não faça isso. Já está sepultado há quatro dia, cheira mal”.
Olha a palavra de Jesus: “Não te disse: se creres, verás a glória de Deus?”.
Então, Maria também estava precisando crer.
E
aquele povo que tinha ido consolar as irmãs enlutadas e estavam ali também
diante do túmulo? Também aquela gente precisava fazer aquela experiência. Olha
a oração de Jesus: 'Pai, eu sei que sempre me escutas. Mas digo isto por causa
do povo que me rodeia, para que creia que tu me enviaste.' Também eles precisavam
crer.
Foi
aí que Jesus deu um grito: “Lázaro, vem para fora”. E o morto saiu, todo
enrolado com as faixas de pano... Jesus mandou alguém desatar aquelas faixas
para ele poder andar. Veja o que o evangelista anotou: “Então, muitos dos
judeus que tinham ido à casa de Maria e viram o que Jesus fizera, creram nele”.
Então,
você notou, o foco dessa narrativa, desse sinal, não é o milagre. É a fé que
quer suscitar. É a experiência de Deus que podemos fazer também nos momentos difíceis
da morte de alguém muito querido. Se nós
cremos, a morte não nos assusta mais. A fé nos une a Cristo, que é a
ressurreição e a vida. Estando com ele, a morte biológica é apenas uma
passagem, porque a vida plena e verdadeira, já a temos em nós.
Pe.
João Carlos Ribeiro, SDB – 01.04.2017
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