PADRE JOÃO CARLOS - MEDITAÇÃO DA PALAVRA: Diana e Tereza

Diana e Tereza


Diana e Tereza, duas mulheres que deixaram marcas no nosso mundo.
Diana impressionou o mundo com gestos humanitários como abraçar crianças negras e pobres, visitar lugares minados, denunciar a destruição do meio ambiente, a discriminação dos aidéticos. Diana era uma mulher jovem, saudável, rica e bela. Uma princesa de Gales. Tereza de Calcutá impressionou o mundo com sua vida toda entregue aos pobres mais abandonados pela sociedade. Não era um gesto aqui e ali de bondade e caridade. Eram 24 horas por dia de serviço às pessoas mais abandonadas por todos, em 119 países, lá onde a miséria e o abandono reinavam absolutos. Tereza era uma mulher pobre, velha e doente.
Diana e Tereza. Uma da corte inglesa do primeiro mundo. Outra da senzala indiana do terceiro mundo.  Duas mulheres de mundos inteiramente diferentes. E opostos. As duas impressionaram o mundo pela bondade, pelo senso de humanidade. Uma dedicada de corpo e alma à castidade evangélica por amor a Jesus Cristo. Outra, com um casamento arruinado, envolvida em relacionamentos para escândalo da nobreza e lucro dos tabloides sensacionalistas da imprensa mundial. E, mesmo de mundos diferentes, as duas se estimavam. Diana, que morreu aos 36 anos, visitou Tereza por 4 vezes. Ao saber de sua morte repentina, a velhinha de 87 anos, portadora de marca-passo, amargando crises de malária e pneumonia recorrente, programou comparecer a um ato em memória da Princesa na sua cidade de Calcutá. Não teve tempo. A morte a levou, em meio aos seus muitos afazeres, movendo-se incansavelmente em sua cadeira de rodas para socorrer os seus pobres. E Diana, foi para sua última morada, trajada com como bela veste negra, e tendo nas mãos o rosário que Madre Tereza lhe deu de presente. Levou o rosário nas mãos, apesar de não católica, era anglicana.
Tereza de Calcutá, a freira que trocou seu posto de professora por pária entre os pobres da Índia e do mundo não olhava mesmo para estas diferenças. Era mãe de muçulmanos, hinduístas, budistas e católicos. Irmã na doença, mãe no consolo, santa na dedicação. Só tinha olhos para os seus pobres e recebia qualquer ajuda de quem lhe estendesse a mão. Reconhecia e rezava por quem se debatia com as grandes questões da injustiça no mundo. Mas, diante da urgência de remédio, de atenção, de alimentação dos pobres, só escutava o coração de Jesus cheio de compaixão pelo povo faminto no deserto. E reparte com eles o pão, mesmo sabendo que nem só de pão vive o homem.
Em 05 de setembro de 1997, morria a Madre Tereza de Calcutá. Foi-se a mãe dos pobres. Esgotou-se o azeite daquela chama que clareou a vida de tanta gente durante mais de 70 anos. Mas, os pobres de suas 560 casas de caridade não ficaram órfãos. Madre Tereza de Calcutá, "mãe" como é chamada pelos indianos, reuniu em torno de si um exército de 4.275 Missionárias da Caridade, mulheres que como ela vestiram o traje branco e azul dos párias e consagraram-se a Deus e aos pobres. Elas continuam rezando 4 horas por dia e dedicando-se integralmente aos enfermos, às crianças de rua, aos aidéticos, tuberculosos terminais, hansenianos, deficientes, ex-prisioneiros e todos os que o progresso exclui e a sociedade rejeita.
Dom Hélder Câmara, arcebispo Emérito de Olinda e Recife, ao final da Missa que rezou em sufrágio de Madre Tereza de Calcutá disse: "Ela é um exemplo de criatura simples, pobre e humilde que viveu autenticamente o cristianismo. Deus a tem na sua glória. E nós, temos mais uma santa intercedendo por nós".
"Qualquer ato de amor, por menor que seja, é um trabalho pela paz". Mais do que falar e escrever, Madre Teresa vivenciou este seu pensamento.
Pe. João Carlos Ribeiro

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