PADRE JOÃO CARLOS - MEDITAÇÃO DA PALAVRA: Religião de verdade

Religião de verdade

Jesus achou que havia muita vaidade, muito exibicionismo e muitas segundas intenções no modo como muita gente rezava, ou fazia caridade ou praticava a religião. Porque não basta aparentar religiosidade e piedade. É preciso seriedade, sinceridade e humildade na vivência religiosa.

 

E o que foi que tanto irritou o Mestre? Ele via gente que se fazia de muito religiosa, de muito caridosa, de muito penitente, mas ele sabia que era apenas figuração. Um faz-de-conta. Um jeito de projetar uma imagem de bonzinho e praticante. Aliás, pegava bem a imagem de praticante da religião judaica. Os mais fervorosos eram os fariseus, aferrados à Lei, à Tora, exigentes com os outros, mas especialmente interessados no poder sobre os outros.

 

 E o que Jesus criticou? A religiosidade falsa de quem manda tocar as trombetas ao dar uma ajuda ao pobre; de quem faz cara de triste para todo ver que ele está jejuando; de quem faz pose nas praças e nas sinagogas para ostentar sua piedade e sua devoção. Chamou isso de hipocrisia e alertou os seus discípulos para que não os imitassem.

 

E o que ele recomendou? Três conselhos de ouro. Primeiro: se for ajudar alguém, que a tua mão esquerda não veja o que faz a tua mão direita. Segundo: se for jejuar, lave o rosto e perfume a cabeça pra ninguém perceber. Terceiro: se for rezar, entre no seu quarto e feche a porta.

 

A caridade é uma forma de mostrar nosso amor a Deus e aos irmãos. É um ato de religião. Mas, pode se transformar numa auto-promoção, se for feito em tom de vaidade. E pode ainda ser um ato de humilhação de quem recebe, o que seria um dano muito grave. Jejuar também é um ato religioso. Mas, pode ser desvirtuado, se servir ao cultivo da própria imagem de pessoa boa e piedosa. Nesse caso não é louvor a Deus, nem solidariedade com os sofredores. É auto-promoção às custas de Deus.

 

E rezar é o ato central da religião. Só vale em tom de humildade e em clima de intimidade. Não pode servir à ostentação. Entrar no quarto e fechar a porta é ingressar no espaço interior para a oração. Deus habita a intimidade de nosso ser. Precisamos nos recolher nesse espaço sagrado onde Deus habita, dando-lhe a máxima atenção, escutando-o e falando-lhe como um filho com o pai na intimidade do seu quarto.

 

Com certeza, tudo o que Jesus disse serve pra gente corrigir os defeitos de nossa prática religiosa. Ele nos encoraja no caminho da sinceridade, da autenticidade, da humildade, da prática religiosa verdadeira.

 

Pe. João Carlos Ribeiro – 15.06.2011

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