PADRE JOÃO CARLOS - MEDITAÇÃO DA PALAVRA: O louvor da Páscoa

O louvor da Páscoa



A Igreja conserva muitas e belas orações. A oração do Senhor, o Pai Nosso, é a mais bela delas. Na liturgia da Missa se conservam antigas e belas orações do cristianismo. Elas ocorrem sobretudo no Cânon, na grande oração de ação de graças. São composições dos primeiros séculos do cristianismo, repletas de verdades da fé. São orações veneradas por todas as Igrejas cristãs que olham para a caminhada comum dos 10 primeiros séculos com respeito e gratidão.


A Igreja de Cristo herdou do povo de Israel os Salmos. No livro bíblico dos salmos estão colecionadas 150 orações que eram cantadas pelo povo de Deus nas suas festas religiosas, na colheita, nas peregrinações, na oração das famílias. Em toda missa se reza algum salmo. É o chamado salmo responsorial, depois da primeira leitura. Os padres, os diáconos, as freiras, os frades e todos os religiosos recitam todos os dias vários salmos nas suas orações da manhã, do meio dia e da tardinha. É a chamada liturgia das horas.

Mas, há uma oração que eu considero particularmente maravilhosa. É o Te Deum. É uma oração cantada. Aliás, quase todas as orações da Igreja são cantadas. É porque cantando, a gente reza duas vezes. Foi o que ensinou Santo Agostinho. O Te Deum é um canto da grande tradição da Igreja. Ainda hoje pode se escutar este canto solene, executado em gregoriano, em alguma Igreja romana. Te Deum: são as palavras que iniciam o poema deste hino. Te Deum: é que o hino começa com estas palavras:  A ti, ó Deus.. Te Deum. A ti, ó Deus, louvamos. Te Deum laudamus.

Só se canta um TE DEUM em  momentos muito especiais. Ele nos coloca no clima da páscoa, da vitória de Cristo Salvador. Assim, ele vem cantado nos domingos, pelos religiosos que rezam juntos o ofício das leituras. É um hino de louvor a Deus Pai, a Deus Filho e ao Divino Espírito. Mas, especialmente se dirige a Jesus Cristo. É um louvor solene, onde pronunciamos verdades centrais do mistério de nossa fé. É uma proclamação festiva de Cristo ressuscitado, senhor da história. Nele está incluído o louvor que o profeta Isaías ouviu diante do trono de Deus: “santo, santo, santo, Senhor Deus do Universo”. O texto tradicional em latim guardou uma expressão do hebraico bíblico: Eloim Sabaoh. Isto é: Deus dos exércitos. “Santo, santo, santo. É o Senhor Deus dos exércitos, Deus Sabaoh”. Na Missa, essa louvação do “Santo” ocorre dentro da grande oração eucarística, após o prefácio.

O Te Deum é para ser cantado num momento de muita exultação. Uma ordenação presbiteral, por exemplo, é uma boa hora para se cantar um Te Deum, um louvor especial a Deus. A bênção de uma Igreja, uma vitória alcançada, o término de uma caminhada, a entrada do ano novo ... aí é hora de um Te Deum. Uma oração reservada para as grandes ocasiões. Um hino da fé, para corações tomadas pela gratidão a Deus e pelo júbilo da vitória.

Pe. João Carlos Ribeiro

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