PADRE JOÃO CARLOS - MEDITAÇÃO DA PALAVRA: Paternidade responsável

Paternidade responsável

Hoje, não dá mais para ter muitos filhos, como no passado. O Papa Francisco disse aos jornalistas, na volta de sua viagem à Ásia, que uma boa conta seria uma família ter três filhos. Ele falou de paternidade responsável.

Os jornais logo ficaram em alerta para saber se o Papa estava liberando os métodos contraceptivos. O Papa só fez um comentário sobre famílias numerosas, recordando que a Igreja sempre promoveu o princípio da paternidade e maternidade responsáveis. Esse princípio está contido na encíclica "Humanae vitae", escrita pelo Papa Paulo VI, em 1968.  Ele falou que, quando foi escrita a encíclica, havia uma preocupação com a  teoria neo-Malthusiana que pregava o controle da natalidade por parte das potências. E isso seria um grande perigo. Claro, disse o Papa, isso não significa que o cristão deve fazer filhos em série.

A teóloga e escritora católica, Maria Clara Lucchetti Bingemer, escreveu um belo artigo sobre a Humanae Vitae, com esse título: “Muito além da pílula”. A Encíclica “Humanae Vitae”, do Papa Paulo VI, trata justamente da concepção e contracepção da vida humana, lançado oito anos depois da liberação da pílula anticoncepcional. Disse ela: “O documento que se posicionou contra a pílula anticoncepcional por ser um método artificial de evitar a gravidez é o mesmo que estimula os casais cristãos e católicos a exercerem a paternidade e maternidade responsável.  A vida moderna não permite que se tenha filhos sem um planejamento responsável, maduro, refletido e assumido conjugalmente na oração, no discernimento e na escuta da comunidade eclesial”.

A Igreja, naquela ocasião, resumindo aqui  o artigo da teóloga Maria Clara, se manifestou contra a investida de se reduzir a natalidade -  a tentação neo-maltusiana -  pela qual os países ricos querem penalizar os países pobres;  A posição da Igreja, mesmo reconhecendo o direito dos cônjuges de planejarem a vinda de seus filhos, não está de acordo que os pais sejam únicos e absolutos nessa questão.  O documento foi uma posição contrária à utilização irresponsável de meios artificiais que tornem infecundo o ato conjugal e abram por aí uma porta a outras medidas como o aborto ou a esterilização involuntária de mulheres como acontece ou tem acontecido por parte de organizações ou governos irresponsáveis.  A Humanae vitae não viu com bons olhos a pílula, um recurso químico do qual ainda não se sabiam nem se conheciam as consequências. Hoje, com a distancia histórica de cinqüenta anos, é possível ver que a produção dos anticoncepcionais também avançou.  Há mais cuidado por parte dos médicos ao receitar pílulas a suas pacientes e por parte destas em tomá-los.  Há várias mulheres que preferem outros métodos para evitar a gravidez, sem química, sem interferência direta em seu organismo.

A Humanae Vitae foi uma tomada de posição da Igreja que continua valendo. É a postura dos cristãos de qualquer época em favor da vida.  Sua única preocupação é proteger e preservar a vida em sua sacralidade e sua beleza, tal como a deseja e a concebeu o Criador. A Igreja quer proteger a instituição do matrimonio cristão. Quer colocar bem altos seus ideais, suas finalidades, seus objetivos.  Quer reafirmar a beleza da união entre o homem e a mulher no matrimonio e apontar para o fato de que esta união tem finalidades mais altas do que simplesmente o prazer imediato e a satisfação de necessidades biológicas. Com esse documento, a Igreja quis reforçar a responsabilidade e o dever gravíssimos que implica o fato de ter filhos e gerar novas vidas.  Trata-se de uma participação direta na obra do Criador, portanto algo que fala alto sobre a criação do ser humano à sua imagem e semelhança.

O Papa Francisco está com a razão. Não se pode ter mais famílias numerosas, com muitos filhos, como no passado. Mas, não se pode evitar filhos de qualquer maneira, sobretudo por métodos artificiais e abortivos. Nem encher a casa de filhos sem se ter condições.

Pe. João Carlos Ribeiro,

resumindo e comentando artigo de Maria Clara L. Bingemer - 22.01.2015

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